"Santana é viciado em política mas não tem nenhum interesse especial pelo conteúdo da política. Ao juntar isso ao seu ressentimento fica o que vimos nos últimos dois dias. Com esta liderança bicéfala em que nenhuma das duas cabeças parece pensar, esperam ao PSD dois penosos anos. Não vai ser bonito de ver."
Daniel Oliveira deixa transparecer o sentimento geral dos bloggers conotados com a esquerda e o centro esquerda portuguesa. Eu, como sou do contra, vou analisar a coisa de outra forma...
Durante a semana passada, a promoção do debate efectuada pelos média foi para o confronto entre o Primeiro-Ministro e o antigo Primeiro-Ministro. Santana Lopes foi o primeiro a falar no passado ao referir-se a Cavaco Silva e à vitória deste para o Governo. Os jornais falaram bastas vezes dos confrontos entre os dois nos debates da Sic. Alguns desvendaram até (como se isso fosse difícil de perceber) que a entourage de Sócrates estaria a preparar um dossier com as trapalhadas do período de governação de Santana Lopes.
E o que faz Santana? Vai mal preparado! Sim, porque no PSD ninguém pensou nisto...
Vamos pôr isto noutro prisma. Estamos a cerca de um ano e meio (até menos) das eleições. Luís Filipe Menezes é visto como um líder político populista e de pouco conteúdo. Santana está a liderar a bancada parlamentar e toda a comunicação social refere a liderança bicéfala do PSD, apoiado no mediatismo e visibilidade de Santana Lopes.
Este último dá o corpo às balas com Sócrates, põe-se a jeito para ser arrasado no debate parlamentar. Para quê? Para permitir uma política de vitimização da parte de Luís Filipe Menezes. Mais: ao deixar andar neste tom, aposta na saturação do povo português em relação ao tom das críticas à oposição, põe-se no papel de indefeso e, mais importante, não deixa o debate chegar à consolidação das contas dos órgãos que ambos lideram, onde (parece) a Câmara de Municipal de Gaia não tem sido muito bem gerida. Daqui a um ano começa a falar no constante e vil ataque do Primeiro-Ministro à oposição. Impossível? É só exponenciar o que fez na luta interna do PSD. Começou por ser candidato, depois quis recuar por não haverem condições democráticas objectivas para eleições justas, e finalmente avança e o único conteúdo que se discutiu nos meios de comunicação foi a questão das quotas, de quem paga e quem não paga, de quem paga somente as dele e de quem paga as de toda a gente, etc...
Luís Filipe Menezes, ao sugerir Santana Lopes para a presidência do Grupo Parlamentar, apelou à arrogância e à vaidade de José Sócrates, provavelmente os dois maiores defeitos políticos do Primeiro-Ministro. Nisso acertou. Se é uma táctica ou um erro, estamos para ver. E se a táctica resulta, só se verá na próxima eleição legislativa.
P.S. - E o que é que ganha Santana Lopes com isso? Aí concordo com o Carlos...
Daniel Oliveira deixa transparecer o sentimento geral dos bloggers conotados com a esquerda e o centro esquerda portuguesa. Eu, como sou do contra, vou analisar a coisa de outra forma...
Durante a semana passada, a promoção do debate efectuada pelos média foi para o confronto entre o Primeiro-Ministro e o antigo Primeiro-Ministro. Santana Lopes foi o primeiro a falar no passado ao referir-se a Cavaco Silva e à vitória deste para o Governo. Os jornais falaram bastas vezes dos confrontos entre os dois nos debates da Sic. Alguns desvendaram até (como se isso fosse difícil de perceber) que a entourage de Sócrates estaria a preparar um dossier com as trapalhadas do período de governação de Santana Lopes.
E o que faz Santana? Vai mal preparado! Sim, porque no PSD ninguém pensou nisto...
Vamos pôr isto noutro prisma. Estamos a cerca de um ano e meio (até menos) das eleições. Luís Filipe Menezes é visto como um líder político populista e de pouco conteúdo. Santana está a liderar a bancada parlamentar e toda a comunicação social refere a liderança bicéfala do PSD, apoiado no mediatismo e visibilidade de Santana Lopes.
Este último dá o corpo às balas com Sócrates, põe-se a jeito para ser arrasado no debate parlamentar. Para quê? Para permitir uma política de vitimização da parte de Luís Filipe Menezes. Mais: ao deixar andar neste tom, aposta na saturação do povo português em relação ao tom das críticas à oposição, põe-se no papel de indefeso e, mais importante, não deixa o debate chegar à consolidação das contas dos órgãos que ambos lideram, onde (parece) a Câmara de Municipal de Gaia não tem sido muito bem gerida. Daqui a um ano começa a falar no constante e vil ataque do Primeiro-Ministro à oposição. Impossível? É só exponenciar o que fez na luta interna do PSD. Começou por ser candidato, depois quis recuar por não haverem condições democráticas objectivas para eleições justas, e finalmente avança e o único conteúdo que se discutiu nos meios de comunicação foi a questão das quotas, de quem paga e quem não paga, de quem paga somente as dele e de quem paga as de toda a gente, etc...
Luís Filipe Menezes, ao sugerir Santana Lopes para a presidência do Grupo Parlamentar, apelou à arrogância e à vaidade de José Sócrates, provavelmente os dois maiores defeitos políticos do Primeiro-Ministro. Nisso acertou. Se é uma táctica ou um erro, estamos para ver. E se a táctica resulta, só se verá na próxima eleição legislativa.
P.S. - E o que é que ganha Santana Lopes com isso? Aí concordo com o Carlos...
Sem comentários:
Enviar um comentário