segunda-feira, setembro 29, 2008

Portugal, Portugal, do que é que estás à espera?

“O meu filho é que mora lá, não tenho dinheiro para lhe comprar uma casa nova”.
“É a minha casa de reserva, se amanhã tiver de me separar outra vez para onde vou?”

José Bastos, director do departamento de apoio da CML, justificando a casa em Telheiras que a câmara lhe cedeu há 20 anos e pela qual paga uma renda de 95 euros. Expresso, 27 Setembro.

Viram esta reportagem no Expresso? Incrível. Claro que quem está informado do que se passa na vida da CML não terá ficado muito surpreendido (afinal, parece que é uma prática comum e que toca a todos...), mas a dimensão e a ridicularidade de alguns casos tornam o assunto, se não em caso de Polícia, em caso de Política.

O que mais me aflige é o clima geral de impunidade que rodeia este LisboaGate, e a falta de responsabilização política deste género de situações (a tal acountability a que se referem os anglo-saxónicos, e que nem tem bem tradução para português).
Parece então que o senhor Cunha, que já perdeu influência em muito lado, ainda mantém bem activa a sua imobiliária em Lisboa (e resta saber mais o quê?...). Não pode ser. Até quando teremos de viver sobre estes pressupostos dos contactos, das cunhas, dos favores, dos padrinhos-afilhados-cunhados e tais? Para quando a responsabilização deste tipo de abuso de poderes?
Não me recordo na totalidade, mas aparentemente nenhum dos citados terá colocado o lugar à disposição. Por que esperam? Por mais notícias no jornal? Não dariam um sinal positivo se tomassem eles a iniciativa de esclarecer esta situação?

Ou então que lhes tirem as casas! E que as coloquem em concurso - abertos e transparentes - para que todos possam concorrer (incluindo os filhos-afilhados-cunhados, mas em igualdade de circunstância).
Pois, mas parece que também não é bem essa a intenção... (até quando?)
[desenho do Irmão Lúcia, retirado do 5 dias]

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