Reagindo a quente sobre a demissão de Campos e Cunha do cargo do Ministro de Estado e das Finanças, muitos pensarão que isto é um enorme tiro no pé.
Primeiro, tendo em vista o artigo de Luis Campos e Cunha (LCC) no Público do último fim-de-semana, assim como as cada vez mais visíveis divergências dentro do Governo sobre a Ota e o TGV, não se consegue deixar de pensar que LCC foi despedido pelo Primeiro-Ministro.
E pelos vistos é nisso que os jornais vão pegar...
Tal representa, em termos internos e externos, uma péssima imagem do Governo e faz-nos lembrar os tempos idos do "calhau com gel".
Em termos internos, um Ministro de Estado e das Finanças que apresenta a demissão 4 meses depois de tomar posse, é algo que denota uma crise de enormes proporções. Poderemos nós estar a voltar ao tempo em que os ministros se demitiam mês a mês?
Em termos externos, o facto do Ministro que apresentou, e deu a cara, pelo Programa de Estabilidade em Bruxelas, que foi ironicamente aprovado hoje, ser demitido, não pode deixar de criar grandes reservas à UE, acerca da capacidade de Portugal cumprir aquilo que prometeu.
Contudo...
Sejamos honestos, LCC tinha uma visão muito ortodoxa, e nalguns aspectos neo-liberal, sobre as finaças públicas. Algo que pessoalmente eu discordava em absoluto. Eu defendo a abordagem keynesiana, em que o Estado deve ser, em tempos de crise, o motor da economia, através do aumento do investimento público.
Se juntarmos a isto, as notícias que tinha vindo a lume sobre as propostas de privatizar as funções sociais do Estado...digamos que rapidamente estava a tentar descobrir em que medida LCC era socialista.
Se Teixeira dos Santos vier alterar as políticas de LCC, dando-lhe um cunho keynesiano, social e socialista, então esta alteração terá vindo em boa hora.
Se o objectivo desta substituição, for passar a imagem de que tudo fica como dantes, então isto é verdadeiramente um tiro no pé, na medida em as pessoas não compreenderão a razão da demissão de LCC.
Não nos iludamos, sendo verdade ou não, isto passou na comunicação social a ser a demissão de LCC pelo PM.
Neste cenário, as eleições presidenciais acabam de ganhar uma ainda maior importância. Porque acabamos de dar ao "Encoberto" (original de Rui Ramos) um primeiro sinal de instabilidade governativa que poderá justificar a dissolução parlamentar.
Daqui a alguns dias poderemos ter uma melhor imagem sobre isto
Primeiro, tendo em vista o artigo de Luis Campos e Cunha (LCC) no Público do último fim-de-semana, assim como as cada vez mais visíveis divergências dentro do Governo sobre a Ota e o TGV, não se consegue deixar de pensar que LCC foi despedido pelo Primeiro-Ministro.
E pelos vistos é nisso que os jornais vão pegar...
Tal representa, em termos internos e externos, uma péssima imagem do Governo e faz-nos lembrar os tempos idos do "calhau com gel".
Em termos internos, um Ministro de Estado e das Finanças que apresenta a demissão 4 meses depois de tomar posse, é algo que denota uma crise de enormes proporções. Poderemos nós estar a voltar ao tempo em que os ministros se demitiam mês a mês?
Em termos externos, o facto do Ministro que apresentou, e deu a cara, pelo Programa de Estabilidade em Bruxelas, que foi ironicamente aprovado hoje, ser demitido, não pode deixar de criar grandes reservas à UE, acerca da capacidade de Portugal cumprir aquilo que prometeu.
Contudo...
Sejamos honestos, LCC tinha uma visão muito ortodoxa, e nalguns aspectos neo-liberal, sobre as finaças públicas. Algo que pessoalmente eu discordava em absoluto. Eu defendo a abordagem keynesiana, em que o Estado deve ser, em tempos de crise, o motor da economia, através do aumento do investimento público.
Se juntarmos a isto, as notícias que tinha vindo a lume sobre as propostas de privatizar as funções sociais do Estado...digamos que rapidamente estava a tentar descobrir em que medida LCC era socialista.
Se Teixeira dos Santos vier alterar as políticas de LCC, dando-lhe um cunho keynesiano, social e socialista, então esta alteração terá vindo em boa hora.
Se o objectivo desta substituição, for passar a imagem de que tudo fica como dantes, então isto é verdadeiramente um tiro no pé, na medida em as pessoas não compreenderão a razão da demissão de LCC.
Não nos iludamos, sendo verdade ou não, isto passou na comunicação social a ser a demissão de LCC pelo PM.
Neste cenário, as eleições presidenciais acabam de ganhar uma ainda maior importância. Porque acabamos de dar ao "Encoberto" (original de Rui Ramos) um primeiro sinal de instabilidade governativa que poderá justificar a dissolução parlamentar.
Daqui a alguns dias poderemos ter uma melhor imagem sobre isto
1 comentário:
Viva!
Conseguiria concordar com o que aqui se escreve se as medidas "keynesianas" apontadas até ao momento fossem credíveis e aparentassem resultar de um trabalho sólido. Ora as declarações de hoje do ministro das Obras Públicas foram desastrosas para essa creddibilidade e para o necessário dinamismo intervencionista revelando um total amadorismo na acção governativa. Nada é seguro e determinado, nada se revela assente numa estratégia clara e bem argumentada. O que hoje é dito amanhã já é apresentado como um cenário difuso. Com esta situação a saída de Campos e Cunha (que nunca se afastou daquilo que sempre defendeu publicamente de forma clara) vejo é a perda de um pilar fundamental que poderia sustentar o mix político necessário: credibilidade e acção na reforma do Estado (garantidas pelas finanças) e um rumo intervencionista ao nível do investimento.
As declarações hipócritas de apoio de Jorge Coelho só vêm reforçar os piores augúrios.
Parabéns pela iniciativa.
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