Interessante texto do Ricardo Costa, director de informação da SIC:
Devo admitir que não fui dos primeiros defensores das directas no PS. Pensei mesmo que era um processo apagado, que potenciava «eleições iraquianas» (as tais dos 90 e tal por cento) ou candidatos únicos. Esta impressão durou até às eleições do PS em 2005. Aí o modelo provou-se eficaz, dinâmico e atractivo. «Fez» um primeiro-ministro. E agora todos querem provar do elan que Sócrates produziu a seguir à sua eleição.
O problema é que, apesar de ser o mesmo modelo, o sistema e os homens são bem diferentes. A máquina do PS não é assim tão diferente da do PSD. As questões processuais, as quotas, também se poderiam ter colocado em 2005. A diferença foi que os candidatos quiseram discutir política, Ideias, Projectos. Foi sobre esse compromisso que se realizaram os mais interessantes debates políticos da última década.
O PSD quer discutir influencia, caciquismo, baixarias. A máquina do PS entendeu o que tinha de ser aquele combate, e depois da eleição, todos juntos na governação de Portugal (vejam-se os hoje ministros que apoiaram Alegre, por exemplo...). A máquina do PSD, com estranhos traços de falta de cultura democrática, entretém-se numa atitude antropofágica que nada prestigia o partido que Magalhães Mota, Sá Carneiro e Pinto Balsemão criaram.
O que impressiona é que esta nem é uma acção que espanta. Só confirma.
O problema é que, apesar de ser o mesmo modelo, o sistema e os homens são bem diferentes. A máquina do PS não é assim tão diferente da do PSD. As questões processuais, as quotas, também se poderiam ter colocado em 2005. A diferença foi que os candidatos quiseram discutir política, Ideias, Projectos. Foi sobre esse compromisso que se realizaram os mais interessantes debates políticos da última década.
O PSD quer discutir influencia, caciquismo, baixarias. A máquina do PS entendeu o que tinha de ser aquele combate, e depois da eleição, todos juntos na governação de Portugal (vejam-se os hoje ministros que apoiaram Alegre, por exemplo...). A máquina do PSD, com estranhos traços de falta de cultura democrática, entretém-se numa atitude antropofágica que nada prestigia o partido que Magalhães Mota, Sá Carneiro e Pinto Balsemão criaram.
O que impressiona é que esta nem é uma acção que espanta. Só confirma.
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