De vez em quando partilho a ideia geral de algo que o meu amigo
Henrique Raposo escreve. Não é muito costume, mas hoje foi um desses dias.
Curiosamente tinha tido um almoço onde falava sobre assuntos LGBT, estratégias, direitos e deveres. Em suma, o que pode hoje a sociedade aceitar no que diz respeito a direitos LGBT (casamento, adopção, a questão do sangue, etc...).
Não me lembro de o ter visto, mas se calhar o
Henrique esteve na mesa do lado.
Sobre o que diz, estamos de acordo em quase tudo. Só tenho dúvidas em relação a referendos. Fazê-los é perde-los.
30 anos estivemos à espera de consagrar o direito ao aborto. Não quero mais 30 para poder ver duas mulheres a casarem.
O meu amigo Chico
“Oh, Chico, pá. Deixa-te de coisas. O que ganhas com isso, de ir para a rua mostrar o rabo? Achas que é mostrando o rabo que vais ganhar direitos?”.
O Chico ficou um bocado chateado comigo. É que o Chico quer casar com o Zé. E acha que ir para a rua fazer manifs é a solução. “Chico, não é esse o caminho”. Estou farto de avisar o Chico para seguir o exemplo daquelas duas raparigas: “tens de ir para os tribunais, Chico; tens de mostrar a absoluta contradição entre a constituição e o código civil”. Aliás, nem é preciso a Constituição. “Basta isto, Chico: um cidadão, maior e vacinado, que faça sexo com outro cidadão do mesmo género, tem todo o direito a casar-se com o dito companheiro”. “E adoptar filhos?”, diz ele logo. “Calma, Chico, uma coisa de cada vez. Sim, a família tradicional não tem o monopólio do amor e tal, Chico, mas tem calma. As revoluções, mesmo as da cama, não fazem nada bem. Uma coisa de cada vez”.
O Chico ainda não está convencido. Mas com o tempo isto vai lá, sobretudo com o referendo. Vamos lá brincar aos referendos outra vez. É que gostava de ajudar o Chico. O Chico é fixe. Henrique Raposo
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