segunda-feira, outubro 30, 2006

Blogosfera


Este post tinha a intenção de reflectir sobre o estado da informação da blogosfera.

Foi construído sobre um exemplo prático (um caso citado no bloguítica) mas os seus propósitos não eram, de todo, atacar esse blogue. O que queríamos era discutir o problema da informação na blogosfera.

O caso do bloguítica, blogue de referência, mostrou-se interessante pois seguimos regularmente as suas exposições: de recomendações várias, a reproduções de citações, comentários pessoais e assinados, a sugestões de leitura. É este um blogue profissional? Pode sê-lo? Que podemos esperar dele? Ou melhor, podemos exigir do seu autor o que exigimos de um jornalista profissional, devidamente enquadrado – legal e deontologicamente – e responsabilizado. O Paulo Gorjão, e já o provou por diversas vezes, deve ser tomado mais em conta que muitos jornalistas na praça. Mas apenas responde perante a sua consciência, educação ou valores. Não tem controlo de nenhum tipo. É livre. No caso é um «bom selvagem». E nos outros casos?

A blogosfera, no momento em que a sua influência se expande e ameaça a da informação escrita (nomeadamente no que respeita à informação e à opinião), é hoje polvilhada de todos os exemplos.

O caso recente das acusações de plágio a Miguel de Sousa Tavares levantam a questão da impunidade da acusação, e os exemplos multiplicam-se, com acusações anónimas, denuncias não provadas, ataques pessoais cirúrgicos, etc. Onde estão os critérios de publicação? Onde está a esfera pública e a privada? Onde está o profissionalismo na informação? Onde está o controle? Como a net é baseada na ideia de liberdade pura devemos considerá-la apenas regulada pelo «mercado» (leia-se leitores). Devemos pensar que os maus exemplos serão excluídos porque são maus?

Não me parece, pelo contrário.

O que queremos, em suma, é reflectir até onde pode ir a blogosfera. A quem responde? Como se pode controlar (e queremos controlar)? Como podemos confiar no que lemos, como podemos limpar a má informação, a desinformação, a incúria e o mal-dizer? Devemos esperar que a blogosfera se transforme, a prazo, numa reprodução do que hoje existe na imprensa escrita, com bons e maus jornais, com bons e maus jornalista?

Faz sentido acordar um código deontológico na blogosfera? Elaborar uma carta ética? Ou devemos apenas esperar que a «boa moeda expulse a má»?...

(PS – «usámos» o bloguítica porque é dos blogues que mais seguimos, porque o consideramos um exemplo a seguir e porque temos com ele – blogue uma relação alguma intimidade que permite alguma latitude)

Dos outros

A concorrencia é tremenda. Este ciclo é sobre economia (e também tem optimo aspecto...)
1º Dia, Quinta-feira, 2 de Novembro de 2006

Sessão de Abertura
9:00 - Acolhimento e Credenciação
9:30 - Manuel Pinho, Ministro da Economia e da Inovação
9:40 - Modernizar a Economia Portuguesa – Apresentação de projectos
9:45 - Keynote Speaker: Göran Persson, Party Leader of the Swedish Socialdemocratic Party, Former Prime-Minister of Sweden, “Best Practices in the Global Economy”
10:15 - José Socrates, Primeiro Ministro

10: 30 - Sessão 1: Excelência, liderança e modernização
Artur Santos Silva, Presidente da COTEC
Moderador, Nicolau Santos
António Câmara (YDreams), Artur Duarte (Aerosoles), Carlos Martins (Martifer), Filipe Vilanova (Salsa), João Vital (Chipidea), Josep Canós (Abertis), Salvador Guedes (Sogrape)
11:30 Coffee break
12:00 - Sessão 2: Os novos clusters Petroquímicos em Portugal
Pedro Fernandez Frial, Downstream Executive Director, Repsol
Background paper, Roland Berger
Moderador, António Perez Metelo
Anton Valero (Dow Chemical), Bertrand Saraux (Air Liquide), Freire de Sousa (Advansa), Ferreira de Oliveira (GALP) João Fugas (CUF)

13:00 Almoço
14:30 - Conferência (Sala de Imprensa)
Moderador, António Costa
José Manuel Fernandes (Frezite), Luís Portela (Bial)

15:00 - Guest Speaker: Kjell Nordstrom, “Inovação e Diferenciação”
15:30 - Sessão 3: + Energia, uma fonte de crescimento endógeno
Pedro Rodeia, Executive Director, MC Kinsey
Background paper, McKinsey
Moderador, Sérgio Figueiredo
António Castro Guerra (SE Adjunto, da Indústria e da Inovação), António Mexia (EDP), João Bártolo (Generg), João Pereira Coutinho (AR Telecom), José Penedos (REN), Pina Moura (Iberdrola), Ludgero Marques (Earthlife), Marques Gonçalves (GALP), Nuno Ribeiro da Silva (Endesa), Sá da Costa (APREN)
16:30 Coffee break
16:45 - Sessão 4: O papel estratégico do turismo
Roeland Vos, Starwood Europa, Africa e Médio Oriente
António Bernardo, Managing Partner, Roland Berger
Background paper, Roland Berger
Moderador, Sérgio Figueiredo
Bernardo Trindade (SE do Turismo), Diogo Vaz Guedes (Aquapura), Dionísio Pestana (Pestana), Jorge Armindo (Amorim Turismo), Jorge Rebelo de Almeida (Vila Galé), Manuel Espírito Santo (Espírito Santo Turismo), Roeland Vos, (Starwood Europa, Africa e Médio Oriente)
2º Dia, Sexta-feira, 3 de Novembro de 2006
9:30 - Acolhimento e credenciação
10:00 - Sessão 5. Best practices
António Vitorino, Partner, Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados
Moderador, Nicolau Santos
Alexandre Relvas (Logoplaste), António Mota (Mota-Engil), Jaime Sá (Simoldes), Pedro Rocha e Melo (Brisa), José Pedro Barosa (Santos Barosa), Pedro Santana (Abertis)
11:00 Coffee break
11:15 - Sessão 6: Liderança na madeira-papel-móvel
Carlos Barradas, Vice-Presidente, BCG
Background paper, Boston Consulting Group
Moderador, António Perez Metelo
António Amorim (Amorim), Belmiro de Azevedo (Sonae), António Machado (Ikea), Paulo Fernandes (Altri), Paulo Pereira da Silva (Renova), Pedro Queirós Pereira (Portucel)

12:30 Almoço
14:00 - Sessão 7: O Plano Tecnológico
Carlos Zorrinho, Coordenador da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico
Background paper, Plano Tecnológico
Moderador, Martim Avilez Figueiredo
Empresa na Hora, João Silveira (SE Justiça)
Novas oportunidades, Fernando Medina (SE Emprego e Formação Profissional)
MIT, Carnegie Mellon, Texas-Austin, Manuel Heitor (SE Ciência, Tecnologia e Ensino Superior)
Inglês obrigatório, Valter Lemos (SE Educação)
Design de Software, Jaime Andrez (IAPMEI)
Laboratório de nanotecnologia, Luís Magalhães (UMIC)
Rede de gabinetes de inovação do Plano Tecnológico, Rui Guimarães (COTEC)
15:00 Coffee break
15:15 - Sessão 8: IDE estruturante e seus parceiros
Emílio Saenz, General Director, Volkswagen Autoeuropa
Background paper, António Nogueira Leite
Moderador, Martim Avilez Figueiredo
António Nogueira Leite (CUF), Armando Tavares (Qimonda), Basílio Horta (API), Volker Müller (Siemens), Emílio Saenz (Autoeuropa), José Gonzaga Rosa (Ernst & Young), Lopes Seabra (Continental), Paulino Alonso (PSA)
16: 15 - Guest speaker: Dani Rodrik, Harvard University, “Condenados a escolher: Política industrial para o Sec. XXI”

17: 00 - Encerramento: Manuel Pinho, Ministro da Economia e da Inovação
17:15 - Cocktail de Encerramento

Q & A


Recentemente publicámos, ao abrigo do direito de resposta, a carta de Luis Miguel Viana respondendo a um texto inicial de Eduardo Cintra Torres [As técnicas da nova propaganda (1), retirado do bloguítica]. Informámos o blogue que o tinha (também) divulgado sobre o conteúdo da resposta que tinha produzido.
Pedimos que a publicassem. Não o fez. Nada fez.·Hoje o Bloguítica noticia a segunda parte do texto do Eduardo Cintra Torres (ECT) [As técnicas da nova propaganda (2)]. Nada ainda sobre a resposta do director da Lusa.Curiosamente, o texto do ECT cita o bloguítica fazendo referência a uma resposta que este blogue espera do Diário de Notícias e à necessidade que a sociedade tem de esperar que estas respostas sejam apresentadas.

É caso para dizer, no que ao Bloguítica diz respeito, que de cima espera tudo, para baixo não dá nada. Para quando um equilíbrio de conceitos? Ou a ética só funciona para alguns? É que é essa atitude, aliás censura segundo o texto do ECT, que está aqui bem exposta - como convém associar-se ao texto do ECT publica-se, como não se gosta das repercussões que produz (leia-se respostas ao texto original) não se as publica, passando assim a ideia de que o texto é consensual, de que as situações expostas são verdadeiras e de que a exposição do ECT é sólida.
Não é, produziu, pelo menos a resposta do director da Lusa. Isto nem spin é. É má informação, é um péssimo serviço a quem procura, na blogosfera, um complemento aos jornais, um veiculo de informação seguro, competente e independente. Mas, para assim o ser, o que exigimos como critério deve funcionar sempre, e não somente quando nos convém. É que se não for esse o caso, então é pura propaganda; e se assim for perde qualquer validade independente e válida enquanto éticamente correcta e validada. É esse o caso do Bloguítica? Puro serviço de propaganda?

Dos outros


Encontro Internacional
30 Anos do Fim do Império:
Guerra, Revolução e Descolonização

Lisboa, ISCTE – Aud. Afonso de Barros (Ala Autónoma)

3 e 4 de Novembro de 2006

O ano de 2006 marca a passagem de três décadas sobre o fim do império colonial português e o início do mais tardio processo de descolonização europeia no continente africano. Assinalando a efeméride, o Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa organiza o Encontro Internacional 30 Anos do Fim do Império: Guerras, Revolução e Descolonização.

Mais informações aqui.

In América



Don Wright, 17 de Outubro

Democracia à Americana

As eleições intercalares americanas são já ná próxima segunda-feira.


Pat Oliphant_17 Out

Ainda as Coreias


Sintomática esta fotografia.
É sobre esta escuridão que nos querem mergulhar? Bem sabemos que o clima acalmou, mas, como aqui referimos, é ainda decisivo o resultado do primeiro derby.
E na China também não vejo muitas luzes...

domingo, outubro 29, 2006

Repercussões

Recebido do Luis Botelho:
Caríssimos(as),

Venho interpelá-los num momento em que se fala bastante de políticas (caras) de família, de promoção da natalidade, de envelhecimento da população e da necessidade de cerca de 50.000 imigrantes por ano – tudo temas conexos e relevantes para a reforma da segurança social, do sistema político, para a política fiscal, educação, etc.

Recentemente defendi uma ideia sobre uma política “barata” de promoção indirecta da natalidade. Foi num debate promovido pela “
loja de ideias”. Perante algumas críticas, naturais face à natureza polémica da proposta gostaria de aprofundar um pouco mais os prós e contras, para humildemente me sujeitar enfim à conclusão de saber se o que propus (original ou não) é realmente uma “política-barata” ou simplesmente… uma “ideia-barata”. J

Resolvi, por isso, alargar um pouco o grupo da discussão entretanto iniciada com o meu colega e amigo Paulo Garrido, pedindo-vos comentários à proposta a seguir, que destaquei da apresentação anexa. No fim da mensagem encontram-se duas mensagens entretanto trocadas com o Paulo Garrido. Comprometo-me a incluir todos os comentários (pró ou contra) no ‘post’ que acabo de incluir no
http://cidadaniapt.blogspot.com/. Podem responder por email ou comentando directamente em http://cidadaniapt.blogspot.com/2006/10/sufragio-realmente-universal.html . Já agora, segue em anexo a apresentação integral. Só lamento não ter podido dispor de tempo suficiente para fundamentar melhor. Talvez o futuro traga novas oportunidades e a discussão ora aberta lance mais luz sobre as questões de partida com que iniciei o meu próprio raciocínio:

«será justo que as famílias com (muitos ou poucos) filhos tenham a mesma expressão eleitoral que as famílias sem filhos?»

«será justo que alguns cidadãos sejam expoliados do seu direito de participação cívica (directa ou indirecta) apenas porque não têm suficiente idade ou não se lhes atribui o grau de consciência cívica que arbitrariamente (digo eu) se presume num maior de 18 anos?»
«não terão TODOS os cidadãos o direito a ver os seus interesses considerados num processo democrático que se diz universal? Ainda que temporariamente exercido pelas pessoas a cuja responsabilidade/tutela se encontra entregue?»

Com os melhores cumprimentos,
Luís Botelho Ribeiro

quinta-feira, outubro 26, 2006

Ontem

Ontem,

Ontem correu muito bem. Cerca de 40 pessoas reuniram-se para ouvir as restantes seis propostas resultantes do call for papers sobre a reforma do sistema eleitoral. a sessão começou com a exposição do Luís Botelho (que, não sabíamos, tinha sido pré-candidato à presidência da República), vindo de Guimarães, com uma desafiante proposta que, entre outros parâmetros, previa que os pais tivessem votos extra pelos filhos. Deu muito debate.

De seguida, o Neves Castanho , orador com treino, que nos deixou algumas considerações bem interessantes sobre o aproveitamento político e sistémico dos votos em branco, ao mesmo tempo que inovava com métodos de voto múltiplos (o eleitor teria 20 votos, por exemplo, que distribuía pelos candidatos). Já o José Bourdain, assumido militante do CDS, partindo da análise dos 500.000 votos desperdiçados (ou seja, votos sem consequente transformação em mandatos), e da colagem à organização do sistema político à da organização de uma empresa, propunha que se elegesse o governo autonomamente da Assembleia, que seria apenas fiscalizadora. Também acabava com a Presidência da República.

O António Alvim, militante do PSD, propôs um sistema misto de primárias internas nos partidos para a candidatura multi-concelhia a assembleias distritais de apuramento. Os partidos elegeriam os deputados eleitos pelos círculos distritais, e os candidatos multi-concelhios fariam parte de um concelho de deputados, do partido, de onde a direcção partidária retiraria o preenchimento dos lugares na Assembleia da República. Foi uma proposta muito virada para a análise interna das vidas partidárias, quiçá demasiado influenciada com a realidade social-democrata. Por fim o Luís Teixeira, também partindo do pressuposto dos votos desperdiçados (ao que acrescentou a disparidade do confronto inter-distrital, com 96000 votos em Évora a elegerem 2 deputrados, e 91000 em Viana do Castelo eleger 5). Na sua proposta haveriam duas eleições, uma de circulo nacional e outra de círculos uninominais de 2 deputados distritais (esta denominação causou alguma estranheza).

O debate, vivo e participado, foi longo e opinativo. O Clube «Loja de Ideias», na moderação, extendeu as intervenções do público no sentido de lhes proporcionar a oportunidade de exposição pontos de vista concorrentes com os apresentados da mesa, tornando a sessão mais participada e menos formal. A extensão dos oradores – 5 – não possibilitou a exploração capaz das vantagens e desvantagens das suas propostas concretas, caindo algumas apresentações em considerações gerais pouco exploradas.

A sessão terminou já depois da meia-noite, ainda com boa casa. Foi pena ter faltado o Rui Valada.

O Clube «Loja de Ideias» reitera os agradecimentos à Biblioteca-Museu República e Resistência, na pessoa do João Mário Mascarenhas, por mais uma excelente recepção. O Clube «Loja de Ideias» agradece a todos quantos tornaram esta sessão possível, em especial ao Diogo Moreira, parceiro da Comissão Executiva do ciclo da reforma do sistema eleitoral.

Por fim, ao Luís Teixeira, António Alvim, José Bordain, Neves Castanho e Luís Botelho, o nosso obrigado.

Fechámos o ciclo de reflexão sobre o sistema eleitoral para a Assembleia da República (onde já só nos falta ser recebido pelo PCP – reportagem no fim das recepções) e consideramos mesmo que ultrapassámos as nossas melhores expectativas. Foi um sucesso. (tanto que parece que já nos copiam…)

A próxima sessão será a 22 de Novembro, novamente quarta-feira, onde o Fernando Cruz liderará um painel sobre Timor (já confirmado o Paulo Gorjão).
Até breve.

Agenda


Concerto Tora Tora Big Band
Apetece-vos dançar de corpo inteiro? Apetece-vos dançar, mas não é electrónica a música que querem a estimular os vossos ouvidos, os vossos pés, pernas, mãos e braços...ancas eventualmente? Querem algo mais. Querem a força dos instrumentos de sopro. Querem explosão de ritmos quentes, do beat africano. Querem Jazz, groove. Então querem Tora Tora Big Band. Mais uma noite de fazer transpirar as paredes do Mercado. Déjà vu?! La joie de vivre n´est pas jamais un déjà vu!/Alice (dancing is my wonderland)

ONDE
Clube Mercado Rua das Taipas, 8917424713
QUANDO
26 Out. Abertura de portas 23h Concerto 00h
QUANTO
5 euros c/1 bebida

Concerto C. Zíngaro, N. Rebelo, M. Franco
É sempre uma alegria ver o nosso querido Cinema São Jorge de portas abertas. Desta vez a oferta cultural não se limita à sétima arte. Há música na Avenida da Liberdade! Há concertos de entrada livre na cafetaria do São Jorge. E hoje é a vez de se apresentar um trio especial: Carlos Zíngaro (violino), Nuno Rebelo (guitarra) e Marco Franco (bateria). Oportunidade para ouvir um repertório inteiramente original e inédito que cruza elementos acústicos com electrónica em tempo real. E porque é tarde e a fome já aperta, na cafetaria é possível pedir sushi, saladas, sandes e sumos naturais, entre outros petiscos. Para um serão bem passado./Sónia Castro

ONDE
Cafetaria do Cinema São Jorge Av. da Liberdade213103402
QUANDO
26 Out. às 23h30
QUANTO
Entrada gratuita
27 Outubro 2006

Performance Parque
Dizer que se trata de um concerto de música é, sem fugir à verdade, não explicar quase nada. No “Parque”, um conjunto de performers-músicos fazem música com esculturas-dispositivos transformando o espaço numa espécie de interior de uma baleia industrial. O altifalante com som de saxofone que, suspenso num pêndulo, baloiça por cima do público é o meu preferido. O espaço, embora amplo, é completamente preenchido pelo som dos vários instrumentos que competem entre si. Sem plateia, os espectadores move-se livremente, aproximando-se dos sons que mais os atraírem no momento. Um bar com bebidas grátis sugere que o “Parque”, afinal, é um espaço de convívio. Concertóinstalaçãóperformance a não perder. É épico. /Nuno Godinho

Direito de resposta

Conforme aqui anunciado, publicamos o texto do Luis Miguel Viana, director da Agência Lusa:

Texto sobre a crónica Eduardo Cintra Torres no Público de 22 de Outubro de 2006, ao abrigo do direito de resposta.

Eduardo Cintra Torres vem, no Público de domingo, tentar ligar duas demissões de cargos na Agência Lusa com a participação do seu director de Informação numa alegada estratégia governamental de controlo dos órgãos de informação. É uma infâmia que, naturalmente, os factos não comprovam.

No caso do editor demissionário de Política, Nuno Simas, já tive oportunidade de dizer ao Conselho de Redacção da Lusa que “Nuno Simas agendou e editou todas as notícias e reportagens que quis. Acolhi também todas as suas propostas de deslocações e de constituição de equipas para trabalhos no país e no estrangeiro”. Acrescentei ainda que “com a sua editoria nunca usei da prerrogativa de ler textos antes de eles irem para a linha, e poderia tê-lo feito”, porque – fique isto bem claro – esse é um direito, e um dever, próprio dos directores de informação.

No caso da demissão do director-adjunto, Rui Moreira, como também já tive oportunidade de dizer ao Conselho de Redacção, nunca tive com ele qualquer incidente, pessoal ou profissional, ao longo de cinco meses de trabalho. Nunca houve sobre o acompanhamento de qualquer matéria, governativa ou outra, qualquer ponto em que não nos tivéssemos posto de acordo. Mas podia ter sido de outro modo, como sabem todos aqueles que trabalham em organizações, sem que isso implicasse necessariamente falta de independência ou de rigor de qualquer das partes.

No que se refere a “marcação de serviços ‘por cima’ dos editores”, não sei, em concreto a que se referem. Seria bom que o explicitassem, que dissessem que trabalhos foram esses, para que o seu interesse jornalístico possa ser avaliado. Não lhes parece?

Em todo o caso seja-me permitido dar um exemplo de uma intervenção recente da direcção da Lusa. O ministro Manuel Pinho tinha afirmado certa manhã em Aveiro o “fim da crise” (o título da nossa notícia foi: “Manuel Pinho anuncia que “a crise acabou”) o que foi acolhido com certa indiferença pela generalidade dos média. Ora, foi devido à intervenção da direcção que a Lusa fez à tarde uma ronda de comentários pela oposição e que relançou o assunto para a dimensão que este veio a adquirir. Jornalismo, nada mais do que jornalismo. Mas mostra bem qual é o nosso lado: o da informação independente. Qualquer outra “guerra” que Eduardo Cintra Torres pretenda arquitectar, colocando-se a si de um lado da trincheira e à Lusa do outro, é da sua inteira responsabilidade e nada tem a ver com os factos nem com o jornalismo que a agência está a praticar.

Dito isto, não vamos dizer que não existiu nas últimas semanas alguma agitação na Lusa. Claro que existiu, como mostram as duas demissões. Mas essa agitação tem a ver com o projecto de reorganização que esta direcção está a pôr em marcha, naturalmente com o seu estilo, que pode não agradar a todos, mas que visivelmente tem mobilizado a grande maioria dos jornalistas. A Lusa só existe para servir os seus clientes e, portanto, tem de funcionar orientada para as suas necessidades, formatos e, ponto sensível, horários. Só sendo úteis – i.e., sendo utilizados – cumprimos o nosso papel.
A Lusa terá de fazer coisas que não fazia, deverá abandonar tarefas que o mercado não acolhe. Com os muitos bons jornalistas que tem irá tornar-se numa agência multimédia, ocupará com outra ambição o seu espaço na Internet. Nem sempre estas transformações se fazem sem dor, nem sempre quem lidera acerta todos os passos (sobretudo quando tem pressa). Há, no entanto, uma coisa de que ninguém na Lusa tem dúvidas: esta direcção está na agência para trabalhar e para fazer jornalismo.

Luís Miguel Viana
Director de Informação da Lusa

Resposta


Direito de resposta.

Já não é a primeira vez que vemos o Paulo Gorjão levantar suspeitas sobre acontecimentos políticos / jornalísticos da vida nacional. Já iniciou diversas micro-causas sobre dois ou três temas. Já publicou, via bloguítica, peças de jornal que procuravam indiciar facto A ou facto B. Fê-lo, sempre, com o intuito divulgativo e de exposição de suspeita. Já, por diversas vezes, lançou acusações e esperou resposta, mesmo que muitas vezes essa resposta nunca viesse.

Recentemente publicou um post sobre um artigo do Eduardo Cintra Torres, no Público, onde ele, Eduardo, ataca a direcção da Lusa e a responsabiliza pelas recentes demissões ocorridas na agência noticiosa. Eduardo Cintra Torres profere acusações graves, não só ao director da Lusa como ao governo (que acusa de ter uma «central de informação» na própria agencia). Texto demolidor.

Paulo Gorjão, como aliás já fizera aquando da nomeação do próprio director Luís Miguel Viana, publica a acusação, mas esquiva-se à resposta. Já na altura da sua nomeação, Luís Miguel Viana tinha escrito aos jornais, ao abrigo do direito de resposta, rebatendo as acusações de que tinha sido alvo e explicando as razões da sua nomeação. Sobre isso nada disse o bloguítica. Sobre o recente episódio, também o director da Lusa veio a terreno expor a sua reacção aos ataques proferidos. Por acaso tivemos acesso à sua resposta, que prontamente enviámos ao bloguítica, para que a publicasse on-line (era, pensámos nós, justo).

Nada aconteceu. Passaram 6 dias.

Decidimos então escrever este texto, expondo a situação. Pensamos, como aliás o próprio Paulo Gorjão, que o direito de resposta é sagrado, e que abandoná-lo é deixar impune a incúria e a má fé. Não podemos pedir para os outros o que não fazemos nós próprios. Temos, ou alguns de nós, a responsabilidade de manter a blogosfera séria. Sabemos que o bloguítica tem responsabilidades bem maiores que as nossas e daí este reparo amigo, não ofensivo. Acreditamos também que este episódio tenha sido uma excepção, motivada por um qualquer esquecimento.

Dito isto, reproduzimos a resposta do director da Lusa, convidando o bloguítica a ou fazer o mesmo ou a linkar-nos. [próximo post]

Agenda

doclisboa Maratona Doclisboa
Aqui tentamos facilitar-vos a vida mas o programa do doclisboa não ajuda a ser selectivo.Por isso propomos mais uma maratona para hoje. Primeiro aprender, na Masterclass "Hidden Treasure: the Wonders of Archives", com Adrian Wood. Depois ver. Às 18h30, “Onze Burros Caem no Estômago Vazio”, de Tiago Pereira e “Cantai Cantigas”, de Cláudia Tomaz, uma viagem à essência portuguesa cristalizada lá para os lados do planalto mirandês. Às 21h, vamos conhecer os patos de "Strip" e já com a barriga a dar horas, ficar para "Our Daily Bread" um passeio indigesto pela agricultura mecanizada e indústria alimentar moderna. Fechamos às 23h ao ritmo de “Lusofonia, a (R)Evolução”, uma espreitadela ao novo fervor multicultural da musica portuguesa. Aguentam-se? /Vera Peneda

ONDE
Culturgest. R. Arco DO Cego, Ed. CGD.217905155
QUANDO
26 Out. a partir das 16h30
QUANTO
2€ por sessão

Happening IMAGO no Left
É a extensão alfacinha do Festival. Ao Left, o IMAGO traz a retrospectiva do colectivo ATMO, com a série "Read My Lips" e o filme "GITMO – New Rules of War”. Na 6ª feira, a rubrica “BD no cinema” mostra “Other Works”, um sortido de pequenos filmes e anúncios dirigidos pelo ilustrador e artista britânico Dave Mckean, como “Lowcraft” e “Reason”. No mesmo dia, “Traktor”, colectivo arrojado, apresenta o seu showcase onde se incluem vídeo-clips, os ilustres separadores MTV, e grandes anúncios publicitários. No sábado, a secção “Stop making sense”, dedicada ao documentário musical, vai exibir "Radiohead – OK Computer" e “The Divine Comedy's Mysterious World”. A festa termina, com a Imago Selectors (DJ Set), a dar festa, cinema e música até às 04h. E depois, só para o ano é que há mais./ Vera Peneda

Provocações

Baseado no programa da RTP "Grandes Portugueses" surgiu-me a seguinte dúvida: Era possível, nos dias de hoje, existir um Marquês de Pombal? Ou seria crucificado por não ligar ao défice?

quarta-feira, outubro 25, 2006

É HOJE

desculpem os berros, mas É HOJE
É HOJE que mais seis-propostas-seis vão ser apresentadas em nova conferência sobre a reforma do sistema eleitoral (para a Assembleia da República). São propostas inovadoras, irreverentes, criativas, imaginativas, desafiadoras, marcantes, decisivas. Vai ser muito bom.
Logo à noite serão apresentadas, discutidas e debatidas as ideias de:

Já sabe, É HOJE, quarta-feira, 25 de Outubro,
pelas 21 horas
na Biblioteca Museu República e Resistência.

Um ano

Um ano a dezoito meses para a transição de poderes... porque as eleições presidenciais são dentro de dois anos!

terça-feira, outubro 24, 2006

Não. E o Sim?


Já há espaço para o Não.

E o Sim? Onde anda. Eu quero associar-me.
Afinal já há alguma coisa a brotar. Aqui já se pode ter a percepção do que pode vir a acontecer.
Eu já me associei. Este é um combate pelo qual me quero bater. Fi-lo, claro, em nome pessoal, embora tenha dado este endereço. É normal que aqui vá escrever sobre o assunto, num futuro próximo.
Não podemos deixar passar esta oportunidade, há que mobilizar, por gente a votar, e a votar SIM.
A ver se acabamos com a hipocrisia de não querer ver o que todos os dias se pratica, a ver se se acaba com a perseguição a quem quer decidir pela sua consciência a sua vida futura, a ver se se acaba com a imposição externa de valores não partilhados, a ver se se acaba com a precaridade das intervenções de vale de escadas, a ver se se permite uma liberdade de escolha, em consciência, a ver se é possivel dar passos sólidos no avanço cultural e civilizacional do país.
Despanalizar a IVG é, apenas, um pequeno passo. Mas é o passo simbólico que permitirá começar a construir uma sociedade mais aberta, tolerante, livre e respeitadora. É daí que se construirá o processo evolutivo que levará à permissão de casamentos entre casais do mesmo sexo, da sua possibilidade de adopção, etc...
Eu voto SIM. E vou fazer campanha por isso.
[uma vez mais, e isto está a tornar-se moda, temos de agradecer à Shyznogud pela referência, e pelo bom trabalho que aqui tem produzido]

Eles já sabem

Eles já sabem:

Presidenciais 2006

Para onde foram os votos do PS?
Pedro Magalhães apresenta um paper na Faculdade de Economia da Universidade Nova amanhã, dia 25 de Outubro pelas 14h, sobre as recentes eleições presidencias de 2006.
O paper está aqui.

4ª Feira

(já sabe, não?)

Recebido


Recebido em espanhol via e-mail. Que coisa esta da globalização. Sem stress, claro que nos associamos.

Octubre, 2006

Querido amigo,
Querida amiga,

Parisa, Iran, Khayrieh, Shamameh, Kobra, Soghra y Fatemeh son siete mujeres iranmes condenadas a morir lapidadas.
Quiza no tengamos mucho tiempo para actuar.
La Repzblica Islamica de Iran trata el adulterio como un delito castigado con la pena de muerte por lapidacisn, violando el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Polmticos, que garantiza el derecho a la vida y prohmbe la tortura.

Parisa, Iran, Khayrieh, Shamameh, Kobra, Soghra y Fatemeh han sido injustamente condenadas a la pena mas cruel, inhumana y degradante, la de la pena de muerte.

Pero azn estamos a tiempo de parar su ejecucisn. Sabemos que podemos contar contigo. No te quedes en silencio.
Gracias por tu apoyo,

Esteban Beltran
Director - Amnistma Internacional

Amnistma Internacional no vende ni comparte los datos que nos proporciones con ninguna entidad u organizacisn: Aviso legal y polmtica de privacidad.
Modificar datos

2006 Amnistma Internacional

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"Art is not the application of a canon of beauty but what the instinct and the brain can conceive beyond any canon. When we love a woman we don't start measuring her limbs." Pablo Picasso
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Vera

[Obrigao Carla pelo e-mail]

Pacheco


Recebemos, recentemente, via e-mail, a informação que o Esplanar, em Maio de 2005, publicou uma série de entrevistas a Luiz Pacheco, em virtude da comemoração dos seus 80 anos.
A entrevista pode ser seguida aqui, aqui (1), aqui (2), aqui (3), aqui (4), aqui (5), aqui (6), aqui (7), aqui (8), aqui (9), aqui (10), aqui (11), aqui (12), aqui (13), aqui (14) e aqui (15).
Grande estrevista, ao Homem que foi para o Largo do Carmo de pijama e sobretudo...
[um muito obrigado à Shyznogud, que nos apontou para o bom trabalho desenvolvido no Esplanar]*
*[de facto Shyznogud - she is not good - é, como poderiamos ter imaginado caso tivessemos olhado para o nome com alguma atenção, uma senhora - como aliás expõe na caixa de comentários. É caso para dizer, à Pacheco, foda-se....]

50 anos



Dizem que foi o fim do sonho, da utopia. Nada disso, foi o início, o inicio do sonho que significava a busca de Liberdade. E esperaram 43 anos...

Há 50 anos confrontava-se o real e o possível.
Há 50 anos o mundo era a Preto e Branco.
Há 50 anos os gritos de liberdade ecoavam em sussurros longínquos.
Hoje ainda se ouvem. Não em Budapeste, ou Praha, ou Moscovo, mas em Pequim, em Teerão, Mecca, Beirute ou Islamabad.
Hoje esses gritos de liberdade ainda não são ouvidos, o Mundo já é a cores, e muitos ainda sonham com a utopia de serem Livres.
Há 50 anos, em prol de uma negociata internacional - a Guerra Fria - o mundo escolheu ser surdo. Hoje, em prol de uma negociata internacional - a Globalização - o mundo ainda escolhe ser surdo.
Até quando?
Até quando teremos de procurar esses sussurros etéreos, por vezes escondidos e envergonhados, quando apenas almejam Ser.
Ser Livre.


segunda-feira, outubro 23, 2006

Plagio?

Programinha?



Já tem programa para esta quarta-feira?
Que tal vir ouvir
sobre o sistema eleitoral para a Assembleia da República?
São propostas loucas, livres e criativas que decerto vão puxar pela nossa imaginação.
Aposto que este era o programinha que estava à espera, para impressionar um date pouco impressionável...

Dos outros


CONFERÊNCIA GULBENKIANQUE VALORES PARA ESTE TEMPO.
25 de Outubro
[10h30] - Conferência Inaugural
[15h00] – Um Mundo em crise
[18h30] – O Fim da história
26 de Outubro
[10h00] – Valores cognitivos: conhecimento científico e filosófico
[15h00] – Valores estéticos: a arte e o seu público
27 de Outubro
[09h30] – Valores éticos e políticos: responsabilidade
Av. De Berna nº45 A 1067-001 Lisboa

Dos outros

IV CONGRESSO HISTÓRICO DE GUIMARÃES

25 de Outubro [19h00]
Três formas de transição do absolutismo para o liberalismo: as Revoluções, as Constituições, e as reformas administrativa e judiciárias (Mouzinho da Silveira)
26 de Outubro a 28 de Outubro
1ª Secção - População, Economia, Sociedade
*Com Alfredo Martín Garcia (Univ. León); Vitor Gomes Teixeira (UCP); José Viriato Capela (Univ. Minho), entre outros
2ª Secção - Ideologias, Politica, Estado
3ª Secção - Revoluções, Expansionismo, Impérios
4ª Secção - História e Geografia das Populações*Com Helena Cristina Ferreira Machado (Univ. Minho); Ana Maria Homem Mello(Gab. Estudos Olisiponenses); José Manuel Perez Garcia (Univ. Vigo), entre outros
5ª Sessão - Arte, Cultura*Com Raquel María Peñín (Univ. León); Anna Maria de Carvalho (PUC - RJ), entre outros
6ª Sessão - Instrução, Direito, Assistência
*Com Thais Nivia de Lima e Fonseca (UFMG); Anastásia Mestrinho Salgado (Fundação Champalimaud), entre outros
*As várias sessões têm debates e apresentações simultâneas.
Av. Afonso Henriques nº 7014810-431 Guimarães

4ª Feira

Como lembrámos aqui, e aqui, o CLDI vai ter nova conferência sobre a reforma do sistema eleitoral (para a Assembleia da República).

Na conferência serão apresentadas, discutidas e debatidas as outras seis propostas recebidas do nosso Call for Papers (sobre a reforma do sistema eleitoral). Na altura divulgámos todas as propostas.

Agora, para os esquecidos, distraidos ou os não informados, repetimos a apresentação:

pelas 21 horas
na Biblioteca Museu República e Resistência.

domingo, outubro 22, 2006

Simultâneo

Benfica x Estrela da Amadora

Real Madrid x Barcelona

Sporting x Porto

Como querem que se veja o telejornal?...

Korea


Jim Morin, 19 de Outubro













Don Wright, 16 Outubro













[parece que a situação está mais calma, mas não queria desperdiçar os bonecos...]

Update Brasil

Nem me preocupo muito. Vi isto, isto e isto. Tudo daqui.

Lula deve de estar tranquilo.

[já agora, porque é que as eleições brasileiras sairam do ar televisivo nacional?...]

Restiling


Esta direita anda mesmo a querer ser sexy, atractiva.
Primeiro foi a banalização do termo «sexy» por um dos seus delfins, António Pires de Lima, que, no seu jeito gozão, inaugurou um discurso estético estranho, para quem julga que a direita está confinada aos bancos de domingo em comunhão com o conservadorismo.
Esta «nova» direita, que renega muito desses valores conservadores, católicos e ultramontanos, apresenta-se fresca, livre, liberal. Como uma novata, prestes a debutar no palco principal da política portuguesa [É verdade que já tem o seu espaço...]. E até vai votar para acabar com a penalização do IVG.
Pois essa direita, ou parte dela, revê-se neste projecto, que louvo como iniciativa assumida. Este projecto, já na sua segunda ou terceira fase (e que se desmultiplica em estações de rádio e outras instituições - estatais por sinal), assume agora que a necessidade de restiling teórico e político tinha também chegado ao seu veículo de comunicação. Esta nova cara tornou bem mais apelativo o contacto. Não lhe chamaria sexy, se bem que isto e isto confundam. Espero que não descurem o conteúdo.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Agenda

Recebido via Le cool
Cinema Vinicius
Monstro mestre Vinicius. Saravá! A antestreia do documentário em jeito de homenagem. Saravá! A vida do poeta que perdura além da vida e sem fronteiras. Vinicius é do mundo. É meu, teu, nosso. Saravá. Sabia-se-lhe a personalidade distraída. Consequência da boa vida? Do temperamento forte. Por saber tanto da vida e da morte? Saravá... Do homem, do amigo, do amante, do perdido e do achado, sabe-se o que vem nas letras. Escritas por ele. Sobre ele. E cantadas por tantos outros. Vinicius de Morais que na verdade muitos achavam melhor chamar-se Vinicius de Moral, renasce no ecrã que abre a Mostra de Cinema Brasileiro no S. Jorge. Chega, pois, de saudade. SARAVÁ! Jane
Conferência Erik Orsenna
O aquecimento global do planeta é uma realidade incontornável. O equilíbrio do ambiente está em perigo, ameaçado, entre muitas outras coisas, pelos oceanos de gestos possantes que ferozmente conquistam as costas. Erik Orsenna, conselheiro de Estado, membro da Academia Francesa e presidente do Conselho Internacional do Mar, é mais que tudo um escritor. Desde criança, teve curiosidade por esta força da natureza, dedicando parte do seu tempo aos segredos de navegação dos portugueses do séc. XV. O Liceu Francês Charles Lepierre e o Instituto Franco-Português convidam-no a dar uma conferência sobre a sua história e relação com o mar. A inscrição é realizada por e-mail ou telefone. Despachem-se, já há muito poucos lugares! /Ana Vinhas
Concerto Mário Laginha Trio
Já perderam um sem número de concertos onde Mário Laginha, com mais ou menos mãos a acompanhá-lo, mostrou o seu génio? Porquê?! Era caro? Era num daqueles sítios em que as roupas roubadas à naftalina não inspiram?! Então venham agora ao Ondajazz e matem toda essa fome. Aqui há sempre música para todos os bolsos e condições. Mário vem acompanhado por dois amigos a quem facilmente qualquer um tira o chapéu. Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria. Não é preciso dizer mais, pois não?! Sobem os três ao palco para improvisar, arriscar e sentir que estão vivos. Fazendo sempre da música um acto de prazer e felicidade. Bis! Bis! /Célia F.
Happening Leituras para a rua
O que vos queremos contar não é que uma nova editora literária chamada Primeiro Exemplar vai lançar o seu primeiro exemplar literário. Apesar de ser bonito. E a ideia também não é fazer-vos saber que a autora do livro é Joana Bértholo, nem que o projecto gráfico é de VivóEusébio ou que as ilustrações são de Daniel Melim. Embora interessante. Nem tão pouco é nossa intenção dar-vos a conhecer o engraçado título da obra (HAVIA, histórias de coisas que havia e de outras que vão havendo), embora gostemos muito dele. Realmente o que queremos divulgar é a originalidade de um evento que de meia em meia hora declamará leituras para a rua, a partir de uma janela de um quarto andar, em pleno Chiado. /Jane
Conferência História do Pão, da Pasta e da Pizza
Esta é uma história surpreendente. Mete um segredo misterioso, uma sociedade secreta de padeiros, belas moçoilas italianas, umas espias do inimigo e outras que só querem ajudar e mostrar o decote. E mete farinha e acção, fermento e loucas perseguições, amor e mozarella, traição e tomate. É a maior loucura que pode acontecer numa cozinha.E quem a sabe contar mesmo bem? Quem? O Marco Bellini é que sabe? Esse também, mas desta vez, é o Prof. Nicola Zambigli que sabe. E vai-nos introduzir nos mistérios da irmandade dos 3 P’s. Pão, Pasta e Pizza! Só vos digo mais isto: os iniciados terão que passar numa misteriosa prova gastronómica! Coragem! Mami

doclisboa Oficina de Cinema com Alain Bergala
Jovem! Se tens entre 15 e 25 anos, guardas na alma uma paixão pela 7ªarte mas não tens experiência, se até tens alguma mas sabes que ainda há muito que aprender, inscreve-te já. Alain Bergala, actor, realizador, ensaísta e professor especialista dos saberes e práticas do cinema, está cá. E vai dar um workshop gratuito para 15 felizardos escolhidos. A ideia é fazer, em plano Lumière, um filme de um minuto. Deves enviar um mini-cv, uma declaração de disponibilidade para os dias 21,22 e 23 e ainda especificar se tens material para entrar em acção (câmara, cassetes mini-dv e tripé). Ah, e perceber quelque-chose de francês. Depois é esperar, a ver se podes ir aprender com um verdadeiro monstro cinematográfico./Jane

quinta-feira, outubro 19, 2006

Rivoli


Editorial de Amílcar de Correia, no Público, retirado do Kontratempos, do Tiago Barbosa Ribeiro, decerto dos melhores blogues actuais.
«Rivoli
A actual Câmara do Porto não sabe o que fazer dos teatros que lhe compete gerir, porque se recusou desde sempre a delinear qualquer política cultural para a cidade. A concessão do Rivoli a privados é apresentada como um acto contabilístico, quando na verdade se trata de um acto político.
Há quinze anos, o problema da cultura no Porto era sobretudo uma questão de hardware: o Teatro Nacional de São João era uma sala abandonada, o Rivoli aspas aspas, o Teatro Carlos Alberto um espaço inóspito e vetusto, os teatros Helena Sá e Costa e Campo Alegre nem sequer existiam e o Sá da Bandeira era ainda o palácio da pornografia na Baixa da cidade. A política cultural dos mandatos de Fernando Gomes - a cargo de Manuela de Melo, e com a colaboração do então ministro da Cultura -, por muitos subsidiodependentes que tenha criado, como diz o actual presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, permitiu renovar algumas daquelas salas e criar uma programação diversificada e mais contemporânea, que teve o seu natural auge no ano de 2001.
O que se passou a seguir, como se sabe, foi o descalabro. Com a vitória da coligação PSD-CDS/PP, Rui Rio entregou a Cultura a Marcelo Mendes Pinto, líder da concelhia dos populares no Porto, o mesmo que antes classificara a candidatura de Rio como pouco entusiasmante. O que resultou daqui foi a criação de uma política paralela, gizada pelo próprio Rui Rio, mais vocacionada para os coretos, as corridas de automóveis antigos, as festas da Rádio Festival ou os concertos anuais no Edifício Transparente, o que esvaziou de todo a programação do Rivoli.
Limitado à dança e a pouco mais, o teatro (renovado a cem por cento por verbas do Estado e de fundos comunitários) foi-se transformando, paulatinamente, numa desinteressante barriga de aluguer. Marcelo Mendes Pinto nem sequer terminou o mandato. E alguém se lembra do nome do senhor que se lhe seguiu? Como agora diz o próprio Mendes Pinto, a anunciada intenção da Câmara do Porto em entregar a gestão daquela sala a uma empresa privada confunde cultura com lazer e é o melhor exemplo da total ausência de estratégia cultural do actual executivo. Seja a sua gestão municipal ou privada, uma instituição como o Rivoli pode assegurar um serviço público de qualidade e a sua programação conciliar públicos de diferentes gostos e tamanhos.
Mas o modelo escolhido por Rio representa a total desresponsabilização da autarquia em matéria de divulgação e produção artística, de formação de públicos e de desenvolvimento cultural da própria cidade. A segunda maior autarquia do país demite-se totalmente da gestão do seu principal teatro municipal, pondo em causa uma série de eventos de prestígio (festivais de cinema fantástico, de marionetas, de jazz, de novo circo ou de teatro ibérico), reduzindo o Porto a uma expressão assumidamente paroquial. A actual câmara não sabe o que fazer dos teatros que lhe compete gerir, porque se recusou desde sempre a delinear qualquer política cultural para a cidade. A concessão do Rivoli a privados é apresentada como um acto contabilístico, quando na verdade se trata de um acto político e preconceituoso, de quem está convencido de que Cultura é sinónimo de esquerda e subsidiodependência. Ironicamente, hoje, o problema da cultura no Porto é uma questão de software.»
Ainda no tema, concludente exposição do Daniel Oliveira (no Arrastão).

Cartoons



Tony Auth, 18 de Outubro

[Rui, parece que a situação está boa, para os democratas...]

Cartoons




Ken Catalino, 18 de Outubro

Nick Anderson, 18 de Outubro

Cartoons


Jeff Danziger, 14 de Outubro

quarta-feira, outubro 18, 2006

Pacheco


Como referido aqui, descobri parte da obra de Luís Pacheco num óptimo programa da 2, verdadeira televisão de serviço pública (ainda hoje, mais um belíssimo programa da «sociedade civil», sobre educação para a cidadania).

Aqui e aqui descobri mais sobre a vida e obra deste polémico escritor e desta excêntrica figura pública.

Da sua vida destaca-se a liberdade, a criatividade e a polémica.
Da sua obra, e pelo que consegui apurar, a polémica O LIBERTINO PASSEIA POR BRAGA, A IDOLÁTRICA, O SEU ESPLENDOR (1970) destaca-se. Pela audácia, pela violência, pelo mexer onde se não deve. (bibliografia aqui).
Sei muito pouco sobre Pacheco, vou ver se encontro mais trabalho dele. Depois digo alguma coisa.

E fui mesmo

Admito que andar a estudar eleições no Estado Novo influenciou.
Admito que sabe bem sair dos arquivos e das bibliotecas e ir ver a «malta da praça» bem vestida e arranjada.
Admito que gostei de ver que nem todos os projecto apenas existem para os institutos que os promovem, e que gostei da interrelação entre a BN, a FCT (que financiava o projecto) e a Universidade (neste caso a FCSH da UNL).
Admito que fui mesmo

Bem metido

Pedido de reflexão do Arre Macho.

Muito bem metido, se bem que o cross over entre a National Geografic e a Playboy seja unidireccional. Da mata para a selva.

terça-feira, outubro 17, 2006

(2-0)

Ainda bem que o Manú não faz parte dos convocados. Ainda precisavamos de ATACAR!!!


P.S. - Por isso é que convocámos o Beto!!!

Postas do dia

A desenvolver mais tarde.

1 - Picante Prós e Contras ontem, na RTP. Verdadeira batalha campal , com um final ácido. Verdadeiro serviço público.

2 - Depois, e já na 2, excelente trabalho sobre o Luis Pacheco, surpreendente pela forma e pelo0 conteudo. Também este verdadeiro serviço público.
[deixo uma pérola do Pacheco que, ao ser perguntado que conselho daria aos que agora estão a começar se saiu com um puta que os pariu singelo. Optima forma de terminar o programa...]

domingo, outubro 15, 2006

Esquecidos, distraidos ou não informados

Como lembrámos aqui, o CLDI vai ter nova conferência sobre a reforma do sistema eleitoral (para a Assembleia da República).
na conferência serão apresentadas, discutidas e debatidas as outras seis propostas recebidas do nosso Call for Papers (sobre a reforma do sistema eleitoral). Na altura divulgámos todas as propostas. Agora, para os esquecidos, distraidos ou os não informados, repetimos a apresentação:


Já sabe, é na quarta-feira, 25 de Outubro, pelas 21 horas na Biblioteca Museu República e Resistência.

Dos outros

IVG em debate:
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
"A Saúde Sexual e Reprodutiva da Mulher"
Lisboa, 16 de Outubro de 2006 - Centro Cultural de Belém

14h30 Sessão de Abertura
Edite Estrela - Presidente da Delegação Socialista Portuguesa no PE; Vice-Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Género; Membro da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar no PE
Jorge Lacão - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
António Correia de Campos - Ministro da Saúde
15h30 Painel - "A Europa e a IVG"
Moderador - Alberto Martins - Líder do Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Assembleia da República
Britta Thomsen - Vice-Presidente da Comissão da Indústria, da Investigação e Energia; Membro da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Género no PE (Dinamarca)
Elza Pais - Presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres
Zita Gurmai - Presidente das Mulheres Socialistas Europeias; Vice-Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Género no PE (Hungria)
Maribel Montaño Requena - Secretária Nacional para a Igualdade do PSOE (Espanha) Comentadora - Manuela Augusto - Presidente do Departamento Nacional das Mulheres do Partido Socialista
Debate
17h00 Painel - "A IVG e a Saúde da Mulher"
Moderador: Manuel dos Santos - Vice Presidente do PE, Membro da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do PE
Albino Aroso - Prémio Nacional de Saúde 2006; Ex-Presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal
Concha Colomer Revuelta - Directora do Observatório da Saúde da Mulher (Espanha)
Jorge Branco - Presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal; Director da Maternidade Alfredo da Costa
Comentadora - Fernanda Câncio - Jornalista
Debate
18h30 Coffee break

19h00 Sessão de Encerramento
José Sócrates - Primeiro-Ministro

sábado, outubro 14, 2006

Vicio

Já não bastava no Natal (quando recebemos presentes bem embrulhados...)

[claro que é para por no modo maniaco... sempre]

Texto central


Recebemos este comentário, relativamente a este e este posts.
Merece, bem, ir para o texto central
[tens de voltar a escrever, Ricardo...]
Eu gostei realmente da entrevista da Filomena Mónica, à excepção da história de não ter lido a Constituição de 76.
Acho que ela tem uma visão muito lúcida da realidade (ou seja, vê as coisas como elas são, e não como deviam ser) do país e mais do que isso, tem a coragem do afirmar. Coragem essa que, como ela própria o diz, provém do bem-estar material. De facto, quando chegamos à idade da Filomena Mónica com segurança financeira e de carreira, podemos dizer tudo.
Se lá chegar, espero poder fazê-lo também.
Quanto ao Rui Ramos:
É um dos historiadores que mais aprecio, embora mais na forma, do que no conteúdo. É, talvez, o historiador português que melhor escreve. Tem coragem para apresentar novas formas de olhar para assuntos que estavam "catalogados", no entanto, leva essa qualidade longe demais transformando-a num defeito. Parece querer rever tudo - tudo o que se disse sobre tudo é obra de marxistas abomináveis e afins. A sua posição política também é demasiado marcada nas suas abordagens.
P.S. - Os programas de História no secundário, pelo menos, no meu tempo, eram claramente influenciados pelas teorias marxistas: as grandes estruturas económicas e sociais imperavam. Não se davam acontecimentos, e raramente se falava em pessoas.Eu sou contra a historiografia marxista em muitos aspectos. Sou por uma história em que acontecem coisas e existem pessoas, e não apenas, de uma história de lutas sociais e balanças económicas.
Ricardo Revez

Lindo!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Foi dificil chegar a casa

Ontem o CLDI foi recebido na Assembleia da República pelo Grupo Parlamentar do PSD.
[report a seguir]
Amavelmente o Dr. Luis Campos Ferreira recebeu os resultados do nosso Call for Papers com interesse e curiosidade. Prometeu seguir as actividades futuras e, inclusive, deixou uma ou outra ideia, inclusive para contar com a sua presença.
Foi uma hora bem agradável.

O pior foi chegar a casa...






Eutanásia

A melhor resposta aos católicos fundamentalistas.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Nós já sabiamos, e vocês?


O Clube «Loja de Ideias» convida a estar presente na sua iniciativa

«que reformas para o sistemas eleitorais português?
Mais seis propostas »

que ocorrerá na
Biblioteca-Museu República e Resistência
(Rua Alberto de Sousa, 10-A à zona B do Rego)
quarta-feira, dia 25 Outubro de 2006, pelas 21.00h.

No âmbito do ciclo sobre a «Reforma do Sistema Político Português», e após termos apresentado a proposta ganhadora da iniciativa do «Call for Papers» na Assembleia da República, o Clube «Loja de Ideias» apresenta a conferência «que reformas para o sistemas eleitorais português? Mais seis propostas»

Este evento apresenta as restantes propostas recebidas no âmbito do «Call for papers» sobre a reforma do sistema eleitoral para a Assembleia da República e tem como objectivo permitir que sejam expostas e discutidas.

A iniciativa contará com a presença dos seguintes conferencistas:

Luís Botelho Ribeiro
António Alvim
Neves Castanho
José Bourdain
Luís Teixeira
Rui Valada


Moderador: Clube «Loja de Ideias»

Debate aberto ao público.


O Clube «Loja de Ideias» apresenta-se como uma iniciativa não partidária e não ideológica e tem como objectivos contribuir para a construção de novos espaços de debate e intervenção política, fora dos círculos institucionais, visando uma melhor e oleada articulação entre a sociedade civil e a sociedade política e partidária. Em suma, interessa-nos a actividade cívica, articulada numa múltipla dimensão social, política e cultural, contribuindo para uma redefinição conceptual do Espaço da Cidade Contemporânea

Contacto:
José Reis Santos
josereissantos@gmail.com

Pai


Hoje recebi um e-mail do meu pai. Foi o primeiro e-mail que recebi dele. Não sei o porquê de o ter recebido agora, porque ainda não o tinha recebido, e o porquê de ter sido um e-mail não escrito e apenas com um anexo.
O anexo é o que está exposto.
Ele representa a minha primeira comunicação familiar intergeracional, entrando assim num todo novo século XXI, no que respeita à relação com o meu pai.
(não sei se sabem, mas até agora o apogeu da nossa relação filial era as duas vezes por mês que nos encontramos na bancada Sapo, piso 0, sector 19, fila s, lugar 4 e 5 , do Estádio da Luz).
Agora comunicamos via mail. E logo no dia que o governo assinou o contracto com o MIT.
Que choque tecnológico...

quarta-feira, outubro 11, 2006

Dos outros


A este vou mesmo. A sério, vou sem dúvida.

Sim, se forem, também, podem me ver por lá.

É que é mesmo a sério. Vou mesmo.

Até porque quero mesmo ir.

É isso, vou!

O Porquê

Será uma mudança sasonal, ou será que algo está mesmo a mudar?

Senhor Ramos


O senhor Ramos pôs o seu segundo programa no ar. E não pára de ganhar pontos. A série «A minha vida...», da RTP, patrocinou a visão, certamente esclarecida, de Adriano Moreira (curto cv aqui e aqui). Que momento televisivo, uma entrevista silenciosa (desta vez o senhor Ramos só ouviu, como sinal de respeito, uma vez que não estava entre pares, como com a senhora Mónica) que se aproximava de uma idílica paisagem de Mar, enquadrado num misterioso sino revelador (ou seria esta sineta? é que o resto da paisagem confere - o pátio, o mar, o forte, a cadeira, a decadência).
Cínica a imagem do senhor Moreira, agora já com o peso curvado dos anos, sentado numa frágil cadeira no que pareceu ser um forte, daqueles bélicos, lá para os lados da linha de Cascais. Não, o senhor não caiu. Terá o senhor Ramos querido dizer, insinuar, alguma coisa com a imagem? Pois que atrevidote...
Retirámos algumas pérolas:
Nunca tive nenhuma ligação a nenhum grupo político e tal (claro, isso deve de tê-lo ajudado a chegar a Ministro do Ultramar em 1961... )
Salazar estava convencido de que a III guerra mundial estava próxima ( e por isso defende as colónias...)
Portugal está sempre à espera de um salvador, de um Sidónio, [e isto porque] o país viveu sempre segundo uma cadeia de comando. (obedecendo, acrescentamos nós)
Tem de haver valores de referência, pois em política há escolhas a fazer (estranho, e eu que julgava que o senhor Moreira não tinha ligações políticas...)
O Estado é uma invenção cultural
As fronteiras hoje mudaram: a geográfica continua em Espanha, mas a de segurança está na NATO, a económica na UE e a cultural na CPLP (desta gostei).
E depois andava sempre com a ideia que «a roda anda, mas o eixo não anda», sendo que o eixo é a Nação, de longe a palavra mais utilizada na entrevista. Enfim, mais um exercício de restiling político-histórico, onde a memória do professor foi bem tratada, nunca questionado ou desafiado. A ideia era essa. passar a imagem da crise de valores, de Nação, de Portugal, associado à crise global, à necessidade de salvador, de ordem e de obediência. Mais uns pontinhos para o senhor Ramos, que assim se aproxima, se desafio, a bom porto. Esperamos pelo próximo programa, com ansiedade.

Alguns exemplos de malandrice.
1 - O ultramar foi tratado muito ao de leve, valorizou-se que foi o senhor Ministro Moreira que reviu o estatuto do indígena, dizia que pensava sempre nos pretos e nos seus direitos políticos e nas suas condições sociais - eles que tinham muitos direitos. E cá em Portugal? Como era? Era uma abertura política...
2 - Chamou, sem que crítica daí viesse, os movimentos de libertação de terroristas. Bom, em bom rigor era essa a terminologia que o regime utilizava à época, mas claro que hoje é condição moral que permite todas as atrocidades. É como que dissesse «o regime, na altura, já lidava com terroristas…»

3 – no seu CV mostrado no fim do programa, indicam que esteve na Assembleia Constituinte, como que mostrando o seu grande carácter democrático. Pois, é mentira. Esse senhor à altura andava a fazer curriculum no Brasil (como tantos outros) e só volta a Portugal nos finais dos anos 70 (aí sim, para a Assembleia da República, na bancada do CDS).

4 – Já vos contei a história de uma colega minha que queria fazer-lhe a biografia? Tenho de contar. E aquela onde o senhor Moreira, num colóquio sobre Goa, disse que de nada sabia (da invasão) quando na altura era… Ministro do Ultramar!!!
5- para não diserem que não sou construtivo, deixo um elogio funebre, do senhor Moreira, ao tal outro senhor da cadeira, o que acabou por cair...

Pois, e perpetuamos nós almas dessas em homenagens públicas de frequência estimada. Não bastava ter uma Universidade, havia de ter um canal do Estado...

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