domingo, abril 05, 2009

Direito à parvoíce

Isto pode parecer um texto à Gato Fedorento, mas eu acredito que todo o Homem tem direito a ser parvo. E dizer coisas parvas. E a escreve-las. E este deve ser um direito inalienável. Independentemente de quem este Homem (ou Mulher, naturalmente, e daí a letra capital) seja. E independentemente do que faça, ele ou ela tem o direito a ter opiniões… parvas. Pronto, menos bem conseguidas, sem nexo, estapafúrdias.
E assim, o que fazer com a opinião dos parvos? Devemos limitá-la? Impor-lhe regras? Devemos processar os parvos por cada parvoíce que dizem? Claro que não. Nada mais faríamos.
O mundo, infelizmente, não está dominado por pessoas inteligentes. Muito pelo contrário. É abundantemente reconhecida a incompetência e a mediocridade de muitos dos governantes mundiais. E não é por isso que deixam de governar. Por isso, porque é que os parvos hão-de ser inferiores aos medíocres e aos incompetentes? Não vejo razão. Se uns podem governar, porque é que outros não podem opinar?
Já entenderam que me refiro ao caso José Sócrates - João Miguel Tavares [JMT]. Espero.
Aí, apesar de reconhecer todo o direito ao José Sócrates em processar o jornalista do DN, devo reconhecer que acho tal acto um pouco desnecessário. O que é que se pode provar com uma sentença a favor do secretário-geral do PS? Que o que João Manuel Tavares escreveu é ofensivo? É injurioso ou insultuoso? Que é parvo? Mas isso já sabe há algum tempo. É mesmo necessário que uma sentença judicial o confirme? Para quê? E, aliás, não tem o João Miguel Tavares o direito de ser o que bem queira ser, e de livremente se expressar e opinar?
Eu acho que sim. E acho que José Sócrates neste caso foi mal aconselhado. A não ser que o intuito fosse chamar mais a atenção para o que JMT escreve, e, como o dito jornalista tem escrito em nome da oposição, levar que se associe a sua parvoíce à parvoíce do PSD (apesar de achar isto também desnecessário, pois também essa característica do maior partido da oposição é bem conhecida)

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