sexta-feira, outubro 29, 2010

Sinais de Mudança

Pedro Passos Coelho a tecer os planos do Lado Negro da Força A RTPn está a dar à mais de 30 minutos um comício em formato de tempo de antena, disfarçado de notícia, de Pedro Passos Coelho, numa conferência do Diário Económico.

Fica-se à espera que os "suspeitos do costume" (31's, blasfemos e afins) venham agora falar da Liberdade de Expressão, da qualidade da RTP, da necessidade da sua privatização, do Serviço Público.

E, já agora, o Francisco Balsemão. Que isto de ficar sem este comício em formato de tempo de antena disfarçado de notícia... Tem de arranjar uma entrevistazinha com o Pedrito.

quinta-feira, outubro 28, 2010

A Ler: Cavaco Silva derrotado

Quem vai ser responsabilizado por este fracasso? Qual dos dois, PS ou PSD vai sofrer mais do ponto de vista político com este desfecho? Tanto Eduardo Catroga como Teixeira dos Santos fizeram declarações importantes defendendo a sua boa-vontade e a intransigência do lado oposto. Sem sabermos qual a posição final do PSD sobre o Orçamento de Estado é inútil estar já a fazer considerações sobre estas questões. Deixemos pois os partidos, Passos e Sócrates de lado por um momento. Politicamente, para já, como é evidente, temos um primeiro grande derrotado. É Cavaco Silva, enquanto Presidente e enquanto candidato. Mas mais do que isso, enquanto símbolo do consenso político em torno dos objectivos do País.

Marina Costa Lobo, Jornal de Negócios

Completamente inesperado (se te chamares Luís Filipe Menezes)

As taxas de juro implícitas da dívida pública portuguesa continuavam hoje a subir, ultrapassando os seis por cento para o prazo de dez anos, com as margens face às obrigações alemãs também a aumentar, quer a dez anos quer nos prazos mais curtos.

 

De certeza que os mercados internacionais não ouviram Luís Filipe Menezes. Uns “chatos”, estes mercados, por não perceberem estas dinâmicas vindas de Gaia.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Enquanto isso, na Roménia...

Luís Filipe Menezes e o desfasamento da realidade




Poderá haver alguém mais desfasado da realidade???

quinta-feira, outubro 21, 2010

A Ler: Pessimismo du jour

Pessimismo du jour:

Em breve os europeus - e mais ainda os da periferia - terão recuado algumas décadas. Em rendimentos, em bem-estar, na segurança social, no consumo e no lazer, nos direitos. É bem provável que @s noss@s filh@s nos olhem de boca aberta, daqui a uns anos, quando lhes falarmos da vida nos anos noventa (no caso português), ou dos anos 60 em diante (na Europa mais desenvolvida). Na guerra que estamos a viver o neo-liberalismo está a ganhar. E quando as pessoas começarem a reagir aos efeitos da razia os guiões disponíveis serão os do nacionalismo e das ideias extremistas.

(Via Os Tempos Que Correm.)

Há abstenções bastante caras

terça-feira, outubro 19, 2010

A crise anunciada

Estado terá de pagar aos privados em 30 dias

Baixa fraudulenta ou despedimento contra a lei?

Parece óbvio que algo está mal nesta situação. Ou Manuela Moura Guedes estava de baixa e, portanto, não pode sair pois a lei não o permite, ou a baixa da senhora é uma baixa fraudulenta, pois visava somente não ter de ir trabalhar, sem que lhe pudessem apontar qualquer coisa.

 

Mas que podia ir a festas, lá isso podia...

segunda-feira, outubro 18, 2010

O IVA da nossa desgraça!

Passam de 6% para 23% de IVA:

  • Leites chocolatados, aromatizados, vitaminados ou enriquecidos;
  • Bebidas e sobremesas lácteas;
  • Sobremesas de soja;
  • Refrigerantes, sumos e néctares de frutos ou de produtos hortícolas, incluindo os xaropes de sumos, as bebidas concentradas de sumos e os produtos concentrados de sumos;
  • Utensílios e outros equipamentos exclusiva ou principalmente destinados ao combate e detecção de incêndios;
  • Prática de actividades físicas e desportivas.

(via Corta-Fitas)



Passam de 13% para 23% de IVA:

  • Conservas de carne e miudezas comestíveis;
  • Conservas de moluscos;
  • Conservas de frutas ou frutos, designadamente em molhos, salmoura ou calda e suas compotas, geleias, marmeladas ou pastas;
  • Conservas de produtos hortícolas, designadamente em molhos, vinagre ou salmoura e suas compotas;
  • Óleos directamente comestíveis e suas misturas (óleos alimentares);
  • Margarinas de origem animal e vegetal;
  • Aperitivos à base de produtos hortícolas e sementes;
  • Aperitivos ou snacks à base de estrudidos de milho e trigo, à base de milho moído e frito ou de fécula de batata, em embalagens individuais;
  • Flores de corte, folhagem para ornamentação e composições florais decorativas. Exceptuam-se as flores e folhagens secas e as secas tingidas;
  • Plantas ornamentais.

(via Corta-Fitas)

A Ler: A minha posição sobre o orçamento 2010

A minha posição sobre o orçamento 2010:

Conhecido o orçamento chego à conclusão de que sou um dos borregos seleccionados por Sócrates para sacrifício orçamental, um sacrifício que lhe permite gerir as expectativas orçamentais e manter numerosas organizações do Estado que apenas servem para gastar o dinheiro dos contribuintes, sacrificam-se os grupos profissionais onde as expectativas eleitorais são menores e as instituições onde é menor a concentração de afilhados.

(...)

Os mercados financeiros estão-se nas tintas se Sócrates sacrifica instituições fundamentais para manter institutos inúteis, se os magistrados vão pagar com língua de palmo os desvarios que promoveram perdendo vencimento, pagando mais impostos e, a cereja em cima do bolo, perderem os 700 euros livres de impostos do subsídio de residência, se são os funcionários públicos a recuarem mais de dez anos no seu rendimento ficando ainda sem quaisquer expectativas profissionais, que o buraco orçamental resulte da despesa ou de Teixeira dos Santos ter transformado Portugal num paraíso para a evasão e fraude fiscais, ou se os deficientes são tratados fiscalmente como se fossem indulgentes, o que os mercados querem é que o défice seja cortado este ano, para o próximo voltarão a exigir o mesmo porque o actual orçamento não passa de cuidados paliativos.

Sócrates fez a vontade aos mercados, teve o cuidado de penalizar apenas os que já não votariam nele e como se pode ver nas sondagens teve sucesso, estão contentes os bancos e todos os que foram poupados pela estratégia de Sócrates. É um orçamento que soube dividir os portugueses, os trabalhadores do sector privado batem palmas porque trama os funcionários públicos, os mais pobres divertem-se com a expectativa de terem por companhia uma boa parte da classe média. É um bom orçamento para uns e mau para outros, mas acima de tudo é bom para os que ganham nas sondagens.

(...)

Agora digo basta, em relação a José Sócrates, ao PS e ao seu governo a minha tolerância passou a zero, seria uma incoerência minha apoiar uma política que me obriga a equacionar a hipótese de abandonar a Função Pública, a deixar para trás uma carreira de 30 anos e procurar um recomeço profissional no sector privado. Estou farto que me tratem abaixo de cão, que me penalizem pela incompetência dos governos, que me desvalorizem socialmente, que me achincalhem com objectivos políticos, não aceito que para um político possa ter perspectivas eleitorais hajam centenas de milhares de portugueses a deixarem de as ter.

(Via O JUMENTO.)

Isto está bonito, está

Quo vadis, Europa?:

Angela Merkel afirmou, no passado sábado, que o modelo de uma Alemanha multicultural falhou. O problema da imigração, depois da publicação do panfleto Sarrazin [um provocador racista demitido do Bundesbank], fracturou a sociedade alemã.
Presentemente, Merkel considera que o projecto de co-habitação multicultural foi derrotado pelo peso da cultura muçulmana [emigrantes]. lemonde
Embora continuando a afirmar que a Alemanha continua aberta ao Mundo, Merkel, acrescentou: ‘Nós não temos necessidade de uma imigração que pese sobre o nosso sistema social’.
Merkel não sentiu necessidade de diferenciar co-habitação e integração. Em plena saída da crise a Alemanha levanta problemas muito próximos da xenofobia sob a pressão da Direita [que faz um aproveitamento hipócrita da crise].
A deriva de Merkel não anda muito distante da querela identitária manipulada por Nicolas Sarkozy, em França.

(Via PONTE EUROPA.)

P.S. - Ler Também:

Antes que seja tarde de mais:

Dentro da CDU a chanceler enfrenta cada vez maiores pressões para adoptar uma linha política mais dura na imigração, sobretudo nas franjas que não revelam predisposição a se adaptarem à sociedade alemã. E as declarações por ela feitas sábado à noite estão a ser vistas como uma tentativa de apaziguar aqueles que lhe criticam inaptidão para lidar com mão mais forte com os problemas da imigração no país.

 

(Via O Insurgente.)

sexta-feira, outubro 15, 2010

É sempre à última da hora

A SIC-Notícias está agora a noticiar que a entrega da proposta de orçamento na AR (cuja data limite legal é hoje) foi adiada para as 22h30, e a conferência de imprensa respectiva foi adiada para amanhã às 10h.

Eis uma dúvida que me atormentava à muito

Why Airline Food Sucks:

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Finally, so-called "scientists" have gotten their act together, and figured out something important: Why it is that airline food is so terrible and bland. Weirdly enough, it's your fault.

Well, sort of. As it turns out, the thing that makes airline food so tasteless is the noise on an airplane, which apparently limits your ability to taste sweetness and saltiness. (This is also why food tastes bland when you are eating it next to an explosion, or a person yelling in your ear.)

Researchers had a group of participants eat foods with either silence or loud white noise on headphones, and then rate the food's sweetness, saltiness, and crunchiness. Food eaten while noise was played on the headphones was consistently rated less sweet and salty—though, oddly, it tended to be rated more crunchy.

So, there you have it: Airline food tends to taste bland because airplanes are so goddamn loud. Because of this, airlines season the hell out of it. (Apparently, NASA also gives its astronauts strong-tasting foods, like those dehydrated ice cream bars, I guess.) Maybe, instead, they should turn off the engines for, like, 20 minutes or so while everyone is having their lunch.

(Via Gawker)

Eu sempre pensei que a comida nos aviões era má porque as companhias não estavam dispostas a dar comida razoável aos passageiros da classe turística. (Nunca viajei em executiva ou primeira).

Admito que a hipótese da comida ser mais saudável e genérica (como a dos hospitais), também me tinha passado pela cabeça.

Com esta notícia, a ideia de alguma vez comer boa comida em executiva, ou primeira, ou, sonho utópico, em avião particular, é capaz de ter sofrido um forte abalo...

quinta-feira, outubro 14, 2010

A Ler: O combate ao desperdício público é uma bandeira da esquerda


No momento actual, este tipo de discurso parece assentar bem aos economistas da praxe, àqueles que nos impingem que tudo o que o Estado faz é errado. Na verdade, o desastre das PPP deve-se, em larga medida,... precisamente àqueles que nos impingem que tudo o que o Estado faz é errado. A lógica das PPP consiste em acreditar que o Estado deve deixar espaço aos privados para revelarem a sua eficiência supostamente acrescida. Acontece que a maior eficiência que esses privados têm revelado é na argumentação jurídica que lhes permite justificar renegociações dos contratos – só na Lusoponte a derrapagem financeira associada foi de 400 milhões de euros. A lição a retirar não deixa espaço para dúvidas: se o Estado não é suficientemente bom para conduzir directamente os investimentos, não o será seguramente para prevenir ou vencer batalhas jurídicas associadas a contratos complexos.

(...)
A história das PPP em Portugal mostra-nos que menos Estado não é necessariamente melhor Estado. Mostra-nos também que o combate ao desperdício tem de passar por um Estado mais activo e mais decente. Um Estado que assuma que o investimento directo é frequentemente melhor do que acordos de parceria com demasiadas contingências incertas. Um Estado que reforce as competências técnicas dos organismos públicos, de forma a assegurar que não é por falta de competências que as boas decisões não são tomadas. Enfim, um Estado com mais transparência e maior controlo democrático, de forma a reduzir os riscos da sua captura por interesses particulares.

(Via Ladrões de Bicicletas.)

(ênfases minhas)

A Ler: Que venha o bendito FMI

Que venha o bendito FMI:

Portanto, considero-me mais defendido por peritos estrangeiros que nada tenham que ver com votos ou com interesses pessoais da imensa burguesia política que gere este país do que com os oportunistas que por cá andam. Dizem-me que se vier o FMI será mais duro, talvez seja verdade mas certamente não o será para os que estão pagando a crise sozinhos. Mas tenho a certeza de que os peritos do FMI serão mais independentes, rigorosos e honestos do que os nossos partidos, além disso tenho a certeza de que para o ano o espectáculo não se repete e que os esforço que os portugueses terão de fazer não resulta de jogos eleitorais.

Por tudo isto que venha o FMI, deixamos de aturar os Medinas, os Salgueiros, os Teixeiras e outros, os dirigentes partidários comem e calam deixando-se de jogos eleitorais feitos à custa dos outros, ficaremos a saber todos os podres económicos que ainda estão escondidos e ficamos certos de que os problemas serão resolvidos.

Não é por acaso que ao contrário do que é costume, serem os pobres a recear a vinda do FMI, desta vez são os mais ricos e a burguesia instalada que tem esse receio. De resto as medidas já anunciadas e as exigidas são bem piores do que qualquer acordo com o FMI a que Portugal se sujeitou no passado.

(Via O JUMENTO.)

Gostava de ter dito isto

"Se não pararmos com as parcerias público-privadas, e renegociarmos as existentes, vamos continuar no vale dos aflitos até irmos para o desfiladeiro da tragédia"

(ouvido da boca de José Gomes Ferreira, SIC Notícias)

Nós não entendemos. Eles não percebem.

Ana Sá Lopes, A insustentável bipolaridade do discurso de Passos Coelho:

    O homem que já afirmou que 'pior do que não ter um Orçamento do Estado é ter um mau Orçamento do Estado' é o mesmo que admitiu que 'a realidade que se nos oferece' é que depende do PSD 'a salvação do país'. Ah, e também que Portugal está na iminência de, 'se o PSD não viabilizar este Orçamento, não ter crédito externo e de não ter financiamento para o país', coisa pouca, evidentemente. Isto foi na segunda-feira à noite. Na terça-feira, o líder do principal partido da oposição mudou outra vez de ideias. Invocando Sá Carneiro, a alma mater social--democrata para a mitologia das rupturas, voltou a acenar com o chumbo, uma vez 'que um partido com a história do PSD não pode ceder' a 'chantagens' e não quer 'contribuir para mais desemprego em Portugal, para mais falências em Portugal, para mais recessão em Portugal, sabendo que isso não valerá de nada'.

    Alguém se entende? Alguém percebe este discurso? Se o líder diz que 'o PSD não pode deixar de ajudar a melhorar a situação do país, mas deixar passar o Orçamento como aquele que o governo manifestou intenção de apresentar não é melhorar a situação', podemos deduzir que chumba. Se nos reportarmos ao discurso da véspera, em que Pedro Passos Coelho afirmou que o seu único critério é que 'como poderá ajudar o país a passar este momento difícil', podemos deduzir que se abstém.

(Via Câmara Corporativa.)

(ênfase minha)

Viabilize ou não o orçamento, acho que Passos Coelho é capaz de ter definitivamente manchado a sua imagem pública de responsabilidade e de competência. O que paradoxalmente é capaz de ajudar a explicar este comportamento errático.

Quanto mais tempo passar o PSD na oposição, mais hipóteses há da actual direcção ser derrubada. Cavaquistas e afins o desejam ardentemente. Afinal, todo este espectáculo triste é capaz de ser gravoso para Cavaco. Assim sendo, os "passistas" devem estar a entrar numa mentalidade do "tudo ou nada".

O que, irónicamente, só acelera as hipóteses de serem derrubados internamente...

Aguardamos o líder que se segue na São Caetano à Lapa.

O país é que não sei se aguenta.

Gostava de ter escrito isto.


O Sporting é muito mais que clube, é uma alegoria do desespero humano num mundo habitado por sportinguistas.

(Via Arrastão.)

33

Os trinta e três mineiros chilenos foram resgatados com sucesso. Terminou assim uma das maiores operações de salvamento em directo.

Pensavam que cortavam nos salários dos juízes e eles não contra-atacavam?

O Sporting está a ser dirigido por loucos.


(Via esquerda goulash.)

Resta saber se são perigosos, e quando tempo demoraremos a limpar a nossa casa, a bem da nossa imagem pública.

Para evitarmos cenas destas:

Pancadaria na assembleia geral do Sporting

A assembleia geral do Sporting ficou esta quarta-feira marcada por situações de violência entre apoiantes da direcção e críticos desta. Em causa a aprovação do projecto Roquette, que visa transformar o clube numa empresa e que levou à criação de uma Sociedade Anónima Desportiva para gerir o futebol profissional.

 

 

quarta-feira, outubro 13, 2010

A qualidade do nosso jornalismo reconhece-se à distância

Cansativo:

Não sei bem porquê, vários jornais têm-me telefonado muito nos últimos tempos para obter opiniões rápidas sobre isto e aquilo. Deve ser por ser novato, mas fico sempre surpreendido como saem sempre coisas que não disse ou tiradas do contexto, o que é quase a mesma coisa. A semana passada calhou ser o Diário Económico, sobre a República. A peça saiu hoje. Nela apareço (ilustrado com fotografia e tudo) a dizer que temos um ‘governo em estado de negação’ e que ‘proponho uma IV República’. Ora, eu sei muitas coisas sobre este governo mas não exactamente o que nega. E também não propus nenhuma IV República. É cansativo.

(Via Gato do Cheshire.)

(ênfases minhas)

Guerra Comercial?

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(via The Big Picture)

A ser verdade, isto é grave

Alegre acusa Cavaco de recrutar crianças em escolas
O candidato presidencial Manuel Alegre afirmou hoje ter informações de que estão a ser recrutadas crianças em escolas para levarem "bandeirinhas" para as visitas do Presidente da República a determinados concelhos do país.
"O Presidente [da República] tem feito deslocações, visitas aos seus bastiões eleitorais, inclusivamente em sítios onde, segundo me disseram, vão recrutar crianças às escolas com bandeirinhas, como em tempos que deviam estar no passado", acusou o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda.

A utilização de crianças em actos de propaganda política é sempre reprovável. Tenho a mesma opinião sobre cerimónias do Estado.

 

Portugal (e a Irlanda) entre os 10 países com maior risco de falência do Mundo

FT Alphaville » Ireland, Portugal join sovereign risk elite: "

 

The latest quarterly sovereign risk report from CMA Datavision is out, and wouldn’t you know — Ireland and Portugal have cracked the top ten of the world’s riskiest sovereigns:

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Meanwhile, the constituents of the top ten safest sovereigns stayed unchanged, but the US was the worst performer in the group, declining from third to ninth place:

For the second quarter running Portugal is in the top 5 worst performer table – its austerity measures has yet to sway the market in the right direction.

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The rest of Europe remained fairly flat this quarter. The Ireland/Portugal situation has not been contagious – the Euro strengthening from 1.22 to 1.37 in the quarter indicating the FX market also believe the issues may not be widespread.

(source: CMA Sovereign Risk Report for Q3 2010)

Estes dados reportam-se até ao terceiro trimestre de 2010, por isso não incluem os efeitos do PEC 3. E são baseados em CDS (credit default swaps), o que significa que representam apenas a percepção dos mercados de negociação (e.g. a percepção de agentes mais institucionais e dos investidores que efectivamente compram a dívida pública nacional poderá ser diferente).

Contudo, isto implica claramente que os mercados não acreditavam nos pacotes de austeridade, aprovados até ao PEC 3, como podendo resolver a nossa crise de finanças públicas.

Isto é um diagnóstico francamente muito negativo. E num cenário destes, considero que o PEC 3 poderá ser insuficiente para inverter esta percepção.

Teoria do Comércio Interestelar

The Theory of Interstellar Trade

This article extends interplanetary trade theory to an interstellar setting. It is chiefly concerned with the following question: how should interest charges on goods in transit be computed when the goods travel at close to the speed of light? This is a problem because the time taken in transit will appear less to an observer traveling with the goods than to a stationary observer. A solution is derived from economic theory, and two useless but true theorems are proved.

(via Paul Krugman)

(E foi realmente publicada numa revista académica)

Especulação sobre a viabilidade do comércio interestelar

A Fast Fast Rocket to a Far Far Place….

The logical quandary is that at any time in the foreseeable future, technological growth would out-pace our current technological ability so that crossing the great void would make no sense. At anytime in the foreseeable future this would only get worse.

It has been pointed out that if you went to the stars you would find humans, who left much later there to greet you. And YOUR trade goods would be antiques. They in turn had found humans who left even later, there to greet them, who in turn….etc. The first guy to leave Earth for Alpha Centuri would be greeted by the guys who left the week before he arrived at Alpha Centuri. What kept you?…and no we don’t want any of that ancient crap you’re hauling.

We might as well stay home.

(Eric M. Jones)

Este texto provém dos comentários a este post de Steven D. Levitt, que por sua vez foi respondido por Paul Krugman (aqui).

As caixas de comentários, às vezes, contêm coisas maravilhosas...

Comparação de mau gosto

No buraco:

Os portugueses têm algumas semelhanças com os mineiros do Chile. Ambos estão enfiados num buraco. A grande diferença é que os mineiros do Chile têm a esperança que alguém os vai tirar de lá.

(Via ABC do PPM.)

Há comparações que nunca se devem fazer, sobretudo porque dizem muito sobre a pessoa que as faz...

Sobre as Parcerias Público-Privadas

Quem parte e reparte?: "

Em meados dos anos 90, uma nova moda tomou conta do discurso político e da administração da coisa pública: as modernas e inteligentes parcerias público-privadas. Portugal é um dos países europeus que mais usou este tipo de financiamento para o investimento do Estado. A moda começou com Guterres, continuou com Durão e Santana e seguiu o seu caminho com Sócrates.

(...)

Como testemunha o juiz Carlos Moreno, que durante anos fiscalizou, no Tribunal de Contas, as PPP’s e é autor do livro ‘Onde o Estado gasta o nosso dinheiro’, o Estado fez péssimos negócios. Em troca do investimento privado não se limitou a pagar mais do que pagaria se fosse ele próprio a garantir o investimento. Ficou com o todo o risco do seu lado, garantindo aos privados extraordinárias mesadas. Um negócios das arábias para os financiadores: dinheiro certo em caixa. Um descalabro para os cofres públicos: paga-se mais, dá-se a exploração a outro e banca-se sempre que a coisa corre mal. Carlos Moreno não tem dúvidas em considerar que houve, na celebração destes negócios, um comportamento ‘incompetente e desleixado’, em que ‘o Estado, em grande parte das concessões, ficou com uma parte substancial do risco’.

(Via Arrastão.)

Segundo o post citado acima, a factura das PPPs já vai em "48,3 mil milhões de euros, até 2049, quase um terço do nosso PIB."

Alguém tem dúvidas que estes contractos terão que ser renunciados (ou dissolvidos) o mais rapidamente possível? Simplesmente, não teremos capacidade financeira para aguentar estes encargos. E assim sendo, acho que há muitas empresas privadas, de construção e saúde sobretudo, que daqui a uns anos já estarão nacionalizadas ou na falência.

E ouvem-se grilos no Largo do Rato

Carta aberta a Passos Coelho - Réplica em contracorrente ao Henrique Raposo - Estado Sentido: "

Foquemo-nos na terceira opção, que julgo ser a mais provável. O Presidente da República terá que propor um Governo de iniciativa presidencial. Com Sócrates fora de cena, as personalidades que no PS se têm preparado para o suceder (assim de repente, surgem no horizonte António Costa e António José Seguro), terão muito mais facilidade para conseguir um entendimento com o PSD. O Governo de iniciativa presidencial será um Bloco Central, eventualmente estendido ao CDS, e provavelmente até com notáveis independentes - muito gostaria de ver Medina Carreira e Êrnani Lopes nas pastas da Economia e Finanças. Governando por duodécimos, não se aumentam impostos que com toda a certeza vão levar à  recessão e pode-se começar a cortar na despesa. Após a reeleição de Cavaco, as eleições legislativas servirão para legitimar aquele que será um Governo consensual, dadas as circunstâncias de necessidade excepcionais. E este conseguirá aprovar um Orçamento adequado à conjuntura.

(via Estado Sentido)

(ênfases minhas)

Por razões de todos conhecidas, até gostaria que este orçamento fosse chumbado. Mas convínhamos que tentar justificar isso com argumentos fantasiosos apenas pode prejudicar esse objectivc.

P.S. - Confesso, contudo, que dei uma gargalhada com a hipótese de Medina Carreira como ministro da Economia/Finanças. Muitas pessoas estão a acreditar demasiado na propaganda que lhes estão a vender.

A Ler: Pereira & Lains (2010)

Pereira & Lains (2010): "

From an agrarian society to a knowledge economy: Portugal, 1950-2010

Abstract

This paper surveys the main features of Portuguese economic growth in the last half century, with a particular emphasis on the period after the return to democracy in 1974. It shows that significant structural change and capital deepening were the chief sources of growth in the Portuguese economy until the mid 1970s. From then onwards, human capital accumulation and productivity growth were the main reasons behind Portugal’s economic fortunes. Growth declined between these two phases, as in the rest of Europe. In Portugal, it slowed further after 1990. After surveying the main causes of the slowdown of the Portuguese economy in the last decade, Portugal’s main human capital indicators are compared to other European and OECD economies. While Portugal has made a remarkable transition from an agrarian society to an industry- and service-based economy, the country still has not been able to successfully move on to a knowledge-based economy. Such a transition, however, is instrumental to spur economic growth on and to improve productivity.

"

 

(Via Pedro Lains.)

(disponível para download)

Obama continua a decepcionar

(Via Huffington Post.)

Não sei o que dizer. Obama opõe-se à lei publicamente, mas porque "tradicionalmente o Departamento de Justiça recorre de decisões judiciais que contrariam legislação do Congresso", a administração está a defender uma lei que fere os mais básicos valores progressistas.

Poderíamos dizer que os americanos tinham votado num progressista, mas como tradicionalmente a presidência dos EUA é de um conservador...

Por estas e por outras é que as eleições para o Congresso vão ser o desastre que se avizinha.

A Ler: The irrelevance of the liberal 'brand'

The irrelevance of the liberal 'brand': "

There is perhaps no surer signal that Democrats are about to suffer a terrific defeat than to see liberals begin discussing how to define, redefine, or otherwise burnish their 'brand.' So far as I'm concerned, this falls firmly in the 'doesn't matter' category of American politics. In 2004, all liberals could talk about was the power of the conservative brand, and George Lakoff became an icon because of it. In 2006 and 2008, better branding didn't save Republicans from being devastated in the polls, leading Democrats to the first 60-vote Senate majority since the 1970s. So much for brands.

 

libeandconsgraph.jpg

The word 'liberal' is not popular, it has never been popular, and I do not expect that it ever will be popular. But liberalism -- and the politicians who support it -- are doing just fine. Not in any given election, of course, but over time. It's not obvious that a stronger brand has done much for the right, nor that it has seriously hampered the left. Branding might be important. But product matters more.

 

(Via Ezra Klein.)

 

terça-feira, outubro 12, 2010

A Ler: "Opositor sim, dissidente não"

Muito bem notado.

Ao estarmos a reconhecer que os opositores ao totalitarismo chinês são dissidentes, estamos a minorar a sua luta e a assumir que a maioria dos chineses prefere viver em ditadura.

Eles são resistentes e opositores à ditadura chinesa. Não são "dissidentes".

Pedro Correia tem toda a razão.

"Aye. And if my grandmother had wheels, she'd be a wagon"*

Em Rio Maior, Pedro Passos Coelho assegurou que estaria a preparar a apresentação de uma moção de censura ao Governo caso Portugal não tivesse o calendário eleitoral que tem.

Alguém me consegue explicar o que isto quer dizer? O que passa pela cabeça deste homem, que muitos acham que poderá a vir ser o próximo Primeiro-Ministro de Portugal?

Se é este o calibre de Passos Coelho...

P.S. - * Frase icónica de Montgomery Scott ao ver a USS Excelsior no Star Trek III

The Value of a Desk

Desk - Music and Sound Design from Aaron Trinder Film:Motion:Music on Vimeo.

Hat tip: Lifehacker

segunda-feira, outubro 11, 2010

O Sr. Luís não tem culpa. E nós também não!


Sou funcionário público e não tenho a culpa da situação a que chegámos. Desafio quem quer que seja, seja público ou privado, a demonstrar que trabalhou e produziu numa vida de trabalho, mais ou melhor do que eu.

Luís Novais Tito

O que pensam os "defensores" do sindicalismo sobre os sindicatos e a Greve Geral

1)

O PS está no Governo? Sim. E saudará as reivindicações dos trabalhadores? Não. Por a greve ser contra si? Sim. Então porque é que a sua central sindical adere a um protesto autofágico?

2)

não tenho dúvidas que a direcção da UGT tudo fará para cumprir o seu papel histórico de boicotar a luta dos trabalhadores e prejudicar o carácter reivindicativo da greve geral,

3)

A ideia que uma greve só pode ser apoiada por aqueles que como nós defendem que é preciso derrubar o capitalismo para que este tipo de crises acabe, é uma ideia suicidária.

4)

ainda temos que aceitar que meia dúzia de sindicalistas amarelos sacrifiquem a elementar exigência da demissão do governo a troco da sua participação? Isto serve a quem?

 

No sítio do costume

 

sexta-feira, outubro 01, 2010

A Sina do Jumento (e a nossa)

“Agora vou perder o equivalente a um subsídio de Natal, mas como Sócrates é generoso optou por o cobrar em 14 suaves prestações acrescidas dos competentes juros cobrados sob a forma simpática de aumento dos descontos para a CGA, de cortes na ADSE e de um aumento de dois pontos no IVA. Entretanto acreditei no governo e tomei decisões com base nas declarações do ministro das Finanças e do primeiro-ministro cujas consequências vou ter de assumir, enquanto eu faço contas à vida e verifico se sou viável, o ministro das Finanças e o primeiro-ministro estarão ansiosos por conhecer as próximas sondagens.”



“José Sócrates e Teixeira dos Santos poderão estar optimistas mas eu não tenho razões nem para estar optimista, nem pessimista, a cigana leu-me a sina e já sei qual o meu futuro, perder vencimento sempre que os políticos errarem por excesso de eleitoralismo, não ser promovido, pagar as pensões dos que abusaram no passado. Eu sou a ovelha que Sócrates ou Pedro Passos Coelho vão tosquiar sempre que precisem de lã, é mais fácil tosquiar as ovelhas no redil da Função Pública do que apanhar as raposas que se escapam aos impostos.”



O Jumento

"O estado é o problema" ou uma mentira contada muitas vezes

Os nossos liberais andam, novamente, todos empolgados com o actualíssimo discurso de Ronald Reagan "Government is not the solution of our problems, government is the problem"!

Giro...

E pensar que este senhor foi o mesmo que começou com o Programa SDI (Strategic Defense Initiative) a.k.a. Programa Star Wars (não confundir com os filmes de cinema, s.f.f.). Algo baratinho!!!!

Porque se há coisa que os liberais do lado de lá do atlântico sabem é que o estado, lá como cá, é o principal motor da economia.

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