30 anos depois. Que leituras jornalisticas?
Oradores:
António Louçã
Eduardo Dâmaso
José Manuel Barroso
Ricardo Revez
Moderador:
Ricardo Fresco
21 Horas
Debate aberto ao público.
Biblioteca-Museu República e Resistência
(Rua Alberto de Sousa, 10-A à zona B do Rego)
Tendo que competir injustamente com o jogo do Benfica para a Liga dos Campeões, agradeço a todos aqueles que, mais uma vez, puderam fazer desta mais uma conferência inesquecível para o clube “Loja de Ideias”.
Primeiro, ao N’dalo Rocha, cuja apresentação de grande nível começou logo por criar uma atmosfera de grande simbologia para os acontecimentos que lá se iriam discutir, e mais tarde pelo seu grande contributo na interpelação aos nossos oradores.
Ao nosso grandioso moderador Ricardo Fresco, que foi muito para além do dever, tendo conseguido lidar com calma e elegância com um orador que manifestamente não se sentia muito à vontade para falar nesta conferência. Um grande abraço Ricardo!
Passando aos nossos oradores: o Eduardo Dâmaso, infelizmente não pôde comparecer, mas, como diz o ditado, só fez falta quem lá esteve! (à excepção de uma pessoa que será mencionada no fim).
Abrimos com o Ricardo Revez, que nos fez uma exposição muito boa sobre os jornais do tempo da revolução, com especial ênfase para Novembro de 1975, fazendo uma categorização académica entre os jornais monopartidários e pluralistas, que procurava correlacionar as identificações partidárias com conteúdos editoriais e noticiosos, tendo sido referidos o caso Renascença e República (tendo o Ricardo Revez publicado recentemente obra sobre esta questão). Avisado de antemão que estaria nas suas mãos ocupar o tempo do Eduardo Dâmaso, a sua exposição revelou-se bastante mais proveitosa do que teria sido em circunstâncias normais.
Falou a seguir o José Manuel Barroso, que demonstrou um admirável “jogo de cintura”, no sentido positivo, não só na sua exposição, que versou sobre as diferenças e a evolução entre o jornalismo do PREC e a contemporaneidade, mas sobretudo na forma como respondeu às incessantes questões do Público, sobre acontecimentos e visões jornalísticas recentes, que o procuravam colocar em falso. Grande parte do clima agradável e descontraído deveu-se às suas respostas.
Depois interveio o António Louçã, o qual foi notório que não se sentia à vontade como orador, mas não obstante isso, deu-nos um contributo interessante sobre a visão da extrema-esquerda sobre o jornalismo da revolução, embora tal o colocasse em direita oposição aos restantes oradores e à maioria da audiência. Porventura, daí viria o seu desconforto.
Quando passamos às excelentes e variadas contribuições do publico, especial menção terá de ser feita a Sandro Pires, cujas perguntas incisivas, marcantes e muito corajosas, serviram para colocar o debate num nível muito mais avançado do que o normal, tendo-se discutido tabus e afirmações ditas politicamente correctas.
Resta-me salientar também os inestimáveis contributos de Rita Castel Branco e Jorge Macieirinha, sobre os quais recaíram a maioria do planeamento e operacionalidade desta sessão. Um Bem Hajam!
Mas claro, que tudo isto é inútil sem a presença daquilo que engrandece e torna possível tais empreendimentos. A presença do grande público, que queremos que deixe de ser anónimo, que torna isto válido. Um muito obrigado a todos aqueles que vieram.
Finalmente, poderão estar a estranhar o porquê de ter sido eu, e não o meu colega José Reis Santos, a fazer este rescaldo. Infelizmente, por motivos de ordem familiar, ele não pôde estar presente. Quem nos têm acompanhado desta larga aventura que é a “Loja de Ideias” sabe que ele tem sido o mentor, dinamizador e principal executante da quase totalidade destas iniciativas. Se não fosse ele, nós não estaríamos aqui. A ele se deve tudo isto...
Zé, muita força para ti, e um grande abraço de todos nós.
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