segunda-feira, novembro 21, 2005

Pontos de Cultura

Hoje irei inaugurar uma nova coluna, chamada «pontos de Cultura». Nela procurarei dar a minha opinião acerca de algum espectáculo ou iniciativa cultural que tenha assistido recentemente.

É óbvio se assume «Cultura» na sua concepção mais universal e lata, abrangendo toda e qualquer produção criativa com o intuito de existência. Neste sentido, poderei falar de artes, de movimentos culturais, colóquios, conferencias, jogos de futebol, bares de strip, etc. O ponto é que se fale, que se exteriorize, sobre uma experiência que tenha considerado por cultural.

E começarei por vos relatar acerca de uns tipos islandeses que tive o privilégio de estar com por um par de horas. Estes tipos, quatro, com quem já tinha estado, são facilmente descritos por superlativos. Do género: FANTASTICOS, INACREDITÁVEIS, ANGELICAIS, EXTRA ORDINÀRIOS; numa palavra, SUBLIMES.

Refiro-me, caso ainda não tenham apanhado, aos Sigur Rós.

O episódio relatado refere-se ao inacreditável concerto do Coliseu. Duas horas de intimidade com os céus. Duas horas de comunhão com essa Alma boreal que transportam estes tipos islandeses. Duas horas de infinitos orgasmos colectivos, manipulados pela musicalidade e orquestração de quem toca notas e tons como quem nos massaja mentalmente. Duas horas de massagens.

Hoje Lisboa foi presenteada com mais uma noite mágica, daquelas que só as grandes cidades podem ter. Como em tantas outras noites de explosão criativa, estes quatro rapazes, muito bem acompanhados por quatro fiéis acompanhantes femininas – que nos presentearam com uma primeira parte fabulosa –, transformaram a atmosfera pesada da capital, a sua chuva incessante, numa osmose estranha e sentida entre mensagens de outros mundos (os Sigur Rós cantam numa língua por eles inventada) e uma colectividade lusa sincera. Foi incrível a despedida, nem uma palavra ao público. Só palmas.

Gostei.

JRS

Próximos pontos: [1] «Os sonhos de Einstein», no Teatro da Trindade; [2] «AntecipArte2005», na Estufa-fria; e [3] «A Arte contemporânea e os seus públicos», conferencia na Estufa-fria, domingo, 20.

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