(Este era um post que estava para escrever há muito tempo. Já se conta, aliás, por meses este atraso. Pertence à categoria de resposta/manutenção de debate com o Carlos sobre as presidenciais americanas. Resposta porque tem a ver com as segundas preferências de cada um, manutenção do debate porque é disso que se trata)
No ultimo post sobre a matéria, eu disse a determinada altura que “ando para escrever sobre aquilo que eu considero a principal força de Obama, que é algo que eu procuro preferencialmente (irónico, não?) num político. Mas estou a ‘escudar-me’ na indefinição democrata para adiar o texto”
Pois chegou a altura de falar dessa força. E essa é, como é fácil perceber…
o Carisma
Quando eu ouço Obama discursar, principalmente naqueles momentos em que tal é MESMO necessário (seja para empolar ou para responder a algo), Obama inspira qualquer um. Acho que isso é perfeitamente perceptível e aceitável mesmo para aqueles que não conseguem suportar nada das suas ideias políticas. O seu timbre, a sua presença, “obrigam” qualquer um a virar a cara para ele, nem que seja para lhe chamar nomes. E isso torna-se essencial quando queremos fazer passar uma mensagem.
Depois vem a questão da tarefa. E embora o poder do presidente americano seja imenso, tornando-se comum ser chamado de “o homem mais poderoso do planeta”, esse poder advém de, principalmente, duas situações: i) o poder bélico americano e ii) o poder de influência.
Ora, se para o primeiro, “basta” ser eleito, já o segundo pode ser tremendamente aumentado devido ao carisma do personagem em questão. Numa altura como a que vivemos, e sendo os EUA o motor económico do mundo, torna-se premente que quem vá habitar a Casa Branca após o próximo dia 20 de Janeiro seja alguém que “nos” consiga fazer dar aquele extra para que a economia mundial retome o crescimento em vez de se manter na recessão que se encontra. E para isso, a acompanhar bons planos económicos, tem de estar a prosa de quem lidera. E é aí que entramos n’…
os Discursos – just words?
E essa questão leva-nos até às críticas que foram em tempos muito veiculadas por toda a gente que não era Obamaniacs, mas que na verdade foi para mim um grande tiro no pé.
Os discursos de Obama são a sua principal arma. E é essa a arma que ele irá também usar para a recuperação económica. Mas não é por acaso que ele diz que irá basear a sua política externa no diálogo. Além de marcar uma clara diferença para a actual administração, penso que Obama conta com o poder da sua voz para persuadir outros a chegarem a compromissos. É claro que para tal terá de haver cedências de parte a parte, mas isso é o jogo a jogar.
A questão que se põe é se isso será suficiente com grupos terroristas. Claro que não é! Mas pode muito bem ser a diferença entre ter nações a apoiar grupos terroristas e nações que não o façam (bem, pelo menos diminuir o número de nações que o façam)
Em suma, é por esse carisma e por essa inspiração que eu disse, em tempos, que se tivesse do lado de lá do norte atlântico provavelmente estaria a colaborar activamente na campanha de Obama. E é certamente por isso que ele está a arrasar nos caucases.
And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
sábado, abril 19, 2008
Just Words?
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