And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
sábado, novembro 07, 2009
DA DESNECESSIDADE DA QUECA HETEROSSEXUAL PARA A PROCRIAÇÃO OU TERÁ A QUECA HETEROSSEXUAL OS DIAS CONTADOS?
Gostava de trazer à reflexão uma questão [..]. Fala-se no totalitarismo do binarismo sexual que alguns pretendem ver abolido. Ou seja, deixaria de haver dois sexos (sim dois sexos, o feminino e o masculino e não dois géneros) os que existem biologicamente, na natureza sexuada.
Pensando alto:
1. Não é possível alterar a biologia sexuada: há 2 sexos, 2, nunca 3 e obviamente nunca apenas 1.
2. Os transsexuais terão os 2 sexos em simultâneo.
3. Esse facto não provoca a existência de um 3º sexo.
4. O que me parece existirem é pessoas que têm identidades transgénero. E têm esse direito, quer tenham dois sexos nos seus corpos, quer não tenham, quer sejam "operados" quer não sejam.
5. Ao abolir a categoria sexo, ficaria automaticamente resolvida a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
6. Assim, seríamos todos iguais :-( .
7. A reivindicação que anda por aí pede a despatologização do que é transgender. Isto parece-me errado pois:
7.1. é reivindicado simultâneamente o direito a ser-se operado/a; ora um cirurgião opera o que é patológico, sejam cancros, simples sinais de acne ou um nariz grande demais;
7.2. creio que grassa pelos media uma enorme confusão entre sexo e género; repito: só há biologicamente 2 sexos, feminino e masculino; quanto ao género, esse sim, é construído socialmente, historicamente e com relativa autonomia face à reconstrução biológica (que pode ter sido praticada ou não).
8. A reivindicação da abolição do sexo - a triunfar - faria com que este deixasse de fazer parte da nossa identificação.
Ao mesmo tempo que acontece este fenómeno de desejo de anulação de uma categoria biológica diferenciadora - o sexo - acontecem fenómenos de categorizações identitárias outras que não a biológica. Pense-se nas identidades comunitárias (por pertença religiosa ou étnica, por práticas de consumo, modos de vida, como por exemplo "muslim", freak, Tutis e Hutzus ... fumadores de marijuana, frequentadores do restaurante eleven, "malta da praia da Consolação", "orgulhosos da sua negritude" . . . ).
Faz pensar um bocado, não é? Eu deixaria de ser mulher e passaria a ser um ser humano biologicamente não diferenciado :-( . As lojas de roupas deixariam de ser para mulheres ou para homens, passariam a ser diferenciadas apenas de acordo com as múltiplas tribos em constante mutação. As pessoas continuarão sempre a procurar uma diferença que é, também, uma forma de pertença. É uma característica do ser humano em sociedade construir uma persona identificadora do indivíduo perante o(s) seu(s) grupo(s) de pertença e perante os outros grupos. O orgulho negro, por exemplo, não se traduz apenas pela cor da pele mas também - e sobretudo - pelo uso de vestes e acessórios específicos, pelo amor às ideias de Leopold Senghor, pelo apreço às músicas de África, etc.
Bem sei que a reprodução biológica já não é o que era: a queca heterossexual passou a ser dispensada, para fins de procriação, pois há laboratórios, há técnicas in vitro, barrigas de aluguer e bancos de esperma. Parece-me assustadora esta indústria de produção de seres humanos quando há tantos seres humanos produzidos e abandonados.
Fico pelo apontar de tópicos.
Bora pensar em conjunto sobre o assunto?
SEJAM FELIZES NESTE F.D.S!
Mais um tópico "afim" para reflectir: há quem defenda a desnecessidade da identificação do estado civil. A acontecer, também se tornaria desnecessária a reivindicação do direito ao casamento, por parte da comunidade LGBT. Só que o contrato de casamento é mais do que a união entre duas pessoas, pois trata-se de um contrato, de uma aliança entre duas famílias. Voltarei ao tema.
publiquei um curto comment equivalente a este post num outro blog
Etiquetas:
Centro de Estudos do Género,
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sexo
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