quarta-feira, novembro 09, 2005

Excluidos do sistema


Que fazer quando excluímos os nossos compatriotas! Como perceber a sua integração no meio de sociedade que nos envolve? Como acolhe-los no ceio da comunidade?

Talvez sejam estas as perguntas a fazer para o horríveis e tumultuosos acontecimentos de França. A população está descontente, desempregada, desagradada, são muitos "des" para não perceberem que poderia estar a rebentar um problema de revolta. E quando a classe politica trata os ditos excluídos de forma arbitraria e sem respeitar quem não sabe ter tolerância, o conflito surge…

Acusarem os intervenientes, os tais franceses que pelo nome e tom de pele se sentem excluídos da terra á qual pertencem, de escumalha, também não é uma decisão acertada nem tão pouco responsável. Os ditos senhores governantes deveriam ter mais cuidado ao manifestarem opiniões, que suponho eu sejam de índole pessoal.

Contudo nada justifica a corrente de arruaceiros, de vandalismos, que ocorrem noite após noite, porque quem sofre não são os tais membros do governo ou quem poderá empregar os tais ditos “revoltados” do sistema, são as pessoas que trabalham e sofrem tanto ou mais que esses deslocados. São as pessoas que se levantam todos os dias cedo para irem trabalhar para poderem ter um mínimo de conforto de vida, são as pessoas que sofrem tanto com o sistema como esses ditos revoltados.

Tirando a ignorância desses revoltados do sistema, onde esta a responsabilidade dos pais desses revoltados? Onde está a educação cívica e profissional?

Tirando o erro de exclusão e de abandono dos bairros periféricos por parte da sociedade civil e estatal Francesa, estes guetos e influências típicas dos “rapers” dos EUA, fazem-me pensar se nós Portugal também não estaremos a provocar e a esconder o mesmo problema. Jovens que não se identificam com nada do seu país. Jovens que não partilham os mesmos princípios morais e cívicos da sociedade onde vivem, porque nunca ninguém lhes mostrou que isso era importante. A tendência é para olharmos para os tais revoltados, eles é que provocam os problemas. Mas onde está a responsabilidade politica? No caso Francês, tratar pólvora com lume provocou o que agora assistimos.

Espero que em Portugal possamos ter tempo para olhar de novo para estas exclusões e que estas manifestações no estrangeiro, não dêem ideias a quem também em Portugal nada faz. A quem também não partilha das mesmas regras de sociedade para que todos se possam respeitar e ser respeitados…

A ver vamos…

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