Caro Luis Tito,
Obrigado pelas palavras amáveis com que brinda a minha análise. Pena é que, nos comentários, os seus leitores não tenha entendido a sua ironia. Decerto que não se sentiu censurado, nem – penso eu – poderia pensar que o seu texto não seria publicado. Como referi, e concerteza concorda, entre moderar e censurar vai uma grande diferença.
Obrigado pelas palavras amáveis com que brinda a minha análise. Pena é que, nos comentários, os seus leitores não tenha entendido a sua ironia. Decerto que não se sentiu censurado, nem – penso eu – poderia pensar que o seu texto não seria publicado. Como referi, e concerteza concorda, entre moderar e censurar vai uma grande diferença.
Bom, vamos ao que interessa. Vamos falar de cacique.
Em primeiro lugar duas notas em relação o seu texto. [1] Não entendi o que queria dizer do confronto entre os novos e os velhos cacique. Como os identifica e distingue? [2] Fala, a certa altura, que o PS devia voltar a ser um partido de militantes. O que é isso hoje? O que deve ser?
[Isto é um work in progress]
Sobre caciques, posso começar por dizer que sem eles não há partidos ou democracia. São conjuntos de interesses organizados em torno de um representante. Este, não eleito, é o responsável pelo grupo. É ele que o organiza, vela pela sua consistência e retira dele a sua máxima rentabilidade. A partir do momento em que se inventou a história da representatividade que eles fazem parte integrante nos sistemas democráticos. Inicialmente emergiam de realidades locais, associados à elite local, e organizavam os votos que ou o elegiam ou a quem designasse. Representavam, geralmente, ou interesses corporativos definidos ou realidades regionais desligadas de estruturas partidárias nacionais. Andavam fora dos partidos e, geralmente, andavam a soldo.
Com o advento dos partidos políticos, inicialmente de massa, os caciques moldaram-se à nova realidade. Já não representavam regiões e, com a excepção do sindicalismo, os interesses classistas ou corporativos são menosprezados perante a necessidade de apresentar resultados numéricos; ou seja, não interessa a qualidade do voto organizado interessa sim a sua quantidade.
Se nos deslocarmos para o interior dos partidos que praticam militância organizada (como o PS ou o PSD) e se observarmos a organização institucional dos mesmos, facilmente percebemos como os caciques podem ocupar os cargos médios da hierarquia partidária (Concelhias e Federações/Distritais). São eles, afinal, quem faz o contacto com as bases. São eles quem, muitas vezes, recrutam as bases, transformando-as (através de mecanismos de recompensa) em verdadeiros sindicatos de voto. Estas sustentarão os caciques até que estes ou percam atractividade ou outro cacique emirja com mais poder e atracção.
Um cacique geralmente nunca anda só, procurando maximizar o seu poder através de uma lógica de grupo, fabricando redes densas e alargadas. É assim que consegue subir na hierarquia partidária, sentar-se nas mesas de decisão e poder gerir a sua carreira. Este post mostra bem o que é uma «candidatura moderna», como uma rede bem estruturada pode chegar, rapidamente, a uma estrutura partidária. Agora imagine que em causa está uma Federação/Distrital, onde cada cor é uma Concelhia e cada Secção as extremidades. Pode repetir o exercício para casos nacionais, de secção, de concelhia, internacionais, etc. A lógica é sempre a mesma.
[Por hoje chega. Espero que comentem, pois escrevi um pouco à pena larga, queria ver comentários para evoluir o texto]
1 comentário:
Dezasseis...
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