Os meus parabéns ao PPD-PSD e à CDU por terem sido os claros vencedores desta disputa eleitoral. Os primeiros, por permanecerem em 1º lugar do número de câmaras, mantendo o mesmo que em 2001, 154 autarquias *. A CDU cresce de 29 para 32, tornando-se a principal força autárquica na área metropolitana de Lisboa.
Não entro, ao contrário de outros, no embandeirar em arco da vitória do BE. Apesar do elevado crescimento em número de votos, de 131 135 para 159 014, o facto de apenas terem aumentado 1 vereador significa que ainda não conseguiram romper o “tecto autárquico” dos partidos negligenciáveis, com apenas uma câmara, situação que o MPT tinha em 2001!
Os claros derrotados são o PS e o CDS, o segundo porque reduz grandemente a sua presença autárquica, passando de 7 para 5, mas sobretudo porque passa a única câmara que controla sozinho é Ponte de Lima, que representa mais a conquista pessoal de Daniel Campelo do que qualquer outra coisa. Alguém que facilmente ganharia a câmara como independente. Todas as restantes câmaras são em coligação com o PSD. Se tivermos em consideração que nas presidenciais, tudo indica que o CDS apoia Cavaco, então teremos até 2009, para o CDS aparecer, se não forem em coligação, como uma entidade separada do PSD. O meu prognóstico é que, se não há mudança rápida de liderança, o CDS será comido pelo PSD.
O PS falhou a recuperação da hecatombe de 2001, que levou, erradamente, à demissão de António Guterres. Neste contexto, qualquer resultado que não fosse ganhar mais autarquias seria sempre um desastre. Tal não aconteceu. Pior, o PS perde câmaras em relação a 2001! Passa de 112 para 108. Isto representa uma verdadeira banhada! Isto é um resultado pior que 2001!
Se tivermos em conta, que o legado de Santana Lopes à frente da câmara de Lisboa foi aclamado pelo voto popular e pelo discurso do vencedor, poderemos ficar com uma ideia de como perdemos essa eleição “imperdível”! Mais do que um mau candidato, estaremos perante um mau coordenador autárquico, que foi incapaz de, ou escolher bons candidatos (casos de Oeiras, Cascais e Lisboa) ou de liderar boas campanhas (casos de Sintra), ou de controlar os respectivos órgãos locais do partido (casos de Lisboa e Porto). Terá sido deliberado? Não sei, mas Jorge Coelho é o grande perdedor destas eleições.
Resta saber se aos caciques do aparelho, que pelos vistos são incapazes de ganhar eleições a sério, são-lhes imputadas as suas devidas responsabilidades...
Muitos deverão estar a pensar porque não falo sobre as Assembleias Municipais e Juntas da Freguesia. Como diz Vidal Moreira, se a Assembleia Municipal contasse para alguma coisa, Carmona não governaria só à direita. No nosso sistema autárquico, o poder executivo é todo-poderoso.
*Estes e restantes números extraídos de www.autarquicas.mj.pt. No caso das coligações, seguindo o conselho de Pedro Magalhães, foram calculadas no rácio de 4/1.
“Assédio no Debate”
Em relação ao já famoso debate dos Prós e Contras desta semana, só tenho duas coisas a dizer:
Há pessoas que não deviam consumir álcool e/ou estupefacientes antes de irem para a televisão.
Caso não sejam estes os motivos, aconselho determinados indivíduos a dirigirem-se, com urgência, ao hospital psiquiátrico mais próximo!
P.S: Não percam o “Clube de Jornalistas” na RTP2, hoje às 23h30m. Parece que José Manuel Fernandes fala sobre a Micro Causa!
2 comentários:
O Bloco não ganhou? Diogo, vê lá quantos autarcas mais conseguiu? Podes começar por Oeiras...
Eu queria dizer, obviamente, contando com Assembleias de Freguesia
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