quarta-feira, janeiro 09, 2008

Hibernação, Renovação, Eleição. Em duas partes


Parte Dois.

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Eu apoio o Miguel Coelho. Apoio porque é quem melhor se apresenta para, com experiência, preparar o futuro do PS em Lisboa. Mas isso é tema para outro post, e o ponto deste não é esse. Interessa-me explorar a ideia da «garantia». De «Garantia» e de «Renovação».
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Algumas questões, Carlos:
1. Que «Garantias» te dá a candidatura do Miguel Teixeira não sejam subjectivas e emotivas, derivadas apenas do teu apoio acrítico?
Em que condições podemos apresentar o argumento de que «candidato X oferece a garantia de…»? Qual é a prova que lhe podemos solicitar? Pode ser algo escrito? «Clinton garante que as tropas norte-americanas vão retirar do Iraque se ganhar as eleições. A prova é que assinou este papel…». Pode ser algo assim? Ou talvez se produza uma avaliação mais personalizada, com base numa apreciação do historial, da personalidade e carácter da pessoa em causa («Clinton vai retirar as tropas do Iraque; e eu acredito baseado no seu historial de posições políticas devidamente escrutinadas, no carácter demonstrado ao longo de 35 anos de vida política e da sua personalidade, de que vim a conhecer e gostar nestes anos»)? É sobre este prisma que procuravas colocar a tua análise, Carlos? Que tipo de escrutínio temos no pessoal político actual?
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2. Depois referes: «garantias de imprimir uma nova dinâmica». Significa isso que mais nenhum candidato pode oferecer essa «nova dinâmica»? Com que propriedade é permitido à candidatura ao Miguel Teixeira apresentar-se detentora, em exckusividade, do «novo»? O Bilhete de Identidade? Os anos de militante? Deve isso ser o único critério para a avaliação da tal «novidade»? É que esses são os únicos critérios objectivos que podes apresentar, sem correr o risco de, uma vez mais, seres apenas emotivo nos argumentos.
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3. Não pode o Miguel Coelho ser o portador dessa renovação? Se não, porquê?
Tem a renovação, em política, ser sinonimo de idade?
- Fulano A tem 30 anos; fulano B tem 25; logo fulano B é a renovação?
O que é, então, renovação em política? A cara? Ou melhor, o grau de notoriedade da cara?
- Fulano A é mais conhecido que B; logo fulano B é a renovação.
Ou será um pouco mais? Não serão as condições anteriormente expostas um pouco…básicas? Não queríamos falar de política? Regresso à questão, o que deve ser renovação em política? O projecto não importa? E a equipa?
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Não pode um projecto político renovar-se? Evoluir? Concluir um percurso de construção faseado que termine numa forte renovação? Parece-me que existem dois momentos onde o espaço político para a renovação aparece com mais facilidade: o momento da primeira candidatura e o momento da última. E pelas mesmas razões: ambas não têm nada a perder; nada para dar; nada para recear. O potencial para se correr riscos é, então, elevado; podendo os candidatos apresentar ideias, equipas, projectos que, muito provavelmente, não fariam se fossem obrigados a uma mais atenta (e naturalmente defensiva) gestão política. Curiosamente, e ao contrário de anos passados, nestas eleições ambos os candidatos podem arriscar.

E a equipa não se pode renovar? Pergunta teórica: Fulano A, novel candidato, de 30 anos concorre à eleição X. Tem, na sua lista 2 pessoas «novas» (em 20 possíveis). Fulano, B de 50 anos, recandidato pela 3 vez apresenta 12 pessoas «novas». Onde está a renovação? Com Fulano A ou Fulano B.

O post já vai longo, pelo que responderei à questão dos militantes numa outra oportunidade. Espero que tenha sido devidamente justificada a razão da minha necessidade de intervir de forma premente e grave. Entendo a política assunto sério, e defendo que a Transparência e a Honestidade devem ser conceitos base associados à pratica da política activa.
Deixei, decerto reparaste, inúmeras oportunidades de prolongares esta resposta / reflexão. Procurei apresentar argumentos gerais. Não queria discutir os candidatos agora; e não gosto de personalizar a política. Reparei por alguns dos comentários ao teu texto que nem todos partilham da ideia de renovação que invadiu os nossos textos, procurando na política do ataque pessoal camuflado, sem nível nem argumento, os 3 minutos de fama, ganhos à custa da ocupação de um espaço de publicação. Peço-te que não enveredes por esse caminho.

(retive esta ideia de um dos teus comentário – de um Pedro, julgo – que falava de aparatchiks e caciques; não sei de dos da velha guarda se dos da nova geração; mas pode bem ser tema para uma próxima troca de ideias: o que é hoje um cacique? Em teoria deve ser quem tem acesso a uma rede de distribuição e a utiliza em prol de uma estratégia pessoal de conquista de poder. Geralmente utiliza o Estado como canal distributivo. Não?)

1 comentário:

Gustavo Gouveia disse...

Punhamos as coisas na seguinte perspectiva:
Camarada A tem 13 anos de liderança de uma estrutura partidária. Nesse 13 anos, essa estrutura sofreu a evolução X.
Camarada B tem 2 anos de liderança de uma estrutura partidária. Nesses 2 anos essa estrutura sofreu evolução Y.
X/Δt < Y/Δt
Por isso voto Miguel Teixeira

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