sexta-feira, setembro 19, 2008

Pois, por vezes parece que estão todos a brincar

Ana,

Como deves de imaginar, estou totalmente de acordo contigo (e com o Miguel Vale de Almeida).
Agora, também devemos pensar os porquês das diversas faltas de coordenação e articulação entre as diversas entidades promotoras e interessadas na boa prossecução dos interesses reformistas. Não te parece que há demasiada partidarite, em detrimento de compromissos estratégicos bem assumidos e politicamente plurais? Não deveriam as diversas associações existentes estarem juntas nesta luta?
Mais, porquê parar na questão do casamento? Porque não considerar e legislar nas outras questões? Parece-me a mim claro que há duas visões sobre estes temas, uma política e outra social. Muitas vezes, a maioria mesmo, ambas andam muito distantes.
A visão política acha (e talvez com alguma razão) que a questão do casamento é relativamente consensual, enquanto a adopção é polémica. Se estivéssemos perante um cenário de referendo, em que os argumentos políticos fossem mais expostos, eu poderia apoiar esta estratégia minimalista (aprovar o casamento e deixar o resto para segundas núpcias).
Como o cenário de um referendo não se coloca (e ainda bem), a questão é então apenas social, e nesse sentido não se entende qualquer solução que não seja a total, e que termine com TODAS as discriminações que este grupo social (e outros) se tem sujeitado, não fazendo sentido, assim, legislar apenas sobre a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Agora, nova questão, não é possível desenvolver uma proposta de consenso? Que concentre as ambições das diversas associações LGBT e os diversos partidos políticos interessados em acabar com a descriminação em função da orientação sexual?

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