sexta-feira, outubro 14, 2005

Caminhos-de-ferro: história e conservação de um património – II

O problema que se coloca em 2005 não é naturalmente o da reabertura de troços abandonados e envelhecidos. As questões são as da modernização das linhas activas (fig.3) e conservação de um património que se degrada em cada ano que passa sobre o seu abandono (fig.4).


fig.3


fig.4


Mais uma vez falo de planeamento... consebido para ser aplicado, materializa-se na escolha do melhor percurso tendo em conta a circulação de bens e pessoas. Pressupostos que baseiam a criação de uma rede com ramificações internacionais e que no presente se afirma numa esfera regional e nacional, compatível com a sua já curta dimensão.


E agora, que planos para conservar o património? (fig.5)


fig.5


Um dos projectos, já com dois anos mas que ainda não avança, é o da construção de uma ciclovia entre Vila Real e Chaves. Projecto semelhante e anunciado à poucos dias é o da construção da Ecopista do Sabor, que pretende ligar as localidades de Torre de Moncorvo e Carvalhal numa extensão de aproximadamente dez quilómetros. «No projecto de execução consta a iluminação pública do trajecto nas zonas Urbanas de Moncorvo, Larinho e Carvalhal, a reabilitação das antigas estações e apeadeiros de forma a servirem de apoio e abrigo aos utilizadores da Ecopista, incrementados com mobiliário urbano e sinalética adequados». Anteriormente já tinha sido lançado em 2001 o Programa de Revitalização de Antigas Estações Ferroviárias (PRAEF), mas que deixa de fora parte do património em análise.


O fundamental é preservar um património arquitectónico centenário, é necessário devolver o património ao convívio das pessoas. Existem para isso alguns bons exemplos resultado da aquisição de algumas destas estruturas pelo poder autárquico. A estação de Vidago (Linha do Corgo) funciona hoje como biblioteca e em Pedras Salgadas foi instalada uma loja de artesanato e um café.


Mais complicada parece ser a aplicação de projectos semelhantes à linha do Douro, pois a manutenção das estruturas existentes é muito dispendiosa e em alguns casos a incúria conduziu a uma degradação sem retorno (fig.6)

fig.6


Se o tão falado aproveitamento turístico do Vale do Douro for planeado a médio e longo prazo, não faz sentido deixar apodrecer parte da história do último século desta região.

Sem comentários:

Pesquisar neste blogue