sábado, abril 19, 2008

Just Words?

(Este era um post que estava para escrever há muito tempo. Já se conta, aliás, por meses este atraso. Pertence à categoria de resposta/manutenção de debate com o Carlos sobre as presidenciais americanas. Resposta porque tem a ver com as segundas preferências de cada um, manutenção do debate porque é disso que se trata)

No ultimo post sobre a matéria, eu disse a determinada altura que “ando para escrever sobre aquilo que eu considero a principal força de
Obama, que é algo que eu procuro preferencialmente (irónico, não?) num político. Mas estou a ‘escudar-me’ na indefinição democrata para adiar o texto

Pois chegou a altura de falar dessa força. E essa é, como é fácil perceber…

o Carisma

Quando eu ouço Obama discursar, principalmente naqueles momentos em que tal é MESMO necessário (seja para empolar ou para responder a algo), Obama inspira qualquer um. Acho que isso é perfeitamente perceptível e aceitável mesmo para aqueles que não conseguem suportar nada das suas ideias políticas. O seu timbre, a sua presença, “obrigam” qualquer um a virar a cara para ele, nem que seja para lhe chamar nomes. E isso torna-se essencial quando queremos fazer passar uma mensagem.

Depois vem a questão da tarefa. E embora o poder do presidente americano seja imenso, tornando-se comum ser chamado de “o homem mais poderoso do planeta”, esse poder advém de, principalmente, duas situações: i) o poder bélico americano e ii) o poder de influência.

Ora, se para o primeiro, “basta” ser eleito, já o segundo pode ser tremendamente aumentado devido ao carisma do personagem em questão. Numa altura como a que vivemos, e sendo os EUA o motor económico do mundo, torna-se premente que quem vá habitar a Casa Branca após o próximo dia 20 de Janeiro seja alguém que “nos” consiga fazer dar aquele extra para que a economia mundial retome o crescimento em vez de se manter na recessão que se encontra. E para isso, a acompanhar bons planos económicos, tem de estar a prosa de quem lidera. E é aí que entramos n’…

os Discursos – just words?

E essa questão leva-nos até às críticas que foram em tempos muito veiculadas por toda a gente que não era Obamaniacs, mas que na verdade foi para mim um grande tiro no pé.

Os discursos de Obama são a sua principal arma. E é essa a arma que ele irá também usar para a recuperação económica. Mas não é por acaso que ele diz que irá basear a sua política externa no diálogo. Além de marcar uma clara diferença para a actual administração, penso que Obama conta com o poder da sua voz para persuadir outros a chegarem a compromissos. É claro que para tal terá de haver cedências de parte a parte, mas isso é o jogo a jogar.

A questão que se põe é se isso será suficiente com grupos terroristas. Claro que não é! Mas pode muito bem ser a diferença entre ter nações a apoiar grupos terroristas e nações que não o façam (bem, pelo menos diminuir o número de nações que o façam)

Em suma, é por esse carisma e por essa inspiração que eu disse, em tempos, que se tivesse do lado de lá do norte atlântico provavelmente estaria a colaborar activamente na campanha de Obama. E é certamente por isso que ele está a arrasar nos caucases.

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