Saúdo, como toda a blogosfera em geral, mais uma bem montada iniciativa da (nova?) direita portuguesa. Este projecto não surpreende, e é apenas mais um no rol de iniciativas que tem pautado esta direita (assumidamente?) liberal, e que nos últimos anos tem encontrado espaço no mundo virtual, primeiro, e agora também no mundo publicado.
É necessário ter em atenção que estes ditos novos valores da direita não são obra do acaso, mas antes o produto de uma estratégia de recrutamento de rigor e precisão (que começa ainda no Barrosismo). É o produto de um investimento no futuro que alguma uber-elite tem procurado acarinhar, promover e apoiar. E com amplos recursos à disposição (recordo apenas o projecto Atlântico, a «geração IDN» sob liderança do João Marques de Almeida, o 31 da Armada, ou o recente o «grupo de Bruxelas»).
Dir-me-ão que com recursos assim é fácil, e eu tendo em concordar, mas a verdade é que existe neste grupo de jovens académicos-políticos-blogers um espírito de colectivo muito forte e uma missão aglutinadora: derrubar, por todos os meios possíveis, o Governo do Partido Socialista. Derrubar José Sócrates. É esse o seu Graal, sem o qual parece não terem razão de existir.
Sob este proposto, dizem defender o debate político informado e construtivo, a bem de Portugal (chavão tantas e tantas vezes utilizado e reutilizado), procurando apresentarem-se como cidadãos conscientes e independentes, com responsabilidades para com as gerações futuras (outro daqueles chavões), munidos da ética e da razão e palatinos do combate com regras e rigor.
Bom, apesar de não ser da geração Dragon Ball (mais Conan), também me revejo naqueles que defendem que a política deve ter espaços de debate informado, onde são expostas ideias, ideais e propostas próprias, alternativas e mesmo conflituantes. Por isso estranho o debate táctico, o sondbite fácil, o ataque pessoal, a política mesquinha. E essa tem sido a postura de muitos desses comentadores rigorosos, contrariamente ao proposto.
Ainda recentemente assistimos na blogosfera nacional a um episódio à volta de umas pretensas declarações da candidata do PS ao Parlamento Europeu e à Câmara Municipal do Porto, Elisa Ferreira. Estas declarações, ainda hoje revisitadas pelo Nuno Gouveia, são claramente abusivas, como o comprova o desmentido do JN e as declarações da própria Elisa, que reconhece ter de «viver com notícias falsas ou distorções da verdade durante a campanha». Adianta ainda a candidata socialista que «citarem-me dizendo que o dinheiro da recuperação dos bairros "é do Estado, é do PS" como publicitou o JN no passado dia 9 é excessivamente grave. Felizmente tenho a gravação do que disse: nunca falo do PS, apenas do "Governo Socialista", o que faz toda a diferença, e é verdade. A jornalista propôs-se fazer ela a correcção e acabou por sair nos termos que anexo e vou dar o assunto por encerrado, pelo menos até ver».
Não me lembro deste desmentido ter sido comentado pelos blogs do rigor e da transparência. Comenta-se com facilidade e alarido a notícia falsa, mas silencia-se arrogantemente a verdade. Onde está então o rigor anunciado? A isenção do comentário?
E é este o debate informado que se quer promover? É esta a estripe das novas pessoas que apregoam? É esta a qualidade da nova geração futura? Se é, é muito fraquinha…
É necessário ter em atenção que estes ditos novos valores da direita não são obra do acaso, mas antes o produto de uma estratégia de recrutamento de rigor e precisão (que começa ainda no Barrosismo). É o produto de um investimento no futuro que alguma uber-elite tem procurado acarinhar, promover e apoiar. E com amplos recursos à disposição (recordo apenas o projecto Atlântico, a «geração IDN» sob liderança do João Marques de Almeida, o 31 da Armada, ou o recente o «grupo de Bruxelas»).
Dir-me-ão que com recursos assim é fácil, e eu tendo em concordar, mas a verdade é que existe neste grupo de jovens académicos-políticos-blogers um espírito de colectivo muito forte e uma missão aglutinadora: derrubar, por todos os meios possíveis, o Governo do Partido Socialista. Derrubar José Sócrates. É esse o seu Graal, sem o qual parece não terem razão de existir.
Sob este proposto, dizem defender o debate político informado e construtivo, a bem de Portugal (chavão tantas e tantas vezes utilizado e reutilizado), procurando apresentarem-se como cidadãos conscientes e independentes, com responsabilidades para com as gerações futuras (outro daqueles chavões), munidos da ética e da razão e palatinos do combate com regras e rigor.
Bom, apesar de não ser da geração Dragon Ball (mais Conan), também me revejo naqueles que defendem que a política deve ter espaços de debate informado, onde são expostas ideias, ideais e propostas próprias, alternativas e mesmo conflituantes. Por isso estranho o debate táctico, o sondbite fácil, o ataque pessoal, a política mesquinha. E essa tem sido a postura de muitos desses comentadores rigorosos, contrariamente ao proposto.
Ainda recentemente assistimos na blogosfera nacional a um episódio à volta de umas pretensas declarações da candidata do PS ao Parlamento Europeu e à Câmara Municipal do Porto, Elisa Ferreira. Estas declarações, ainda hoje revisitadas pelo Nuno Gouveia, são claramente abusivas, como o comprova o desmentido do JN e as declarações da própria Elisa, que reconhece ter de «viver com notícias falsas ou distorções da verdade durante a campanha». Adianta ainda a candidata socialista que «citarem-me dizendo que o dinheiro da recuperação dos bairros "é do Estado, é do PS" como publicitou o JN no passado dia 9 é excessivamente grave. Felizmente tenho a gravação do que disse: nunca falo do PS, apenas do "Governo Socialista", o que faz toda a diferença, e é verdade. A jornalista propôs-se fazer ela a correcção e acabou por sair nos termos que anexo e vou dar o assunto por encerrado, pelo menos até ver».
Não me lembro deste desmentido ter sido comentado pelos blogs do rigor e da transparência. Comenta-se com facilidade e alarido a notícia falsa, mas silencia-se arrogantemente a verdade. Onde está então o rigor anunciado? A isenção do comentário?
E é este o debate informado que se quer promover? É esta a estripe das novas pessoas que apregoam? É esta a qualidade da nova geração futura? Se é, é muito fraquinha…
[Adenda: por esquecimento faltava o link para o desmentido do JN, que já está disponível]
2 comentários:
Era bom colocares o link do desmentido do JN.
Já está. Por vezes essas coisas passam...
Obrigado pelo reparo.
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