quinta-feira, abril 12, 2007

Cultura em Lisboa


Roubado directamente daqui
Caloteiros
Atelier deixa de fazer agenda cultural de Lisboa por falta de pagamento

O atelier Silva! Designers decidiu interromper a produção da agenda cultural da Câmara Municipal de Lisboa por causa de dívidas que se acumulavam há dez números.

O director municipal de Cultura, Rui M. Pereira, garante que a agenda do próximo mês sairá na data prevista e que a equipa da câmara, que assegura a recolha e tratamento da informação relativa a eventos culturais da cidade, está preparada para fazer face à situação. "O fim desta colaboração pouco mudará na agenda. Espero até que haja uma mudança para melhor", disse Rui M. Pereira.

O responsável directo pela agenda afirma ter disponibilizado a verba para saldar a dívida ao atelier de Jorge Silva, mas o departamento de finanças da câmara não chegou a transferir o dinheiro, apesar de a despesa com o projecto estar prevista no orçamento. Silva teme agora que, à semelhança de outros trabalhos que fez para a câmara, só pelo recurso aos tribunais venha a ser ressarcido.

Os moldes em que a agenda era feita actualmente pressupunham uma divisão de tarefas entre a equipa da CML e a do atelier de Jorge Silva que, para além do projecto gráfico, tinha a seu cargo mais de uma dezena de colaboradores a trabalhar na área editorial, para onde eram canalizados mais de dois terços dos custos mensais. “É um corte por exaustão. A situação tornou-se insustentável depois de vários meses a pôr dinheiro do meu bolso. O fim deste projecto ilustra bem a debilidade financeira da Câmara”, afirma Jorge Silva que lamenta não ter tido mais apoio por parte da vereação liderada por José Amaral Lopes. “Nunca me resolveram nenhum problema. Não se construiu qualquer relação de confiança”, revela fazendo uma ressalva para a equipa da CML que trabalhava directamente para a agenda.

A Silva! Designers ganhou um concurso público para a produção da agenda cultural em 2004, quando Pedro Santana Lopes ainda era presidente da autarquia. Ao todo saíram 30 números com a chancela daquele atelier.

Sérgio B. Gomes – “Público” (12.04.2007)

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