segunda-feira, julho 23, 2007

Eleições

Para quem estuda eleições em regimes autoritários, as palavras e acções de Marques Mendes parecem-me estranhamente próximas.
Os métodos e as suspeições são as mesmas:
1. Controlo do caderno eleitoral e do processo de eleição. Hoje através das cotas. Ontem através dos cadernos de recenseamento eleitoral.
2. A oposição denuncia estes procedimentos e condiciona a sua candidatura à «reunião de condições de liberdade para poder apresentar-se ao eleitorado».
4. Réplica do poder instalado às criticas da oposição com acusações de «cobardia» de «falta de espirito democrático» e de fuga às «regras do jogo». Ontem como hoje iguais.
5. Resultado final: candidatura única e «fuga da oposição ao confronto».

São estas, em traços gerais, as principais caracteristicas de eleições não competitivas, de eleições sem escolha e, logo, eleições não significativas. São estas, hoje, as caracteristas de muitos actos eleitorais em partidos políticos (e não só no PSD). Há, no que respeito diz a actos eleitorais, uma razão de ouro para que possam ser tomados como sérios: a «situação» poder perder.
E é esse o risco que Marque Mendes não quer correr.

Sem comentários:

Pesquisar neste blogue