sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Uma dupla (não tão) improvável

Carlos,

A probabilidade ou improbabilidade da dupla depende de vários factores. Embora me pareça que o DNC vá fazer todos os esforços para que essa dupla aconteça, quer-me parecer que terá mais hipóteses de sucesso se for uma dupla Hillary/Obama em vez de Obama/Hillary.

Porquê?

Vários factores (certamente não irei explaná-los todos aqui mas deixarei alguns).
  1. O factor idade - Não me parece de todo espectável que Hillary aceite ser candidata a vice-presidente sendo mais velha e estando numa disputa tão acesa pela nomeação. Principalmente porque estaria oito anos exposta a levar pancada quer em nome da administração (pelo menos nos primeiros quatro) quer por ser... Hillary Clinton;
  2. O factor pressão mediática - Os Clinton estão há vários anos sob os holofotes dos média e não me parece que Hillary Clinton aceite ser número dois de alguém. Pela mesma razão (factor mediático) não me parece que Barack Obama queira a vice-presidente alguém que compita com ele em mediatismo;
  3. O factor experiência - Ninguém duvida, nem põe em causa, nos dias de hoje, que Hillary é mais experiente do que Obama. Embora hoje tenhamos um vice-presidente americano mais experiente que o presidente, são situações distintas. Juntar este factor ao factor 2 faz com que qualquer hesitação de Hillary a responder a um qualquer jornalista sobre algo decidido por uma administração Obama é o suficiente para haver discussão na imprensa por mais de uma semana;
  4. O factor tempo - O tempo de Hillary é agora: ou ganha, ou perde. Não há mais hipóteses.

No entanto, se for o que eu desejo (e suponho que tu, pelo menos, não te importes), torna alguns destes factores em vantagens:

  1. O factor idade - Este não existiria, e se algo podia acontecer era um beneficio pela perspectiva de continuidade. Algo que não existia na administração Clinton (ao início) e nunca existiu na administração Bush. Uma situação que teria de ser sufragada nas urnas, obviamente, mas a possibilidade é real.
  2. O factor pressão mediática - Obama é um caso sério de popularidade, e certamente vai continuar a sê-lo, mas sendo vice-presidente de Hillary essa popularidade poderia ser facilmente direccionada como uma mais valia, e não como uma fonte de problemas;
  3. O factor experiência - Aqui Obama teria tudo a ganhar. Acho que nem preciso de dizer nada;
  4. O factor tempo - Se Hillary não terá outra oportunidade, o mesmo não se poderá dizer (pelo menos para já) de Obama. E ser vice-presidente abre-lhe as portas de par em par para a nomeação "praticamente" directa para o pós-Clinton.

A principal razão (não única) para este cenário não se dar (caso Hillary ganhe a nomeação) serão os egos de ambos. Mas para isso suponho que o DNC está guardar Howard Dean, Nancy Pelosi e Al Gore. Só falta ver é que cartas vai jogar Edwards.

Sem comentários:

Pesquisar neste blogue