And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
terça-feira, julho 31, 2007
segunda-feira, julho 30, 2007
Estado Laico?
A tentativa que os líderes desta Igreja estão a fazer para a implementação de um Estado fundamentalista cristão é séria e atinge desde as mais tenras idades as próximas gerações. Para tal, usam todos os meios disponíveis: concertos, parques de diversões, desportos radicais, espectáculos de comédia, feiras, wrestling, "aulas" e depois os mais tradicionais – missas, grandes reuniões de fieis.
Fazem campanha porta a porta, apregoando e pedindo o voto nos candidatos que defendem os “valores morais de uma sociedade justa” e, embora nunca dizendo nestas acções qual o candidato/partido que apoiam, já o publicitaram anteriormente (Partido Republicano, obviamente)
Será que não há ninguém (nenhum grupo) nos EUA que consiga fazer uma campanha séria contrária, explicando que os que esta igreja quer é exactamente o mesmo, embora noutro credo, que aquilo que existe no médio oriente e que o actual governo americano tanto apelida de inimigos da Liberdade e Democracia, e berço do terrorismo internacional?
P.S. - Estima-se que esta igreja tenha qualquer coisa como entre 50 a 80 milhões de membros nos EUA, e embora hajam estudos que indicam que não há grupos deste tamanho que votem em massa nos prentendidos pelos seus líderes - pelo menos por essa mesma razão - o certo é que, como eloquentemente é dito no documentário, Al Gore já aprendeu, John Kerry já aprendeu e Hillary Clinton vai aprender!" a não ir contra os valores que eles defendem.
domingo, julho 29, 2007
sexta-feira, julho 27, 2007
Dar sentido ao PS
quinta-feira, julho 26, 2007
Lisboa Cool e Informada
Happening Arte na Rua Pintura na Fachada do IADE
Em tempo de férias chega de ficar em casa a ser influenciado por ideias feitas e por músicas desaconselháveis ao teu precário bem disposto estado de espírito. Partindo do pressuposto que em cada alma vive um artista em potência, o IADE cobriu a sua fachada de telas em toda a sua largura (cerca de 65 metros por 3 metros de altura). E pede-te que a pintes, transformes, reveles o teu lado de artista plástico. E ainda por cima há prémios para todos os participantes. Justifica-se a frase: viva a pintura democrática! /Catarina Medina
Ciclo Juntacin: Voando sobre um ninho de cucos
Num verdadeiro ninho de párias, McMurphy é o mais pária de todos. Selvagem e livre, prefere morrer do que ser comido pelo monstro institucional, que começa logo pelas asas. De 1975 e com Jack Nicholson num heróico papel de anti-herói, foi gravado quase todo em sequência (à excepção de uma única cena) num hospital psiquiátrico de Oregon. Dentro do ciclo Juntacin, junta cinco filmes relacionados com o tema “ Pobreza e exclusão social”. Começamos pelo primeiro: Saúde Mental: Um Fenómeno Atemporal. Com Jack no baixo, Louise na bateria e Milos com a batuta. /Vera Morgado
ONDE
Junta de Freguesia de Santa Catarina Largo Dr. António de Sousa Macedo, nº 7 Bairro AltoTel. 213 929 800/04/05
QUANDO
27 Jun às 14h30
QUANTO
Entrada Livre
Dança Ópera
É ópera sem ser ópera. Esse foi apenas o ponto de partida. É um espectáculo que reúne um coreógrafo, Tiago Guedes, e uma actriz, Maria Duarte. É dança. É texto. É coreografia que se escuta. É ópera que se vê dançada. Adaptada de “Dido e Eneias” de Henry Purcell, esta será também a música que se fará ouvir. É partitura musical e libreto. É movimento. É corpo. É voz. É som. É teatro, música e dança. É ópera sem ser ópera e sem ser nos grandes salões ornamentados onde se vê ópera. É no Negócio que estreia o resultado de uma residência que parte depois para outros destinos: Bélgica e França. /Sónia Castro
ONDE
Negócio Rua de O Século, n.º 9, porta 5Tel.21 343 02 05
QUANDO
27 Julho a 5 Agosto às 21h30
QUANTO
10€
Concerto Corações de Atum
Cara Nação: encontramo-nos em plena época balnear. A situação não é alarmante, é antes escaldante! Recomenda-se o uso de roupagens reduzidas e a frequência de locais ditos cool, ou seja, praias sem vigilância para que se possa levar o cão, toda e qualquer esplanada que tenha cerveja ou outra bebida gelada, o pinhal, a Costa Vicentina e o Maxime! A alimentação deve ser rica em líquidos e cores, não devendo faltar no farnel a bela da lata de atum. Este peixe de águas frias, quando dono de um coração, tem propriedades afrodisíacas capazes de dar vida à mais velha das carcaças, lustro ao apagado e calor à frigidez. Em concerto, melhor. Sigam todas estas recomendações e vão à pesca na Praça da Alegria!/Célia F.
ONDE
Cabaret Maxime Pç. Alegria, 58Tel.21 3467090
QUANDO
28 de Julho abertura de portas às 22h
QUANTO
10€
Feira Ladra Alternativa
Reciclar está na moda, na decoração, na pintura, na fotografia e na 8ª edição da ladralternativa. Jovens criadores e novos artesãos fazem do trabalho criação e apresentam a sua originalidade entre peças únicas e ideias em prática. Sem limites imaginários, o melhor da tradição volta ao coração de Lisboa seguindo os passos da cultura popular até Alfama. No bom caminho, e por uma excelente causa, “Aprender África” está presente nesta edição para recolher e entregar muitos livros aos meninos moçambicanos que aprendem a crescer com os olhos cheios de alegria. Boas ideias não faltam nem falham. Entre linhas e circuitos alternativos, sigam o coração. Está tudo lá! /Fitijane
ONDE
Centro Cultural Dr. Magalhães Lima Largo do Salvador AlfamaTel.966 305 676
QUANDO
28 e 29 lulho Sáb:10h-21h Dom:10h-19h
QUANTO
Entrada livre Não há multibancos
Concerto Galaxy 5 Orchestra
Era uma vez uma galáxia que se chamava NGC5128. Ficava situada a 795km/s da Via Láctea. Todos os seres do Universo a conheciam pelo seu brilho. Era a quinta galáxia mais brilhante do céu. Ofuscava qualquer tentativa de visionar o que por lá se passava, permanecendo assim no maior dos mistérios. Nunca ninguém soube nada sobre ela. Até que um dia (há sempre um dia!), nos céus da superfície terrestre apareceu uma nave envolta em luz. Os ocupantes eram quatro extraterrestres musicais surpreendentemente bonitos. Saíram do interior e apresentaram-se à entusiasta população. Eram Benjamin Brodbeck, Filipe Raposo, Johannes Krieger e Francesco Valente. Toda a gente ficou surpreendida com a sua aparente normalidade. Serão eles afinal deste planeta?! Para desvendar o mistério dirijam-se ao planeta Bacalhau. /Célia F.
ONDE
Verão do Bacalhau Campo das Cebolas no meio das palmeiras frente à casa dos Bicos
QUANDO
29 de Julho às 20h30
QUANTO
Entrada livre
Aluguer Scooter Mania
Fazia falta um serviço destes em Lisboa. Agora já podes andar para baixo e para cima nestas colinas a acelerar uma scooter. E também podes dizer aos teus amigos e conhecidos estrangeiros que há uma loja onde se pode alugar uma motorizada. Mesmo a calhar para este Verão. Os preços são acessíveis e a morada não podia estar mais bem localizada, bem no centro da cidade. Se estiveres com um grupo, o preço ainda baixa mais. E sais da loja com ideias para fazer percursos de scooter. /Blindim
ONDE
Scooter Mania Rua do Cruxifixo, 17, BaixaTel. 213467144
QUANDO
Das 09h às 20h
QUANTO
Preços muito acessíveis
Hamburgueres H3 (Not So Fast Food)
Esta é uma experiência transcendental provocada por um hambúrguer. Às vezes os alimentos têm disto, tiram-nos do sério, ficamos com aquela cara de parvos, olhos fechados e a boca a absorver o sabor. Qualquer versão de um hambúrguer gourmet do H3 (todos de 200gr) vai saber bem: com molho Café 3 (nome do restaurante onde tudo começou), com molho de cogumelos, à portuguesa (com ovo a cavalo), Benedict (com espinafres, molho holandês e ovo escalfado), com foie gras e cebola confitada em Vinho do Porto ou simples. O acompanhamento pode ser de arroz thai, batata frita ou esparregado, que por sinal é uma delícia. A sobremesa pode ser fruta da época portuguesa, um semi-frio ou um Coulant de chocolate H3 (também transcendental). Claro que tudo isto é para comer de forma not-so-fast, até porque o espaço a isso convida. E reparem nos preços... / Blindim
ONDE
Dolce Vita Monumental Praça do SaldanhaTel.21 352 72 10
QUANDO
Todos os dias, das 09h às 23h
QUANTO
Menus a partir de 5.90€!
Divulgação / Convite
quarta-feira, julho 25, 2007
Fogo cruzado
António Costa é o principal vencedor das eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa. Além dele, ninguém nem nenhum partido político saíram vitoriosos.
Por isso mesmo, interessa perceber o efeito das "candidaturas independentes" e dos "movimentos de cidadãos" sobre o eleitorado. Ora, e a meu ver, esse efeito assemelha-se a um fogo cruzado ao dispararem em todas as direcções, os independentes acabaram por ser também vítimas do seu próprio jogo. Mais, ao pretenderem ocupar um espaço que está "de fora" do sistema político, jogaram com as mesmas regras e acabaram por limitar a capacidade de manobra e de decisão do agora eleito presidente da Câmara.
Se essa era a sua verdadeira intenção, se pretendiam colocar-se na posição – sempre cómoda – de quem critica a acção política dos outros, então esse objectivo foi, em larga medida, conseguido. Além do mais, a percentagem de distribuição de votos à Direita e à Esquerda manteve-se sensivelmente a mesma: o que sucedeu nos resultados eleitorais de Lisboa foi uma repartição do eleitorado do PS e uma considerável divisão dos eleitores do PSD. Ou seja: as candidaturas independentes não alteraram a distribuição dos votos e das tendências naturais de orientação política dos eleitores.
Serviram, isso sim, para dividir os eleitorados de origem dos candidatos ditos "do sistema" e – com este tipo de comportamento – tornaram ainda mais difícil a governação da cidade de Lisboa nos próximos dois anos. Parece-me, portanto, pouco verosímil que se possam tentar muitas extrapolações dos resultados de Lisboa para o resto do país e que se possa tentar alguma futurologia relativamente ao que seria este tipo de eleição se se tratasse de legislativas. Agora um facto verdadeiramente surpreendente nesta campanha eleitoral foi a capacidade para – em tempo recorde – se montarem duas campanhas de "movimentos de cidadãos", recolhendo as respectivas assinaturas e organizando uma máquina de propaganda.
E se – por definição – os movimentos não têm um carácter permanente e acabam por desaparecer com o tempo, é inevitável que as estruturas distritais de Lisboa do PSD e do PS retirem as respectivas conclusões dos resultados alcançados. E que aproveitem, bem, esta oportunidade de mudança.
Paulo Pereira de Almeida in Jornal de Notícias, 25/07/2007
Em 2007 como se fosse 1982.
Tudo? Não!
[as frases]
"o aborto não será, com certeza, a primeira decisão de uma mulher porque é contra-natura. A função das mulheres é, precisamente, a da procriação"
"Até à data qualquer mulher (madeirense) que tinha de tomar essa decisão (abortar) não deixava de a tomar... tomava as suas providências e fazia-o lá fora"
terça-feira, julho 24, 2007
A «Marca» Lisboa
Da campanha eleitoral do António Costa um tema tem-me despertado: a relação da CML com a Cultura e com a criatividade no que se pode consubstanciar na ideia da «Marca Lisboa».
Nas iniciativas do Teatro Aberto e do Maxime, especialmente dedicadas ao tema, ouviram-se muitas ideias, críticas e propostas. Pelo capital humano reunido, parece-me ser este um daqueles momentos, raros em política, onde um bom líder, com uma boa equipa e com um bom projecto (a conjugação destas três variáveis é raríssima) são suficientemente atractivos para reunirem à sua volta os que de melhor trabalham nas diversas áreas profissionais de intervenção no espaço urbano.
Parece que as condições para que se criem um excepcional momento para a vida da cidade estão criadas. A ligação entre a política, a academia, o mundo empresarial, tantas vezes ambicionada, é assumidamente estratégica. Os mundos da ciência, da política, da cultura, tantas vezes de costas voltadas, finalmente partilham as mesmas salas onde todos se podem confrontar a partilhar projectos, ideias e vontades. Esta ligação é definidora do que a cidade quer ser, do que a «Marca Lisboa» ambiciona ser, do que a capital de um país europeu, cidade com história e cultura impar, tem de ser.
Lisboa, com estas condições, pode criar as circunstâncias certas para fabricar um momento impar na sua história, um hype político e cultural que lhe permita, por uma década, estar na vanguarda europeia no que concerne à definição de um life style europeu, cosmopolita e moderno.
Lisboa tem, assim, de ser modernidade, tolerância, criatividade. Tem de ser competitiva e contemporânea. Lisboa tem de ser Cultura e Ciência. Lisboa tem de ter uma Ideia agregadora para servir de catalizador de uma nova fase de desenvolvimento na vida de Lisboa, atirando-a para a contemporaneidade e para a dinâmica do século XXI. E essa ideia pode ser a definição da «Marca» da cidade.
É necessário ter em atenção de que a Lisboa institucional ainda não entrou no novo século, mas que a sua sociedade civil sim. Hoje Lisboa pulula de ideias, iniciativas e projectos. Todos feitos à margem do poder autárquico. Este divórcio necessita de ser anulado. Do que tenho visto, lido e reflectido, parece-me que o conceito das «Cidades Cri@tivas», devidamente enquadrado na cultura lisboeta, pode e deve poder ser utilizado e desenvolvido. Este, congregando os «t’s»do Talento, da Tecnologia e da Tolerância, assume que as políticas de desenvolvimento sustentáveis e integradas nas cidades contemporâneas se assentam na maximização do seu potencial de criação sustentada na sua massa humana envolvente e envolvida. Esta Ideia sustenta que uma Cidade com capacidade de apoiar e promover criadores consegue ser atractiva e socialmente mais equilibrada e justa; que uma cidade com capacidade de se apoiar nas suas redes sociais e humanas pode transformar o seu cosmopolitismo transversal numa existência solidária e competitiva. Seria, então, através do aproveitamento das diversas redes já existentes na sociedade civil, devidamente enquadradas na prática política a ser desenvolvida na CML, que se desenvolveria a nova atitude para cidade. Uma vez retomada esta ligação, o potencial de construção multiplica-se.
E é possível começar a procura a identidade que queremos criar, começar a definir a «Marca Lisboa».
Mas a ideia da «Marca Lisboa» carece ainda de definição identitária. O que é, hoje, Lisboa? o que simboliza?
A definição da identidade tem de passar não só pela promoção do conceito de cidade criativa. Tem de passar ainda pela construção da memória e pela apropriação da cultura popular e urbana que vive na cidade. E hoje Lisboa está sem memória. Lisboa esqueceu de tratar do seu passado.
Não será, como se imagina, tarefa prioritária para o «período da Urgência», mas não tenho dúvidas que as questões da memória serão importantes. No muito que tenho ouvi, no decurso da campanha, a ideia de tornar Lisboa uma cidade agradável á investigação científica é algo muito atraente e que tem feito o seu caminho no discurso político de António Costa. Agora, esse discurso não pode ser restrito apenas às ciências exactas. Temos de fazer prevalecer a mais valia das ciências sociais, em especial as ciências históricas e documentais, importantíssimas na manutenção e na projecção – cultural, mas também política e económica – de Lisboa como cidade global. Sabemos que as novas tecnologias são essenciais na comunicação e na ligação entre os conteúdos e os consumidores finais. Mas não nos podemos distanciar da necessidade da produção de conteúdos, e estes podem, e devem, provir das ciências sociais e humanas. Serão estas que terão a responsabilidade de apontar as metas finais a atingir. Serão estas que definirão a identidade de Lisboa, retirada da espuma da História e da Cultura da Cidade.
Na construção da identidade da cidade, decisiva na sustentação da «Marca» é imperativo saber articular estas duas vertentes, simbolicamente apontadas para o Futuro e para o Passado da Ideia de Lisboa. Como é que se pode operacionalizar esta ideia?
Construindo equipas multidisciplinares que consigam interiorizar este projecto de redefinição da Ideia da Cidade de Lisboa, da sua identidade, da sua Marca. Promovendo o conceito de «Lisboa, Cidade Cri@tiva» em simultâneo com o desenvolvimento de um amplo projecto de investigação na memória e na identidade da cidade. Dos seus espaços e das suas gentes. Do passado projectar o futuro, definindo assim o presente.
Sabemos que aos agentes políticos cabe a procura do equilíbrio entre os recursos disponíveis e os recursos necessários, numa muitas vezes estranha dança entre o que se quer e o que se pode fazer. Por isso é importante que antes das tomadas de decisões (i.e. da distribuição de recursos), se tome o tempo necessário para que os projectos sejam bem elaborados, e obedeçam a necessidades estratégicas para o desenvolvimento da cidade.
Agora, não se podem desperdiçar novas oportunidades. E a próxima CML terá de ter a atenção necessária à memória e à identidade cultural da cidade de Lisboa. Há, repito, que incentivar a criação de projectos multidisciplinares de investigação olissipográfica, definindo áreas, temas ou épocas estratégicas para a construção identitária de Lisboa, para a edificação de uma melhor «Marca», produto de consumo turístico, e para se criarem as condições necessárias para um hype à volta de Lisboa, para que se crie – por cinco, seis anos - um movimento sustentado de investigação criativa articulada estrategicamente com a necessidade de criar em Lisboa não só uma marca reconhecível como um espaço urbano de vivência estruturada, que aposta no Talento dos seus criadores, na Tolerância das suas gentes e na Tecnologia dos seus cientistas.
Lisboa tem, hoje, um acervo histórico de valor incalculável; mas está depositado em armazéns fechados. Lisboa não pode voltar costas à sua história, uma vez que ela é, como já referimos, central na redefinição da «Marca Lisboa». Nesta coabitam a Lisboa Fenícia, a Lisboa Romana e a Lisboa Medieval e Renascentista. A Lisboa das Descobertas e a Lisboa do Império. A Lisboa do Terramoto e a Lisboa Pombalina. E a Lisboa Liberal, a Lisboa Modernista e a Lisboa Revolucionária. Quantas cidades têm tantas cidades?
Quando se fala de «Marcas», num estranho sentido macro-económico e «marqueteiro», esquece-se que a «Marca» não é mais que uma identidade consolidada e pronta para consumo. E Lisboa perdeu, há muito, o sentido da sua identidade.
Há que refazê-la. Na História, na Memória e na Criatividade.
A Ideia é, em suma, envolver a cidade na cidade, construindo um discurso mais inclusivo e moderno. A Cidade que defendo, albergando gentes de todas as raças, credos, tendências, géneros e formas de vida, é uma cidade que vive nela, de forma orgânica. É uma cidade que se solidariza e que cria. É uma cidade de várias ciências, de várias tendências, de várias vidas. É uma cidade que atrai e compete. É uma cidade que projecta e cumpre. É uma cidade que assume uma «Marca» e uma cidade que se revê na sua identidade.
Este seria o desafio para um «quarto tempo», nunca assumido no programa de António Costa: o Tempo de uma Geração.
Adenda
Parece que Marques Mendes já encontrou «palhaço» para contracenar na comédia preparada para Setembro. Tal não invalida o que aqui escrevi, pelo contrário confirma.
O que o PSD ainda não entendeu é que foi o processo electivo interno no Partido Socialista - Sócrates / Alegre / João Soares - o principal impulsionador da maioria absoluta socialista. Foi um processo largamente participado, publicamente escrutinado, transparente e exposto. O debate foi profundo e, apesar da vitória larga de Sócrates, importante para uma nova definição programática dos socialistas. Muito diferente do que está em curso no PSD. De todo muito diferente.
Democracia
segunda-feira, julho 23, 2007
Eleições
Os métodos e as suspeições são as mesmas:
1. Controlo do caderno eleitoral e do processo de eleição. Hoje através das cotas. Ontem através dos cadernos de recenseamento eleitoral.
2. A oposição denuncia estes procedimentos e condiciona a sua candidatura à «reunião de condições de liberdade para poder apresentar-se ao eleitorado».
4. Réplica do poder instalado às criticas da oposição com acusações de «cobardia» de «falta de espirito democrático» e de fuga às «regras do jogo». Ontem como hoje iguais.
5. Resultado final: candidatura única e «fuga da oposição ao confronto».
São estas, em traços gerais, as principais caracteristicas de eleições não competitivas, de eleições sem escolha e, logo, eleições não significativas. São estas, hoje, as caracteristas de muitos actos eleitorais em partidos políticos (e não só no PSD). Há, no que respeito diz a actos eleitorais, uma razão de ouro para que possam ser tomados como sérios: a «situação» poder perder.
E é esse o risco que Marque Mendes não quer correr.
sexta-feira, julho 20, 2007
Salazar, o Democrata
Na altura procurei sucintamente explicar que os dois fenómenos rectificadores pouco ou nada tinham em comum, de que, tecnicamente, a Constituição de 33 tinha sido aprovada via plebiscito, onde as abstenções eram votos «Sim», onde o corpo eleitoral era constituído pelos «chefes de família», etc.
Tinha deixado essa polémica para trás, quando vi o Pedro Delgado Alves a repetir estes argumentos acerca de um post do Pedro Arroja, intitulado «contra o Povo». Parece, no entanto, que este Pedro Arroja tem a opinião que a democracia é a verdadeira «causa da decadência dos povos peninsulares»...
Estes reparos porque hoje, em leituras para a tese, me deparei com um discurso de Salazar, proferido na Assembleia Nacional, a 19 de Maio, onde este deambula sobre o fim da guerra, a ordem externa e a política interna. É um discurso apresentado já em plena sessão extraordinária relativa à III Legislatura (1942-46), sessão que decorre entre Maio e Julho de 1945, e que culminará na revisão constitucional de 1945, na suspensão dos trabalhos da Assembleia eleita e na eleição antecipada de Novembro de 1945, as tais eleições «tão livres como na livre Inglaterra».
Entre outras considerações, escolhi estas:
1. «E tenho de concluir que, se é indiscutível ter o totalitarismo morrido por efeito da vitória, a democracia, tanto na sua definição doutrinária como nas suas modalidades de aplicação, continua sujeita a discussões.»
Por isto, Pedro, talvez os verdadeiros democratas sejam eles...
Choque tecnológico
Parece que ele anda aí...
quinta-feira, julho 19, 2007
Lisboa informada
A 1 de Abril de 1930 estreava no S.Luiz e no Tivoli o considerado mais fiel documentário feito sobre a cidade de Lisboa, até hoje. José Leitão de Barros mostrou Lisboa no que confessou ser o “lado pobrete mas alegrete do fatalismo sem revolta” - ou arriscaria até - alegrete mas pobrete da revolta sem fatalismo. Leitão de Barros, esteta e atleta a exaltar os valores tradicionais, nacionalista puro mas pouco dado a estereótipos, deu os primeiros passos na antropologia visual ao pôr a nu a beleza ingénua da verdade de Lisboa. A verdade que ele via e que, mais do que a palavra, o podia ajudar a transmitir o que era. Hoje Lisboa mudo-cronicada é musicada ao vivo por Flak e uma orquestra de quatro. /Vera Morgado
ONDE
Music Box Cais Sodré
QUANDO
19 de Julho às 23h
QUANTO
8€ com oferta de 3€ de consumo
As danças tradicionais chegaram para ficar! Andanças no Verão, Entrudanças no Carnaval e agora por todo o país, pequenos bailes e muitos workshops que nos enchem a alma e nos fazem mexer o corpo todo o ano. Lisboa não é excepção! Comecem já esta noite nas mágicas ruínas do Carmo, com uma vista do melhor e muita música para nos levar pela noite fora. Se quiserem saber tudo sobre Bourrées, Chappelloise, Fandango, Mazurka, Scottisch, Tarantellas, só para dar alguns bons exemplos, espreitem aqui e aqui. “Porque dançar vale sempre a pena, quando a alma não é pequena”! / Floppy
ONDE
Ruínas do Carmo, Chiado, Lisboa
QUANDO
20 de Julho às 23h (todas as 6ªas, se o tempo permitir)
QUANTO
É só aparecer e bailar…
Shhhhh... Silêncio, que se vai cantar o fado. Ou será que não vai? Lello da Câmara Nespereira a.k.a. Manuel João Vieira, vai-nos transportar ao mais profundo das nossas raízes, tocar-nos no mais recôndito das nossas almas lusas e cantar o fado. Sim, leram bem. F-a-d-o. Faduncho, aquele que fala de saudade e amor, de devoção e mais saudade, na voz do Lello perdido e agora reencontrado. Numa altura em que proliferam jovens fadistas, futuras promessas da voz nacional, temos de saber o que vale ou não a pena ir ver. E este fenómeno...vale. Mariza, tens aqui rival. Hermínia, os teus prémios e condecorações de pouco valem. Amália, treme, o teu longo reinado de suprema voz do Fado está ameaçado. O Lello vai cantar. Ah! Garganta lindaaaa! /Marta D’Orey
ONDE
Cabaret Maxime Pç. Alegria, 58Tel.962 804 368
QUANDO
21 de Julho a partir 22h (abertura de portas)
QUANTO
10€
Estão com fome de teatro!? O pessoal da Casa Conveniente convida-nos para a Última Ceia, que afinal não vai ser a última. São várias as sessões. É um jantar para 25 pessoas durante quatro semanas. Serão quatro ementas e quatro apresentações diferentes, mas sempre sob o signo de “O Cerejal” de Anton Tchékhov. À mesa, a acompanhar os convidados, estão quatro actrizes. O conceito é, pois, teatro à mesa. Fica mais em conta do que ir jantar e depois ir ver uma peça de teatro! E todos os sentidos ficam regalados. Não se fiquem só pela água na boca! Reservem já a vossa mesa./Sónia Castro
ONDE
Casa Conveniente Rua Nova do Carvalho, n.º 11Tel.96 351 19 71
QUANDO
A partir de 23 de Julho, às 20h
QUANTO
14,90€ (inclui refeição completa, vinhos e café)
Centro Cultural O Século
Ai Lisboa Lisboa, nunca ninguém te viu tão boa! A nível cultural, não nos podemos queixar. Estamos melhor que nunca. Fora cortes orçamentais, a vontade de crescer e melhorar é tanta que as alternativas proliferam. Ele é oferta por todos os lados. Procura procura que hás de encontrar. Para acrescentar mais valia à criatividade alfacinha, abriu recentemente um novo centro cultural. Mas não um qualquer, tradicional. É um centro de exibição de arte avançada, uma coisa muito à frente para acompanhar os tempos que correm. Os responsável já deram provas do que valem, por isso espalhem a notícia. Lá se têm passado coisinhas bem interessantes e muitas estão para vir. Fica atento. Este é o novo sítio onde tens que ir. /Jane
ONDE
Rua D'O Século, 80Tel.21 324 37 55
QUANDO
QUANTO
depende dos eventos
quarta-feira, julho 18, 2007
Divulgação
O meu nome é Anabela e sou secretária do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional, dirigido pela Prof. Ana Paula Guimarães.
Venho por este meio convidar-vos a aceder ao site www.ielt.org/colloquium2007 e espreitar a informação referente ao Congresso de Provérbios que estamos a organizar, que será de 5 a 12 de Novembro. Para qualquer dúvida, podem contactar comigo, respondendo para o meu e-mail - horus.pb@gmail.com.
Embora pareça que os prazos para submissão de resumos terminaram, os mesmos foram alargados.
Todos os que queiram participar serão bem vindos!
Um abraço,
Anabela
Pequeno apontamento sobre as eleições!
- O PS ganhou as eleições mas se calhar não ganhou, foi só assim... como dizer... uma coisa mais ou menos e tal!
- A principal razão da abstenção não foram as férias (é que eu, que não moro nem voto em Lisboa, mas que trabalho em Listboa, não tenho apanhado muito menos transito na Cril/ 2ª Circular - se calhar é por causa do Túnel do Marquês)!
Um dia há gente que vai ter uma surpresa...
Finito
A Lei n.º 16/2007, de 17 de Abril, alterou o artigo 142.ºdo Código Penal, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 48/95,de 15 de Março, e alterado pela Lei n.º 90/97, de 30 deJulho, no sentido de passar a ser não punível a interrupção da gravidez realizada, por opção da mulher, nas primeiras
10 semanas de gravidez, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido.
Assim, para além das situações de interrupção da gravidez a que o Serviço Nacional de Saúde já dava resposta, é necessário adaptar os estabelecimentos de saúde a esta nova realidade.
O primeiro passo foi dado com a Portaria n.º 741 -A/2007, de 21 de Junho, que estabelece as medidas a adoptar nos estabelecimentos de saúde oficiais ou oficialmente reconhecidos com vista à realização da interrupção da gravidez nas situações previstas no artigo 142.º do Código Penal.
É, agora, necessário definir os preços da interrupção da gravidez, quer medicamentosa quer cirúrgica, adequando-os às novas exigências e especificidades da interrupção da gravidez por opção da mulher, designadamente incluindo a obrigatoriedade de a mulher ser atendida numa consulta prévia e a possibilidade de lhe ser disponibilizado apoio psicológico e social.
A interrupção da gravidez, até às 10 semanas de gestação, realizada em ambulatório, será paga ao preço de € 341 no caso de uma interrupção medicamentosa, e de € 444 no caso de uma interrupção cirúrgica.
O pagamento deste valor pressupõe a realização ou administração de todos os actos, procedimentos e medicamentos definidos em circular normativa da Direcção -Geral
da Saúde.
Nas situações que dêem lugar a internamento, serão aplicados os preços estipulados para os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH), de acordo com o estabelecido na tabela de preços do Serviço Nacional de Saúde e que são de € 829,91 e € 1074,45 (GDH 380 e GDH 381), consoante seja medicamentosa (M) ou cirúrgica (C).
A interrupção da gravidez, em ambulatório, a partir das 10 semanas de gestação, por se tratar de uma situação mais complexa, de maior risco e com maior consumo de recursos, é paga pelos preços estipulados para os GDH. Deste modo, para a interrupção medicamentosa da gravidez, em ambulatório, aplica -se o GDH 380 — aborto sem dilatação e curetagem — com o preço de € 719,53.
Para a cirúrgica, em ambulatório, aplica -se o preço estipulado para o GDH 381 — aborto com dilatação e curetagem, curetagem, aspiração e ou histerotomia —, que é de € 931,56.
As actividades inerentes à interrupção da gravidez em ambulatório até às 10 semanas de gestação e respectivos custos serão objecto de monitorização e avaliação durante os próximos seis meses, após os quais os preços ora fixados poderão ser alterados.
terça-feira, julho 17, 2007
Leituras daqui e dali...
Radares
Divulgação
Divulgação
Curtas
E aqui vêm os dois primeiros exemplos
"Não sou profeta, mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha"
segunda-feira, julho 16, 2007
10 leituras rápidas
1. O PS é o claro vencedor, e António Costa um justo eleito Presidente da CML. O PS esperava ter eleito 7 vereadores. Ficou longe do 7º (5.000 votos).
2. O PSD teve a maior derrota eleitoral da sua história. 15% em Lisboa é fraquíssimo. É o derrotado da noite.
3. O PP consegue desaparecer de Lisboa, ficando mesmo atrás dos brancos e nulos juntos (7645 contra 7258). Fica abaixo dos 4%, e a 2.000 votos da eleição.
4. As candidaturas independentes justificaram a existência, prejudicando Carmona o PSD e o PP e Helena Roseta o BE e o PS. Talvez sem Helena o PS conseguisse a maioria.
5. Nos pequenos a vitória é clara do PCTP/MRPP, que aumenta a sua votação absoluta, quando todos os partidos descerem comparativamente a 2005.
6. Manuel Monteiro perde contra o PNR de José Pinto Coelho.
7. A direita junta teve 35%. A esquerda 65%.
Hondt
Mandatos a atribuir: 17
Atribuido 1º mandato a PS com quociente 57907 - António Costa
Atribuido 2º mandato a Carmona com quociente 32734 - Carmona Rodrigues
Atribuido 3º mandato a PSD com quociente 30855 - Fernando Negrão
Atribuido 4º mandato a PS com quociente 28953.5 - Manuel Salgado
Atribuido 5º mandato a Roseta com quociente 20006 - Helena Roseta
Atribuido 6º mandato a PS com quociente 19302.3 - Ana Sara Brito
Atribuido 7º mandato a CDU com quociente 18681 - Ruben Carvalho
Atribuido 8º mandato a Carmona com quociente 16367 - Pedro Feist
Atribuido 9º mandato a PSD com quociente 15427.5 - José Salter Cid
Atribuido 10º mandato a PS com quociente 14476.75 - Marcos Perestrello
Atribuido 11º mandato a BE com quociente 13348 - José Sá Fernandes
Atribuido 12º mandato a PS com quociente 11581.4 - Rosália Vargas
Atribuido 13º mandato a Carmona com quociente 10911.3 - Gabriela Seara
Atribuido 14º mandato a PSD com quociente 10285 - Margarida Saavedra
Atribuido 15º mandato a Roseta com quociente 10003 - Manuel João Mendes da Silva Ramos
Atribuido 16º mandato a PS com quociente 9651.16 - José Cardoso da Silva
Atribuido 17º mandato a CDU com quociente 9340.5 - Rita Magrinho
Resultados brutos
Inscritos - 524248
Votantes - 196041 (37.39%)
Em Branco - 4549 (2.32%)
Nulos - 3096 (1.58%)
Freguesias apuradas - 53
PS - 57.907 votos, 29.54%, 6 vereadores
Carmona Rodrigues, 32.734 votos, 16.70%, 3 vereadores
PPD/PSD, 30.855 votos, 15.74%, 3 vereadores
Helena Roseta, 20.006 votos, 10.21%, 2 vereadores
PCP-PEV, 18.681 votos, 9.53%, 2 vereadores
B.E., 13.348 votos, 6.81%, 1 vereador
CDS-PP, 7.258 votos, 3.70%
PCTP/MRPP, 3.122 votos, 1.59%
P.N.R., 1.501 votos, 0.77%
PND, 1.187 votos, 0.61%
MPT, 1.052 votos, 0.54%
PPM, 745 votos, 0.38%
domingo, julho 15, 2007
responsabilidade democrática
sexta-feira, julho 13, 2007
IVG
Abaixo, em inglês, uma mensagem apelando a que votemos online no site http://www.ireland.com/head2head/ onde está a decorrer uma votação acerca da despenalização do aborto na Irlanda, um dos 3 países europeus onde o aborto a pedido da mulher ainda é crime (Malta e Polónia são os outros dois). Não custa nada ir ao site e dar uma força aos/às nossos/as companheiros/as pro-escolha de lá, até porque estas sondagens, como sabemos, ajudam a mudar muita coisa, nem que seja (principalmente) a título simbólico. E neste momento o não está a ganhar com 69%...
bjs
Cristina
quinta-feira, julho 12, 2007
quarta-feira, julho 11, 2007
Ainda na memória
Permite-me apenas algumas considerações.
Em primeiro lugar os agentes políticos devem procurar o equilíbrio entre os recursos disponíveis, numa por vezes estranha dança entre o que se quer e o que se pode fazer. Claro que era bom que pudéssemos ter recursos ilimitados, que estes pudessem ser colocados nos melhores projectos, em prol do desenvolvimento da cidade. Mas, como sabes, os recursos são escassos e a distribuição de recursos por projectos é bem deficiente.
É por isso que considero importante que antes das tomadas de decisões (i.e. da distribuição de recursos), se tome o tempo necessário para que os projectos sejam bem elaborados, e obedeçam a necessidades estratégicas para o desenvolvimento da cidade.
No caso dos arquivos, também eu (como imaginas) queria vê-los abertos amanhã, com óptimas condições de armazenamento, com bases de dados construídas e publicadas na net, com óptimos espaços de consulta e de trabalho. Infelizmente isso não é possível. Pelo menos no imediato. Mas é possível pensar sobre o que queremos fazer. Qual o quadro onde queremos desenhar as novas formas de colaboração e de articulação entre as diversas entidades que, necessariamente, tem de se envolver. É sobre esta construção que penso, quando afirmo que é necessário ter o esquema bem pensado, antes de voltar a abrir os arquivos.
Entretanto, pode-se aproveitar os arquivos existentes. Do arquivo do Arco do Cego lembro-me de um bom par de investigações que se podem fazer. Umas ligadas a conteúdos eleitorais (ainda mais quando, em 2008, faz 100 anos da vitória republicana nas eleições municipais de Lisboa), outras à arquitectura. Pelo menos sei que existem amplos acervos nessas áreas.
Agora, não se podem desperdiçar novas oportunidades. E a próxima CML terá de ter a atenção necessária à memória e à identidade cultural da cidade de Lisboa. Há, repito, que incentivar a criação de projectos multidisciplinares de investigação olissipográfica, definindo áreas, temas ou épocas estratégicas para a construção identitária de Lisboa, para a edificação de uma melhor «Marca», produto de consumo turístico, e para se criarem as condições necessárias para um hype à volta de Lisboa, para que se crie – por cinco, seis anos - um movimento sustentado de investigação criativa articulada estrategicamente com a necessidade de criar em Lisboa não só uma marca reconhecível como um espaço urbano de vivência estruturada.
Quando se fala de marcas de cidades, num estranho sentido macro-económico e «marqueteiro», esquece-se que a Marca não é mais que uma identidade consolidada e pronta para consumo. E Lisboa perdeu, há muito, o sentido da sua identidade.
Há que refazê-la. Na História e na Memória.
Dia da População
O tema do Dia Mundial da População 2007 é Homens como parceiros na Saúde Materna.
Hoje demasiadas mulheres morrem desnecessariamente das complicações evitáveis da gravidez e do parto.
Em cada minuto uma mulher perde a sua vida.
Cada minuto, a perda de uma mãe quebra uma família e ameaça o bem-estar de crianças sobreviventes.
E para cada mulher que morre, mais de 20 mulheres experimentam complicações sérias tais como a fístula obstétrica.
Os líderes mundiais comprometeram-se a melhorar a saúde materna e a avançar na igualdade de género.
E os homens podem dar uma contribuição tremenda usando o seu poder para a mudança positiva. Os homens têm o poder amplo em situações desde a decisão pessoal e da família às decisões políticas e de programas em todos os níveis da governação.
UNFPA, apoia iniciativas de maternidade segura em torno do mundo. Trabalhamos com governos e outros parceiros para assegurar-se de que cada mulher tenha o acesso a três serviços de saúde reprodutiva que excepto vidas das mulheres. Estes são planeamento de família voluntário, parto assistido e cuidados obstétricos de emergência no caso de complicações durante o parto. Nos países onde estes serviços estão extensamente disponíveis, mais mães e bebés sobrevivem.
A experiência mostra que a participação e envolvimento dos homens pode fazer toda a diferença. Desencorajar o casamento precoce, promover a escolaridade e educação das raparigas, promover relações de igualdade e equidade, e apoiar a saúde reprodutiva e direitos das mulheres, então os progressos surgem.
Hoje, no Dia Mundial da População, é hora para todos os homens - pais, irmãos, maridos, líderes religiosos e da comunidade, membros de governo - sejam parceiros assumidos na saúde materna. Juntos podemos fazer que este seja o último dia em que 1.440 mulheres morreram durante a gravidez e o parto.
Avancemos com a mensagem: Nenhuma mulher deve morrer a dar vida. Deixei-nos fazer tudo para promover o direito de cada mulher viver uma vida com saúde, dignidade e igualdade de oportunidades.
Debate
terça-feira, julho 10, 2007
Segundo Aniversário
Honestamente parece-me que esta experiência e este projecto leva bem mais tempo encima. Bom sinal. De que o tempo passa sem se notar, de que a Ideia original mantém-se, de que os nossos príncipios continuam válidos.
É impressionante que um Clube dirigido por um historiador tenha tanta atenção à memória dos outros, e deixe escapar as suas razões de celebração. Em tempo de aniversário tenho de individualizar o grupo de pessoas mais chegadas que tem mantido este projecto vivo.
Começo pelo meu co-blogger activo, o Rui Pedro Nascimento, que tem sido bem mais que um membro de um projecto de ideias e de participação política. É, hoje, mais que um amigo, um verdadeiro pilar.
Depois o Diogo, companheiro diário destas e de outras andanças (anda afastado do blogue, é verdade, mas é raro o dia que passa que não falamos do Clube...), verdadeiro compagnon de route, sempre disposto a mais um desafio.
Depois o Paulo Dias, de uma casta diferente. Mais pragmático, menos organizado (em tempo para a colaboração), fornece-nos o elemento de terra-a-terra por vezes bem necessário...
A Graça, rival stressada, sempre a 1000, um poço de energia e de benevolência. Com ela o Paulo, o militar pragmático, eterno curioso e atento observador.
Ainda o Sandro, Humanista utópico, um pouco desaparecido é certo, mas sempre presente. O Fernando, aquisição nem sempre assumida, mas sempre participante. O Boavida, que nunca desliga; e a Fernanda, a eterna madrinha.
O Macieirinha, que do Norte fornece o sotaque necessário à fala diferenciada, e o decadente Revez, eterno novecentista em permanente contradição.
Aos mais recentes, um abraço académico do Tombo ao Pedro Faria, e um beijo fraterno de quem sempre defende as causas que acredita à Paula Peres.
Gentes de muitos lados, de muitas ideias, de muitas vontades. Outros já por cá passaram, outros ainda não chegaram. Este é um projecto em permanente mudança. Assim são as ideias, assim devem ser os projectos.
Continuamos com ideias (a mais, aliás) e com vontade de contribuir para uma melhor qualificação do panorama intelectual e associativo da sociedade civil em geral, e em Lisboa em particular.
Há dois nos assumíamos:
Move-nos o ideal cívico do tributo político em prol do Bem Social. Numa nova formulação transdisciplinar, queremos tornar a experimentação cultural fonte de discurso político.Para um exercício de cidadania responsável, procuramos experimentar, com responsabilidade. Querermos poder explorar, formar e informar.
Hoje ainda o subscrevemos.
Que venha o terceiro ano.
Há Gajos/as Esquecidos/as! (Ano 2)
O primeiro registo acessível é (continua a ser) este... De qualquer forma fizemos dois anos e ninguém reparou (nem nós, novamente). Deveremos consolidar a ilação tirada o ano passado (estilo, ter que começar mesmo a tomar comprimidos).
segunda-feira, julho 09, 2007
Paris!
domingo, julho 08, 2007
4 - 12 - 15
Caro Paulo,
Em primeiro lugar, parabéns pelo quarto aniversário do Bloguítica. É, hoje, mais que uma referência da blogosfera. Parabéns.
Depois, respondendo à tua pequena «provocação» respondo com simplicidade, apresentando-te dois números: 12 e 15.
12 são o número de candidatos à presidência da CML. Bons e maus, mais bem preparados ou autênticos pára-quedistas, a verdade é que 12 concorrentes dividirão entre si o bolo eleitoral de 15 de Julho, dificultando, naturalmente, alguma grande concentração de votos.
O outro número é o 15. O dia das eleições. 15 de Julho, como deves de imaginar, é o dia onde muitos lisboetas saem para férias, chegam de férias, ou estão furiosos por não estarem de férias. É, sem dúvida, a pior data eleitoral dos últimos anos, e eu tenho muitas dúvidas que a votação chegue aos 50%. Ora perante este cenário António Costa é dos candidatos mais afectados (não é o único, no entanto), uma vez que o seu eleitorado, mais ao centro, é exactamente aquele que está a entrar ou a sair da cidade para, literalmente, ir a banhos. Isto sem contar com os veraneantes de ocasião, que aproveitam o fim-de-semana para sairem da capital.
Estas são duas explicações muito básicas, espécie de 101 da política autárquica.
Resumo. Muitos candidatos - voto mais distribuído. Eleições marcadas para o meio do período de férias - poucos eleitores - candidato centrista muito afectado.
Posso, se quiseres, adiantar algumas explicações adicionais, que requerem já uma abordagem um pouco mais elaborada (que pode ter a ver com conceitos como voto flutuante, distribuição por método de Hondt, eleitorado fixo, abstenção, etc).
Se queres a minha opinião, acho incrível é como ainda pode ser possível atingir a maioria absoluta, como ainda se fala nisso. Em como aindas falas nisso. Em qualquer cenário competitivo tal situação seria impensável. Ao falares nisso só vens dar razão a quem, como eu pensa só haver um candidato à presidência da CML, sendo todos os outros apenas candidatos a vereador. Ao resumires os temas da campanha à questão da maioria absoluta só vens lembrar que só António Costa pode aspirar ao (bom) governo da câmara, e que, nesse sentido, todo e qualquer voto noutro candidato só enfraquecerá o próximo executivo, que se quer capaz de resolver a inacreditável situação em que se encontra Lisboa.
Sabia-te descrente. Mas não te sabia assim tão descrente... (e, admito, fiquei surpreendido com a tua falta de paciencia para com António Costa, tratando-o como se ele fosse um bandido vulgar, um político sujo e um cidadão-militante partidário de suspeita)
Ah, e isto não é sabonete, é um programa. Um programa para a cidade de Lisboa que, ao contrario do normal, é exequível. Se quiseres, também tens em versão reduzida …
Para terminar, permite-me devolver a questão: como podes achar assim tão impossível que António Costa possa ter uma maioria que o permita governar, por 2 anos, a CML? Não consideras que Lisboa necessita de estabilidade política que lhe permita sair do buraco onde está? Ou defendes a ingovernabilidade, a anarquia como estado político? (é uma estranha posição para quem estuda a política, admito). Talvez defendas a política avulso, negociando a metro, com quem melhor convier para cada momento?
Sem coligações pré-eleitorais assumidas, quem quiser dotar a próxima CML de um governo estável e dar a Lisboa uma possibilidade de sair da trágica situação onde se encontra só tem um voto possível: António Costa. Tudo o resto ameaça prolongar esta crise.
[Texto também publicado no Costa do Castelo]