segunda-feira, outubro 17, 2005

Família

O nosso sistema judicial não deixa de dar maus exemplos e de proporcionar acontecimentos que são de todo indesejáveis. Não bastando a liberdade que foi concedida a Fátima Felgueiras aquando da sua chegada da estadia além-mar, com a justificação por demais disparatada de não serem evidentes sinais de fuga (onde é que esta juíza esteve nos últimos anos? em Marte?), e não havendo meios legais que impeçam pessoas constituídas arguidas em processos de integrar listas para seja que eleição for, pois todas elas são importantes e complementares por natureza, pelo menos podia haver a decência de serem protegidas provas, testemunhos e investigações levadas a cabo.
Tudo isto a propósito da conversa tida pela filha da senhora, jornalista da RTP, ausente do exercício da sua profissão por razões facilmente compreensíveis, e é exactamente por tal que não acredito, e me parece muito pouco credível, no que foi anunciado relativamente ao seu convite a uma das principais testemunhas do processo em que a sua mãe está envolvida para desmentir o seu testemunho, numa entrevista concedida e a ser transmitida pela sua entidade empregadora. De todo, demasiado mau para ser verdade.
No entanto, e isto não foi negado, qualquer contacto com uma testemunha num processo semelhante, em que o que for por ela relatado tem uma importância fundamental para o desfecho, o razoável e desejável seria que não houvesse contactos verbais sequer entre as partes integrantes. Não sabendo o teor da conversa, a especulação é que domina as atenções e o veredicto fica sempre ensombrado pelo espectro da dúvida. É a minha opinião, estas testemunhas deviam ser protegidas pela justiça. E neste caso, admitindo que não houve má fé por parte da visada, não deixa de demonstrar uma ingenuidade que só se justifica pela relação familiar existente.

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