Como sabes acredito no projecto socialista. Acredito que uma Nova Europa Social é não só possível mas necessária, e que somente uma nova frente socialista a poderá implantar. Agora, a realidade obriga a matizarmos esta premissa. Em primeiro lugar concordo com o que dizes sobre o panorama europeu da esquerda; se bem que entre as «duas Europas» encontramos diferenças abismais (Europa Ocidental e de Leste).
Na Europa Ocidental, a esquerda esta muito fragilizada, encontrando-se no meu termo, não definido, entre uma direita liberal e populista e uma esquerda radical, atraente e populista. Pior, quando somos governo, por razões que podemos discutir no futuro, não conseguimos passar nem a ideia nem a imagem de que somos «Bom Governo», sendo atacados à esquerda por não sermos sociais e à direita por não sermos liberais. Pergunto: não podemos ser os dois? Liberais-Sociais?
A realidade na «nova Europa» é bem distinta, pois os partidos socialistas são, na maioria dos casos, herdeiros do comunismo; havendo quem, com alguma razão, não lhes deposita confiança de liderar estes novos países para uma nove realidade política e social. Dizia-me no outro dia, em Sofia, o líder da comunidade gay búlgara que nunca poderia votar num partido que o perseguiu durante toda a sua vida. Ele, que até podia ser de esquerda, está a fundar um novo partido, de «centro esquerda», exactamente porque não se revê no projecto e trajecto que o PS Búlgaro lhe oferece. Esta situação obriga a que se assista a uma grande fragmentação política dos sistemas partidários da maioria dos países ex-comunistas; levando a que os quotidianos da política nestes países sejam bem distintos dos que estamos habituados no burgo nacional (ou Ibérico). Bom, esta é outra questão a explorar.
Resta-nos, e com isto termino Carlos, trabalhar segundo as nossas ideias e valores. Os meus estão na família socialista. E acho mesmo que temos óptimos projectos, óptimos líderes e equipas. Falta, por vezes, um maior cuidado na formulação de políticas, de comunicação articulada e de selecção de pessoal político.Não esquecemos que o PES, como projecto de Partido Socialista Europeu, está nos seus primeiros passos com alguma ambição assumida; e não apenas como ponto de encontro de lideres e eurodeputados.
Vamos continuar esta conversa?
Podemos tentar envolver alguma malta, não? Que tal o Pedro Delgado Alves ou o Celso Guedes de Carvalho
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