sexta-feira, abril 03, 2009

Em que reflectir quando se pensa EUROPA?

Por deformação profissional, talvez, não posso deixar de reflectir sobre os conflitos sociais que têm lugar no espaço europeu. Fi-lo a propósito da Grécia, faço-o hoje a propósito das manifestações acontecidas à porta do G20, em Londres.

Não posto imagens porque todos as vimos. Deixo um texto - que não é meu nem o subscrevo - para que possamos reflectir sobre o que vai na alma e na carne de desempregados, de trabalhadores precários, de intermitentes do espectáculo e de muitos outros grupos e indivíduos. São jovens, na maior parte, e mostram um grande desespero. São oriundos dos 4 cantos do mundo, anti-globalização, defensores do condomínio Terra, descrevem o que sentem e culpam "o capitalismo".

A questão que coloco é: que vias - europeias, mundiais - traçar para acabar com o desespero gerado pelas inseguranças?

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TEXTO

Wars are raging..........climate is chaotic........urban ghost towns, rural wastelands....job losses, home reposessions.......economy in a tailspin

Are we angry? Could we take to the streets? Could we?

YES WE CAN AND YES WE DID!FABULOUS ATMOSPHERE.THE CITY IS OURS TODAY.QUITE RIGHT TOO!

Well yes, maybe, so long as there's tea and dancing, musicians and artists, performers, a nod from the four horsefolk of the apocalypse and a jolly good excuse.

You got it. G20 COMES TO LONDON so WE are heading to the city...

The G20 consists of 20 world "leaders". They fly in to the capital on April 1st hoping to pull off the biggest April fools hoax in history: they want us to believe that capitalism is working!

But we're not fooled! Their tax-dodging, bonus-guzzling, pension-pinching, planet plundering unregulated free market world is in meltdown. In short, capitalism is NOT working, as you will know only too well if you lost your job this week.

The G20 leaders and their forbears put the heat on us and the planet. The time has come to put the heat on them. At 12 noon, April 1st, we're going to reclaim the City, thrusting into the very belly of the beast: the Bank of England.

There will be plenty to entertain and much to complain about.

G20 Meltdown: A VERY ENGLISH PROTEST - All nations and peoples of the world most welcome. Indeed, we urge you to get stuck in...

Bring food to share, water, tea making facilities, something to sit on, a pop up tent if you plan to stay late AND A MAP OF THE CITY. Dress for the weather and the occasion.

...zombie bankers....endangered species....Diggers....peace messengers....Alice in Wonderland characters....court jesters...revolutionaries...revolutionary cake bakers... Babes 4 the Biosphere....Climate Rushers....mermaids...everyone from every walk of life....old school mates family and friends....

OUR SECRET WEAPONS? Merriment, mirth and the love in our hearts...


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Nota

"Capitalismo" é um termo amplo e polissémico; no texto, o Banco de Londres é "A Besta", um qualificativo interessante, uma reificação ou coisificaçãodo do Mal num "objecto" específico representativo de um sistema financeiro a desmoronar e, por conseguinte, da ganância individual de "fazer dinheiro" sem trabalhar, sem nada acrescentar a qualquer produto.

Autores há que defendem a tese segundo a qual as três grandes religiões monoteístas seriam as grandes culpadas da crise actual, por terem colocado o ser humano no centro da criação, qual Príncipe dotado de livre arbítrio, princípio que terá feito de nós Os Predadores do Mundo.

A hipótese tem o seu interesse. No entanto, foi no seio das sociedades construídas por (algumas d`) essas religiões que surgiram a ciência moderna, o industrialismo, a produção em série e em quantidade, os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, bem como, na Europa, os agnosticismos, os Estados Providência a redistribuirem (com mais ou menos justiça) os bens, o mais elevado bem-estar social do Mundo conjugado com o menor grau de desigualdades.

Se olharmos para a Índia, configurada em grande parte pelo hinduísmo - filosofia não-predadora - as clivagens sociais são muito maiores, gritantes mesmo, e muito mais resistentes a mudanças.

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