quinta-feira, dezembro 27, 2007

Chazinho e Mezinhas


Parece que no Les Cannard Libertaires a polémica em torno da Política Cultural do governo intensifica-se. Ler, a este respeito, todos de autoria do Tiago Ivo Cruz, Escolha Política (17 Dezembro), Objectivos e Terapias (19 Dezembro), Petição para a Cultura (21 Dezembro) e Urticária e Posições (27 Dezembro).
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Neste último texto senti-me visado; pelo que respondo:
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Tiago,
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Nao sei se era para mim que escrevias, mas acusei o toque.
Desculpa não ter tido o tempo de poder continuar a boa polémica que aqui iniciámos, mas o trabalho tem sido muito intenso.
Só um par de ideias, sobre a petição e o «senhor» que referes.
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Sobre a petição.
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Concordo que se deve fazer algo, e rapidamente. Concordo com o teor geral da petição, que aliás assinei, só discordo da personalização de uma posição que, a meu ver, deveria ser mais teórica que concreta. Isto é, não me interessa nada dizer que fulano A ou B fazem bem ou fazem mal. Interessa que se faça. Que faça bem e ponto.
Ao identificar actores e salvadores, culpados e vilãos a petição perde força e dá azo a segundas leituras, mais condizentes com boatos e intrigas de bastidores, com as quais nada tenho de ver. Estou farto de ver o debate sobre a Cultura ser manipulado e restrito a luta de quintais. Estou farto.
(a petição tinha seria bem mais eficaz se lhe retirassem o nome do Carrilho, dexando-o subentendido...)
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Sobre Manuel Maria Carrilho
Concordo com a apreciação do seu trabalho. Sem dúvida que será um modelo de Ministro da Cultura na realidade portuguesa por alguns anos. Eu apoiei-o para a Câmara de Lisboa com a sincera crença que seria um excelente presidente da Câmara e alguém que poderia operacionalizar em Lisboa a tal ideia cultural que tenho vindo a falar.
O problema não é nem as suas capacidades nem o seu passado. O problema é o seu presente e o seu futuro. Eu, quando penso em política activa, penso sempre no futuro. O passado estudo-o. Nada mais. E o Carrilho, hoje, deixou de ser uma referência no PS (acho), muito pelo que fez na campanha de Lisboa. E não acho que será por ele que passará qualquer solução de futuro no sector. Mais, acho que a sua associação, ainda que indirecta, a esta petição a prejudica e a menoriza, como acima deixei expresso.
Preocupa-me mais encontrar os novos actores, em definir as linhas mestras com que cozer uma política cultural à seria do que, insistentemente, apresentar soluções do passado como soluções do Futuro.
Sabendo respeitar o passado, há que não ter medo de procurar pensar o Futuro.
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(Tiago: e continuo a não ter nada contra o Carrilho, só acho que é má estratégia – do ponto de vista prático e teórico – apostar tudo nele…)

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