[Os sonhos de Einstein. Teatro da Trindade, 4ª a Domingo]
Esta peça musicada, inserida nas comemorações do ano da ciência (ancorados a 2005 em virtude da publicação da teoria da relatividade em 1905), mostra-se muito simpática, muito bem construída e muitíssimo bem interpretada.
Com estreia mundial em Portugal (coisa rara nos dias que correm…), o texto adaptado do original homónimo de Alan Lightman oferece-nos uma imagem de um jovem Einstein enquanto funcionário de departamento de registro de Patentes em Vienna, Áustria. Enquanto confirmava as banalidades científicas que lhe chegavam às mãos (onde muitas vezes ainda corrigia os evidentes defeitos das propostas), o jovem cientista austríaco sonhava. Saia desse mundo banal e cativo onde rotinava a sua existência, mergulhado num trabalho não estimulante, numa relação nada entusiasta, num mundo não seu. Nos sonhos encontrava-se em permanentes viagens, para além do espaço e do tempo, e sempre guiado por uma inspiração corpórea encarnada num corpo de musa. E essa musa, jogando com definições e expectativas, puxava o génio austríaco para perto da sua mais celebre «descoberta»: a teoria da relatividade.
É esta busca que se apresenta musicalizada, como que se esse espaço de sonho, de descoberta e de criatividade, só pudesse existir para lá das fronteiras do comum e do palpável. É no sonho que o nosso protagonista canta, junto da sua inspiração, e atinge, ao longo da peça, o objecto final da sua viagem, essa peça estruturante da ciência moderna.
A peça em si, não procurando arrogantemente espaços que não domina, apresenta-se simples, com boas músicas e boas interpretações (a musica ao vivo é boa, e transmite uma outra dimensão ao espaço cénico), onde as duas horas do espectáculo são vividas numa harmonia equilibrada, passando o tempo relativamente por nós. É, em suma, uma noite bem passada. Bons momentos de humor, boas canções e uma boa história, em crescendo. O Teatro da Trindade, no seguimento do que vem feito nos últimos anos (e saúde-se o Carlos Fragateiro e a sua equipa pelo seu bom trabalho – Catarina outra chapa), apresenta-nos com mais uma obra musicalizada, fora dos trâmites fáceis de La Férias ou de Revistas muito revisteiras e brejas. Mostra-nos que existem bons actores/cantores no nosso país (quase todo o elenco provem do conservatório), que se pode dispersar cenicamente por temas diversos (nem tudo tem de ser super intelectualizado) e que se pode trabalhar não para a crítica, não para os sponsors oficiais do Estado, não para os seus amigos, mas (também) para um público que gosta de sair e de ir ao Teatro. Eu gostei. Foram duas horas bem passadas.
Riso. Ahahahah. Já chega…
[Música e Letras: Joshua Rosenblum; Argumento e Letras: Joanne Sydney Lessner; Baseado no romance de Alan Lightman; Encenação: Cláudio Hochman; Versão Portuguesa: César Viana; Direcção Musical: Francisco Cardoso Movimento, Jean Paul Bucchieri; Cenografia: José Manuel Castanheira; Figurinos: Rafaela Mapril; Vídeo: Laboratório Multimédia do Teatro da Trindade; Design Gráfico e Fotografia: Clementina Cabral; Interpretação: Alexandra Filipe, Isabel Campelo, Margarida Marecos, Mário Redondo, Miguel Coelho, Paulo Carrilho, Pessoa Júnior, Sara Belo e Sílvia Filipe; Produção: Teatro da Trindade/INATEL 2005; Os comissários e criadores originais: Brian Schwartz e Linda Merman, The Graduate Center of the City University of New York]
Esta peça musicada, inserida nas comemorações do ano da ciência (ancorados a 2005 em virtude da publicação da teoria da relatividade em 1905), mostra-se muito simpática, muito bem construída e muitíssimo bem interpretada.
Com estreia mundial em Portugal (coisa rara nos dias que correm…), o texto adaptado do original homónimo de Alan Lightman oferece-nos uma imagem de um jovem Einstein enquanto funcionário de departamento de registro de Patentes em Vienna, Áustria. Enquanto confirmava as banalidades científicas que lhe chegavam às mãos (onde muitas vezes ainda corrigia os evidentes defeitos das propostas), o jovem cientista austríaco sonhava. Saia desse mundo banal e cativo onde rotinava a sua existência, mergulhado num trabalho não estimulante, numa relação nada entusiasta, num mundo não seu. Nos sonhos encontrava-se em permanentes viagens, para além do espaço e do tempo, e sempre guiado por uma inspiração corpórea encarnada num corpo de musa. E essa musa, jogando com definições e expectativas, puxava o génio austríaco para perto da sua mais celebre «descoberta»: a teoria da relatividade.
É esta busca que se apresenta musicalizada, como que se esse espaço de sonho, de descoberta e de criatividade, só pudesse existir para lá das fronteiras do comum e do palpável. É no sonho que o nosso protagonista canta, junto da sua inspiração, e atinge, ao longo da peça, o objecto final da sua viagem, essa peça estruturante da ciência moderna.
A peça em si, não procurando arrogantemente espaços que não domina, apresenta-se simples, com boas músicas e boas interpretações (a musica ao vivo é boa, e transmite uma outra dimensão ao espaço cénico), onde as duas horas do espectáculo são vividas numa harmonia equilibrada, passando o tempo relativamente por nós. É, em suma, uma noite bem passada. Bons momentos de humor, boas canções e uma boa história, em crescendo. O Teatro da Trindade, no seguimento do que vem feito nos últimos anos (e saúde-se o Carlos Fragateiro e a sua equipa pelo seu bom trabalho – Catarina outra chapa), apresenta-nos com mais uma obra musicalizada, fora dos trâmites fáceis de La Férias ou de Revistas muito revisteiras e brejas. Mostra-nos que existem bons actores/cantores no nosso país (quase todo o elenco provem do conservatório), que se pode dispersar cenicamente por temas diversos (nem tudo tem de ser super intelectualizado) e que se pode trabalhar não para a crítica, não para os sponsors oficiais do Estado, não para os seus amigos, mas (também) para um público que gosta de sair e de ir ao Teatro. Eu gostei. Foram duas horas bem passadas.
Riso. Ahahahah. Já chega…
[Música e Letras: Joshua Rosenblum; Argumento e Letras: Joanne Sydney Lessner; Baseado no romance de Alan Lightman; Encenação: Cláudio Hochman; Versão Portuguesa: César Viana; Direcção Musical: Francisco Cardoso Movimento, Jean Paul Bucchieri; Cenografia: José Manuel Castanheira; Figurinos: Rafaela Mapril; Vídeo: Laboratório Multimédia do Teatro da Trindade; Design Gráfico e Fotografia: Clementina Cabral; Interpretação: Alexandra Filipe, Isabel Campelo, Margarida Marecos, Mário Redondo, Miguel Coelho, Paulo Carrilho, Pessoa Júnior, Sara Belo e Sílvia Filipe; Produção: Teatro da Trindade/INATEL 2005; Os comissários e criadores originais: Brian Schwartz e Linda Merman, The Graduate Center of the City University of New York]
Preços 4ª e 5ª feira: Plateia Móvel 12.00€; 1ª Plateia 12.00€; 2ªPlateia 12.00€; 1º Balcão Central 12.00€;1º Balcão Lateral 7.00€; 2º Balcão 7.00€. Preço 6ª feira, Sábado e Domingo; Plateia Móvel 15.00€; 1ª Plateia 15.00€; 2ªPlateia 15.00€; 1º Balcão Central 15.00€; 1º Balcão Lateral 10.00€; 2º Balcão 10.00€
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