Houveram factores preocupantes, é que uma lista ligada a interesses económicos do jogo, e provavelmente a outros ainda menos claros e que tem, como base eleitoral a comunidade chinesa que veio da província de Fujian, intitulada “Associação dos Cidadãos Unidos de Macau” ficou em segundo lugar, elegendo 2 deputados, o seu populismo e interesses não muito claros esvaziaram outras listas, é interessante verificar que é sobre esta lista que pendem suspeitas de ter entrado numa jogada de compra de votos, que está a ser investigada pela Policia e da qual a quadrilha que a organizava, foi preza pelas autoridades uns dias antes, para saber mais sobre este assunto ver este post.
De resto as listas com interesses pró-Pequim quer dividindo-se pelos interesses dos trabalhadores com a lista da “União para o Desenvolvimento” (que representa a Central Sindical “Associação Geral dos Operários”) quer por outros interesses mais locais e tradicionais através da lista “União Para o Progresso” (que defende os interesses da Associação Geral dos Moradores ou "Kai Fong") com dois deputados cada elegeram 4 deputados, mas tanto uma como a outra sofreram uma estagnação da votação, diversos foram os factores, mas pelos vistos para a primeira a vida não estará fácil, pois tem que defender os interesses dos trabalhadores contra os atropelos constantes à classe com o seu alinhamento com o governo de Macau e em especial com a China continental, tendo por esse motivo, uma margem de contestação limitada.
As listas que concorreram por interesses empresariais a “União Para o Bem Querer de Macau” e a “Convergência para o Desenvolvimento de Macau”, com um deputado cada, conjuntamente com a “Aliança para o Desenvolvimento de Macau” que defendia os interesses de Stanley Ho e da sua e ainda toda poderosa, S.T.D.M., têm 3 deputados, não obstante estes factos tanto as primeiras pela perda de votos como a terceira por ter tido um resultado decepcionante estão claramente a perder influência.
Por fim, as várias apostas criadas por franjas pró-Pequim, não auguraram bons resultados nomeadamente a “Nova Juventude de Macau”, que foi uma desilusão eleitoral.
No computo geral vemos que os cidadãos da “Cidade Estado” de Macau estão a ir pelos caminhos mais consentâneos com a realidade internacional e que, mesmo sofrendo de efeitos populistas momentâneos, podem nos próximos actos eleitorais apostar numa via pelo aprofundamento da via democrática, esta pode revelar-se profícua nomeadamente em prol dos interesses futuros dos cidadãos do gigante asiático, talvez este virús democrático contamine o gigante e lhe provoque uma constipação.
Com outras leituras dos resultados, de uma maneira diferente e com certeza muito mais informada, temos os artigos, Análise: Balanço pós-eleitoral (efectuada por Paulo Godinho no Ponto Final) e Uma AL de oposição, ou talvez não... (efectuada por José Matias e João Varela no Macau Hoje).
P.S. – Reflexão também publicada no Geosapiens.
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