And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
domingo, setembro 30, 2007
Azia
ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 2: A PRESSA PELO PODER
ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 3: A FORÇA E A ANÁLISE
Eu que nem sou de falar de futebol.
sábado, setembro 29, 2007
resultado
Meneses
Ribau
Granda noia...
sexta-feira, setembro 28, 2007
28 de Setembro
Mapas
2. Não sei se foi como resposta, mas cheguei recentemente ao contacto com este extraordinário jogo online, de Tetris meets Geography. Vejam a Europa, depois digam-me se também partilham a preocupação pela falta de mapas...
quinta-feira, setembro 27, 2007
Santana em grande...
A Universidade do futuro
A caminho do abismo
O problema é que, apesar de ser o mesmo modelo, o sistema e os homens são bem diferentes. A máquina do PS não é assim tão diferente da do PSD. As questões processuais, as quotas, também se poderiam ter colocado em 2005. A diferença foi que os candidatos quiseram discutir política, Ideias, Projectos. Foi sobre esse compromisso que se realizaram os mais interessantes debates políticos da última década.
O PSD quer discutir influencia, caciquismo, baixarias. A máquina do PS entendeu o que tinha de ser aquele combate, e depois da eleição, todos juntos na governação de Portugal (vejam-se os hoje ministros que apoiaram Alegre, por exemplo...). A máquina do PSD, com estranhos traços de falta de cultura democrática, entretém-se numa atitude antropofágica que nada prestigia o partido que Magalhães Mota, Sá Carneiro e Pinto Balsemão criaram.
O que impressiona é que esta nem é uma acção que espanta. Só confirma.
quarta-feira, setembro 26, 2007
Joaquim Jorge Magalhães Mota (1935- 2007 )
terça-feira, setembro 25, 2007
Conferência "O estudo dos objectos de marfim pré-históricos: O estado da arte"
Implosão, Explosão, Reflexão
O último artigo de Manuel Maria Carrilho, sobre a implosão dos partidos políticos em Portugal está a motivar algum debate.
Aqui tem sido com frequência que escrevemos sobre o estado actual dos partidos políticos, da sociedade civil e da democracia. Preocupa-nos que exista uma grande distância entre a sociedade civil e a sociedade política, o que também preocupa Carrilho, e atinge especial atenção perceber as razões dessas distâncias e as causas do seu aprofundamento. Aí não temos discussão com Carrilho.
Onde temos é na operacionalização dos conceitos. Acredito que o «combate» se deve fazer na rua, nos partidos, nas associações civis, nos movimentos sociais. Acredito ainda que se deve aproveitar as oportunidades de poder fazer a diferença. É o que procuro fazer nos diversos projectos onde me envolvo. Foi o que fiz no referendo do Aborto.
Então Carrilho não teve oportunidades? Esquecemos que liderou uma campanha à autarquia mais visível do país? Esquece que é deputado eleito? E que contributo daí retira? Se alguma coisa contribuiu para que o fosso se acentuasse, com a sua relação pedante com os militantes do PS (que não são todos maus), com a péssima gestão da campanha e com a azia da derrota (que culpa em todos menos nele próprio).
Podemos, então, pensar que Carrilho escreve a denunciar-se. Fica o registo intelectual de quem gosta de pensar as coisas. Partilhamos, já o dissemos, com muito do diagnostico. Não concordamos com a análise pueril, revanchista e pedante com que o «professor» nos brinda no artigo, postando-se mais uma vez à visão picuinhas, invejosa e maldizente.
Assim, sai-lhe o tiro pela culatra, pois em vez de contribui para que esse espaço branco entre os partidos e a sociedade civil, que julgamos existir, contribui para o desprestígio e degeneração do sistema partidário em Portugal. Tudo para poder vir, do alto da cátedra moral que ocupa à algum tempo, dizer «Eu bem vos dizia»…
Senhor Carrilho por aqui não se procura só dizer. Procura-se fazer
Pergunta do dia
Implosão, Explosão, Reflexão
1. Porque é que no PS não procura lutar pelo que acredita. Não somente com artigos de jornais, mas também no dia-a-dia da vida do partido. (Eu sou Comissário Político Concelhio em Lisboa, e enquanto foi vereador não o via com frequência nas Comissões Políticas Concelhias)
2. Será este mau estar de agora? Penso que não. E assim sendo, porque é que não fez nada quando teve responsabilidades? (quando foi Ministro, ou candidato à CML?)
3. Porque não saí do PS e forma um outro partido?
segunda-feira, setembro 24, 2007
Carlitos way
domingo, setembro 23, 2007
SexExtasy.
Parece que a ultima moda da noite, de algumas noites, é a mistura de Extasy com Viagra, num cocktail explosivo que procura aliar a desinibição do Extasy com o performance enhancer do Viagra. Claro que a dose necessita de sol, período da noite onde a festa realmente começa. Até lá, que se entretenham com álcool, cocaína e umas pastilhas.
Ainda me lembro quando sair era um processo social, colectivo, onde os grupos deambulavam na noite em quotidianos tribais, vagueando de bar em bar, em noites curtas de cerveja e ganza. Também me lembro do boom nocturno do início dos anos 90, quando o Excasy rebentou com a noite de Lisboa. As festas do Alcântara, do Kremlin, o culto dos DJ’s, os after no Jardim Constantino, no Garaje (mais tarde), os pequenos-almoços no miradouro da Graça, ou num belo bar na praia. Depois veio o consumo massivo, as festas – as privadas e a públicas -, o deboche, o abuso. O que era a experiência tornara-se a rotina.
Estive nessas noites, de cartão VIP (mas não tanto), entrada assegurada, quotas pagas e lugar à porta. Vivíamos em Tóquio, com horários inversos, onde tudo se passava entre as 4 e as 10 da manhã. Havia pessoal que ficava em casa a dormir, acordava pelas 4, para estar nos sítios pelas 5, num ritual estranho e perverso.
Deixara de fazer sentido a correria, o não perder nada, o estar em todas. Qualidade em, detrimento da quantidade. Falar e ouvir. Trocar uma ideia. Ser intelectual. Não no sentido pedante do termo, mas na medida em que interessa o intelecto, o pensamento, a filosofia, a cultura. É uma outra noite. É a noite dos jantares em casa, das saídas curtas, do regresso ao Bairro, agora com apêndices novos, como a Bica. É o regresso à bela da ganza (que não fumo) e da jola. Da tranquilidade. É «fumar unzinho e ouvir Coltrane, não faço mais isso mas entendo muito bem» (Legião Urbana, Leila). É falar de política, de trabalho, de projectos, de futuro. É saber que existo para além de hoje.
Entendo bem o SexExtasy. Been there, done that. Mas já não lá estou.
sábado, setembro 22, 2007
Porto
O que aqui o Tiago Barbosa Ribeiro tem relatado é não só preocupante como decisivo na definição do que hoje devem ser as nossas cidades. Se o Porto não consegue cativar a sua elite cultural, em especial por razões burocrático-políticas, então como poderemos almejar o tão necessário aperfeiçoamento colectivo que ambicionamos? Não é decerto em centros comerciais que nos tornamos «europeus» ou «cidadãos activos»; ou na ribeira a ver aviões a passar.
Tiago, parece que por Lisboa as coisas estão melhorezitas. A sociedade civil tem mostrado um dinamismo interessante, com vários novos projectos a aparecerem (de entre eles o do Clube «Loja de Ideias»). Vamos agora ver como vão ser construídas as novas relações com a recém eleita CML. Eu tenho esperança que, dentro de poucos anos, possamos ter em Lisboa uma cidade de orgulho.
Redescoberta.
As (sete) postas em causa são do Pedro Arroja, e versam essencialmente sobre a vida académica, comparando a (triste) realidade lusa com experiências adquiridas por terras canadianas ou finlandesas. De muita qualidade, as considerações do Pedro Arroja, a necessitarem da Loja alguma reflexão para um futuro próximo. Um tema muito actual e pertinente, sem dúvida.
Vejam e digam se não tenho razão...
sexta-feira, setembro 21, 2007
António José Seguro
Mais um Revez.
Como já anteriormente expliquei, Caligari é um filme expressionista. Os artistas expressionistas, quer nas artes plásticas, quer no cinema ou na literatura, procuravam captar não a realidade como ela era, mas sim como eles a sentiam. As suas emoções acabavam por se imiscuir com a realidade, distorcendo-a.
Ora Caligari trata de uma história narrada por um louco, o que torna a experiência de observar os cenários expressionistas do filme ainda mais interessantes. Grande parte destes são apenas papel, cartão, telas, o que transmite uma ideia de artificialidade; para além disso, são recortados de forma estranha. Basta olhar para a janela da terceira imagem - não é um quadrado, um rectângulo ou sequer um círculo perfeito. Como o nosso cérebro tende a olhar para tudo tendo por base a estética clássica das formas perfeitas e direitas, tal cenário acaba por ter um efeito desestabilizador.
Apercebemo-nos rapidamente que não são problemas de orçamento do filme, muito menos amadorismo de produção. Na segunda imagem, podemos reparar que, ao fundo, existe uma espécie de prédio cujas janelas e portas são apenas pintadas no cenário. Na primeira, idem. Por outro lado, os cenários parecem abater-se sobre as personagens, contribuindo para a atmosfera de ameaça, de pesadelo iminente.
Pensado/Observado/Reflectido por Ricardo Revez
quinta-feira, setembro 20, 2007
Boa reflexão
Gozo!!!
NEW YORK, NY, July 24, 2007 -
A public school teacher was arrested todayat John F.Kennedy International Airport as he attempted to board a flightwhile in possession of a ruler, a protractor, a set square, a slide rule and a calculator.At a morning press conference, Attorney General Alberto Gonzales said hebelieves the man is a member of the notorious Al-gebra movement .
He did not identify the man, who has been charged by the FBI with carrying weapons of math instruction.
"Al-gebra is a problem for us" , Gonzales said. "They desire solutions bymeans and extremes, and sometimes go off on tangents in a search ofabsolute value. They use secret code names like 'x' and 'y' and refer to themselves as 'unknowns', but we have determined they belong to a commondenominator of the axis of medieval with coordinates in every country.
As the Greek philanderer Isosceles used to say, 'There are three sides to every triangle'.
When asked to comment on the arrest, President Bush said, "If God had wanted us to have better weapons of math instruction, He would have given 'us more fingers and toes. White House aides told reporters they could not recall a more intelligent or profound statement by the president.
Reacções...(IV)
Começando pelo inicio…
11:16 AM
1. Estás a ver como não é difícil contribuir?...
2 Concordo com o que dizes de uma reforma mais profunda das competências da Assembleia Municipal (já o tinha referido); e se tens informação que vá nesse sentido, partilha, pois que eu saiba ela não é pública. Parece-me é que, por exemplo, a questão dos Presidentes de Junta continuarem a ter assento na AM essencial, pois não só ninguém os elegeu para o cargo como deturpam totalmente a proporcionalidade do voto popular na eleição do segundo órgão autárquico.
3. João, parece-me que não entendeste as minhas referências aos «Pais Fundadores» do nosso sistema eleitoral. Não os uso para discutir o sistema de eleição municipal. Tinha dois propósitos.
Um refere-se à dignificação do nosso trabalho constituinte, muitas vezes criticado e poucas vezes elogiado. A bem ou a mal, os deputados reunidos em São Bento em 1975 - 1976 conseguiram erguer um sistema constitucional democrático, plural, funcional e suficientemente dinâmico para ser evolutivo. E ainda hoje acredito que as suas bases políticas de democracia plural são válidas (e que muitas falhas do sistema existem mais pela má execução dos actores que pelo sistema em si). Nunca usei, nem uso, os Funding Fathers como desculpa para discutir alguma particularidade do sistema, uso-os sim para salvaguardar o seu património e para procurar construir a tal «Cultura Política» e a estabilidade a que me refiro amiúde.
Em segundo lugar, como dever de ter reparado, interessam-me as questões relacionadas com cultura política, e não acredito que permanentes revoluções sistémicas sejam a solução para os outputs que o sistema necessita para poder melhorar. Ou seja, o que penso que a estabilidade de um modelo que está longe de falir por causa própria deve ser salvaguardada em detrimento de qualquer oportunidade puramente política. Porque é que não se apura, simplesmente, a Assembleia Municipal e se deixam os executivos assim?
Wrong question
Via Arrastão [parece que é um dos videos mais visto no Youtube...]
Reacções...(III)
Começando pelo meio (ia começar pelo fim, mas deliberadamente escolho começar pelo meio, porque é esse o enfoque que quero dar ao debate)
Aparte dos «picanços», dois comentários rápidos:
1. Infelizmente já não leio jornais; mas acho estranho o Luís Delgado estar contra os executivos monocolores...
2. Vejo críticas e picardias da tua parte. E ideias? Debater não é apontar falhas na argumentação do outro (o que é sempre fácil, pois há-se haver sempre um qualquer ângulo não coberto pela exposição), é contribuir com argumentos próprios. Onde estão os teus?
Algumas contradições:
1. contradições: «O facto é que tens dois sistemas eleitorais distintos, um com base na proporcionalidade e na representação das franjas politicas, e outro com base num executivo proporcional, que cerca de metade dos membros dum executivo não têm pelouros atribuídos»
Parece-me que ambos os sistemas são proporcionais...
2. “A ideia dos executivos monocolores vem deturpar todo o ideal dos nossos «founding fathers» quando, na Constituinte de 1975, consagraram um sistema de distribuição de mandatos políticos proporcional…” - Apontas-me uma contradição, mas desculpa não a vejo.
Por fim, algumas considerações:
1. sobre as Assembleia Municipais. Concordo com a revisão dos poderes das mesmas, aumentando a capacidade de intervenção dos «parlamentos locais». Agora, que saiba - e posso estar mal informado - julgo não estar essa proposta em cima da mesa.
2. Se bem entendo, tu estás de acordo com a alteração da lei, não? (é que nunca o dizes). Também insistes em comparar e colar as leis para a Assembleia da República com as leis autárquicas. Nesse sentido, queres a forma de governo municipal seja uma réplica do nacional?
quarta-feira, setembro 19, 2007
La Palisse
Sobre o debate, a mim, como socialista, pareceu-me mau de para um partido com o arquivo político do PSD. Mais confuso fico quando o comparo com a última eleição disputada no seio do Partido Socialista, com João Soares, Manuel Alegre e José Sócrates envolvidos num debate fortíssimo mostrando o PS como um partido de ideias, ideais e projectos.
Este PSD, sinceramente, mais parece um grupo de amigos, onde a clique A está em permanente conflito contra a clique B.
Como me dizia um amigo, dirigente do PSD, esta é uma luta de círculos fechados, onde o objectivo não é, nunca foi, comunicar com o país, com as bases do PSD ou com quem quer que seja. A ideia é, só, ganhar o poder, tendo em mão meia dúzia de barões e cacique. De um lado e de outro...
É pena, pois Portugal merecia melhor. Merecia que o tal caldo cultural de que tenho vindo aqui a falar, tivesse mais sabor, mais consistência e qualidade. Esperemos pela RTP e para a tal plateia de 3 milhões, para ver se sai melhor música destes solistas de segunda...
Sem Tugir!
(precisamos é de um mail para onde enviar o convite)
Reacções...(II)
Reforma eleitoral Interessante esta ideia oriunda do PSD-Porto, de mudar os círculos eleitorais para a AR, substituindo os distritos pelas NUTS 3, que são os agrupamentos intermunicipais de base (28 no Continente).
2. De EBranquinho a 18 de Setembro de 2007 às 11:10
Os dois anteriores comentários [Vital Moreira e o nosso] acabam por abordar duas questões distintas ainda que tenham a ver com a mesma mateira, as eleições para representantes do povo quer ao nível central quer ao nível local.
Parece-me ser esta - a questão da necessidade dos executivos monocolores - uma não questão. Qual é a prova empírica da pertinência da proposta? Que eu saiba são raríssimas as situações de eleições intercalares, com a ocorrida em Lisboa recentemente. Basta comparar o grau de execução de comprimento das legislaturas nacionais e autárquicas para verificamos que a norma nas câmaras é que os mandatos sejam cumpridos, ao contrário do exemplo nacional, onde somente 3 legislaturas em 17 foram compridas na íntegra (esta será a 4ª).
Agora o que esta questão me parece ser é moeda de troca para a revisão da lei eleitoral para a Assembleia da República. Como já aqui disse, a ideia é o PSD ceder na questão autárquica e o PS na redução do número de deputados (então se Marques Mendes ganhar...). É o «pacote eleitoral», já definido e só à espera de assinatura pública...
Verniz...
Chateia, como imaginam, ver um dos mais reconhecidos blogues nacionais entrar neste tipo de situações, mas... whats new?
Do Luís Tito lembro que foi a primeira pessoa a convidar-me para escrever na blogosfera. Já lá vão uns bons anitos, e foi no (penso) primeiro blogue partidário português: o do PS Benfica. Hoje abriu estabelecimento próprio, mas parece que ainda tem quota num outro...
O Carlos, que o fui conhecendo «daqui e dali», tornou-se, lentamente, em alguém do meu quotidiano, tal é a frequência com que o visito no Tugir. É, hoje, uma referência.
Na verdade este post já devia ter sido escrito, na altura em que o Luís saiu do Tugir. Queria desejar boa sorte aos dois, agora com aventuras individuais. Queria também dizer ao Carlos que não sabia se a decisão de continuar o Tugir seria a melhor, talvez começar ou novo blogue, mais pessoal, ou juntar-se a outro projecto (que é coisa que não falta, por essa blogosfera...). Era apenas um apontamento, que agora me parece premonitório, de alguma maneira.
Não vou, como imaginam, opinar sobre o que pode estar a acontecer no Tugir. Segundo este último post, parece que o Luís está determinado a que a «marca» Tugir termine a sua actividade, e se assim for, resta ao Carlos sair. A questão da posse, dos direitos de imagem ou, como alguém comentava, aos direitos sobre a criança após o divórcio são sempre muito complicados...
Resta-nos esperar para ver o que acontece. Amanhã vou lá passar outra vez.
[Carlos, se quiseres um sitio para escrever, esta Loja está sempre aberta. Aqui a Liberdade não tem horário de funcionamento]
Reacções...
Inacreditável, como é que consegues fazer este post?Está ao melhor nivél do jornalismo português! (Demagógico, sem um minimo de estrutura e cheio de sound bytes). Estás a comparar o método de eleição dos executivos camarários com o método de eleição dos deputados nacionais? (então e os deputados municipais estão lá só para enfeitar?). E ainda dizes que ter o mesmo sistema de eleição de executivos camarários que tens para eleição do Governo é uma traição dos "founding father"? Vês a tua própria contradição, ou precisas de mais dicas?
1. Nunca comparei as duas eleições, disse, e é público, que se prepara um «pacote eleitoral», a assinar entre PS e PSD que contempla alterações nos dois sistemas eleitorais. A ideia é que o PSD cede na questão dos executivos autárquicos monocolores e o PS na questão da redução do número de deputados (para 181).
2. Deliberadamente não abordo a relação entre a vereação da câmara e a assembleia municipal, porque não é esse o enfoque que quero dar ao debate. Preocupa-me mais a questão cultural e a verificação da capacidade que os partidos políticos têm, hoje, de, sozinhos, gerir a cauda pública. Não é em vão que a «campanha pelos independentes» é tão popular.
3. Como indicas, e bem, foram deliberadamente construídos dois sistemas de governo diferentes: um para a governação nacional, outro para a autárquica. Nada indicia que eles tenham de ser reprodução um do outro, como procurar insinuar. Porque teria de ser?
4. João, sem stress, onde é que está a não seriedade deste debate?
segunda-feira, setembro 17, 2007
Completamente contra...
A ideia dos executivos monocolores vem deturpar todo o ideal dos nossos «founding fathers» quando, na Constituinte de 1975, consagraram um sistema de distribuição de mandatos políticos proporcional, por método de Hondt, sem clausulas barreiras. Era objectivo não deixar fora da representação política as franjas da opinião política, merecedoras de representação parlamentar e de existência no panorama político nacional. Mesmo assim, tomando em conta as necessidades da governação, optaram, os nossos constituintes, dos métodos eleitorais ao dispor, por aquele que permitisse com mais facilidade a obtenção de maiorias parlamentares estáveis: círculos eleitorais de varias dimensões (quasi maioritários como os do Alentejo, de média dimensão como Aveiro ou Braga e de grande dimensão como Lisboa ou Porto) e método de apuramento d’Hondt. E isso que justifica a que com 43% dos votos se possam alcançar a maioria dos deputados na Assembleia da República).
Estas leis vão colocar todo este sistema em causa. Tenho dúvidas mesmo da sua constitucionalidade…
Mas, tão importante como as questões processuais ou sistémicas, encontra-se as questões políticas de fundo:
1. Devemos, 30 anos depois de estruturalmente nos acostumarmos a uma cultura de pluralidade política procurar construir, burocraticamente, um sistema maioritário de clara tendência bipolar?
2. Estão os principais partidos políticos portugueses, afinal os beneficiários destas propostas, preparados para governar sempre em maioria absoluta as câmaras municipais deste país?
Realmente tem estado mais quente...
Alda Macedo Deputada do Bloco de Esquerda I Alfred Omenya Membro do Climate Network Africa I Axel Friedrich Director da Divisão de Ambiente, Transportes e Ruído da Agência Federal Alemã de Ambiente I Carlos Ballesteros Garcia Professor de Comportamento do Consumidor em Madrid I Eduardo de Oliveira Fernandes Especialista em Energia e Climatização da FEUP I Filipe Duarte Santos Coordenador do Projecto SIAM – “Alterações Climáticas em Portugal. Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação” I Francisco Louçã Deputado do Bloco de Esquerda e Coordenador da Comissão Política I George Monbiot Jornalista, autor, académico e activista ambiental e politico no Reino Unido I José Manuel Mendes Coordenador do Observatório dos Novos Riscos Públicos em Coimbra I Mário Alves Consultor em transportes e gestão de mobilidade I Miguel Portas Deputado ao Parlamento Europeu do GUE/NGL pelo Bloco de Esquerda I Rui Berkmeyer Membro do Centro de Informação de Resíduos da Quercus I Suraje Dessai Investigador no Centro Tyndall para a Pesquisa das Alterações do Clima no Reino Unido I Sven Teske Especialista em Energia da Greenpeace Internacional
domingo, setembro 16, 2007
(mais) dois motivos para votar Hillary
Bauhaus e o Expressionismo Alemão
Pensado/Observado/Reflectido por Ricardo Revez
sábado, setembro 15, 2007
108-13
Desde el inicio se notó que Portugal salió a disfrutar del mejor partido de rugby de su historia. Enfrente estaban los All Blacks, ese equipo que tantas veces vieron por televisión y que ahora danzaban el Haka delante de ellos. Ninguno se quiso perder esta oportunidad única en su vida y tacklearon e intentaron jugar como si fuese la última vez.
Gosto de ler o João
sexta-feira, setembro 14, 2007
A representação das mulheres nos manuais e software educativo de história> contemporânea
quinta-feira, setembro 13, 2007
Now the view is the Statue of Liberty. You can't beat that!
Retenho uma ideia.
Diz o apresentador que já não tem a vista do WTC do seu apartamento na zona sul de Manhattan: «-Now the view is the Statue of Liberty. You can't beat that!»
Definitivamente. Nada pode bater o espirito de Liberdade e de empreenedorismo que germina na sociedade norte-americana e, por vezes, na "dita" ocidental. Há que saber honrar esses valores, de Tolerância, Respeito e promoção da diversidade, esse traço civilizacional que nos permite sonhar com as utopias humanitárias.
Isto para dizer que não me quero esquecer do que recordei a 11 de Setembro: que o Mundo pode ser muito mais que ódio, guerra ou política. Tem de ser construção, respeito e tolerância. Construção, não de utopias, mas de realidades políticas assentes nos ideais da Liberdade, Igualdade (perante a Lei) e Fraternidade (Respeito pelo Outro).
Como é que se ganha um jogo sem Pontas de Lança?
De repente lembrei-me...
quarta-feira, setembro 12, 2007
Passagens para África
André Freire
Talvez por ter apanhado muita gente de férias, a coligação PS-BE para a Câmara de Lisboa foi tratada de forma superficial e/ou panfletária. O facto poderá, porém, vir a ter implicações relevantes para a maturação da democracia portuguesa. Vejamos porquê.
Pelo PS, António Costa venceu as eleições com 29,5 por cento. Por isso, pretendeu uma coligação com todas as forças de esquerda. Porém, apenas o vereador Sá Fernandes, pelo BE, respondeu positivamente.
O primeiro dado singular é que se trata de uma coligação minoritária. Ou seja, a soma dos vereadores (6+1) é inferior à maioria absoluta (9).
É curiosa também porque sabemos que, devido ao entendimento PS-PSD para a revisão das leis eleitorais autárquicas, não serão necessárias quaisquer coligações nas autárquicas de 2009.
Para fazer luz da decisão de Costa temos não só o reconhecimento que fez do carácter plural da esquerda (em Lisboa), mas também a situação difícil que vive a câmara e a existência de uma maioria de direita na assembleia municipal.
Mas podemos também olhar para esta coligação como um ensaio que, se correr bem, poderá eventualmente ser replicado ao nível do país.
Se o PS conseguir apenas uma maioria relativa nas próximas legislativas, uma das soluções possíveis é uma coligação de esquerda.
Além disso, Costa posiciona-se como putativo líder de uma "esquerda plural", para o caso de Sócrates não querer governar uma tal coligação e os resultados eleitorais, bem como o próprio partido, levarem a que se afaste o cenário de uma coligação com a direita.
Para o BE, a coligação apresenta pelo menos duas vantagens: compromete o partido apenas ao nível autárquico, deixando-lhe o caminho livre para continuar a fazer oposição ao nível nacional e, assim, apresentar com credibilidade o seu programa alternativo em 2009; como a lista é encabeçada por um independente, deixa margem acrescida ao partido para se demarcar se, por hipótese, as coisas correrem mal.
Nas democracias representativas, a luta pelo controlo do Governo está no cerne da luta política.
Por isso, o politólogo Peter Mair propôs uma tipologia que classifica os sistemas de partidos de acordo com o grau de inclusão de partidos no Governo e o grau de inovação nas fórmulas governativas.
Na Europa, Portugal apresenta um dos sistemas mais fechados/menos inclusivos e menos inovadores. E porquê?
Porque, de 1987 à actualidade, só houve uma coligação e, ao longo de toda a história democrática, os partidos à esquerda do PS nunca entraram no Governo.
Por isso, Portugal tem um sistema partidário enviesado para a direita: quando não governou sozinho, o PS governou com o CDS ou com o PSD.
Na Europa, as coligações são a regra dominante numa maioria esmagadora de países.
E tais coligações, sobretudo quando alinhadas à esquerda, têm incluído vários partidos da família do BE.
Os politólogos dividem-se na classificação desta família, "Esquerda Libertária" ou "Socialistas de Esquerda", que inclui partidos tais como o Sosialislitik Venstreparti (Noruega), o Socialislitik Folkeparti e o Enheedlisten - De Roed Gronne (Dinamarca), o Politieke Partij Radikalen e o Groen Links (Holanda), o Partei des Demokratischen Sozialismus (Alemanha) e o Vänsterpartiet (Suécia), etc.
Trata-se de partidos que, tal como o BE, fizeram o seu aggiornamento a partir de formações de extrema-esquerda de tipo trotskista, marxista-leninista ou maoísta.
Todos abraçam as causas da "nova esquerda": mais democracia participativa, direitos das minorias (étnicas, sexuais, etc.), ambientalismo, etc.
Além disso, muitos fazem parte do mesmo grupo parlamentar do BE no Parlamento Europeu.
Aquilo que separa a maioria destes partidos do BE é o facto de terem participado em inúmeras coligações (ou acordos de incidência parlamentar) nacionais com os sociais-democratas.
Mas não é preciso irmos à Escandinávia ou à Holanda para encontrarmos este tipo de fórmulas governativas.
Em Espanha, temos um governo minoritário do PSOE apoiado pela Izquierda Unida (PCE e forças da "nova esquerda") e pela Esquerda Republicana da Catalunha.
Em Itália, temos uma coligação de esquerda que inclui diversas formações de extrema-esquerda, nomeadamente comunistas.
A "Esquerda plural", em França, ia do PSF à extrema-esquerda.
Estas coligações são a norma na Europa, não aquilo a que chamei o enviesamento para a direita do sistema partidário português.
É por isso que reacções à coligação PS-BE como a que foi protagonizada por Pulido Valente (Público, 12.08.07) revelam desconhecimento do funcionamento efectivo das democracias europeias e do perfil dos "Socialistas de Esquerda".
Há também o profundo desejo da direita de que o PS nunca se consiga entender com os partidos à sua esquerda e, em caso de necessidade, governe apenas com ela.
Menos compreensíveis são as declarações de certos dirigentes do BE parecendo rejeitar liminarmente uma coligação em 2009.
O grande dilema do BE será o de saber se, em caso de maioria relativa do PS, vai querer atirá-lo para os braços da direita ou se, convergindo com as práticas dos seus congéneres europeus, quererá "invadir, penetrar e contaminar o PS com o que de melhor o BE trouxe à política portuguesa" (Miguel Vale de Almeida).
A essência da democracia é o compromisso e uma coligação de esquerda não implica necessariamente uma diluição da identidade dos pequenos, como mostram as inúmeras experiências europeias.
E a incorporação dos vários segmentos do eleitorado no Governo fará muito mais pela aproximação entre eleitores e eleitos do que quaisquer reformas institucionais.
O BE deve é ter presente que se rejeitar a priori tal fórmula estará a dar força aos apelos à maioria absoluta e a limitar a sua capacidade de captar eleitores do PS descontentes (mas apegados à ideia de estabilidade política).
Mais, estimula e legitima as tentações maioritárias em sede de reforma eleitoral.