sexta-feira, abril 13, 2007

Partido do Progresso


No seguimento da divulgação de algum do trabalho que tenho vindo a desenvolver sobre a Assembleia Constituinte, exponho hoje algumas considerações sobre o extinto Partido do Progresso.

1. O Partido do Progresso é criado em Maio de 1974 e “tinha algumas raízes nas correntes nacionalistas revolucionárias do antigo regime”. Absorve o Movimento Federalista Português (Movimento político de direita criado em Maio de 1974 por varias individualidades que se tinham oposto à política de Marcelo Caetano de um ponto de vista nacionalista, para tentar defender a integridade de Ultramar português sob o novo regime. Não chegou a desenvolver actividade relevante, uma vez que foi absorvido pelo Partido do Progresso) e faz parte da Frente Democrática Unida. Pró-federalista, pró-spinolista e contrário à independência das colónias (cf. John Andrade, Dicionário do 25 de Abril, Lisboa, Nova Arrancada, 2002, pp. 288-289 e 248). Visava “a reconciliação e a unidade de todos os portugueses”, congregando, “Portugueses de diversas ideologias, sem distinção de religião ou etnia, certos dos propósitos eminentemente patrióticos da JSN, presidida pelo General António de Spínola e representando o pensamento e os anseios de grande maioria do Povo Português” (cf. Rogério Carapinha, António Vinagre e Joaquim Couto, Partidos Políticos. Ponto por ponto, Jornal do Fundão, Queluz de Baixo, 1974, pp. 252-253). Era seu Secretário-geral José Costa Deitado (em 1974). É banido após o 28 de Setembro. Publica o semanário «Tribuna Popular». Extrema-direita (cf. Jacinto Baptista, Caminhos para uma Revolução, Lisboa, Livraria Bertrand, 1975 pp. 321). Não concorre às eleições constituintes.
Aqui estão os textos do Partido da Democracia Cristã (PDC) e do Partido Liberal.

3 comentários:

isabel disse...

Caro José Reis Santos,
por curiosidade digitei as palavras Partido do Progresso para ver o que saía... e é triste de como se faz a História neste país quando não interessa que se conte o que se passou, antes e depois do 25 de Abril.Sou filha de um dos fundadores desse partido extinto, quando tiver mais tempo e conseguir controlar a raiva que me provoca ouvir a História mal contada do nosso país cujos protagonistas são sempre invariavelmente os mesmos. Outros que sacrificaram uma vida inteira (com anos de prisão também) mas que não faziam parte de certas "panelinhas" foram sistemáticamente ignorados. Tenho muita e muita documentação e registos para um dia poder refazer as historietas que se divulgaram por aí.Um dos principios da investigação é estar sempre em aberto para outros caminhos, mas por cá fomos mal habituados e o Poder manda e controla...até um dia...
Cumprimentos,
Isabel P.Amorim

Alfredo disse...

A procurar o Zarco Moniz Ferreira, deparei-me com o Partido do Progresso e o comentário de Isabel P. Amorim com quem seria interessante contactar. Lembro aqui os cartazes sistematicamente arrancados,e que interpelavam: "escuta a tua consciência"... Alfredo Vicente Ribeiro

isabel disse...

Caro Alfredo, as breves ((e muito por alto) referências ao Partido do Progresso que encontrou são sómente mesmo notas breves... num país que se diz que conquistou a liberdade e que tratou muito rápidamente de extinguir o que lhe era inconveniente na altura, já que podería atrapalhar as grandes negociatas que se desenvolveram à data e até agora (ainda não pararam) até chegarmos ao ponto em que estamos como era previsivel. O dito povo que chegou ao Poder conseguiu afastar quem não lhe interessava para hoje fazer o mesmo que sempre criticou, poder e controlo no mais que pode, sem o minimo de pudor, em nome de uma liberdade que não concedeu a todos sequer. Claro que nas notas de imprensa nem tudo é conveniente revelar, não dava jeito. Está à vista de qualquer pessoa no minimo atenta. Tenho pena que a maioria das pessoas já nem sequer tem tempo para estarem atentas e ligarem os factos, o tempo delas é vendido a preço de saldo para sobreviverem sómente, nem têm tempo para notarem que são autênticos escravos. Talvez as coisas mudem e sejam obrigadas a notarem a falta de coerência que os mesmos que expulsaram os pequenos partidos inconvenientes na altura já previam o que iría acontecer. Poder e riqueza também só para alguns, tal e qual como era dantes...

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