sábado, abril 07, 2007

País culturalmente monolitico


Chateia-me que tudo esteja fechado em dias de ditas férias, nos feriados e nos Domingos.
É sinal de que vivemos ainda num país culturalmente pouco diversificado. Então temos todos de ser católicos e viver segundo esse calendário festivo?
E porque será que ninguém trabalha aos domingos? Eu trabalho. Aliás, eu não tendo «horário de trabalho», estou simultaneamente sempre a trabalhar e sempre a poder não trabalhar. Não ando segundo os horáriops normalizados. Aliás, acho que não devem existir horários normalizados, é um tipo de descriminação típica de países pouco evoluídos, onde a falta de multicultaridade é evidente e manifesta no facto da maioria das pessoas partilhar o mesmo calendário festivo e religioso e os mesmos padrões profissionais.
Como eu, muitas pessoas com profissões «liberais» sentem esta descriminação. Querer comprar um jornal no Domingo e é um martírio, então se for depois do almoço...
As lojas, muitos restaurantes, Museus, super e hipermercados, o comercio de rua, todos os serviços do Estado, a autarquia, tudo fechado.
Uma cidade contemporânea é aquela onde o número de profissões «bizarras», «fora de horas» ou «informais» (intelectuais, artistas de diversas espécies, académicos, estudantes e professores universitários, investigadores, gente que vive de rendimentos, milionários vários, part-times, trabalhos em casa, etc.) é suficientemente elevado para que os seus padrões de consumo sejam levados em conta. Uma cidade moderna não fecha. Trabalha 24/7, sete dias por semana. Lisboa já merece estar sempre aberta e disponivel.
Só um país culturalmente pouco diversificado é que fecha aos Domingos e na Páscoa.
[já para não falar que de Junho a Outubro está em período balnear]

4 comentários:

Ricardo Revez disse...

Olha Zé, conseguiste tudo aquilo que sinto nestas alturas. Então, e quando um gajo anda naquelas fases de investigação em bibliotecas, arquivos ou outras instituições semelhantes, e apanha com fins-de-semana prolongados com ponte? Lá se vão quatro dias de trabalho...
E quando os nossos amigos, com trabalhos ditos "normais", nos encontram e perguntam: o que é que andas a fazer?
E nós respondemos: continuo na tese.
E eles: pois, sem fazer nenhum, não é?
E como explicar a certos familiares o facto de continuarmos a estudar quando já acabámos o curso há sei lá quanto tempo?
"Então jovem? quando é que começas a trabalhar?"

O trabalho intelectual liberal continua a ser mal-entendido num país em que há demasiada gente sem iniciativa própria (critico apenas aqueles que têm alternativa) e a viver à conta do Estado.

Unknown disse...

O problema é quando essa malta se esquece que outros há, com horários de trabalhos normalizados e de países pouco evoluídos, mas que nesses horários têm de trabalhar, e depois ficam muito chateados se o favor que pedem não é logo executado... :P

Ricardo Revez disse...

Há espaço para tudo. Há que haver compreensão dos dois lados.

Unknown disse...

Também concordo, Ricardo. É pena é o pessoal só se lembrar de um (do seu) lado.

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