Vi ontem, pela primeira vez, a Convenção Republicana via CNN e, para mal dos meus pecados, coube-me em sorte assistir à intervenção de Joe Liebermen, que achei deplorável. Explico.
1. Em primeiro lugar acho de um total mau gosto as constantes referências ao discurso «America first» que a cada 2 minutos é declamado (em virtude das brisas ventosas que se tem sentido na Flórida). É inacreditável que pessoas inteligentes se refugiem no que (não) se tem estado a passar para colarem a imagem de que quem guarda e cuida da América (dos seus valores, da sua bandeira) é o Partido Republicano. Já depois de se saber que o Gustavo não iria ser Katrina manter esta tónica é, no mínimo, de muito mau tom; e repeti-la até à exaustão é de muito mau gosto.
2. Enfim, parolices à parte, o que de resto Joe Liebermen procurou dizer é que ele, como democrata (recordamos que concorreu como VP de Al Gore em 2000), ia apoiar McCain porque era (e é) muito amigo dele, que já tinha viajado pelo mundo inteiro com ele, que ele era (e é) muito respeitado por toda a gente. Por outro lado, Obama, apesar de bom orador, de pouco percebia de política (“Sen. Barack Obama is a gifted and eloquent young man who can do great things for our country in the years ahead. But my friend, eloquence is no substitute for a record — not in these tough times for America.”).
1. Em primeiro lugar acho de um total mau gosto as constantes referências ao discurso «America first» que a cada 2 minutos é declamado (em virtude das brisas ventosas que se tem sentido na Flórida). É inacreditável que pessoas inteligentes se refugiem no que (não) se tem estado a passar para colarem a imagem de que quem guarda e cuida da América (dos seus valores, da sua bandeira) é o Partido Republicano. Já depois de se saber que o Gustavo não iria ser Katrina manter esta tónica é, no mínimo, de muito mau tom; e repeti-la até à exaustão é de muito mau gosto.
2. Enfim, parolices à parte, o que de resto Joe Liebermen procurou dizer é que ele, como democrata (recordamos que concorreu como VP de Al Gore em 2000), ia apoiar McCain porque era (e é) muito amigo dele, que já tinha viajado pelo mundo inteiro com ele, que ele era (e é) muito respeitado por toda a gente. Por outro lado, Obama, apesar de bom orador, de pouco percebia de política (“Sen. Barack Obama is a gifted and eloquent young man who can do great things for our country in the years ahead. But my friend, eloquence is no substitute for a record — not in these tough times for America.”).
Ou seja, ataques atrás de ataques ao candidato Democrata, vindo de quem à 8 anos decidiu concorrer pelo... partido democrata. Bem sei que as relações pessoais são importantes na vida política, mas há limites à seriedade da intervenção, e o senador do Connecticut ultrapassou-as, em meu entender. Pode, é certo, dizer o que quer quando quer, não é essa a questão, mas depois da campanha Obama ter mostrado (e demonstrado) um enorme fair play nas diversas questões que envolveram Sarah Palin, de ter procurado apresentar um discurso pela positiva, assistimos a esta demonstração de deselegância evidente para a maioria dos comentadores do ocorrido.
Enfim, coisas da política.
3. As diversas reacções são unânimes em considerar a intervenção de Liebermen deplorável (palavra minha), motivando mesmo alguns contra-ataques, que acusam Joe Liebermen de ter mentido aos delegados republicanos.
4. Notei, no entanto, que a a multidão adorou a intervenção do Joe, arrancando muitos e ruidosos «yehs», especialmente quando Obama era visado. Os delegados que foram filmados (brancos e brancas, de fato apurado, louros classe media pouco plural e miscigenada) demonstravam ter a figuração bem coordenada, levantando-se nos sítios certos, mesmo que os aplausos fossem para reforçar a referências ao mau estar da administração Bush (o que, confesso, me fez alguma confusão). Esta foi, aliás, a maior diferença que assinalei em relação à Convenção Democrata: delegados pouco representativos da sociedade americana e uma excessiva vontade de assinalar partes do discurso, mesmo quando ele era - aparentemente - desfavorável ao registo do Partido Republicano dos últimos 8 anos (será que as pessoas estavam mesmo a ouvir o que era dito, ou os aplausos e as placas apareciam segundo ritmos televisivos?)
5. Enfim, veremos o que o dia de hoje nos reserva. Entretanto, podem ver aqui uma breve apreciação geral dos discursos de ontem e aqui a apreciação do Nuno Gouveia, que realçou o discurso de Fred Thompson que não vi.
6. Por fim, deixo o discurso de Joe Liebermen na íntegra:
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