A notícia de previsão de um défice de 8% para o próximo ano no Orçamento de Estado é difícil de aceitar.
É verdade que estamos em tempos da maior crise económica desde a de 1929 e que o pacto de estabilidade económica por esta altura aceita excepções, maiores margens de incumprimento, medidas de excepção a serem postas em prática todos os dias.
Dado este cenário, não é fácil perceber que com estas medidas o futuro estará mais comprometido para as gerações de pagadores uma vez que o agravamento da dívida pública provoca o encarecimento do dinheiro e por isso o aumento das taxas de juros, onde acresce uma maior dificuldade de acesso ao crédito, excluíndo muitos que com menor poder económico mas com capacidade de cumprimento. Significa que a tesouraria das empresas tem de ser gerida não contando com dinheiro barato, que o dinheiro para as famílias vai ser caro, que o grau de rating da República Portuguesa continuará a aumentar, por acrescem maiores riscos para a nossa Economia.
Um aumento dos impostos não é a meu ver uma medida adequada, embora reconheça a premente necessidade de prática de mais políticas sociais e de estímulo à Economia real, nomeadamente num maior suporte direccionado às empresas e à criação de emprego.
Uma tributação às transacções especulativas seria uma medida corajosa e adequada, até populista, mas de um populismo proveitoso porque benéfico para o interesse colectivo.
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