domingo, setembro 30, 2007

Forum Culural para a Europa

Souberam disto?

Azia

Claro que assino...



Esta petição de apoio aos manifestantes contra a ditadura birmanesa.

Eu que nem sou de falar de futebol.

Parece que andamos a comprar penalties na loja errada... Quanto valerá um penalty assinalado a favor do Benfica na superliga?
[e aquela mão que o fiscal quis assinalar ao Katsoranis... por favor... bem fez o Pedro Henriques em mandar passear o fiscal...]

sábado, setembro 29, 2007

resultado


Luis filipe Meneses - 20.701 [55%]

Luis Marques Mendes - 16.334 [45%]

Total de votantes - 37.035

Para um universo de cerca de 60.000 eleitores, representa 61%. Bom, muito bom.
Parabéns à equipa de Luis Filipe Meneses.

Meneses

Primeiro apoio a Meneses - entrevista em directo ás 2 da manhã, logo depois da intervenção de Meneses, a... Isaltino Morais. Aposto que foi ele que telefonou para a Sic.
Amanhã teremos Majores e capitães em fila...

Ribau


Nova vedeta social democrata. Decorem: Ribau Esteves.

Tipo muito bom, bem preparado, raciocinio rápido, demagogia pura. Um bom valor do novo ciclo. Presidente da Câmara, como convém.
Ganda noía.

Granda noia...


Então não é que o Mendes conseguiu perder a liderança do PSD?

Isto não são boas notícias para o PS (acho), nem para a democracia portuguesa.

Que venha daí essa demagogia...

sexta-feira, setembro 28, 2007

28 de Setembro



Data histórica. Em 1974 ajudou a definir o País. Foi travada uma spinolada. (dizem)
Data histórica. 28 de Setembro de 2007. Eleições no PPD / PSD. Haverá novo demagogo travado? Ou o triunfo sorrirá aos reacionários contra-poder?
(e quem é quem, nesta verdadeira ópera bufa?)

Mapas

1. Já já viram este video?


É a miss Carolina do Sul no concurso Miss Teen USA 2007. Já viram este video mais de 16 milhões de pessoas. (coitada da tipa...).
Bom... mas vejam o que ela responde.

2. Não sei se foi como resposta, mas cheguei recentemente ao contacto com este extraordinário jogo online, de Tetris meets Geography. Vejam a Europa, depois digam-me se também partilham a preocupação pela falta de mapas...

quinta-feira, setembro 27, 2007

ONE Vote '08

Help improve the World

No Comments



P.S. - Chamada de atenção feita por Pedro Ribeiro.

Santana em grande...

Ontem perdi em directo. Hoje já anda por todo o lado. A entrevista do ano, aquela em que Pedro Santana Lopes desanca a Sic-not.
Ainda se fosse para cortar para um atentado a Paris? ou para um golpe de Estado em Madrid? Agora Mourinho a aterrar na Portela...
Resposta de Santana 5 estrelas. «Está tudo doido». E o mais grave é a Sic não entender isso.
Na resposta que divulgou sobre o incidente, diz:
Bem sei que o «José» possivelmente ganharia qualquer lugar electivo a que se candidatasse, que podia ser presidente do PSD só por se inscrever no partido. Agora o que se fez a PSL, que recorde-se é deputado eleito, e ex-PM português, é denunciador do estado da alma do país. E falamos do mais conceituado órgão de comunicação cá do burgo...
Ficam as provas:

A Universidade do futuro


Dois pontos do excelente texto do Miguel Vale de Almeida, sobre o futuro da Universidade em Portugal.

É um tema complicado e complexo, que merece uma reflexão mais atenta. Deixo um abraço solidário ao Miguel Vale de Almeida (que não conheço) sobretudo por partilhar do medo estatístico que invade, hoje, muito do discurso educativo.

Um tema a regressar.

3. Apesar de ter horror a soar a velho do Restelo (e logo do Restelo...), a universidade que vejo esvair-se agora não me dá saudades da universidade de "antigamente". Dá-me saudades de outra universidade. Saudades de futuro. Em breve não contará para nada o desejo ou a vocação, sentidos há 20 e tal anos atrás, de ser cientista, de investigar e publicar, de o fazer com preocupação de utilidade social, de educar e formar pessoas com desejo de conhecimento, racionalidade, crítica, criatividade... Em breve seremos funcionários de administração, pequeno-gestores de uma máquina de resultados orçamentais. Conteúdos? Baah... Obedeceremos às "personalidades da vida activa e empresarial" que constituirão cada vez mais os conselhos consultivos, os boards das fundações, os comités de avaliação...

A caminho do abismo


Interessante texto do Ricardo Costa, director de informação da SIC:




Devo admitir que não fui dos primeiros defensores das directas no PS. Pensei mesmo que era um processo apagado, que potenciava «eleições iraquianas» (as tais dos 90 e tal por cento) ou candidatos únicos. Esta impressão durou até às eleições do PS em 2005. Aí o modelo provou-se eficaz, dinâmico e atractivo. «Fez» um primeiro-ministro. E agora todos querem provar do elan que Sócrates produziu a seguir à sua eleição.

O problema é que, apesar de ser o mesmo modelo, o sistema e os homens são bem diferentes. A máquina do PS não é assim tão diferente da do PSD. As questões processuais, as quotas, também se poderiam ter colocado em 2005. A diferença foi que os candidatos quiseram discutir política, Ideias, Projectos. Foi sobre esse compromisso que se realizaram os mais interessantes debates políticos da última década.

O PSD quer discutir influencia, caciquismo, baixarias. A máquina do PS entendeu o que tinha de ser aquele combate, e depois da eleição, todos juntos na governação de Portugal (vejam-se os hoje ministros que apoiaram Alegre, por exemplo...). A máquina do PSD, com estranhos traços de falta de cultura democrática, entretém-se numa atitude antropofágica que nada prestigia o partido que Magalhães Mota, Sá Carneiro e Pinto Balsemão criaram.

O que impressiona é que esta nem é uma acção que espanta. Só confirma.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Joaquim Jorge Magalhães Mota (1935- 2007 )

Morreu mais um Pai da Democracia Portuguesa.
Joaquim Jorge Magalhães Mota (1935- 2007 )
Advogado e político português, natural de Santarém. Formou-se em Direito na universidade de Lisboa. Foi deputado à Assembleia Nacional em 1969 e à Assembleia da República (I,II e III legislaturas). Fundou o grupo parlamentar do PPD/PSD, foi membro da comissão política, Secretário-geral e presidente do partido. Foi ministro no pós-25 de Abril e fundou a ASDI (Acção Social Democrática Independente). Posteriormente afastou-se da cena política.

EUA 2008


Assim está o caso no lado democrata.

terça-feira, setembro 25, 2007

Conferência "O estudo dos objectos de marfim pré-históricos: O estado da arte"

Conferência "O estudo dos objectos de marfim pré-históricos: O estado da arte" no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, dia 2 de Outubro de 2007, pelas 18,00 horasVai ter lugar no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, no próximo dia 2 de Outubro de 2007, pelas 18,00 horas, a Conferência "O estudo dos objectos de marfim pré-históricos: O estado da arte". Serão apresentadas duas comunicações: "A investigação espectroscópica dos objectos arqueológicos de marfim" (Spectroscopic investigation of archaeological ivory objects), por Arun Banerjee (Instituto de Geologia, Universidade de Mainz, Alemanha) e "Origem, manufactura e troca de marfim na Península Ibérica durante o Calcolítico e Idade do Bronze Inicial" (Origin, manufacture and exchange of ivory in the Chalcolithic and Early Bronze Age of Iberian Peninsula) por Thomas Schumacher (Instituto Arqueológico Alemão, Madrid).Entrada livre!Museu Nacional de ArqueologiaPraça do Império - 1400-206 LisboaTel.: 21 3620000Fax.: 21 3620016E-mail: info@mnarqueologia-ipmuseus.ptInformações adicionais em: www.mnarqueologia-ipmuseus.pt (agenda futura)

Implosão, Explosão, Reflexão


O último artigo de Manuel Maria Carrilho, sobre a implosão dos partidos políticos em Portugal está a motivar algum debate.

Aqui tem sido com frequência que escrevemos sobre o estado actual dos partidos políticos, da sociedade civil e da democracia. Preocupa-nos que exista uma grande distância entre a sociedade civil e a sociedade política, o que também preocupa Carrilho, e atinge especial atenção perceber as razões dessas distâncias e as causas do seu aprofundamento. Aí não temos discussão com Carrilho.

Onde temos é na operacionalização dos conceitos. Acredito que o «combate» se deve fazer na rua, nos partidos, nas associações civis, nos movimentos sociais. Acredito ainda que se deve aproveitar as oportunidades de poder fazer a diferença. É o que procuro fazer nos diversos projectos onde me envolvo. Foi o que fiz no referendo do Aborto.

Então Carrilho não teve oportunidades? Esquecemos que liderou uma campanha à autarquia mais visível do país? Esquece que é deputado eleito? E que contributo daí retira? Se alguma coisa contribuiu para que o fosso se acentuasse, com a sua relação pedante com os militantes do PS (que não são todos maus), com a péssima gestão da campanha e com a azia da derrota (que culpa em todos menos nele próprio).

Podemos, então, pensar que Carrilho escreve a denunciar-se. Fica o registo intelectual de quem gosta de pensar as coisas. Partilhamos, já o dissemos, com muito do diagnostico. Não concordamos com a análise pueril, revanchista e pedante com que o «professor» nos brinda no artigo, postando-se mais uma vez à visão picuinhas, invejosa e maldizente.

Assim, sai-lhe o tiro pela culatra, pois em vez de contribui para que esse espaço branco entre os partidos e a sociedade civil, que julgamos existir, contribui para o desprestígio e degeneração do sistema partidário em Portugal. Tudo para poder vir, do alto da cátedra moral que ocupa à algum tempo, dizer «Eu bem vos dizia»…

Senhor Carrilho por aqui não se procura só dizer. Procura-se fazer

Pergunta do dia



Pergunta do dia:
Como quer um partido que não consegue organizar um processo eleitoral interno governar o país?

Implosão, Explosão, Reflexão




Viram o último artido do Manuel Maria Carrilho? [O artigo completo pode ser visto aqui.]


Alguns excertos:




É certo que é fácil criticar os partidos - mas é imperioso reconhecer que isso acontece porque eles estão mesmo mal! Com uma indiferença que talvez encontre justificação no lastro salazarista que fez dos partidos uma variante do "mal absoluto", temos assistido quase sem reagir à sua contínua degradação, processo de que as intercalares de Lisboa foram uma triste confirmação.


Porque a implosão está perto: ela apenas depende do agravamento de dois factores: por um lado, da ilusão que os independentes podem representar de um modo mais genuíno a sociedade civil na vida democrática. E, por outro lado, do bloqueador vazio que se vive no interior dos partidos, que se tornaram cada vez mais em organizações de eleitos sobretudo preocupados com a eleição seguinte.


Portugal está assim, três décadas depois do 25 de Abril, refém de uma poderosa tenaz política, entalado entre partidos profundamente esclerosados e uns ocasionais ímpetos independentistas, sem verdadeira coerência ou consistência.

É pois urgente agir para melhorar a nossa democracia, e só há uma via: a de requalificar os próprios partidos, fazendo deles organizações mais pluralistas, mais transparentes e mais informais. Em suma, mais atractivas para quem se queira dedicar (em exclusivo ou em paralelo com as suas carreiras profissionais) à vida pública.




Algumas perguntas ao Dr. Manuel Maria Carrilho :

1. Porque é que no PS não procura lutar pelo que acredita. Não somente com artigos de jornais, mas também no dia-a-dia da vida do partido. (Eu sou Comissário Político Concelhio em Lisboa, e enquanto foi vereador não o via com frequência nas Comissões Políticas Concelhias)
2. Será este mau estar de agora? Penso que não. E assim sendo, porque é que não fez nada quando teve responsabilidades? (quando foi Ministro, ou candidato à CML?)
3. Porque não saí do PS e forma um outro partido?

segunda-feira, setembro 24, 2007

Carlitos way

Sem stress e sem pressas o Carlos Manuel Castro já tem uma nova tenda. Sabia que para ele seria dificil deixar de escrever. A questão seria onde e com quem. Decidiu aventurar-se a sós, e daqui tem todo o nosso apoio. O importante é continuar a lê-lo, a concordar, a desatinar, a chamar a atenção para isto ou para aquilo. Sugerir a reflexão, o pensamento mais elaborado, ou o breve comentário à notícia passageira.
Nesta há-de ter sempre conta, e nestes primeiros dias até lhe damos algum desconto, que fiado só com o campeonato do benfas.
Grande abraço, Carlos, espero por essa Palavra Aberta com que nos prometes receber.

PSD


Das melhores definições que tenho visto do que é, hoje, a liderança Mendista do PSD.

Veio da pena de Pacheco Pereira, em artigo de declaração de voto em... Marques Mendes.

A ler aqui.
Pacheco Pereira, "PSD: UMA ESCOLHA SEM AMBIGUIDADES", in Público de 22 de Setembro de 2007

domingo, setembro 23, 2007

SexExtasy.


O trabalho preparado para o jornal da uma na RTP 1 sobre o SexExtasy veio comprovar que quando se quer também é possível se produzir bom jornalismo, em reportagens ou em notícias.

Parece que a ultima moda da noite, de algumas noites, é a mistura de Extasy com Viagra, num cocktail explosivo que procura aliar a desinibição do Extasy com o performance enhancer do Viagra. Claro que a dose necessita de sol, período da noite onde a festa realmente começa. Até lá, que se entretenham com álcool, cocaína e umas pastilhas.

Ainda me lembro quando sair era um processo social, colectivo, onde os grupos deambulavam na noite em quotidianos tribais, vagueando de bar em bar, em noites curtas de cerveja e ganza. Também me lembro do boom nocturno do início dos anos 90, quando o Excasy rebentou com a noite de Lisboa. As festas do Alcântara, do Kremlin, o culto dos DJ’s, os after no Jardim Constantino, no Garaje (mais tarde), os pequenos-almoços no miradouro da Graça, ou num belo bar na praia. Depois veio o consumo massivo, as festas – as privadas e a públicas -, o deboche, o abuso. O que era a experiência tornara-se a rotina.
Mas nada existia. Era uma vivência etérea, uma perpetuação do mito da eterna juventude, quando a invencibilidade é palpável e confirmada dia após dia com a história fresca da noite passada. No dia seguinte já não existia. Nunca existira.

Estive nessas noites, de cartão VIP (mas não tanto), entrada assegurada, quotas pagas e lugar à porta. Vivíamos em Tóquio, com horários inversos, onde tudo se passava entre as 4 e as 10 da manhã. Havia pessoal que ficava em casa a dormir, acordava pelas 4, para estar nos sítios pelas 5, num ritual estranho e perverso.
Havia quem acumulasse noites na noite. Até às 3 noite de Bairro, depois noite do social, e no fim noite de rave. As drogas, os líquidos, as gentes adaptavam-se aos sítios, às horas, às mokas. Era o pico da noite individual, rodava grupos e ambientes. Havia muito que explorar, onde ir, ir ver e ser visto, pertencer a uma cultura que colocava Lisboa no centro das rotas noctívagas europeias e mundiais.
Nesta altura abriu o Lux. E tudo o que havia melhorou. Ficou concentrado e elevou a fasquia. Mas a noite já não era notícia. A multidão era repetida. A imagem do Shining, quando o Jack Nicholson dança numa sala espelhada, cheia e confortável, só para ver, quanto procura o reflexo dos espelhos, que está sozinho num recinto frio, é mais séria que imaginada. É uma imagem forte. E um confronto intenso, que permite baixar os níveis, descansar e inscrever uma interessante reflexão sobre o que é, para nós, o Real. E onde nos interessa interferir.

Deixara de fazer sentido a correria, o não perder nada, o estar em todas. Qualidade em, detrimento da quantidade. Falar e ouvir. Trocar uma ideia. Ser intelectual. Não no sentido pedante do termo, mas na medida em que interessa o intelecto, o pensamento, a filosofia, a cultura. É uma outra noite. É a noite dos jantares em casa, das saídas curtas, do regresso ao Bairro, agora com apêndices novos, como a Bica. É o regresso à bela da ganza (que não fumo) e da jola. Da tranquilidade. É «fumar unzinho e ouvir Coltrane, não faço mais isso mas entendo muito bem» (Legião Urbana, Leila). É falar de política, de trabalho, de projectos, de futuro. É saber que existo para além de hoje.

Entendo bem o SexExtasy. Been there, done that. Mas já não lá estou.
Óptima reportagem / notícia (faltou a opinião de um sociólogo…)

Ficámos sem pio


Morreu Marcel Marceau. Tinha 84 anos.

sábado, setembro 22, 2007

Porto


Parece que as coisas no Porto não andam a correr bem...
O que aqui o Tiago Barbosa Ribeiro tem relatado é não só preocupante como decisivo na definição do que hoje devem ser as nossas cidades. Se o Porto não consegue cativar a sua elite cultural, em especial por razões burocrático-políticas, então como poderemos almejar o tão necessário aperfeiçoamento colectivo que ambicionamos? Não é decerto em centros comerciais que nos tornamos «europeus» ou «cidadãos activos»; ou na ribeira a ver aviões a passar.
Tiago, parece que por Lisboa as coisas estão melhorezitas. A sociedade civil tem mostrado um dinamismo interessante, com vários novos projectos a aparecerem (de entre eles o do Clube «Loja de Ideias»). Vamos agora ver como vão ser construídas as novas relações com a recém eleita CML. Eu tenho esperança que, dentro de poucos anos, possamos ter em Lisboa uma cidade de orgulho.

Redescoberta.


Já por lá tinha passado, mas regressei por indicação do Luís Aguiar Santos, d'O Amigo do Povo (que já não frequento com a assiduidade que fazia quando por lá estava o Fernando Martins). Refiro-me ao excelente blogue que é o Portugal Contemporâneo.
As (sete) postas em causa são do Pedro Arroja, e versam essencialmente sobre a vida académica, comparando a (triste) realidade lusa com experiências adquiridas por terras canadianas ou finlandesas. De muita qualidade, as considerações do Pedro Arroja, a necessitarem da Loja alguma reflexão para um futuro próximo. Um tema muito actual e pertinente, sem dúvida.
Vejam e digam se não tenho razão...

sexta-feira, setembro 21, 2007

António José Seguro


Parece que o século XXI está finalmente a chegar à Assembleia da República.

Primeiro foi Jorge Seguro Sanches, do PS a ter páginas online. Agora estreou-se António José Seguro, com uma excelente página, onde inova - mais uma vez - com seu registo de interesses e folha de presenças. O ex-líder da JS volta a estar na vanguarda do debate e da prática política em Portugal, depois do trabalho decisivo que produzio para a reforma do Parlamento. É, sem dúvida, um valor de presente e de futuro, e vem provar que nos partidos há quem desenvolva trabalho de primeira qualidade e alimenta a tal cultura política de que com frequência aqui tenho falado.
Fazem falta mais exemplos deste. Isto sim, é fazer política.

Mais um Revez.

Nova entrada do Ricardo Revez sobre o expressionismo alemão no cinema dos anos 20. Texto roubadíssimo daqui (com a devida autorização, claro)



Voltando ao Caligari. Reparem nestas imagens retiradas do filme.
Como já anteriormente expliquei, Caligari é um filme expressionista. Os artistas expressionistas, quer nas artes plásticas, quer no cinema ou na literatura, procuravam captar não a realidade como ela era, mas sim como eles a sentiam. As suas emoções acabavam por se imiscuir com a realidade, distorcendo-a.
Ora Caligari trata de uma história narrada por um louco, o que torna a experiência de observar os cenários expressionistas do filme ainda mais interessantes. Grande parte destes são apenas papel, cartão, telas, o que transmite uma ideia de artificialidade; para além disso, são recortados de forma estranha. Basta olhar para a janela da terceira imagem - não é um quadrado, um rectângulo ou sequer um círculo perfeito. Como o nosso cérebro tende a olhar para tudo tendo por base a estética clássica das formas perfeitas e direitas, tal cenário acaba por ter um efeito desestabilizador.
Apercebemo-nos rapidamente que não são problemas de orçamento do filme, muito menos amadorismo de produção. Na segunda imagem, podemos reparar que, ao fundo, existe uma espécie de prédio cujas janelas e portas são apenas pintadas no cenário. Na primeira, idem. Por outro lado, os cenários parecem abater-se sobre as personagens, contribuindo para a atmosfera de ameaça, de pesadelo iminente.
Pensado/Observado/Reflectido por Ricardo Revez

quinta-feira, setembro 20, 2007

Boa reflexão


Do Pedro Adão e Silva, sobre o Caso Maddie, no Diário Económico. A conclusão:
O “caso Maddie” diz-nos, mais uma vez, uma coisa espantosa. Que o sistema de investigação judicial português tem-se especializado num tipo de comunicação: a destruição na praça pública do bom nome das pessoas, numa fase em que a presunção da inocência tinha de ser absolutamente garantida. Um padrão de especialização que só soma vítimas às vítimas e que contribui invariavelmente pouco para o cabal apuramento da verdade.

Gozo!!!


NEW YORK, NY, July 24, 2007 -


A public school teacher was arrested todayat John F.Kennedy International Airport as he attempted to board a flightwhile in possession of a ruler, a protractor, a set square, a slide rule and a calculator.At a morning press conference, Attorney General Alberto Gonzales said hebelieves the man is a member of the notorious Al-gebra movement .

He did not identify the man, who has been charged by the FBI with carrying weapons of math instruction.

"Al-gebra is a problem for us" , Gonzales said. "They desire solutions bymeans and extremes, and sometimes go off on tangents in a search ofabsolute value. They use secret code names like 'x' and 'y' and refer to themselves as 'unknowns', but we have determined they belong to a commondenominator of the axis of medieval with coordinates in every country.

As the Greek philanderer Isosceles used to say, 'There are three sides to every triangle'.

When asked to comment on the arrest, President Bush said, "If God had wanted us to have better weapons of math instruction, He would have given 'us more fingers and toes. White House aides told reporters they could not recall a more intelligent or profound statement by the president.

Reacções...(IV)


João disse...
Começando pelo inicio…
O modo de eleição dos executivos autárquicos deve mudar. Para mim não faz sentido haver 2 eleições, uma para o executivo e outra para a assembleia. É impossível discutir as consequências práticas de qualquer alteração da lei sem discutir a função e o objectivo destes dois órgãos. As propostas de alteração da lei autárquica incluem alterações na forma de funcionamento destes dois órgãos, assim como na forma de eleição.
Limitar as consequências destas alterações simplesmente aos executivos monocolores não só cria um enviesamento do debate, favorecendo os partidos mais pequenos, como é errado. É normal que os partidos pequenos criem ou tentem criar este enviesamento, mas isso significa que o debate perde parte do seu valor porque quem está a dar o “enfoque”, está a fazê-lo de acordo com a sua agenda politica.
Zé, não sei se reparaste, mas esta discussão começou porque a principal oposição que tinhas a esta alteração advinha duma “traição” dos ideais dos autores do nosso sistema politico (minhas palavras, não tuas) e em que alavancaste uma quantidade de argumentos, baseados no sistema de eleição dos deputados da Nação, para defender a eleição de franjas politicas para os executivos.
Eu acredito que as franjas politicas devem ter peso e voz, mas devem ter o peso e a voz que os eleitores lhes deram, e não deve existir um segundo mecanismo, para além da eleição da assembleia municipal, para artificialmente lhes dar essa voz e esse peso.
Não acho que os sistemas nacionais e municipais devão ser iguais, porque nesse caso ou os presidentes de junta deixariam de estar representados nas assembleias municipais (são o equivalente a círculos uninominais), ou passarias a eleger os ministros de modo proporcional e através do método de Hondt (ainda não vi ninguém a fazer essa sugestão). Por isso é que as únicas parecenças entre o sistema de eleição de deputados nacionais e dos executivos municipais é a proporcionalidade, mas parece-me que se essa mesma proporcionalidade não existe na escolha do Governo, porque é que deve existir nos executivos municipais?
Agora simplesmente criar executivos monocolores e não incluir mais nenhuma mudança no sistema, principalmente nas assembleias municipais, cria tantos problemas como aqueles que resolve. Felizmente nenhuma proposta de alteração da lei autárquica está feita nesses moldes.O facto é que a maior parte da discussão feita pelos jornalistas e comentadores políticos da nossa praça é feita com base no sound byte, é feita por simplificação e por vezes consequente deturpação do tema em discussão. È só nesse sentido que achei que estavas a ficar parecido com o Luís Delgado, pois ele é o exemplo de como consegues fazer um texto a apelar ao emocional e ao populismo, sem realmente argumentares. Eu acho deturpador do debate estares a pensar nos “founding fathers”, na Constituição e afins para discutir o sistema de eleição municipal.
Eu próprio uso a comparação entre os sistemas de eleição nacional e municipal para demonstrar o ridículo da mesma. Mas em todo o caso deves realmente ver as propostas de alteração das leis autárquicas em concreto, porque entre os executivos serem da responsabilidade do presidente da câmara (ou seja puderem passar a ser monocolores, mas sem ter de forçosamente o serem) até ao reforço dos poderes das assembleias municipais, existem muitas coisas que vão ser alteradas, e que não aparecem nas tuas fontes de informação.Acho que consegui dirigir-me a todos os pontos apresentados, sem picardias e sem cair no facilitismo de fazer uma resposta por pontos, certo, Zé? (Bolas, acho que isto conta como picardia…)
11:16 AM
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Resposta rápida ao João.

1. Estás a ver como não é difícil contribuir?...

2 Concordo com o que dizes de uma reforma mais profunda das competências da Assembleia Municipal (já o tinha referido); e se tens informação que vá nesse sentido, partilha, pois que eu saiba ela não é pública. Parece-me é que, por exemplo, a questão dos Presidentes de Junta continuarem a ter assento na AM essencial, pois não só ninguém os elegeu para o cargo como deturpam totalmente a proporcionalidade do voto popular na eleição do segundo órgão autárquico.

3. João, parece-me que não entendeste as minhas referências aos «Pais Fundadores» do nosso sistema eleitoral. Não os uso para discutir o sistema de eleição municipal. Tinha dois propósitos.
Um refere-se à dignificação do nosso trabalho constituinte, muitas vezes criticado e poucas vezes elogiado. A bem ou a mal, os deputados reunidos em São Bento em 1975 - 1976 conseguiram erguer um sistema constitucional democrático, plural, funcional e suficientemente dinâmico para ser evolutivo. E ainda hoje acredito que as suas bases políticas de democracia plural são válidas (e que muitas falhas do sistema existem mais pela má execução dos actores que pelo sistema em si). Nunca usei, nem uso, os Funding Fathers como desculpa para discutir alguma particularidade do sistema, uso-os sim para salvaguardar o seu património e para procurar construir a tal «Cultura Política» e a estabilidade a que me refiro amiúde.
Em segundo lugar, como dever de ter reparado, interessam-me as questões relacionadas com cultura política, e não acredito que permanentes revoluções sistémicas sejam a solução para os outputs que o sistema necessita para poder melhorar. Ou seja, o que penso que a estabilidade de um modelo que está longe de falir por causa própria deve ser salvaguardada em detrimento de qualquer oportunidade puramente política. Porque é que não se apura, simplesmente, a Assembleia Municipal e se deixam os executivos assim?

Wrong question

Um aluno universitário faz a pergunta errada a John Kerry...

Via Arrastão [parece que é um dos videos mais visto no Youtube...]

Reacções...(III)


Novamente do João:

João disse...
Começando pelo meio (ia começar pelo fim, mas deliberadamente escolho começar pelo meio, porque é esse o enfoque que quero dar ao debate)

3. O facto é que tens dois sistemas eleitorais distintos, um com base na proporcionalidade e na representação das franjas politicas, e outro com base num executivo proporcional, em que cerca de metade dos membros dum executivo não têm pelouros atribuídos. Isto significa que metade dum executivo existe para fazer aquela de deve ser a função das assembleias municipais, dar voz às franjas politicas e controlar e fiscalizar a acção do executivo. O sistema que tens neste momento esvazia as assembleias municipais das suas funções, isenta-as de responsabilidades e serve como nébula para mascarar agentes políticos que influenciam a res publica e que ninguém conhece. Reforçar os poderes da assembleia e aumentar a responsabilidade politica dos partidos no poder parece-me ser um bom caminho, não concordas?

2. Nunca fui grande apoiante dos ditos “independentes”, afinal se concorres numa lista dum partido, onde fica a independência? Mas compreendo e apoio as listas de independentes que servem de alerta para a imobilidade dos partidos políticos (e respectivas burocracias) e que, pelos resultados obtidos, só levam à conclusão que o sistema português está pronto (ou deveria estar) para a inclusão de novos agentes políticos que não os partidos.

1. “A ideia dos executivos monocolores vem deturpar todo o ideal dos nossos «founding fathers» quando, na Constituinte de 1975, consagraram um sistema de distribuição de mandatos políticos proporcional…” Isto parece-me uma comparação, pelo menos de ideais?! Se não era isso que querias fazer, é pelo menos isso que li no teu post anterior. (É só para picar!!)4. Sem stress, é só porque o que querias dizer, o que disseste e o enfoque que querias dar ao debate não só não combinavam, como o post fazia lembrar a argumentação dum conhecido comentador de direita, do Diário de Noticias, um tal de Luís Delgado.Achei que estava abaixo da qualidade dos outros post’s e precisavas dum grito de alerta. (Este paragrafo também é para picar!!!)


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Resposta ao João:
Aparte dos «picanços», dois comentários rápidos:
1. Infelizmente já não leio jornais; mas acho estranho o Luís Delgado estar contra os executivos monocolores...
2. Vejo críticas e picardias da tua parte. E ideias? Debater não é apontar falhas na argumentação do outro (o que é sempre fácil, pois há-se haver sempre um qualquer ângulo não coberto pela exposição), é contribuir com argumentos próprios. Onde estão os teus?

Algumas contradições:
1. contradições: «O facto é que tens dois sistemas eleitorais distintos, um com base na proporcionalidade e na representação das franjas politicas, e outro com base num executivo proporcional, que cerca de metade dos membros dum executivo não têm pelouros atribuídos»
Parece-me que ambos os sistemas são proporcionais...

2. “A ideia dos executivos monocolores vem deturpar todo o ideal dos nossos «founding fathers» quando, na Constituinte de 1975, consagraram um sistema de distribuição de mandatos políticos proporcional…” - Apontas-me uma contradição, mas desculpa não a vejo.

Por fim, algumas considerações:
1. sobre as Assembleia Municipais. Concordo com a revisão dos poderes das mesmas, aumentando a capacidade de intervenção dos «parlamentos locais». Agora, que saiba - e posso estar mal informado - julgo não estar essa proposta em cima da mesa.

2. Se bem entendo, tu estás de acordo com a alteração da lei, não? (é que nunca o dizes). Também insistes em comparar e colar as leis para a Assembleia da República com as leis autárquicas. Nesse sentido, queres a forma de governo municipal seja uma réplica do nacional?

quarta-feira, setembro 19, 2007

La Palisse


Parece que quem ganhou o debate da sic not de ontem à noite, entre Luís Filipe Menezes e Luís Marques Mendes foi... José Sócrates. Independentemente de quem ganhe a eleição não terá adversário para 2009, o que é mau.
Sobre o debate, a mim, como socialista, pareceu-me mau de para um partido com o arquivo político do PSD. Mais confuso fico quando o comparo com a última eleição disputada no seio do Partido Socialista, com João Soares, Manuel Alegre e José Sócrates envolvidos num debate fortíssimo mostrando o PS como um partido de ideias, ideais e projectos.
Este PSD, sinceramente, mais parece um grupo de amigos, onde a clique A está em permanente conflito contra a clique B.
Como me dizia um amigo, dirigente do PSD, esta é uma luta de círculos fechados, onde o objectivo não é, nunca foi, comunicar com o país, com as bases do PSD ou com quem quer que seja. A ideia é, só, ganhar o poder, tendo em mão meia dúzia de barões e cacique. De um lado e de outro...
É pena, pois Portugal merecia melhor. Merecia que o tal caldo cultural de que tenho vindo aqui a falar, tivesse mais sabor, mais consistência e qualidade. Esperemos pela RTP e para a tal plateia de 3 milhões, para ver se sai melhor música destes solistas de segunda...

365

5 dias que fizeram 365. Parabéns.

Parece-me bem...

...Pedro. Parece-me muito bem.
Podes continuar a usar o blogue para estas coisas...


Sem Tugir!

A discussão que estalou no Tugir só surpreende quem nunca discordou do Luís. Eu, como o fiz algumas vezes, também fui vítima da ira de palavras de tal senhor. Como tal, deixei de comentar os seus textos. É que uma discussão tem de ter dois intervenientes, e não baixar o nível...

Não querendo me alongar mais, até porque estou a falar de uma pessoa que só conheço via blog's, chego ao ponto que me motivou este post. Dizer ao Carlos que feche essa loja e que se junte a nós, nesta Loja de Ideias. Por outras palavras, reforço o convite do Zé!

(precisamos é de um mail para onde enviar o convite)

Reacções...(II)


A este post....

[via PS Lumiar]

1. De Vital Moreira a 18 de Setembro de 2007 às 10:15
Reforma eleitoral Interessante esta ideia oriunda do PSD-Porto, de mudar os círculos eleitorais para a AR, substituindo os distritos pelas NUTS 3, que são os agrupamentos intermunicipais de base (28 no Continente).

De facto, criados em 1835, os distritos não correspondem à geografia populacional do País nem, muito menos às actuais identidades territoriais. Que sentido tem, por exemplo, Espinho no distrito de Aveiro, ou Sines no distrito de Setúbal?

Os agrupamentos intermunicipais, em maior número, permitiriam dispersar mais a representação parlamentar em termos territoriais, diminuir a dimensão média dos círculos eleitorais e nesse sentido aproximar mais os deputados dos eleitores.

O novo modelo sempre precisaria, porém, de uma correcção, visto que daria lugar à criação de vários círculos eleitorais no interior com menos de três deputados (que aliás já existem em alguns distritos), onde a proporcionalidade não funciona. Por isso, seria de exigir a agregação das NUTS 3 a que correspondessem menos de três deputados.

Desnecessário será dizer que o modelo das NUTS 3, implicando uma baixa do número médio de deputados por círculo eleitoral, teria como resultado uma redução do actual índice de proporcionalidade do nosso sistema eleitoral, ainda que pouco acentuada.

[Publicado por Vital Moreira] 15.9.07
Causa-nossa.blogspot.com
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2. De EBranquinho a 18 de Setembro de 2007 às 11:10
Os dois anteriores comentários [Vital Moreira e o nosso] acabam por abordar duas questões distintas ainda que tenham a ver com a mesma mateira, as eleições para representantes do povo quer ao nível central quer ao nível local.

No primeiro comentário coloca-se a pertinente preocupação de um eventual excessivo centralismo do poder executivo dos órgãos autárquicos esquecendo-se o poder deliberativo e fiscalizador das respectivas assembleias municipais ou de freguesia.

Não me repugna, que para uma maior responsabilização seja chamada a lista mais votada a formar governo monocolor de uma junta de freguesia ou câmara municipal, a questão seria outra é se esse executivo teria condições para governar não tendo uma maioria de sustentabilidade no respectivo órgão deliberativo.

Outra questão diferente é a colocada por Vital Moreira que toca, sem o dizer, no que foi aquela proposta aberrante de regionalização que os partidos políticos (PS, PSD, PCP) tentaram impor ao povo português e que este muito sabiamente rejeitou.

É compromisso inequivoco, e a isso o seu historial democratico o obriga, do PS debater e levar à concretização uma proposta de regionalização séria e que vá ao encontro das actuais realidades e sentimentos das populações.
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Resposta
Como aqui respondo ao João, não abordo deliberadamente a relação entre a vereação da câmara e a assembleia municipal, porque não é esse o enfoque que quero dar ao debate. Preocupa-me mais a questão cultural e a verificação da capacidade que os partidos políticos têm, hoje, de, sozinhos, gerir a cauda pública. Não é em vão que a «campanha pelos independentes» é tão popular.
Parece-me ser esta - a questão da necessidade dos executivos monocolores - uma não questão. Qual é a prova empírica da pertinência da proposta? Que eu saiba são raríssimas as situações de eleições intercalares, com a ocorrida em Lisboa recentemente. Basta comparar o grau de execução de comprimento das legislaturas nacionais e autárquicas para verificamos que a norma nas câmaras é que os mandatos sejam cumpridos, ao contrário do exemplo nacional, onde somente 3 legislaturas em 17 foram compridas na íntegra (esta será a 4ª).
Agora o que esta questão me parece ser é moeda de troca para a revisão da lei eleitoral para a Assembleia da República. Como já aqui disse, a ideia é o PSD ceder na questão autárquica e o PS na redução do número de deputados (então se Marques Mendes ganhar...). É o «pacote eleitoral», já definido e só à espera de assinatura pública...

Verniz...


Parece que estalou alguma coisa, para os lados do Tugir... Nada que surpreenda...

Chateia, como imaginam, ver um dos mais reconhecidos blogues nacionais entrar neste tipo de situações, mas... whats new?

Do Luís Tito lembro que foi a primeira pessoa a convidar-me para escrever na blogosfera. Já lá vão uns bons anitos, e foi no (penso) primeiro blogue partidário português: o do PS Benfica. Hoje abriu estabelecimento próprio, mas parece que ainda tem quota num outro...

O Carlos, que o fui conhecendo «daqui e dali», tornou-se, lentamente, em alguém do meu quotidiano, tal é a frequência com que o visito no Tugir. É, hoje, uma referência.

Na verdade este post já devia ter sido escrito, na altura em que o Luís saiu do Tugir. Queria desejar boa sorte aos dois, agora com aventuras individuais. Queria também dizer ao Carlos que não sabia se a decisão de continuar o Tugir seria a melhor, talvez começar ou novo blogue, mais pessoal, ou juntar-se a outro projecto (que é coisa que não falta, por essa blogosfera...). Era apenas um apontamento, que agora me parece premonitório, de alguma maneira.

Não vou, como imaginam, opinar sobre o que pode estar a acontecer no Tugir. Segundo este último post, parece que o Luís está determinado a que a «marca» Tugir termine a sua actividade, e se assim for, resta ao Carlos sair. A questão da posse, dos direitos de imagem ou, como alguém comentava, aos direitos sobre a criança após o divórcio são sempre muito complicados...

Resta-nos esperar para ver o que acontece. Amanhã vou lá passar outra vez.

[Carlos, se quiseres um sitio para escrever, esta Loja está sempre aberta. Aqui a Liberdade não tem horário de funcionamento]

Reacções...



João disse...
Inacreditável, como é que consegues fazer este post?Está ao melhor nivél do jornalismo português! (Demagógico, sem um minimo de estrutura e cheio de sound bytes). Estás a comparar o método de eleição dos executivos camarários com o método de eleição dos deputados nacionais? (então e os deputados municipais estão lá só para enfeitar?). E ainda dizes que ter o mesmo sistema de eleição de executivos camarários que tens para eleição do Governo é uma traição dos "founding father"? Vês a tua própria contradição, ou precisas de mais dicas?

Que se discuta a alteração das leis autarquicas, sem demagogias, e com um minimo de seriadade. Afinal a Democracia é um "work in progress", e deve ser sempre discutida e melhorada! (Com todos e não apenas pelos partidos do Bloco Central!)

Resposta:
João,
1. Nunca comparei as duas eleições, disse, e é público, que se prepara um «pacote eleitoral», a assinar entre PS e PSD que contempla alterações nos dois sistemas eleitorais. A ideia é que o PSD cede na questão dos executivos autárquicos monocolores e o PS na questão da redução do número de deputados (para 181).

2. Deliberadamente não abordo a relação entre a vereação da câmara e a assembleia municipal, porque não é esse o enfoque que quero dar ao debate. Preocupa-me mais a questão cultural e a verificação da capacidade que os partidos políticos têm, hoje, de, sozinhos, gerir a cauda pública. Não é em vão que a «campanha pelos independentes» é tão popular.

3. Como indicas, e bem, foram deliberadamente construídos dois sistemas de governo diferentes: um para a governação nacional, outro para a autárquica. Nada indicia que eles tenham de ser reprodução um do outro, como procurar insinuar. Porque teria de ser?

4. João, sem stress, onde é que está a não seriedade deste debate?

segunda-feira, setembro 17, 2007

Completamente contra...


...o que se está a preparar ao nível das leis eleitorais, especialmente na que se adivinha para as Autarquias. Este sistema «winner takes all» que se prepara para ser instalado, fruto de (mais) uma negociação Bloco Central é, no meu ponto de vista, totalmente contrário ao espírito da nossa terceira República, à Constituição da República Portuguesa e, também não menos importante, à consolidação de uma cultura política que privilegia a proporcionalidade política e sistémica.

A ideia dos executivos monocolores vem deturpar todo o ideal dos nossos «founding fathers» quando, na Constituinte de 1975, consagraram um sistema de distribuição de mandatos políticos proporcional, por método de Hondt, sem clausulas barreiras. Era objectivo não deixar fora da representação política as franjas da opinião política, merecedoras de representação parlamentar e de existência no panorama político nacional. Mesmo assim, tomando em conta as necessidades da governação, optaram, os nossos constituintes, dos métodos eleitorais ao dispor, por aquele que permitisse com mais facilidade a obtenção de maiorias parlamentares estáveis: círculos eleitorais de varias dimensões (quasi maioritários como os do Alentejo, de média dimensão como Aveiro ou Braga e de grande dimensão como Lisboa ou Porto) e método de apuramento d’Hondt. E isso que justifica a que com 43% dos votos se possam alcançar a maioria dos deputados na Assembleia da República).

Estas leis vão colocar todo este sistema em causa. Tenho dúvidas mesmo da sua constitucionalidade…

Mas, tão importante como as questões processuais ou sistémicas, encontra-se as questões políticas de fundo:
1. Devemos, 30 anos depois de estruturalmente nos acostumarmos a uma cultura de pluralidade política procurar construir, burocraticamente, um sistema maioritário de clara tendência bipolar?
2. Estão os principais partidos políticos portugueses, afinal os beneficiários destas propostas, preparados para governar sempre em maioria absoluta as câmaras municipais deste país?
Deixo, por agora, no ar estas questões. Regressarei para respondê-las em breve (se quiserem deixar uns comentários, publicárei-los no corpo central do blogue)

Realmente tem estado mais quente...


Com a participação de:
Alda Macedo Deputada do Bloco de Esquerda I Alfred Omenya Membro do Climate Network Africa I Axel Friedrich Director da Divisão de Ambiente, Transportes e Ruído da Agência Federal Alemã de Ambiente I Carlos Ballesteros Garcia Professor de Comportamento do Consumidor em Madrid I Eduardo de Oliveira Fernandes Especialista em Energia e Climatização da FEUP I Filipe Duarte Santos Coordenador do Projecto SIAM – “Alterações Climáticas em Portugal. Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação” I Francisco Louçã Deputado do Bloco de Esquerda e Coordenador da Comissão Política I George Monbiot Jornalista, autor, académico e activista ambiental e politico no Reino Unido I José Manuel Mendes Coordenador do Observatório dos Novos Riscos Públicos em Coimbra I Mário Alves Consultor em transportes e gestão de mobilidade I Miguel Portas Deputado ao Parlamento Europeu do GUE/NGL pelo Bloco de Esquerda I Rui Berkmeyer Membro do Centro de Informação de Resíduos da Quercus I Suraje Dessai Investigador no Centro Tyndall para a Pesquisa das Alterações do Clima no Reino Unido I Sven Teske Especialista em Energia da Greenpeace Internacional

Decote

Rui, Carlos e Daniel: parece que os argumentos estavam nitidamente exagerados...

domingo, setembro 16, 2007

(mais) dois motivos para votar Hillary

Rui,

Esta é para ti (e já agora, Carlos, penso que está confirmado o favoritismo da senadora...)

[via Arrastão]

Bauhaus e o Expressionismo Alemão

Mais uma bela posta do Ricardo. Reproduzimos_

Estas imagens constituem o artwork da 1ª edição do primeiro single de Bauhaus, intitulado Bela Lugosi's Dead, raríssimo, e que remonta a 1979. São ambas retiradas dos fabulosos filmes expressionistas alemães do tempo do cinema mudo. A primeira pertence a'O Gabinete do Doutor Caligari, um dos melhores filmes que já vi. E olhem que é de 1920.
Pensado/Observado/Reflectido por Ricardo Revez



sábado, setembro 15, 2007

108-13



Nova Zelândia - 108
Portugal - 13


A reportagem...em espanhol...
[via site do Mundial de Rugby]
Portugal era una fiesta

Desde el inicio se notó que Portugal salió a disfrutar del mejor partido de rugby de su historia. Enfrente estaban los All Blacks, ese equipo que tantas veces vieron por televisión y que ahora danzaban el Haka delante de ellos. Ninguno se quiso perder esta oportunidad única en su vida y tacklearon e intentaron jugar como si fuese la última vez.
Saltaron en el line, quisieron crear, mostrar su habilidad, sabiendo que tal vez pase mucho tiempo hasta que vuelvan a jugar con los All Blacks. Corrieron, tacklearon y dieron todo lo que sus cuerpos le permitieron, por eso el aplauso y el reconocimiento final.

Quién le quita a ese grupo de jugadores la alegría de haber empujado al pack neocelandés y haberle marcado un try en sus propias narices. La primera línea sentía que había tocado el cielo con las manos y Cordero, el autor, quedará en los anales del rugby de su país.

El análisis es innecesario. Pero es pertinente contar lo que vivieron cada una de las partes en este atípico partido. Los ganadores seguirán pensando en llevarse la RWC 2007; para los jugadores de Portugal habrá una catarata de mensajes y llamados de familiares o amigos y obviamente, alguno se jactará de algún tackle y dirá: "Vieron como lo bajé a Collins".

Gosto de ler o João


É, hoje, dos melhores e mais prolíferos pensadores de esquerda em Portugal. O nosso Castells.

Um excerto do último artigo do João de Almeida Santos no Diário Económico:

sexta-feira, setembro 14, 2007

Darfur


É uma causa que já não devia de existir...
Let's make some noise!!!

A representação das mulheres nos manuais e software educativo de história> contemporânea

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS
MESTRADO EM ESTUDOS SOBRE AS MULHERES
CONFERÊNCIA
A representação das mulheres nos manuais e software educativo de história contemporânea
Mestre Teresa Alvarez
Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género
Dia 14 de Setembro de 2007
17h00
LOCAL: Universidade Aberta - Salão Nobre
Rua da Escola Politécnica, 147, 1269-001 Lisboa
ORGANIZAÇÃO: Mestrado em Estudos sobre as Mulheres

quinta-feira, setembro 13, 2007

Now the view is the Statue of Liberty. You can't beat that!

O Daniel Oliveira encontrou o primeiro «Daily Show» depois do 11 de Setembro. É um impressionante testemunho do Jon Stewart. Escusado será dizer que me arrepiei todo...
Retenho uma ideia.
Diz o apresentador que já não tem a vista do WTC do seu apartamento na zona sul de Manhattan: «-Now the view is the Statue of Liberty. You can't beat that!»
Definitivamente. Nada pode bater o espirito de Liberdade e de empreenedorismo que germina na sociedade norte-americana e, por vezes, na "dita" ocidental. Há que saber honrar esses valores, de Tolerância, Respeito e promoção da diversidade, esse traço civilizacional que nos permite sonhar com as utopias humanitárias.
Isto para dizer que não me quero esquecer do que recordei a 11 de Setembro: que o Mundo pode ser muito mais que ódio, guerra ou política. Tem de ser construção, respeito e tolerância. Construção, não de utopias, mas de realidades políticas assentes nos ideais da Liberdade, Igualdade (perante a Lei) e Fraternidade (Respeito pelo Outro).
Que não seja necessário testemunhar outro 11 de Setembro, para recordar o potencial infinito que a humanidade tem para produzir o Bem, a Paz e a Coexistência Pacifica. (e não, não estou a publicitar o Dalai Lama...)


Como é que se ganha um jogo sem Pontas de Lança?

Esta é a minha grande dúvida! Mas eu sou só um adepto, não percebo nada de bola...
Quando o vi tirar o Nuno Gomes e não pôr o Hugo Almeida, só me apeteceu ir à casa-de-banho e fazer-lhe isto:















P.S. - Eu defendo a manutenção de Scolari na selecção, mas que ele falhou nos dois últimos jogos, falhou!

De repente lembrei-me...


... que vão ocorrer eleições para a liderança do PSD. São as primeiras eleições directas dos sociais-democratas e, comparando com as do PS, deviam ser o lançamento de uma quaquer plataforma para 2009. Mas, ao contrário do que aconteceu no PS, não vejo nada sobre o PSD. Não há debate, não há TV, não há jornais nem blogues.

Será que não há mesmo ninguém que queira saber? Ou o combate não tem o valor comunicacional que o Soares-Alegre-Sócrates (para ser honesto, repetir tal confronto no PSD teria de ser algo como Ferreira Leite - Borges - Morais Sarmento).

Tem esta eleição provado que o PSD, ao contrário do que soube fazer no passado, não é hoje solução para a governação do país. Deixou de saber produzir Ideias, líderes e projectos. A solução passa, então, por uma governação de esquerda. Resta saber se só com o PS ou com mais alguém.

(a continuar)

quarta-feira, setembro 12, 2007

Passagens para África


Tenho o prazer de convidá-lo/a para a sessão de lançamento do meu livro "Passagens para África: o povoamento de Angola e Moçambique com naturais da metrópole (1920-1974)", Porto, Edições Afrontamento, 2007.
A sessão terá lugar no dia 14 de Setembro, às 21.30h, na Livraria Ler Devagar - Fábrica Braço de Prata, Rua Fernando Palha, 26, Lisboa*.
A obra será apresentada pelo Professor Valentim Alexandre.
Segue-se uma tertúlia com convidados que viveram em África no período final do colonialismo.
Cláudia Castelo
*Convite e mapa de localização em anexo (no recinto há estacionamento gratuito para c.100 lugares).Caso não consiga abrir o anexo, pode consultar o mapa aqui.

André Freire


Muita gente me referiu o último artigo do André Freire no Público. É, admito, um assunto que me interessa sobremaneira, e acerca do qual gostaria de acrescentar alguma reflexão (que deixo para tempo oportuno). Aqui fica o contributo do politólogo:

[texto via PS Lumiar]



Coligações e democracia: os dilemas da esquerda
Talvez por ter apanhado muita gente de férias, a coligação PS-BE para a Câmara de Lisboa foi tratada de forma superficial e/ou panfletária. O facto poderá, porém, vir a ter implicações relevantes para a maturação da democracia portuguesa. Vejamos porquê.

Pelo PS, António Costa venceu as eleições com 29,5 por cento. Por isso, pretendeu uma coligação com todas as forças de esquerda. Porém, apenas o vereador Sá Fernandes, pelo BE, respondeu positivamente.
O primeiro dado singular é que se trata de uma coligação minoritária. Ou seja, a soma dos vereadores (6+1) é inferior à maioria absoluta (9).
É curiosa também porque sabemos que, devido ao entendimento PS-PSD para a revisão das leis eleitorais autárquicas, não serão necessárias quaisquer coligações nas autárquicas de 2009.

Para fazer luz da decisão de Costa temos não só o reconhecimento que fez do carácter plural da esquerda (em Lisboa), mas também a situação difícil que vive a câmara e a existência de uma maioria de direita na assembleia municipal.
Mas podemos também olhar para esta coligação como um ensaio que, se correr bem, poderá eventualmente ser replicado ao nível do país.
Se o PS conseguir apenas uma maioria relativa nas próximas legislativas, uma das soluções possíveis é uma coligação de esquerda.
Além disso, Costa posiciona-se como putativo líder de uma "esquerda plural", para o caso de Sócrates não querer governar uma tal coligação e os resultados eleitorais, bem como o próprio partido, levarem a que se afaste o cenário de uma coligação com a direita.

Para o BE, a coligação apresenta pelo menos duas vantagens: compromete o partido apenas ao nível autárquico, deixando-lhe o caminho livre para continuar a fazer oposição ao nível nacional e, assim, apresentar com credibilidade o seu programa alternativo em 2009; como a lista é encabeçada por um independente, deixa margem acrescida ao partido para se demarcar se, por hipótese, as coisas correrem mal.

Nas democracias representativas, a luta pelo controlo do Governo está no cerne da luta política.
Por isso, o politólogo Peter Mair propôs uma tipologia que classifica os sistemas de partidos de acordo com o grau de inclusão de partidos no Governo e o grau de inovação nas fórmulas governativas.
Na Europa, Portugal apresenta um dos sistemas mais fechados/menos inclusivos e menos inovadores. E porquê?
Porque, de 1987 à actualidade, só houve uma coligação e, ao longo de toda a história democrática, os partidos à esquerda do PS nunca entraram no Governo.
Por isso, Portugal tem um sistema partidário enviesado para a direita: quando não governou sozinho, o PS governou com o CDS ou com o PSD.

Na Europa, as coligações são a regra dominante numa maioria esmagadora de países.
E tais coligações, sobretudo quando alinhadas à esquerda, têm incluído vários partidos da família do BE.
Os politólogos dividem-se na classificação desta família, "Esquerda Libertária" ou "Socialistas de Esquerda", que inclui partidos tais como o Sosialislitik Venstreparti (Noruega), o Socialislitik Folkeparti e o Enheedlisten - De Roed Gronne (Dinamarca), o Politieke Partij Radikalen e o Groen Links (Holanda), o Partei des Demokratischen Sozialismus (Alemanha) e o Vänsterpartiet (Suécia), etc.
Trata-se de partidos que, tal como o BE, fizeram o seu aggiornamento a partir de formações de extrema-esquerda de tipo trotskista, marxista-leninista ou maoísta.
Todos abraçam as causas da "nova esquerda": mais democracia participativa, direitos das minorias (étnicas, sexuais, etc.), ambientalismo, etc.
Além disso, muitos fazem parte do mesmo grupo parlamentar do BE no Parlamento Europeu.
Aquilo que separa a maioria destes partidos do BE é o facto de terem participado em inúmeras coligações (ou acordos de incidência parlamentar) nacionais com os sociais-democratas.
Mas não é preciso irmos à Escandinávia ou à Holanda para encontrarmos este tipo de fórmulas governativas.
Em Espanha, temos um governo minoritário do PSOE apoiado pela Izquierda Unida (PCE e forças da "nova esquerda") e pela Esquerda Republicana da Catalunha.
Em Itália, temos uma coligação de esquerda que inclui diversas formações de extrema-esquerda, nomeadamente comunistas.
A "Esquerda plural", em França, ia do PSF à extrema-esquerda.
Estas coligações são a norma na Europa, não aquilo a que chamei o enviesamento para a direita do sistema partidário português.

É por isso que reacções à coligação PS-BE como a que foi protagonizada por Pulido Valente (Público, 12.08.07) revelam desconhecimento do funcionamento efectivo das democracias europeias e do perfil dos "Socialistas de Esquerda".
Há também o profundo desejo da direita de que o PS nunca se consiga entender com os partidos à sua esquerda e, em caso de necessidade, governe apenas com ela.
Menos compreensíveis são as declarações de certos dirigentes do BE parecendo rejeitar liminarmente uma coligação em 2009.
O grande dilema do BE será o de saber se, em caso de maioria relativa do PS, vai querer atirá-lo para os braços da direita ou se, convergindo com as práticas dos seus congéneres europeus, quererá "invadir, penetrar e contaminar o PS com o que de melhor o BE trouxe à política portuguesa" (Miguel Vale de Almeida).

A essência da democracia é o compromisso e uma coligação de esquerda não implica necessariamente uma diluição da identidade dos pequenos, como mostram as inúmeras experiências europeias.
E a incorporação dos vários segmentos do eleitorado no Governo fará muito mais pela aproximação entre eleitores e eleitos do que quaisquer reformas institucionais.
O BE deve é ter presente que se rejeitar a priori tal fórmula estará a dar força aos apelos à maioria absoluta e a limitar a sua capacidade de captar eleitores do PS descontentes (mas apegados à ideia de estabilidade política).
Mais, estimula e legitima as tentações maioritárias em sede de reforma eleitoral.

André Freire – “Público” (10.09.2007)

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