A questão do Provedor de Justiça atingiu patamares de mudismo político impensáveis, e só possíveis devido ao período pré-eleitoral que vivemos. Eu até compreendo que se ponha em causa, da parte do PSD, nomes como António Arnaut, por ser da área socialista. Façamos de conta que tal já não se passou com Guilherme d'Oliveira Martins, hoje por hoje considerado um bom presidente do Tribunal de Contas.
Mas pôr em causa Jorge Miranda parece-me que só acontece para que se possa marcar (mais) uma diferença em relação ao PS, e demonstrar que o quão afinal somos diferentes. Somos diferentes, sim senhor(a), mas deveríamos ter sentido de estado, por sermos ambos partidos na orla do poder (vulgo Centrão ou Bloco Central).
Não estou com isto a pôr em causa Maria da Glória Garcia (nem Mário Brochado Coelho, apresentado pelo Bloco de Esquerda, ou Guilherme da Fonseca, pela CDU), que não conheço (e até me considero uma pessoa relativamente bem informada para o normal). Mas acho que Jorge Miranda era alguém em que os cidadãos portugueses confiariam para que os ajudasse na missão de processar o estado, quando tal fosse necessário. Assim, um processo que deveria de ser calmo tornou-se numa luta.
Que, ao menos, o mediatismo desta luta renove e fortaleça o papel do Provedor de Justiça.
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