A Ordem dos Médicos aprovou ontem à tarde o parecer do Colégio da Especialidade de Psiquiatria, onde é defendido que a homossexualidade não é doença, mas que um médico não pode recusar tratamento a um homossexual. "O parecer foi aprovado sem qualquer alteração", adiantou ao DN o bastonário dos Médicos, Pedro Nunes.
And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
quarta-feira, dezembro 30, 2009
A questão é: Porque é que isto é notícia?
quinta-feira, dezembro 24, 2009
terça-feira, dezembro 22, 2009
terça-feira, dezembro 15, 2009
. . . CHEGOU COMO QUEM CHEGA DO NADA, POR EMAIL
Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.
Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pelo Mundo.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive... PORTUGAL.
Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).
É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc.
Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.
É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
segunda-feira, dezembro 14, 2009
Ainda Praga
Foram, como se pode facilmente depreender, dias de elevada intensidade política, com resultados animadores. No final o Congresso acabou por reeleger Poul Rasmussen como Presidente do PES, com uma elevada e expressa maioria (conseguiu 327 dos 333 votos possíveis), o que acaba por ser um reconhecimento político do bom trabalho que o actual lider do PES tem desenvolvido no seio do Partido. Refiro ainda que, apesar da derrota eleitoral de Junho, a verdade é que o PES está hoje mais fortalecido, com uma liderança e uma equipa estável.
Roma não se construiu num só dia, bem o sabemos, e estou certo que só com um reforçado, pró-activo e apoiado Partido Socialista Europeu pode a Europa ambicionar uma desejada virada à esquerda, e procurar a construção de uma Nova Europa Social.
Aqui podem assistir às intervenções no Congresso do Partido Socialista Europeu:
Abertura (Philip Cordery) (Poul Rasmussen) (Jiri Paroubek),
Aprovação do plano de actividades,
Painel 1 (uma nova direcção para as sociedades progressivas) (parte 1) (parte 2),
Painel 3 (as pessoas primeiro: uma nova direcção para a Europa),
Painel 4 (reforma financeira)
Painel sobre alterações climáticas,
Intervenção de Howard Dean, Intervenção de Pascal Lamy, Intervenção de Kevin Rudd,
Eleição do Presidente,
Votações (dia 2),
Sessão final (dia 2).
Por fim, deixo-vos exposta a intervenção da Rainbow Rose, a cargo da Anna Paola Concia:
Paola Concia at 8th PES Congress from Rainbow Rose on Vimeo.
domingo, dezembro 13, 2009
sexta-feira, dezembro 11, 2009
Lançamento de livro do ICS. Hoje.
A apresentação está a cargo do Carlos Jalali da Universidade de Aveiro.
O nosso camarada José Reis Santos colaborou com um capítulo para este livro do ICS coordenado por Marina Costa Lobo e Octávio Amorim Neto.
Francis Blanchard (RIP)
CSI EnLínea
Fallece Francis Blanchard, ex Director General de la OIT
Bruselas, 11 de diciembre de 2009: Ha supuesto un gran pesar para la CSI recibir la noticia del fallecimiento, el día 9 de diciembre, de M. Francis Blanchard, Director General de la Organización Internacional del Trabajo de 1974 a 1989.
El Sr. Blanchard prestó servicio a la OIT durante 38 años, y su trabajo fue especialmente decisivo para el desarrollo de las actividades de cooperación técnica y la descentralización del trabajo de la Organización. No obstante, el pleno alcance de su talento se hizo patente sobre todo en tanto que Director General, cuando su liderazgo permitiría que la organización atravesara los difíciles y conflictivos años de la Guerra Fría.
“El éxito de la OIT durante el mandato del Sr. Blanchard, y el hecho de su destacada posición a la hora de aportar un cambio histórico y duradero para el mundo, se debió en gran parte al firme apego que tenía a los principios y misión de la Organización. Se negó a desviarse de los mismos a pesar de las inmensas presiones políticas que pesaban sobre él. Dirigió con sabiduría, distinción, destreza y compromiso, y su muerte será lamentada por sindicalistas de todo el mundo, muchos de los cuales deben el ejercicio de sus derechos al trabajo que realizó”, dijo Guy Ryder, Secretario General de la CSI.
La CSI representa a 175 millones de trabajadores y trabajadoras de 311 organizaciones afiliadas nacionales en 155 países y territorios
terça-feira, dezembro 08, 2009
O Ponto nº 5 da resolução do 8º Congresso do PES - Praga 8 de Dezembro de 2009
Resolution n°1
People first: A Progressive European Agenda
Adopted by the 8th PES Congress
5. To pursue gender equality
Our vision of progressive societies is contingent on gender equality. Gender inequalities continue to have deeply negative consequences for the economy, social justice and democracy.
Women still earn, on average, 17.4% less than men for doing the same work; they are much more likely to be unemployed, discouraged from entering the labour market by the lack of decent jobs, or in lower-paid, low-quality or part-time jobs. The financial and economic crisis has highlighted the very low number of women in top decision-making positions in the banking sector and in listed companies. Overall, the result is that women have not been able to contribute fully to generating new prosperity and providing sound stewardship in the economy.
The extent to which gender equality has been achieved varies across Europe. Those European countries which have done most to increase women’s rights and opportunities are amongst the leading sustainable societies in Europe with the highest proportion of women in the workforce and the highest birth rates.
We believe gender should be mainstreamed throughout all EU policies and instruments, including national and European economic recovery plans. It is urgent for the EU to adopt a European Women’s Rights Charter to improve women’s rights and opportunities and promote mechanisms to achieve gender equality in all aspects of social, economic and political life. Moreover, this Charter must be carried by a visible, effective, target-driven platform with a sufficient budget to ensure that its content is implemented and respected in all Member States.
Improving paid and shared parental leave rights and pre-school child care and education would benefit labour market participation and economic performance, reduce poverty – thereby alleviating welfare burdens - as well as improve the life chances of children. We must reach the EU Barcelona child care targets. The use of quotas in politics and the private sector should be explored in order to overcome latent discrimination and entrench gender equality.
We will continue to campaign for equal political representation of women and men in all decision-making bodies at European level. In this respect, we are proud that the first EU High Representative for Common Foreign and Security Policy, following the ratification of the Lisbon Treaty; is Catherine Ashton, a woman from our political family.
We welcome the forthcoming Spanish EU Presidency’s placing of women’s rights at the top of the European agenda. We will promote women’s sexual and reproductive health rights throughout the EU. We propose to step up European efforts to eradicate human trafficking and sexual exploitation through closer judicial and police cooperation. We also propose to encourage and support the EU and its Member States in their efforts to stop domestic and gender-specific violence, including that perpetrated against women of ethnic minorities, through all appropriate EU programmes and funds.
We are convinced that pursuing gender equality will bring far-reaching benefits for European.
Prague, 8 December 2009
domingo, dezembro 06, 2009
CARTA EUROPEIA DOS DIREITOS DAS MULHERES
PES Women President calls for European Women’s Rights Charter
06/12/2009
Yesterday at the PES Women Annual Conference Zita Gurmai MEP was unanimously re-elected President of PES Women. In her opening remarks, she called upon European Commission President Barroso to deliver on his promise to put in place a European Women’s Rights Charter that will enforce gender equality for the 21st century.
The PES Women Annual Conference entitled ‘Feminism in the 21st Century’ is being held in Prague from 5th – 6th December. The Conference is focusing on the 21st century challenges to gender equality in Europe and formulating PES Women responses.
Zita Gurmai MEP, President of PES Women said: “The European Women’s Rights Charter must constitute an enhanced commitment to gender equality. This must be visible, effective, target-driven and have a sufficient budget to ensure that the content is implemented and respected in all Members States. Gender equality policies cannot be relegated to a sectoral approach. Our future depends on how we can make these gender policies work”.
“Gender equality and the participation of women is essential for a progressive European society”, concluded the newly re-elected PES Women President, Zita Gurmai
Minha Senhora de Mim
Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa e fez a sua estreia no campo da poesia em 1960, com um livro de poemas cujo título é premonitório: Espelho Inicial. Jornalista de profissão, o seu nome começa por ser associado ao grupo da «Poesia 61». Mas, a partir de 1971, devido ao escândalo que envolveu a publicação das Novas Cartas Portuguesas, de que foi co-autora, e ao processo judicial que se lhe seguiu, passa a ser vista como um expoente do feminismo em Portugal.
A sua luta pelos direitos das mulheres é inseparável de uma carreira literária muitas vezes afectada, positiva ou negativamente, pelo seu posicionamento ético. No entanto, e apesar da intransigência das suas convicções, a escritora não se reconhece na imagem estereotipada da «feminista militante»: «Eu sou precisamente o contrário do que as pessoas imaginam das mulheres feministas» (Pública, 208, 21.5.00).
Se a imagem da escritora é naturalmente associada à coerência e firmeza das suas posições em prol dos direitos da mulher, é tempo de (re)lermos os seus livros um a um, e seguirmos o trajecto luminoso de uma escrita poética nascida de uma exigência radical de liberdade. O erotismo que a percorre começa por ser a denúncia da repressão sexual que pesa violentamente sobre a mulher nos anos ses¬senta, num momento em que é posta a nu (Reich, Marcuse) a articulação entre esta e o poder político. Mas, logo se torna perceptível que esse erotismo extremado é muito mais do que a expressão de um inconformismo lúcido ou de um exercício subversivo da liberdade. A escrita erótica de Maria Teresa Horta é sentida como uma forma intolerãvel de apropriação de um discurso do prazer, ou da fruição, que era pertença exclusiva do território masculino, não só dentro de uma ordem social e política discriminatória, mas também, e sobretudo, no interior de uma ordem simbólica, onde a própria linguagem é um instrumento de opressão. Como foi insistentemente sublinhado por Roland Barthes, a língua encarrega-se de marcar a diferença sexual e social, mantendo, por um lado, separados os géneros feminino e masculino, e confundindo, pelo outro, «a servidão e o poder» (Lição, 1979). A subordinação da mulher ao homem é função de um discurso que intenta salvaguardar os princípios da hegemonia cultural masculina, sendo o corpo feminino uma construção que se vai adaptando aos imperativos de uma ordem falocêntrica dominante. Neste sentido, Minha Senhora de Mim (1971) é, sem dúvida, um dos livros que assinala um importante momento de viragem na escrita feminina contemporânea e, mais subtilmente, na obra da própria autora.
A poesia de Maria Teresa Horta afasta-se contudo dos imperativos definidores e delimitadores das formas mais radicalizadas do feminismo actual. A sua visão do erotismo funda-se no desejo de uma autêntica complementaridade entre a mulher e o homem e esclarece-se, quanto a nós, à luz da tese platónica da cisão originária dos seres em duas metades e da trajectória de cada uma delas em busca da outra, através do amor. Daí que a sua poesia se reconheça dentro de uma belíssima definição do erotismo dada por Bataille: «uma imensa aleluia perdida num silêncio sem fim» (O Erotismo, 1957).
Nesta obra poética, marcada por uma invulgar coerência, espelha-se uma concepção de poesia profundamente intimista e feminina, alimentada pela crença no amor único e recíproco, como forma absoluta de negar a violência da morte e a inconstância dos afectos humanos. [...]
Maria João Reynaud, in Vozes e Olhares no Feminino, Edições Afrontamento, Porto 2001, pp. 32 - 34
N.B. Posto este texto porque é neste feminismo que eu me revejo; porque não compreendo os pós-feminismos nascidos dos feminismos radicais e que visam, actualmente, "quebrar todos os dualismos de sexo e de género". Porque este é o meu modo de ser/estar. Com Wilhelm Reich, com Georges Bataille e com Maria Teresa Horta, com uma "exigência radical de liberdade".
sábado, dezembro 05, 2009
Somaterapia
“Nada é tão contagiante como o gosto pela Liberdade” Roberto Freire
Foi lançado em Lisboa, no dia 28 de Novembro, um livro sobre Somaterapia, da autoria de João da Mata. Pode ser adquirido na Livraria Letra Livre, em Lisboa.
O objectivo da somaterapia é o de, partindo das emoções expressas pelo soma (pelo "corpo") libertar os seres humanos das "couraças" que todos fomos adquirindo, que nos prendem a territórios desajustados e não desejáveis, que nos bloqueiam portas, que nos impedem de partir "on the road", que nos roubam energias criadoras. Baseia-se, entre outros autores, nos trabalhos de Wilhelm Reich e de Gregory Bateson bem como nas teorias e nas práticas do Living Theatre. A somaterapia é uma terapia libertária que ajuda a desconstruir modos de reagir enquistados e desadequados.
Nota: "corpo" entre aspas porquanto para a somaterapia não existe qualquer dualismo, seja ele corpo e alma ou outro; somos seres unos e cada um de nós é único.
Uma Cantora Nómada (3)
sexta-feira, dezembro 04, 2009
Agenda Feminista 2010. CML. UMAR
Uma Cantora Nómada (2)
Uma Cantora Nómada (1)
terça-feira, dezembro 01, 2009
segunda-feira, novembro 30, 2009
domingo, novembro 29, 2009
Cimeira Ibero-Americana
quinta-feira, novembro 26, 2009
PES WOMEN
A propósito do texto do José Reis, aqui deixo um outro texto, da Zita Gurmai, sobre a Europa e as Mulheres, a Europa com poucas Mulheres em cargos de liderança, a construção de uma Europa por e para Homens e Mulheres.
PES is calling for fair representation of women in the EU
On the eve of the EU summit, PES Women are calling on Mr Barroso and all EU heads of state to ensure that the new college of Commissioners will be gender balanced and will represent women in Europe.
Zita Gurmai MEP, President of PES Women, expressed serious concerns about the current nomination process of the new college of Commissioners, in which, in the foreseeable scenario, there will only be two or three women among the 27 Commissioners.
Zita Gurmai said: “This tiny proportion does not, first and foremost, represent women in Europe, where around 53%, a clear majority, are women.”
“I wonder how one expect women to respect and identify with such an EU Commission? Or even, what image the European Commission wants to portray? If we do not take into account all the talent that society has to offer, it should come as no surprise that women are Eurosceptic and reluctant to vote in European Elections.”
“The PES campaigned for a gender-equal European Commission and gender-equal European Parliament and we also called for the creation of a European Commissioner for Gender Equality. Now is the time for Mr Barroso to deliver on the Commission.”
PES Women members therefore urge
• the Commission President José Manuel Barroso to make another round of consultation with Member States' governments, making clear that anything less than was already achieved by the former Commission is not acceptable (i.e. at least 27% of women Commissioners);
• the EU Commission to adhere to international commitments made by all EU governments for gender-balanced representation in all EU decision-making positions;
• all MEPs to reject a Commission which is in such stark contrast with the principles and values of the EU.
quarta-feira, novembro 25, 2009
Nova Lisboa
Herman Van Rompuy, até à altura primeiro-ministro belga, foi eleito para exercer a função de presidente do Conselho Europeu; e Catherine Ashton, na altura comissária Europeia e ex- ministra britânica, para Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
Este foi então o primeiro efeito prático e público do novo tratado. Um Tratado que dotará a Europa de uma rede institucional mais eficaz e democrática. Eficaz no sentido em que se simplificaram e aligeiraram os processos de decisão no seio do Conselho Europeu, alargando-se as áreas onde são necessárias apenas maiorias qualificadas para se tomarem decisões; e democrática porque o Parlamento Europeu - órgão directamente eleito pelos cidadãos - verá os seus poderes reforçados, intervirá com mais frequência e em mais áreas, e terá um papel decisivo no orçamento da União.
O tratado traz ainda outras novidades, e, de entre elas, a mais significativa é a criação do cargo de Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, que poderá ser a voz da Europa no mundo. A Europa terá, pela primeira vez, personalidade jurídica própria (o que lhe permitirá assinar tratados internacionais, por exemplo) e um corpo diplomático autónomo com recursos à disposição. Kissinger já terá o seu número de telefone europeu. Resta saber se é com lady Catherine Ashton que quererá falar, ou se a baronesa servirá apenas como telefonista.
No entanto, se o recente passo institucional não for acompanhado por uma alteração da atitude política perante os assuntos europeus, a Europa continuará distante, burocrática e aristocrática. O recente exemplo da eleição de Van Rompuy e de lady Ashton (eleitos por um corpo eleitoral de 27, recordo), negociada longe das câmeras e em bastidores pouco frequentados, recorda que na vida política europeia os principais actores políticos continuam a ser os Estados, e não os partidos políticos ou os cidadãos-eleitores.
Falta à Europa uma vida política interna energética e vibrante, e não novos ordenamentos das suas instituições. E para que a política exista ao nível europeu é necessário romper com a tradição do consenso e do "bloco central", e introduzir dinâmicas partidárias e ideológicas consistentes e vinculativas. É verdade que o novo tratado de Lisboa introduz alterações potencialmente importantes e significativas, mas nada terá efeito se a atitude dos principais actores políticos não se adequar a estas intenções. Mais democracia, eficácia e transparência anuncia-se com a nova Lisboa. Mais democracia, eficácia e transparência pede-se. Cumpra-se então.
Faire et défaire le genre 2
Il existe, bien sûr des avantages à demeurer en deça de toute intelligibilité, si celle-ci est comprise comme le produit d’une reconnaissance dépendant des normes sociales dominantes. Il faut bien dire que si les options qui me sont offertes me semblent détestables, si je n’éprouve pas le désir d’être reconnu/e au sein d’un certain système de normes, le sentiment de ma survie dépendra de la possibilité d’échapper à l’emprise des normes par lesquelles cette reconnaissance est conférée. Il se peut que, de ce fait, mon sentiment d’appartenance sociale soit affaibli par la distance que je prends, mais pour autant, cette distanciation reste préférable à un sentiment d’intelligibilité conféré par des normes qui par ailleurs ne feraient que m’effacer. En fait, pouvoir développer une relation critique vis-à-vis de ces normes présuppose de s’en écarter, de pouvoir en suspendre ou en différer la nécessité quand bien resteraient-elles l’objet d’un désir qui permette de vivre. L’établissement de cette relation critique dépend également d’une capacité, toujours collective, d’articuler une version alternative et minoritaire de normes ou d’idéaux consistants me permettant d’agir. Si je suis quelqu’un qui ne peut être sans faire, alors les conditions pour que je fasse recouvrent en partie les conditions mêmes de mon existence. Si ce que je fais dépend de ce qui m’est fait, ou plutôt, des façons dont je suis "fait/e" par les normes, alors la possibilité de ma persistance en tant que "je" dépend de ma capacité à faire quelque chose de ce qui est fait de moi. Ce qui ne signifie aucunement que je puisse refaire le monde pour en devenir le créateur. Ce fantasme de pouvoir quasi-divin n’est que le refus des façons dont nous sommes constitués, toujours et dès l’origine, par ce qui nous est antérieur et extérieur. Ma capacité d’agir ne consiste pas à refuser cette condition de ma constitution. Si j’ai une quelconque capacité d’agir, elle s’élargit du fait même que je suis constitué/e par un monde social qui ne relève en aucune façon de mon choix. Que ma capacité d’agir soit clivée par un paradoxe ne signifie pas qu’elle soit impossible. Cela signifie seulement que le paradoxe est la condition de sa possibilité.
De ce fait, le "je" que je suis se trouve simultanément constitué par des normes et assujetti à ces normes. Mais il s’efforce également de vivre en maintenant une relation critique et transformatrice avec elles. Ce qui n’a rien de facile, car ce "je" devient jusqu’à un certain point "indéchiffrable". Il est menacé de non-viabilité et de déconstruction totale s’il n’incorpore plus ces normes de manière à rendre ce "je" pleinement reconnaissable. Il faut une certaine rupture avec l’humain pour initier le processus de re-création de l’humain et je risque d’avoir le sentiment de ne pas pouvoir vivre sans une certaine forme de reconnaissance. Mais il est également possible que les termes mêmes qui permettent cette reconnaissance me rendent la vie invivable. C’est de ce point de jonction que la critique émerge, c’est là qu’elle devient une mise en question des termes qui contraignent la vie pour élargir la possibilité de modes de vie différents. Et ceci, non pour célébrer la différence en tant que telle, mais pour établir des conditions plus diversifiées et favorables à la protection et au maintien de la vie tout en résistant aux modèles d’assimilation.
Faire et défaire le genre 1
Dire que le genre procède du "faire", qu’il est une sorte de"pratique", [a doing], c’est seulement dire qu’il n’est ni immobilisé dans le temps, ni donné d’avance ; c’est indiquer également qu’il s’accomplit sans cesse, même si la forme qu’il revêt lui donne une apparence de naturel pré-ordonné et déterminé par une loi structurelle. Si le genre est "fait", "construit", en fonction de certaines normes, ces normes mêmes sont celles qu’il incarne et qui le rendent socialement intelligible. Si, en revanche, les normes de genre sont également celles qui bornent l’humain, c’est-à-dire qu’elles déterminent la manière dont le genre doit être construit afin de conférer à un individu la qualité d’humain, alors les normes de genre et celles qui constituent la personne sont intimement liées. Se conformer à une certaine conception du genre équivaudrait alors précisément à garantir sa propre lisibilité en tant qu’humain. À l’inverse, ne pas s’y conformer risquerait de compromettre cette lisibilité, de la mettre en danger.
Je voudrais ici poser une question normative relativement simple que je
formulerai ainsi : que se passe-t-il si l’on "défait" les conceptions normatives et restrictives de la vie sexuelle et genrée ? Il peut arriver qu’une conception normative du genre "défasse", "déconstruise", la "personne" [personhood] et l’empêche, à long terme, de persévérer dans sa quête d’une vie vivable. Il peut aussi arriver qu’en déconstruisant une norme restrictive, on déconstruise du même coup une conception identitaire préalable, pour tout simplement inaugurer une nouvelle identité dont le but sera de s’assurer une meilleure viabilité.
Si le genre est une sorte de pratique, une activité qui s’accomplit sans cesse et en partie sans qu’on le veuille et qu’on le sache, il n’a pour autant rien d’automatique ni de mécanique. Bien au contraire. Il s’agit d’une sorte d’improvisation pratiquée dans un contexte contraignant. De plus, on ne "construit" pas son genre tout seul. On le "construit" toujours avec ou pour autrui, même si cet autrui n’est qu’imaginaire. Il peut arriver que ce que j’appelle mon genre "propre" apparaisse comme le produit de ma création et comme une de mes possessions. Mais le genre est constitué par des termes qui sont, dès le départ, extérieurs au soi et qui le dépassent, ils se trouvent dans une socialité qui n’a pas d’auteur unique (et qui met d’ailleurs radicalement en cause la notion même d’auteur).
Si l’appartenance à un certain genre n’implique pas nécessairement que le désir
prenne une direction définie, il existe néanmoins un désir qui est constitutif du genre lui-même. C’est pourquoi opérer un clivage entre vie de genre et vie de désir n’est ni facile ni rapide. Que veut le genre ? Si la question peut paraître étrange, ce sentiment s’atténue lorsqu’on réalise que les normes sociales qui constituent notre existence sont porteuses de désirs qui ne sont pas fondateurs de notre individualité. Le problème se complique encore du fait que la viabilité de notre individualité dépend essentiellement de ces normes sociales.
Dans la tradition Hégélienne, le désir est lié à la reconnaissance. Le désir est toujours un désir de reconnaissance et ce n’est que par le biais de cette expérience de reconnaissance que chacun se constitue en tant qu’être socialement viable. Cette conception a, certes, son charme et sa vérité mais deux éléments importants lui échappent. Les termes qui permettent notre reconnaissance en tant qu’humains sont socialement organisés et modifiables. Il arrive parfois que les termes mêmes qui confèrent la qualité d’humain [humanness] à certains individus sont ceux-là mêmes qui privent d’autres d’acquérir ce statut, en introduisant un différentiel entre l’humain et le "moins-qu’humain". Ces normes ont des effets considérables sur notre compréhension du modèle de l’humain habilité à bénéficier de droits ou ayant sa place dans la sphère participative du débat politique. L’humain est appréhendé différemment en fonction de sa race, de la lisibilité de cette race, de sa morphologie, de la possibilité de reconnaître cette morphologie, de son sexe, de la possibilité de vérifier visuellement ce sexe, de son ethnicité, du discernement conceptuel de cette ethnicité. Certains humains sont reconnus comme étant moins qu’humains et cette forme de reconnaissance amoindrie ne permet pas de mener une vie viable. Certains humains n’étant pas reconnus en tant qu’humains, cette non-reconnaissance les engage à mener un autre type de vie invivable. Si ce que le désir veut en partie, c’est d’être reconnu, alors le genre, dans la mesure où il est animé par le désir, voudra également être reconnu. Mais si les schèmes de reconnaissance dont nous disposons sont ceux qui "défont" la personne en conférant de la reconnaissance, ou encore qui "défont" la personne en lui refusant cette reconnaissance, alors celle-ci devient un lieu de pouvoir par lequel l’humain est produit de manière différentielle. Ce qui signifie que, dans la mesure où le désir est impliqué dans les normes sociales, il est intimement lié à la question du pouvoir et à celle de savoir qui a la qualité d’humain reconnu comme tel et qui ne l’a pas.
Autre question : si j’appartiens à un certain genre suis-je quand même considéré/e comme faisant partie des humains ? Est-ce que l"humain" s’étendra jusqu’à m’inclure dans son champ ? Si mon désir va dans un certain sens, aurai-je la possibilité de vivre ? Y aura-t-il un lieu pour ma vie et sera-t-il reconnaissable pour ceux dont dépend mon existence sociale ?
Música
Esta incrível máquina foi construída como um esforço colaborativo entre o Robert M. Trammell Music Conservatory e Sharon Wick School of Engenharia da Universidade de Iowa.
Surpreendentemente, 97% dos componentes de máquinas vieram da John Deere Industries and Irrigation Equipamentos de Bancroft, Iowa.
Sim equipamentos agrícolas! A equipa gastou 13.029 horas entre set-up, alinhamento, calibragem e ajustes antes de filmar este vídeo, mas como você pode vê-lo valeu a pena o esforço. Ele agora está em exibição no Matthew Gerhard Alumni Hall, na Universidade e já está programado para ser doado ao Smithsonian
segunda-feira, novembro 23, 2009
Jorge Ferreira
domingo, novembro 22, 2009
Défice de 8 % e Dívida Pública
I shot JFK
sexta-feira, novembro 20, 2009
WOMEN and PES WOMEN
Dear Mr Barroso
Prime Ministers
All chairs of the Group in the EU
MEPs
On 14 November 2009, PES Women gathered in Stockholm, expressing serious concern about the current nomination process of the new college of Commissioners, where, in the foreseeable scenario, there will only be two or three women among the 27 Commissioners.
This tiny proportion does not, first and foremost, represent women in Europe, where around 53%, a clear majority, are women.
Secondly, we wonder how one expect women to respect and identify with such an EU Commission? Or even, what image the European Commission wants to portray? If we do not take into account all the talent that society has to offer, it should come as no surprise that women are Eurosceptic and reluctant to vote during European Elections.
PES Women members therefore urge
- the Commission President José Manuel Barroso to undertake another round of consultation with Member States' governments, making clear that anything less than was already achieved by the former Commission is not acceptable (i.e. at least 27% of women representation);
- the EU Commission to adhere to international commitments made by all EU governments for gender-balanced representation in all EU decision-making positions;
- all MEPs to reject a Commission which is in such stark contrast with the general principles and values of the EU.
We are not ready to accept a picture of the EU which resembles a government of the dark ages.
Yours sincerely,
Zita Gurmai
President
PES Women
quinta-feira, novembro 19, 2009
ARQUEOLOGIAS 1
ATALAIA n.5 / 1999
Publicação do Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa e da Associação Atalaia
Revista internacional de exegese contemporânea / Revue internationale d' exegèse contemporaine - Lisbonne-Lisboa
Publicada com o apoio do : / Publié avec le concours du: Centre National du Livre (France) / e do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (Portugal)
DIRECTORES/DIRECTEURS: Pedro de Andrade, Avner Camus Perez, Maria Estela Guedes, José Augusto Mourão
CONSELHO DE REDACÇÃO / CONSEIL DE REDACTION: António de Moncada Sousa Mendes, Armel Gaultier, Avner Camus Perez, Dimíter Ánguelov, Graça Delgado, Maria Melo Giraldes, Paula Mascarenhas, Paulo Rocha Trindade, Sara Fressard, Vera Santana.
CONSELHO CONSULTIVO / CONSEIL CONSULTATIF: Alain Touraine, Alexandre Manuel, Ana Luísa Janeira, Andrès Galera, Dominique Lecourt, Ernesto de Melo e Castro, Fernando Bragança Gil, Galopim de Carvalho, Howard Becker, João Ferreira de Almeida, José Augusto França, José Bragança de Miranda, José Machado Pais, José Manuel Paquete de Oliveira, Justino Mendes de Almeida, Lídia Jorge, Manuela Margarido, Marc Ferro, Michel Maffesoli, Moisés Martins.
PROPRIETÁRIO DO TÍTULO / PROPRIETAIRE DU TITRE: Todos os direitos desta edição são reservados por: Associação - "Observatório Internacional de Exegese Contemporânea- ATALAIA" e Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Univesidade de Lisboa.
Montage-Images-Création / Montagem – Imagens – Criação / Capa-Couverture / e/et Conceptions graphique et électronique / Concepções gráfica e electrónica : Didier Chezeau
Impression / Impressão : Gráfica 2000 – Lisboa
DOSSIER
‘ÉCRITURES SINGULIÉRES - ERRER EN POÉSIE ET EN PROSE / ESCRITAS SINGULARES - ERRAR EM POESIA E PROSA’
Florence PATTE, "Azulejos-Palácio da fronteira-"Le sourire du chat"...17
Israel ELIRAZ, «En Route"...23
Nuno JÚDICE (tradução inédita de «Jerusalem» de I. Elizar)...29
Maria Estela GUEDES, "O naturalista como criador: o enigma da mensagem na garrafa".31
José Augusto MOURÃO, "Do Deus artista ao homem criador"...43
Nuno PEIRIÇO, "O fim da Ciência e a criatividade do discurso"...55
Sara COSTA FRESSARD, "Ailleurs les mots - Chronique d'un exil argentin"...61
Albert d'ESPINOSA, "Fables d' epoque - Lamento 1"...67
Avner Camus PEREZ, "La Table de conscience" (fiction)...75
Pedro de ANDRADE, "Da referenciação como referência em acção: Para uma Sociologia (Proética) da Citação"...83
Nelly Novaes COELHO,"Adolfo Casais Monteiro: a palavra essencial e impossível"...103
Vera SANTANA, "Réflexions sur l'incompletude individuelle et l'indistinction sociale: à la recherche du nomadisme perdu » ...109
Paulo OLIVEIRA, (Aforismos-Aphorismes) "Sopa de pedra"...113
Michel BONNEFOY "La virgen en la roca"...117
Pablo GARCIA, "L'élexir de l'exil:xx"...125
RECENSIONS, LECTURES, CRITIQUES / RECENSÕES, LEITURAS, CRÍTICAS
Páginas elaboradas por: Paulo Rocha TRINDADE e Avner PEREZ
Manuel CARVALHEIRO, "Compreendendo a História e as Ciências do Mar no Ano Internacional do Oceano"... 129
Sobre o processo Face Oculta
Depois de um tempo a dissertar sobre o que disse ou não disse, o que ouviu ou não ouviu, passou-se a atacar, mais uma vez, José Sócrates (servindo de ponto de partida as declarações em plena Assembleia quer de Pacheco Pereira, quer de Manuela Ferreira Leite), mesmo que nada de concreto tenha saído para as escutas. Quando as instâncias respectivas vêm dizer que nada de relevante se ouviu vindo do nosso Primeiro, é motivo para dizer que a justiça está subjugada ao poder político e avança-se para a exigência de demissão do Primeiro-Ministro e respectiva queda do Governo. Há mesmo quem pergunte por onde anda o Presidente (não me apeteceu procurar, mas na imprensa Manuela Moura Guedes disse o mesmo).
Na realidade, todo o caso em volta do Primeiro-Ministro não passa de fumo (vá, digam lá que não há fumo sem fogo) mas na realidade não existe nada fundamentado. É caso para dizer que, neste particular, o Presidente da República manteve a posição correcta, percebendo que, até à data, nada há que fragilize o Primeiro-Ministro, nada que justifique a demissão do mesmo.
Mas todo este ruído já fez alguma vítima. O próprio processo Face Oculta. Alguém pode dizer, com segurança, que as investigações já terminaram? Alguém pode dizer, com segurança, que os implicados são somente estes?
O processo está agora em fase de inquérito, e eu gostava de saber se ainda decorrem investigações ou se foram “somente” estes os implicados. Que, mais uma vez, estão considerados culpados no tribunal da opinião pública.
Eu gostava que a justiça funcionasse e que a deixássemos funcionar. Mas parece que tal não é possível. E assim poderemos sempre continuar a dizer que a justiça funciona bem.
Santa Ignorância
terça-feira, novembro 17, 2009
A Ler
Casamento Gay
Os que defendem o sim, apresentam argumentos sustentados na igual oportunidade, a não descriminação, os mesmos direitos, entrepondo com algo que me parece perfeitamente justo, o devido reconhecimento pela sociedade, da qual fazem parte integrante, na qual participam e na qual produzem, igual a qualquer outro cidadão dito "normal"...
Os que defendem o não, ou melhor defendem um referendo à sociedade, disseram das maiores barbaridades que tenho ouvido nos ultimos tempos... Ora se perdiam com questões juridicas, avocando que o casamento enquanto instituição celebrado entre duas pessoas, vai ser alterado, sendo por isso um risco para a instituição no seu aspecto de acordo mutuo entre duas pessoas, no caso Homem e mulher, que a instituição Familia iria ser afectada e a sua definição enquanto tal ficaria alterada, e por ultimo que poderia haver esse grande perigo de, imagine-se um casal Homossexual, sim eu escrevi Homossexual, duas pessoas do mesmo genero poderem vir a adoptar uma criança...
Bom, não defendo esta causa por ser Homossexual, Não defendo esta causa por questões de teimosia partidaria, ou por estar na moda. Defendo-a por ter percebido, que daquele tal outro lado, o lado dos incessantes e sagazes que corajosamente se assumiram, existem pessoas iguais a mim... Com pais, irmãos, tios, primos, Avós... Pessoas na sua mais humilde ascendência... Que Têm sentimentos e como eu necessito desses sentimentos, estas pessoas iguais a mim também necessitam, mas sobretudo têm direito a te-los...
Têm direito a escolherem com quem e como querem estar, amar, viver...
Sobre o casamento entre pessoas do mesmo genero estamos conversados...
Sobre essas pessoas terem o direito de proporcionar a uma criança abandonada, jogada fora, um lar, amor, atenção, carinho, um sentido para uma vida... Voltaremos depois...
Para já só me ficou a hipocrisia dos que sem perceberem muito bem porquê, defendem doutrinas e ideologias dogmaticas, como se ESTAS PESSOAS, fossem um pano branco sem manchas... Um pano sem nodoas... Como se ESTAS PESSOAS, não cometessem erros e não lhes possa apontar nada de errado....
Pessoas sem macula... Puras, como um certo DEUS as criou...
Haja paciência para Demagogia, para Hipocrisia, para Falsos Moralismos...
Estas pessoas só defendem um referendo por estarem no desespero, por perceberem que tudo aquilo em que construiram a sua personalidade vai começar a cair por terra...
Não critico ESTAS PESSOAS por pensarem diferente de mim, nem critico as pessoas que viveram num paradigma anterior, com um contexto de sociedade diferente, critico as pessoas, que tendo um papel importante na sociedade actual e actuando nesta, se fazem acompanhar de argumentos arbitrários...
A ESTAS PESSOAS olho-as como algum desdém, por querem estar tão acima numa piramide, que nem percepcionam a realidade que os envolve...
Cobardes e egoistas... É o que concluo...
segunda-feira, novembro 16, 2009
World Digital Library
domingo, novembro 15, 2009
sexta-feira, novembro 13, 2009
#64 Antonio Guterres (The World's Most Powerful People by Forbes)
Former Portuguese Prime Minister heads U.N. agency which works to repatriate and assist more than 34 million refugees and displaced people in 110 countries; agency has
twice won the Nobel Peace Prize, has ability to provide immediate emergency assistance to hundreds of thousands of people. Completely powerless over most people, most of the time, but hugely powerful to millions of souls in extremis.
É da vida!
Portugal é o segundo país que mais cresce no terceiro trimestre
É por notícias destas que Manuela Ferreira Leite e o PSD fazem muito barulho com telefonemas pessoais. É a Face Oculta da Política de Verdade!
quinta-feira, novembro 12, 2009
O Assalto à CGD
Haverá uma previsivelmente contestação nessa altura. "Eles" puxarão da cassete e dirão que o multibanco tem custos e que é da mais elementar justiça que os mesmos sejam imputados aos clientes.
Sim, porque penso que ninguém duvida que "o último bastião" contra essa medida da banca é a CGD não estar disposta a fazê-lo, pois não?
Se um dia a CGD for privatizada, esse último bastião cairá, e depois veremos a concorrência na banca seguir os exemplos das gasolineiras ou das empresas de comunicações e todos os bancos criarem a dita taxa (arrisco mesmo dizer que ao mesmo preço em todos os bancos).
É o chamado mercado auto-regulado!
terça-feira, novembro 10, 2009
Generalidades?
Vivi num tempo em que começou a deixar de ser tabu falar de sexo. Por isso, aconteceram tantos eventos sobre sexualidade(s): programas de rádio (com o iniciador Júlio Machado Vaz), livros, artigos de divulgação, nomeadamente em revistas femininas (Elle, Máxima e outras); numa fase posterior, a sexualidade democratizou-se e não havia nenhum número da revista "Maria" e equivalentes que não tivesse uma receitazinha sobre sexo e felicidade.
Mais tarde - e estou a falar de/sobre Portugal - começou a falar-se de género (tradução de gender, na língua inglesa). Primeiro na Academia, depois na Administração Central, posteriormente um pouco por todo o lado. Creio haver, neste momento, falta de democratização do conceito de género, pois fala-se em "casamento de pessoas do mesmo género". Ora, o género não faz parte da nossa identificação - pelo que cada um terá o seu género mas não o tem inscrito no Bilhete de Identidade - é mais plural que o sexo, é construído socialmente, ao longo da vida. Há dois sexos - feminino e masculino - e vários são os géneros possíveis - feminino e masculino, transsexual, transgender, etc, os que se quiserem construir e que se constituem num conjunto categorial aberto (podia acrescentar, desde já, o género andrógeno como género "assumido" por alguém que, tendo os 2 sexos - feminino e masculino - quer continuar a ter os 2 sexos porque se auto-identifica como tal, i.e, tem práticas e representações da sua pessoa enquanto ser andrógeno).
Assim, a questão actual relativa ao casamento nada tem a ver com o género. Nenhuma lei proibe o casamento entre um/a transsexual e um/a transgender a não ser que, no que respeita ao sexo - biológico e identificador - ambos/as coincidam no mesmo sexo, ie., ambos sejam do sexo masculino ou ambas sejam do sexo feminino.
O que as propostas de legislação pretendem é a anulação da condição de pertença identificatória a sexos diferentes para o acesso ao casamento civil. Trata-se, por conseguinte, de legislar sobre o "casamento entre duas pessoas do mesmo sexo".
Brincando com as palavras no tempo: se outrora o sexo foi democratizado através de programas sobre sexualidade(s), é tempo de democratizar o género, com programas de . . . generalidades.
Ilustrando: lá em cima, estão os dois símbolos relativos a sexo: são dois, o feminino e o masculino, apenas dois. Aqui em baixo está uma bandeira do arco-íris (a bandeira L.G.B.T.) que mostra ser o género possível numa puralidade de cores, todas as que existem no arco-íris e, se calhar, as que se inventarem entre cada duas cores, tons e meio-tons.
Ao fim de tanto tempo...
domingo, novembro 08, 2009
Londres que taxa sobre as transacções financeiras globais
sábado, novembro 07, 2009
DA DESNECESSIDADE DA QUECA HETEROSSEXUAL PARA A PROCRIAÇÃO OU TERÁ A QUECA HETEROSSEXUAL OS DIAS CONTADOS?
Gostava de trazer à reflexão uma questão [..]. Fala-se no totalitarismo do binarismo sexual que alguns pretendem ver abolido. Ou seja, deixaria de haver dois sexos (sim dois sexos, o feminino e o masculino e não dois géneros) os que existem biologicamente, na natureza sexuada.
Pensando alto:
1. Não é possível alterar a biologia sexuada: há 2 sexos, 2, nunca 3 e obviamente nunca apenas 1.
2. Os transsexuais terão os 2 sexos em simultâneo.
3. Esse facto não provoca a existência de um 3º sexo.
4. O que me parece existirem é pessoas que têm identidades transgénero. E têm esse direito, quer tenham dois sexos nos seus corpos, quer não tenham, quer sejam "operados" quer não sejam.
5. Ao abolir a categoria sexo, ficaria automaticamente resolvida a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
6. Assim, seríamos todos iguais :-( .
7. A reivindicação que anda por aí pede a despatologização do que é transgender. Isto parece-me errado pois:
7.1. é reivindicado simultâneamente o direito a ser-se operado/a; ora um cirurgião opera o que é patológico, sejam cancros, simples sinais de acne ou um nariz grande demais;
7.2. creio que grassa pelos media uma enorme confusão entre sexo e género; repito: só há biologicamente 2 sexos, feminino e masculino; quanto ao género, esse sim, é construído socialmente, historicamente e com relativa autonomia face à reconstrução biológica (que pode ter sido praticada ou não).
8. A reivindicação da abolição do sexo - a triunfar - faria com que este deixasse de fazer parte da nossa identificação.
Ao mesmo tempo que acontece este fenómeno de desejo de anulação de uma categoria biológica diferenciadora - o sexo - acontecem fenómenos de categorizações identitárias outras que não a biológica. Pense-se nas identidades comunitárias (por pertença religiosa ou étnica, por práticas de consumo, modos de vida, como por exemplo "muslim", freak, Tutis e Hutzus ... fumadores de marijuana, frequentadores do restaurante eleven, "malta da praia da Consolação", "orgulhosos da sua negritude" . . . ).
Faz pensar um bocado, não é? Eu deixaria de ser mulher e passaria a ser um ser humano biologicamente não diferenciado :-( . As lojas de roupas deixariam de ser para mulheres ou para homens, passariam a ser diferenciadas apenas de acordo com as múltiplas tribos em constante mutação. As pessoas continuarão sempre a procurar uma diferença que é, também, uma forma de pertença. É uma característica do ser humano em sociedade construir uma persona identificadora do indivíduo perante o(s) seu(s) grupo(s) de pertença e perante os outros grupos. O orgulho negro, por exemplo, não se traduz apenas pela cor da pele mas também - e sobretudo - pelo uso de vestes e acessórios específicos, pelo amor às ideias de Leopold Senghor, pelo apreço às músicas de África, etc.
Bem sei que a reprodução biológica já não é o que era: a queca heterossexual passou a ser dispensada, para fins de procriação, pois há laboratórios, há técnicas in vitro, barrigas de aluguer e bancos de esperma. Parece-me assustadora esta indústria de produção de seres humanos quando há tantos seres humanos produzidos e abandonados.
Fico pelo apontar de tópicos.
Bora pensar em conjunto sobre o assunto?
SEJAM FELIZES NESTE F.D.S!
Mais um tópico "afim" para reflectir: há quem defenda a desnecessidade da identificação do estado civil. A acontecer, também se tornaria desnecessária a reivindicação do direito ao casamento, por parte da comunidade LGBT. Só que o contrato de casamento é mais do que a união entre duas pessoas, pois trata-se de um contrato, de uma aliança entre duas famílias. Voltarei ao tema.
publiquei um curto comment equivalente a este post num outro blog
sexta-feira, novembro 06, 2009
Inacreditável
TIRO NO PÉ ou LISBOA SEM SENTIDO
. . . dado por "Lisboa com Sentido" na Freguesia de São Mamede. Após o acto de posse dos 8 + 5 eleitos pela população (8 de Lisboa com Sentido + 5 de Unir Lisboa) a recém empossada Presidente da Junta, pela coligação ganhadora PSD+CDS+PPM+MPT, apresentou a SUA LISTA para o Executivo, claramente chumbada pelos eleitos da SUA coligação.
Ou seja, somos 13 autarcas sem Executivo. Lisboa sem sentido!
O 2º episódio segue dentro de momentos . . .
segunda-feira, novembro 02, 2009
CASAS
Começamos por uma casa, pelo sentimento uma força em exercício, um poder que vem de há muito tempo, quando essa casa era igual mas era uma herdade, um latifúndio, quando nada faltava a família, as empregadas na cozinha, o feitor, os campos, a vila ao fundo, e a voz do avô a comandar o mundo.
Agora há fotografias no Alentejo em vez de pessoas, e há objectos, cientes que também acabarão sem ninguém, há memórias de quem dorme, ou morreu, mortos que não sabem se a vida foi vida, há os irmãos, um é autista, e a imagem da mãe muito nítida, sempre de costas
(alguma vez a vi sem ser de costas para mim?).
Nessa altura já não se sabia a que cheira o vento, como não se sabe para onde foi a Maria Adelaide, morta também, foi para Lisboa?
A herdade foi tirada ao autista, e a doença (de quem?) é um arquipélago branco nas radiografias dos outros, um arquipélago normal, inocente. Estão todos mortos ou estão todos a sonhar e trocaram de sonhos, como se pudessemos trocar de sonhos.
De qualquer forma, sabemos que daqui a nada será manhã mas aquilo que se disse ainda se ouve lá dentro
(- Não precisa de se casar comigo menino o seu pai nunca casou comigo)
E então vamos sabendo que não será manhã nunca.
António Lobo Antunes - 2008
Ao rememorar os fatos acontecidos sob o seu teto, a Casa conta histórias que viu, ouviu, opina e faz juízo sobre as atitudes de seus moradores, mostrando o universo místico que perpassou o tempo e se manteve através das gerações que se sucederam: são provérbios e crenças cujo teor é transmitido como uma verdade que deve ser seguida. A invocação dos santos e as orações reiteram a atmosfera mítica que envolve as pessoas, inclusive a Casa, que tem o nome de Trindades, o Vento e a Morte, três personagens que atuam sob o efeito da antropomorfização.
A narrativa tem início com a Casa já se apresentando como narradora e dando detalhes ao leitor sobre a sua construção, o capricho do português (Francisco José Gonçalves Campos) que a executou com esmero, com matéria prima de primeira, dando-lhe a solidez que a fez resistir durante séculos. Fala sobre as reformas que sofreu na mão de outros donos, da falta de projeto e da péssima qualidade do material utilizado.
Em seguida, ela apresenta ao leitor Tia Alma, uma mulher devota das almas, que nunca se casou por conta do ar atoleimado que adquiriu ainda bebê quando tomou um vento. Ela criou sobrinhos e afilhados e morreu centenária. Quando, após anos, desenterram seu féretro, seu corpo estava intacto, mas imediatamente virou pó e foi levado pelo vento. Ficam as suas tranças, cujos cabelos permanecem vivos e foram guardados, durante muito tempo, como uma relíquia. (Só foram enterrados séculos depois, por Beatriz)
Sobre: Natércia Campos - 1999
domingo, novembro 01, 2009
A CASA DE JOSÉ BECHARA.: a anti-casa?
Escultura de José Bechara(2004), artista plástico brasileiro . A Fundação Calouste Gulbenkian trouxe- a Portugal.
É uma casa, de madeira, que cospe o seu interior, que vomita o mobiliário doméstico, que se desfaz do seu património material e, com ele, das suas memórias, dos tempos passados, dos lugares. Guarda intacto o espaço vazio e as paredes que separam o mundo interior do exterior. Tantas leituras possíveis, políticas, psicanalíticas, da não-memória colectiva . . .
sexta-feira, outubro 30, 2009
Isto uma vergonha, um escandalo, um abuso
O Sporting estará assim tão mal? A perspectiva de um Benfiquista ferrenho (Ou o post que eu nunca pensei que escreveria)
O António Pedro Vasconcelos, no Trio d’Ataque, farta-se de dizer que a crise real do Sporting é o facto de o Benfica estar tão bem, mas eu arrisco-me a dizer que a crise do Sporting é o Benfica, o Porto e o Braga estarem tão bem. Porque se tirarmos 5 pontos ao Porto e, provavelmente, 6 ou 7 ao Benfica (aqui nem ponho o Braga) o Sporting estaria a 2 do Porto e praticamente em igualdade com o Benfica.
O Sporting está a fazer o mesmo campeonato de sempre, os outros é que estão muito melhores. Nós (o Benfica) só temos um empate e o Porto só tem um empate e uma derrota…
E ainda há o Braga...
Walk alone (1)
Após meses de intensa actividade colectiva, nomeadamente usando a palavra escrita e a palavra oral e convivendo em lugares formais e informais com camaradas de quem gosto muito, sinto necessidade de "me quedar solita" por uns tempos.
A caminhada colectiva trouxe-me grandes prazeres, conhecimentos do terreno e as merecidas vitórias aos colectivos que apoiei. Tive a oportunidade de trocar ideias com gente gira, portuguesa e de outros lugares da Europa. Participei na iniciativa, inovadora - possível pela audácia do José Reis Santos - da "campaign exchange" com activistas do PES - Partido Europeu Socialista. Palmilhei o meu Bairro - São Mamede - onde falei com muitas pessoas, ao lado da Luísa Paiva Boléo (2), ficando a conhecer a pluralidade de modos de vida deste canto de Lisboa. Estive ao lado, e com muita honra, da equipa que agora lidera Lisboa. Escrevi, durante mais de 2 meses, no SIMpleX, apoiando com voz crítica o Partido Socialista e, juntos, conseguimos muitos dos objectivos desejados. Não vou esquecer a noite das legislativas, no Altis, em companhia dos meus pares, nem a noite das autárquicas pois conseguimos, em São Mamede, eleger mais um membro do que vem sendo habitual, aumentando a representatividade da candidatura Unir Lisboa, por comparação com resultados eleitorais anteriores.
Vou continuar o trabalho político, em diversas frentes. Como a vida se faz a partir de opções (e optar traz um prazer enorme que é o de eleger "o melhor") vou suspender temporariamente a minha participação na voracidade da blogosfera para ter espaço interior para reflectir e para voltar a pautar-me por "tempos longos", os únicos que permitem uma verdadeira consolidação das aprendizagens. E, last but not least, porque "há vida para além da política". (3)
Até breve!
1. Alone but not lonely!
2. É de seguir o blog "Consigo, com todos, por São Mamede", que dá voz à oposição na Freguesia de São Mamede.
3. E tenho a tese de doutoramento para acabar de escrever e tanta coisa para pôr em dia!
quinta-feira, outubro 29, 2009
Resultado da política ingénua de Barack Obama?
Percebe-se esta necessidade, mas na realidade está a ser uma vitória do mundo inteiro.