And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
terça-feira, janeiro 31, 2006
Podia ser hoje
Não é.
Provavelmente ainda era cedo, o telégrafo ainda não ligava todo o país, o Rei ainda vivia, etc...
E, mais importante, o Porto não era Lisboa (ehehehhe),
Não é Jorge?...
Às gerações portuguesas do séc. XXI
Acabemos com este maelstrom de chá morno!
Mandem descascar batatas simbólicas a quem disser que não há tempo para a criação!
Transformem em bonecos de palha todos os pessimistas e desiludidos!
Despejem caixotes de lixo à porta dos que sofrem da impotência de criar!
Rejeitem o sentimento de insuficiência da nossa época!
Cultivem o amor do perigo, o hábito da energia e da ousadia!
Virem contra a parede todos os alcoviteiros e invejosos do dinamismo!
Declarem guerra aos rotineiros e aos cultores do hipnotismo!
Livrem-se da choldra provinciana e da safardanagem intelectual!
Defendam a fé da profissão contra atmosferas de tédio ou qualquer resignação!
Façam com que educar não signifique burocratizar!
Sujeitem a operação cirúrgica todos os reumatismos espirituais!
Mandem para a sucata todas as ideias e opiniões fixas!
Mostrem que a geração portuguesa do século XXI dispõe de toda a força criadora e construtiva!
Atirem-se independentes prá sublime brutalidade da vida!
Dispensem todas as teorias passadistas!
Criem o espírito de aventura e matem todos os sentimentos passivos!
Desencadeiem uma guerra sem tréguas contra todos os "botas de elástico"!
Coloquem as vossas vidas sob a influência de astros divertidos!
Desafiem e desrespeitem todos os astros sérios deste mundo!
Incendeiem os vossos cérebros com um projecto futurista!
Criem a vossa experiência e sereis os maiores!
Morram todos os derrotismos! Morram! PIM!
José de Almada Negreiros
Vasco
Olha quem cá está...
Ora aqui vai a primeirinha do VPV, para ajudar a empurar lagartos.
Sobre a experiência de deputado.
Parabéns
Já que estou nesta...
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Vem aí o Vasco!
Vasco Pulido Valente junta-se a Constança Cunha e Sá na blogosfera em "O Espectro"
["Vasco...Vasco...Vasco..."]
O Resolve
Levizinho como uma pluma!
Rápido,
Rápido como um raio
Que caiu e calou…
63 000 benfiquistas.
São boa gente,
De um bairro periférico de Lisboa,
Mas não aguentaram
O rugido do Leão.
Ele Resolve mesmo.
Um Liedson endiabrado - dois golos e construiu uma grande penalidade - foi decisivo num claro triunfo do Sporting sobre o Benfica(...)
N’Dalo Rocha
domingo, janeiro 29, 2006
recomendações de fim de semana
sexta-feira, janeiro 27, 2006
quinta-feira, janeiro 26, 2006
BAUHAUS - O Regresso
This is for when the fohn-wind rattles the telegraph wires like a handful of bones
This is for when dream ambulances skitter through the streets at midnight
This is for when you get caught in a sleep-riot and the sky is out of order
This is for when your sex is full of voodoo
This is for when your clothes are imaginary
This is for when your flesh creeps and never comes back
Epígrafe do álbum Mask (1981)
Oriundos de Northampton, Inglaterra, os Bauhaus formaram-se em 1978 e duraram apenas cinco anos, tempo suficiente para se tornarem numa lenda. O seu segredo estava tanto na música, como na imagem, visto que souberam juntar os dois factores e criar um estilo próprio, único. No que diz respeito à imagem, receberam a influência das estrelas do glam rock dos anos setenta como David Bowie, Marc Bolan e os Roxy Music, e moldaram-na à sua música, inspirada na rebeldia de Iggy Pop e do punk, e na melancolia negra e alternativa dos Velvet Underground. O resultado foi uma banda capaz de fazer música frenética (“Dark Entries”, “The Sanity Assassin”) e música melancólica (“Hollow Hills”, “Crowds”), música poderosa (“Double Dare”, “Antonin Artaud”) e música delicada (“She’s in Parties”, “Who Killed Mr. Moonlight?”), imersa num ambiente mágico e sombrio, proporcionado por tudo o que dizia respeito à banda, desde as capas e interiores dos seus discos à sua presença em palco. David J., o baixista, e o seu irmão Kevin Haskins, o baterista, ambos de cabelo rente e vestes escuras (os óculos escuros de David J., que raramente tirava, tornaram-se a sua imagem de marca) eram discretos e enigmáticos. O guitarrista Daniel Ash e o vocalista Peter Murphy eram os exuberantes: cortes e penteados audazes, maquilhagem transbordante e roupas inclassificáveis. Murphy juntava a energia de Iggy Pop à presença andrógina do David Bowie da primeira metade dos anos 70, não se limitando a cantar as músicas, mas interpretando-as como um actor ou um bailarino.
Até 1983, editaram quatro álbuns de originais (In The Flat Field; Mask; The Sky’s Gone Out; Burning From The Inside) e um gravado ao vivo (Press the Eject and Give Me The Tape). Desta curta carreira, gostaria de salientar três dos seus pontos mais altos. Primeiro, o tema “Bela Lugosi’s Dead”, que foi o seu primeiro single. Que melhor apresentação para uma banda como os Bauhaus do que “Bela”. Dez minutos de pura magia, resultante da atmosfera que o diálogo entre os instrumentos e a voz de Peter Murphy conseguiu criar: um ritmo de percussão repetitivo, os inquietantes sons produzidos pela guitarra de Daniel Ash, uma linha de baixo sugerindo mistério, e a voz, primeiro cavernosa, depois lamentosa, de Peter Murphy.
Depois, a participação da banda na sequência inicial do filme de Tony Scott, The Hunger, com Catherine Deneuve, David Bowie e Susan Sarandon. Bowie e Deneuve são um casal de vampiros que procuram uma vítima num clube nocturno. A banda que lá se encontra a actuar são os Bauhaus tocando “Bela Lugosi’s Dead”. Porém, apenas Peter Murphy surge, de facto, no filme, movimentando-se por trás de uma rede enquanto canta, uma fera enraivecida e, ao mesmo tempo, sedutora.
Finalmente, o fabuloso single “Ziggy Stardust”, uma cover do tema de David Bowie e que consegue ser melhor que o original (algo raro nas covers), fruto da guitarra poderosa de Ash e da arrepiante interpretação vocal de Murphy.
Já se passaram 23 anos, desde a separação do grupo. Peter Murphy enveredou por uma carreira a solo de sucesso (quem não reconhece o famoso “Cut’s You Up” logo nos primeiros segundos), enquanto Ash, David J. e Haskins continuaram a trabalhar juntos em projectos como os Tones on Tail e os Love and Rockets, e, por vezes, também em projectos a solo. Porém, passado todo este tempo, a magia dos Bauhaus não morreu. As suas tournées de reunião são prova disso. Em 1998, o que começou apenas por ser um par de concertos em Los Angeles transformou-se numa digressão mundial com direito à gravação de um álbum ao vivo (Gotham) e de um vídeo, recentemente editado em DVD, embora em Portugal só exista na versão para leitores de Zona 1. Agora, quase oito anos passados, uma nova reunião é o suficiente para mais uma volta ao mundo. Entre Outubro e Dezembro deram 33 concertos na parte da digressão destinada ao México, Estados Unidos e Canadá. Na Europa, têm, por enquanto, 17 concertos agendados, começando no próximo dia 28 de Janeiro em Dublin.
Eu, por motivos de saúde, não posso assistir a concertos, mas não queria deixar de sugerir a quem não conhece Bauhaus que vá dia 17 de Fevereiro ao Coliseu do Porto, até porque, como é a última actuação da digressão, deverá haver um alinhamento de músicas mais vasto e, talvez, com algumas surpresas. Ou então, se não quiser arriscar, que vá à FNAC do Chiado e compre as compilações Bauhaus – Vol. I e Bauhaus – Vol. II (estão em promoção, a cerca de 7 ou 8 euros cada), pois são uma boa introdução à música da banda. Existe também uma excelente biografia dos Bauhaus intitulada Dark Entries – Bauhaus and Beyond, da autoria de Ian Shirley.
Hoje vou ver isto:
«Alberto da Veiga Simões: A diplomacia possível no III Reich (1933-1940)»
pela Dra. Lina Alves Madeira,
seguida do lançamento do livro organizado pela conferencista Correspondência de um diplomata no III Reich. Veiga Simões: ministro acreditado em Berlim, 1933-1940 que terá lugar na Sala das Conferências de Imprensa, Palácio das Necessidades (Largo do Rilvas), no dia 26 de Janeiro, às 18:00 horas.
E agora, democracia?
E agora democracia? podemos deixá-los ganhar? Ou a vitória só está reservada a alguns?
E se, por referendum, for aprovada uma situação de conflito com Israrel, é legal? Se a maioria quiser decretar um estado de guerra?
Onde andam os limites da soberania popular? da sua legitimidade?
Em suma, onde andam os limites da democracia?
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Começou a limpeza do PSD?
E a Magno?
[vou tentar entrar em contacto com a Manuela, para lhe pedir esclarecimentos da sua situação]
Vi agora...
Tarde e más horas...
terça-feira, janeiro 24, 2006
Repercussões das eleições (2)
Terá sido este o "cair do pano" para o primeiro?
Terá conseguido a segunda não ter queimado todas as pontes no BE?
Repercussões das eleições (1)
Não apoio neo-liberais cavaquistas!
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Resultados, puros e duros
Soares fica em 4º lugar em Loures, no Sobral de Monte Agraço e em Vila Franca de Xira.
Impressionante
Perdeu o Castelo, para Alegre.
Soares consegue mesmo 3/4 quartos lugares...
Que razia...
Não esperava
Esperava
Esperava que Jerónimo cimentasse o lugar do PCP, e que ficasse à frente de Louçã.
Esperava que Louçã não apresentasse crescimento e que tivesse uma votação inferior às atingidas nas Autarquicas e nas Legislativas.
Esperava que Sócrates mostrasse quem manda.
Esperava que Alegre cantasse vitória, como o fez, caso ficasse à frente de Soares.
Os globos de Ouro.
[e relativos ao cinema, não à política]
Alguém explica?
Divulgação
24 de JaneiroTerça-Feira, das 13:30 às 14:30 Sala de Aulas 2 (piso 0) do ICS
“A few ill-gotten gains abroad: A Irlanda e a política ultramarina Portuguesa, 1942-1968”, por Filipe de Meneses, National University of Ireland
07 de Fevereiro Terça-Feira, das 13:30 às 14:30 Sala de Aulas 2 (piso 0) do ICS
“O PCP e a questão colonial, 1921-74”, por Judith Manya, FCSH – UNL
Divulgação
tem a honra de convidar V. Ex.ª para a palestra:
«Alberto da Veiga Simões: A diplomacia possível no III Reich (1933-1940)»,
Tel: 21 394 63 05
E-mail: ahd@sg.mne.gov.pt
(agradece-se confirmação até à véspera)
Correio dos Leitores
Nos termos da Lei, cada contribuinte tem agora o direito de transferir 0,5% do IRS que paga para uma Instituição de solidariedade social.
A Liga Portuguesa Contra a Sida, (NIPC 502 665 548) encontra-se nas condições previstas na Lei.
Este donativo não traduz qualquer acréscimo de imposto a pagar, mas apenas o exercicio do direito de indicar uma instituição para receber 0,5% do imposto.
Para isso, basta entregarem com a declaração de impostos o Anexo H e no quadro 9, campo 2, onde deverão escrever o nome e nº de contribuinte da instituição em causa.
Tal procedimento não implica qualquer aumento do vosso IRS! Apenas em vez de pagarem IRS ao Estado transferem esse pagamento para a Instituição Liga Portuguesa Contra a Sida.
Peço-lhe que transmita este mail a todos os seus amigos e conhecidos, com o pedido de sucessiva retransmissão.
Esta vontade alargada e solidária permitirá que a LIGA PORTUGUESA CONTRA A SIDA amplie e desenvolva novas actividades na luta contra este flagelo.
Com os nossos melhores cumprimentos,
A DIRECÇÃO
Correio dos Leitores
Piada do dia seguinte...
Para o que aconteceu ontem, um recado á estratégia do PS... Ou não... Porque temos de aceitar esta eleição como um sinal, de que o povo não anda assim tão desatento da realidade e do que os nossos politicos decidem...
Redação:
"O mano"
Quando eu tiver um mano, vai-se chamar Herrare porque Herrare é o mano.
Eu vou gostar muito do meu mano.
Fim.
Admito
Grande Massacre!
Soares ficou em 2º apenas nos Açores.
Soares ficou em 4º em Beja, Évora e Setúbal!
Nos restantes ficou em 3º.
domingo, janeiro 22, 2006
O Presidente de Todos os Portugueses
Margem de Vitória Insignificante
O GALO É O DONO DOS OVOS
a galinha, da cozinha
ou se porta direitinha
ou apanha com a asa
que o galo é o dono da casa
O galo canta de galo
a galinha, cacareja
e o pintainho deseja
o fim de tanto badalo
e o galo canta de galo
O galo come faisão
a galinha é quem o assa
e o pobre do pinto passa
passa uma fome de cão
e o galo come faisão
O galo é o dono dos ovos
a galinha é quem os bota
e o pinto é compatriota
da miséria de outros povos
que o galo é dono dos ovos
Por mais que cante o galo
o galo está a dar o berro
é que nem com mão de ferro
faz do pinto seu vassalo
por mais que cante de galo
Anda amarelado o galo
como a gema que o pariu
o sol nunca lhe sorriu
quanto ao pinto, é um regalo
não há sol que não o tisne
o galo canta de galo
para o pinto é canto de cisne
Sérgio Godinho
PS - Palavras para quê?
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Razão Mesquinha
Para Luís Delgado se estatelar ao comprido...
Presidenciais: O meu Voto
A minha opinião pessoal é que haverá 2ªvolta e que será entre Cavaco Silva e Mário Soares.
Como já antes aqui tinha afirmado, antes da própria possibilidade se tornar realidade, Mário Soares representa o futuro do país. Um paradoxo intrigante, em que o candidato mais velho seja aquele cujo pensamento é mais moderno e que está mais bem preparado para ser Presidente da República de Portugal.
De Cavaco Silva, não fosse eu ter sido negativamente marcado pela oposição ao cavaquismo, não consigo deixar de pensar que se candidata ao lugar errado pelas razões erradas. Admito que o programa que ele deixou entrever é algo que poderia ser concebível para quem aspirasse a ser Primeiro-Ministro, mas é inconcebível no Supremo Magistrado da Nação. Porquê é que ele não se candidata a líder do PSD e disputa eleições legislativas para pôr em prático o seu projecto economicista para o país é algo que não consigo compreender, e penso que ser eleito PR só tornaria impossível o que ele pensa fazer.
Manuel Alegre revelou-se, de longe, a minha maior decepção. Demonstrou ter um carácter bífido, de pessoa que vive da vitimização, do nacionalismo bacoco, e que não respeita o sentido moral daqueles que combateram a ditadura e lutaram pela liberdade, que se tornaram em armas de arremesso político para satisfazer os interesses de alguém que vive no seu umbigo e para o seu umbigo, demonstrando um completo desprezo pelo partido e pelos ideais que supostamente se bateu como militante. Tendo dito isto, caso a escolha seja entre Alegre e Cavaco, voto Alegre, embora com grande pena.
Jerónimo e Louçã, estão apenas a tentar fizer os seus respectivos eleitorados (algo que o CDS está a falhar) e não contam para este campeonato. Assim como Garcia Pereira.
Tendo dito isto tudo, quem for eleito, nos termos da Constituição e da lei, será o Presidente de todos os portugueses, portanto o meu presidente. Seja Soares, Cavaco, Alegre, Jerónimo, Louçã ou Garcia Pereira.
Faço um último apelo:
Não interessa em quem.
O importante é que votem!
Não deixem que outros decidam por vocês.
Do outro lado do Mundo...
No próximo dia 22 de Janeiro é escolhido o novo Presidente da República de todos os Portugueses. Acto eleitoral que se reveste de grande importância visto que é o derradeiro acto eleitoral no espaço de dois anos e meio.
Por outro lado, o momento de crise de confiança que Portugal atravessa, exige a todos os cidadãos a responsabilidade de participarem no mesmo. Essa confiança começa a ser reestabelecida a muito custo pelo governo de José Sócrates e terá como ponto mais alto e quem sabe decisivo, a eleição do novo Presidente da República.
Como todos sabemos, a questão que se colocará nas eleições do próximo dia 22, é saber se haverá segunda volta ou não.
Cavaco Silva partiu com muita vantagem não só em termos temporais de preparação de campanha bem como em termos percentuais conhecidos pelas sondagens feitas. A primeira explica-se pela necessidade que os partidos de direita que o apoiam, o PSD e o CDS-PP, têm de, finalmente deterem o poder que resulta do órgão máximo do estado português.
De igual modo, o apoio político e financeiro dos grandes grupos económicos que dominam Portugal a seu belo prazer desejam a eleição de Cavaco Silva numa espécie de «revanche» relativa ao resultado das últimas eleições legislativas de Fevereiro. Nunca na história da democracia portuguesa a direita deteve esse poder porque os portugueses nunca o permitiram. Um misto de razões históricas não esquecidas pelos portugueses e de estabilidade política sempre necessária deverão estar na origem de tal facto.
Na realidade, e desde o início da pré-campanha com todos os debates em que participou e posteriormente com o início da campanha eleitoral, temos vindo a ser confrontados com um Cavaco Silva em recta descendente e com pouco conhecimento do que é ser Presidente da República encontrando-se já no limiar da vitória à primeira volta segundo uma última sondagem quando no início da sua corrida presidencial atingia os 70 pontos percentuais. O ponto mais alto desse facto e demonstrativo do real propósito da candidatura do mesmo aconteceu no instante em que sugeriu, possivelmente pressionado (mesmo antes de ser eleito) pelos lobbies empresariais que o apoiam, que fosse criada uma Secretaria de Estado de apoio directo e exclusivo às empresas estrangeiras. Este foi um elemento demonstrativo da perturbação, de ingerência e consequentemente de instabilidade que Cavaco Silva vai tentar colocar na governação do País. Neste momento, é o que Portugal menos precisa.
Surpreendente também tem sido a postura silenciosa do PSD e do CDS que, porventura, se terão esquecido de fazer criticas ao Governo durante este período eleitoral para que paire na cabeça dos Portugueses a noção de estabilidade subestimando, assim, e mais uma vez, a consciência política que os portugueses sempre demonstraram ter.
Tendo em conta estes factores referidos anteriormente, analisemos a alternativa à candidatura da direita protagonizada por Cavaco Silva.
Temos mais cinco candidatos. Mário Soares apoiado pelo Partido Socialista. Manuel Alegre. Jerónimo de Sousa apoiado pela CDU e os Verdes. Francisco Louçã apoiado pelo Bloco de Esquerda. Garcia Pereira do PCTP-MRPP.
Todos estes candidatos estão a fazer um trabalho político notável de consciencialização dos eleitores para as consequências que a eleição do candidato de direita representam para o nosso país e que referi anteriormente.
No entanto, Mário Soares destaca-se neste rol de figuras importantes da nossa democracia e que muito têm contribuído para o bom desenrolar da mesma.
Num cenário de segunda volta, Mário Soares reuniria facilmente o consenso de todos os outros candidatos rumo à vitória sobre Cavaco Silva. Lembrar também que o candidato do Partido Socialista já o fez em 1986 quando partiu para a corrida eleitoral frente a Freitas do Amaral com, pasme-se, 8% das intenções de voto vencendo, depois, na segunda volta, as eleições de forma surpreendente mas sempre acreditando e confiando nos Portugueses.
Trata-se de uma pessoa com uma experiência indiscutível nas funções de Presidente da República que, até em momentos periclitantes dos dez anos de cavaquismo de que é exemplo a célebre, pelas piores razões, manifestação contra as portagens, em que Mário Soares teve de lembrar a Cavaco Silva, na altura primeiro-ministro, que é legitimo o direito à greve.
O sentido de Estado sempre demonstrado em todos os momentos de instabilidade política e social torna Mário Soares o Presidente da República que os portugueses precisam para que Portugal atinja de novo níveis de confiança não só a nível interno mas também para ganhar a confiança do investimento estrangeiro. A coabitação pacífica com o governo do Partido Socialista é essencial para que este último consiga desempenhar de forma tranquila o mandato para o qual foi eleito em Fevereiro de 2005 com uma esmagadora maioria de votos. Que sentido faria agora termos no Palácio de Belém, uma pessoa como Cavaco Silva que se iria intrometer e perturbar a estabilidade política no país num momento em que esta é decisiva para se conseguirem desenvolver e finalizar as reformas que Portugal vinha a precisar e que José Sócrates já demonstrou querer fazê-las?
Mário Soares é um grande estadista e está preparado para ajudar Portugal neste período difícil dispondo também de um conjunto de conhecimentos a nível internacional que muito nos poderão ajudar e que mais nenhum candidato tem.
Caberá aos Portugueses, como sempre, escolher o que é melhor para Portugal e estou convicto que mais uma vez irão escolher de forma coerente e em nome da estabilidade e da responsabilidade que representa esta eleição lembrando-se, certamente, que Portugal não poderá esperar mais tempo para se desenvolver de forma harmoniosa e convergente.
Nuno Vieira Rodrigues »
Arrisco
Arrisco dizer que Mário Soares vai passar à segunda volta.
Arrisco dizer que Manuel Alegre vai «estourar» no Domingo.
Arrisco dizer que Jerónimo fique à frente de Louçã.
Arrisco dizer que o Bloquue estanque o crescimento.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Hás-de cumprir!
"O inglês Reeves acaba de ser condenado a quinze meses de prisão. A inglesa Ryder andava farta da vida e contratou o Reeves para a ajudar. Pagou-lhe 11000 euros para ele arranjar um assassíno profissional que a matasse.
Ele embolsou o dinheiro mas, nada. Admirada por não estar morta, ela pediu-lhe satisfações. Reeves disse-lhe que não tinha arranjado o artista, mas ele próprio daria conta do recado, se o preço dobrasse. Ela pagou. Mas, outra vez, nada. Então, ela meteu-o em tribunal por quebra de contrato. Foi por isso que Reeves foi condenado, quinze meses! E levou com um ralhete da juíza por não ter cumprido o prometido."
in Correio da Manhã, 19 de Janeiro de 2006
Se fosse nos USA e ABUSA a pobre Ryder, até então desgostosa com a sua existência, teria recebido uma quantia choruda que lhe haveria de ter restituido a vontade de viver.
PS - que raio de mundo é este em que um gajo tem de pagar uma quantia considerável (e dobrá-la) para ter acesso à única coisa que é certa nesta vida: a morte? Sra. Ryder, ou a senhora é muito pouco expedita ou não sei o que se passa! Porque é que não se atirou de uma ponte em vez de lixar a vida ao pobre Reeves? Se havia dúvidas em relação à eficiência do método que eu sugeri, também podia por a cabeça na linha do comboio, ou estava com medo que os atrasos provocados fossem imputados aos seus descendentes?
Querem ver que não fomos nós...
Ideias Alegreanas
“É um acto de cidadania” diz ele, o mesmo poeta que fez gazeta ao trabalho, ou seja, à votação de Orçamento de Estado.
Até agora estava indeciso em quem votar, mas após apreciar a prestação do nosso “Homero” nos debates televisivos, pré-campanha e campanha eleitoral, confesso que fiquei perplexo e até um pouco assustado com o que ali vai.
Alegre, aquele que se diz representante do povo e o único que integra uma candidatura supra-partidária (essa dá mesmo vontade de rir, basta olhar para os PS de segunda linha que lá está, aqueles que ficaram sem tacho) defraudou-me as expectativas por não ser de facto um político minimamente profissional. Não porque ele assim o deseje, como dá a entender, mas porque a meu ver não tem competência para tal. Antes de mais é preciso desmistificar que os políticos não devam ser profissionais. Erro, e o bom exemplo é Louçã, que em quatro anos de legislatura e sem lugar cativo no parlamanto apresentou mais trabalho que Alegre alguma vez tenha feito com trinta anos de casa.
É muito fácil dizer que “A Mim Ninguém Me Cala” e dar uns murros na mesa com voz de trovão, mas onde é que está e esteve a tal “cidadania” de Alegre em 30 anos de vida parlamentar? Alguém se lembra de intervenções brilhantes de Manuel Alegre na AR em defesa da tal cidadania? E se de facto ele está tão preocupado com os velhinhos, com os emigrantes, com a sociedade civil, desempregados etc, porque raio é que não a exerce?
Coisas simples como propostas, projectos de lei e outro tipo de intervenções nesse sentido. Trabalho de sapa, trabalho consistente e relevante. Alguém se lembra de alguma coisas do género? Não, mas todos sabemos que faltou à votação do O.E. e chamou a isso sim, “Um acto de cidadania”.
Eu lembro-me de alguns dos bons livros que escreveu, mas isso, de Lobo Antunes a Saramago, há muito boa gente talentosa neste país, e nem por isso se considera pois, um acto de cidadania.
Alegre afirma que é necessário dar a cara, mas onde raio esteve ele, por exemplo na Guerra do Golfo II? Vi Soares e vi Freitas na televisão a levarem porrada de um tal Vasco Rato e outro Luís Delgado, mas sem medo, protagonizaram a liderança da frente de um combate contra essa grande mentira colectiva. Estava lá Alegre? Alguém deu por ele? Ou sentiu a sua falta?
Este é apenas um entre tantos exemplos nos quais Alegre aparece sempre levado pela onda, como homem de segunda linha, arrastado pelo inevitável dos factos consolidados.
Pelo andar da carruagem, arrisca-se a passar à segunda volta e pela lógica do voto útil, se calhar até ganhar, senão, pelo menos a ombrear taco a taco com Cavaco. Mas será que é o melhor homem para o lugar? Tenho dúvidas, muitas dúvidas.
Alegre, não está talhado para o cargo e não percebe nada da Realpolitk. Não daquela onde as coisas se resolvem dando murros na mesa e esgares patéticos do estilo “A mim ninguém me cala”. Deixemos esse dramatismo bacoco de lado.
Falo daquilo que mexe com o mundo, com a economia, com a diplomacia, as guerras de bastidores, os jogos de poder e influência geopolítica e geoestratégica.
Pensei no início que o Zé Gordo já estava velho, mas a verdade é que o Bochechas está como o vinho do Porto. E, para aquilo que interessa neste cargo, desenvolveu trabalho relevante ao longo destes anos mesmo quando não ocupava cargos políticos ou públicos. Será que isto não é cidadania?
Todos conhecem Soares, e sabem o que pensa. É destemido e não tem medo de discordar publicamente das políticas de Bush, sustentando a argumentação com lógica e bom senso. É um homem moderado e de consensos.
Alegre não, deslumbrado com o eminente poder, julga-se um suserano, uma espécie de Che Guevara dos século XXI, quando o próprio Soares foi infinitamente mais importante no tal combate épico contra o fascismo do que Alegre. Isto para nem mencionar Cunhal, Humberto Delgado, Melo Antunes entre outros.
O Zé Gordo é um jogador, sabe fazer bluff, tem manha, mas também estratégia e não as vistas curtas. Pode ser que me equivoque, mas Alegre, anda à deriva, não possui ideias, o que é estranho para alguém que anda há 30 anos a viver da política. Será que não conhece os problemas? Se entrevistarmos algum empregado fabril que ande há 30 anos na mesma empresa, de certeza que nos aponta defeitos e até soluções criativas de como superar a crise. E o Manel? Onde está a sua criatividade? Onde estão as suas ideias. Se espremermos bem os seus inflamados discursos, ficamos com uma mão cheia de nada, tal como laranjas secas. Sobram apenas chavões e bonitas frases com sentido pseudo-patrióticas, mas que revelam uma pobreza confrangedora daquilo que ele se propõe ser, o mais alto magistrado da nação.
N’Dalo Rocha
Acerca de e-mails com pedidos de ajuda (nomeadamente pedidos de sangue)...
A Senhora é mais uma das pessoas de boa-fé que está a ser enganada por "gente" sem escrúpulos e que brincam com coisas muito sérias. Lançam na rede dos e-mails um pedido FALSO, feito ao jeito de "cortar-o-coração-do-menos-sensível", provavelmente para se deliciarem com a rápida "bola-de-neve" que um apelo destes origina e o envolvimento de tanta gente a querer acudir por natural solidariedade humana.
Todos os e-mails a pedir sangue são FALSOS; são produzidos e libertados em anonimato, dando referências FALSAS (por ex.: telemóveis com números não atribuídos ou inactivos, direcções que não existem, nomes falsos, doentes que nunca existiram, em hospitais que nunca os tiveram. etc.). E este, neste caso, não tem referências: nome? Família? Hospital? O número de telefone, ali indicado, está inactivo. Trata-se deste caso como?
UMA PRAGA...!!! UMA BRINCADEIRA DE MUITO MAU GOSTO...!!!
O Instituto Português do Sangue tem toda a responsabilidade de conseguir os componentes sanguíneos para os doentes e traumatizados, que daqueles precisam. E tem reservas de sangue para isso. E quando não, tem mecanismos de encontrar e alcançar esse sangue na Rede Nacional de Transfusão de Sangue. Não se pede sangue à toa por e-mail. Temos, felizmente, organização nacional bastante para suprirmos dificuldades momentâneas.
De resto o grupo de sangue B Rh-, nem é tão difícil, assim, de conseguir e um bébé só consome pequenas quantidades, de cada vez, de uma unidade de sangue dada por um dador, em função do seu próprio tamanho.
Desculpe a extensão deste texto e peço a V. Exa. que, dentro do que lhe for possível, contrarie e informe os incautos, que caem de bom coração nesta iniciativa.
Com os melhores cumprimentos,
José d'Almeida Gonçalves, Director
Instituto Português do Sangue
Reclamações de um investigador
Antes, no entanto, de iniciar a exposição das minhas diversas críticas, duas notas introdutórias:
Frequento, com alguma assiduidade, quer a Torre do Tombo quer outros arquivos (do MNE, à BN, da Hemeroteca ao Governo Civil, etc). Neste sentido, assumo-me como um leitor normal, um investigador incompleto (em termos financeiros e temporais), dependendo do trabalho arquivístico muito do sucesso dos meus projectos (neste caso, a tese de Mestrado).
Trabalho, investigo, História Contemporânea, nomeadamente o período do Estado Novo. Neste sentido, como depreendem naturalmente, muito necessito da Torre para poder colmatar as minhas necessidades de investigação. Estou, neste momento, a terminar a investigação e a iniciar a redacção da tese. Esta deverá ser entregue, o mais tardar, até o verão.
Dito isto, deparei-me recentemente com a vossa página da Internet quando procurei consultar os diários de Salazar, um dos últimos pontos de pesquisa (o outro é a União Nacional, onde espero expurgos de varias pastas desde Agosto…). Inicialmente ainda pude consultar os diários, mas rapidamente me foi comunicado que «em virtude de se encontrarem disponíveis na Internet, o investigador já não os veria fisicamente, ficando a consulta unicamente disponível na citada página».
Ainda pensei que poderia beneficiar, como investigador, deste avanço tecnológico.
Mas não. Pouco beneficiarei desta possibilidade, pois a elaboração da página não está preparada para que o investigador seja o principal beneficiado com a tecnologia.
Repare-se:
Para se aceder ao documento que se pretende – uma página do diário – o processo é moroso, cheio de truques e não parte do pressuposto de que o investigador possa ser pouco familiarizado com o seu âmbito de pesquisa.
Assim, se não tiver já alguma ideia do que procura – o nome de um arquivo, de uma data, de um protagonista – pouco rendimento é retirado do que está exposto.
Não há, que tenha descoberto, nenhum descritivo/inventário de toda a documentação existente na página (só há, repito, após se inserir algumas palavras chave).
Mesmo tendo as chaves que lhe permitam a consulta, e agora em especifico em ralação ao caso dos diários da Salazar, o investigador depara-se com uma busca demorada, circular, enganadora e, muitas vezes, infrutífera.
Demorada no sentido em que para se aceder ao documento os passos são muitos – [1] abre-se a páginas com as referencias a Salazar, [2] daí para os diários (ordenados por anos), [3] dos anos para os dias, [4] do dia para a imagem digitalizada em pequeno (impossível de ver), [5] e daí para a imagem em grande. Pode-se, perfeitamente retirar algum passo, elaborando menus complexos com aberturas nas páginas gerais. Quanto mais páginas se abrir, maior é o risco de se perder a ligação à net ou de tempo perdido à espera de carregamento das novas páginas.
Circular no sentido em que, uma vez consultando o documento X, para se consultar o do dia seguinte os passos a percorrer são absurdamente complexos: voltar 3 passos atrás, até ao menu dos dias totais do semestre em causa, e daí iniciar outros 4 passos até se alcançar o documento desejado. Os 7 passos são muitíssimos, mais ainda quando o esperável é um simples «next»/«próximo», que nos transporte para a próxima página.
Enganadora porque os documentos finais apresentados não tem as dimensões dos documentos de origem. Estão demasiados pequenos na página seguinte à escolha do dia, e demasiado grandes na página final de visualização do documento. Em ambos os casos o documento é transformado digitalmente para melhor aparência tecnológica? Não entendo.
E isto leva-nos à última critica: a pesquisa é, muitas vezes infrutífera, porque nos deparamos com um documento que não nos permite a sua boa percepção, o sem bom manuseamento ou o seu bom tratamento. Ao se expandir, artificialmente, o tamanho do documento (no original mais pequeno que um A5) para algo perto de um A4, está-se, na realidade, a tornar mais difícil o visionamento do mesmo, uma vez que a letra «rebenta», tornando-se facilmente imperceptível. Se entendermos que estamos a tratar de documentação do cunho de Salazar, não conhecido pela sua legível caligrafia, mais atenção deveria de ser dada a estes aspectos de visionamento. (sobre este aspecto posso sugerir que se traduza a caligrafia de Salazar, e se faça acompanhar o texto original – digitalizado – pela tradução do mesmo).
Perante tais condicionamentos, as mais valias a atingir com o uso de novas tecnologias perdem-se rapidamente:
A investigação é demasiado morosa (vejam a diferença de tempo gasto no manuseamento das páginas dos diários entre fazê-lo manualmente e na net; quem paga as horas extras que o investigador despende a mais?).
A investigação não oferece nem sucesso de pesquisa – se não tiver munido das palavras-chaves necessárias o investigador terá dificuldades de acesso – nem falibilidade da mesma, pelas razões já apontadas respeitantes à transformação do documento e à sua difícil leitura.
Podemos, sucintamente, concluir que estamos perante um caso de bom uso de meios tecnológicos na óptica das instituições, não dos seus utilizadores. E é natural que tal aconteça, uma vez que muitas instituições estão formatadas para procurarem acesso a fundos europeus de diversa ordem, sem para isso lhes ser oferecida muita reflexão ou planeamento. O importante é a aprovação da verba, as suas parcelas, os seus objectivos gerais e «secos». Não interessa se a instituição tem pessoal humano para manusear a nova ferramentas oferecida (é natural que, se bem trabalhado, também sejam pagas umas boas horas de formação de informática na óptica do utilizador). Não interessa se a instituição adequa o serviço a oferecer (e o software do novo produto) ao utilizador do mesmo. Interessa fazer, apresentar trabalho, justificar investimentos, apresentar avanços tecnológicos para se justificarem o concurso a mais avanços tecnológicos.
Não é este o caminho. Não é este o futuro. Não é este, sequer, o presente. Se queremos apresentarmo-nos com a competência e a dignidade que merecemos, como instituições e investigadores, temos de fazer mais. Mais e melhor.
Por mim, espero ter podido contribuir.
E o prometido é o mesmo: se por aqui vir o Marques Mendes, ou o António Borges eu digo, tá?
[o mesmo se passa se por aqui encontrar esta malta, este livre pensante ou alguém destas paragens...]
Ando a ler isto.
E não, não ando à procura de Cavaco. Não sou de Coimbra, nem uso e abuso das palavras e dos conceitos. No entanto, e fica prometido, se aqui encontrar alguma referência ao senhor de Boliqueime divulgo na hora.
[sobre os acontecimentos de Coimbra: foi bonito ver a espontaneidade dos populares às janelas, brindando o candidato com confetes estranhamente com as cores e o formato da sua candidatura - aí este povo - ; e o episódio pidesco, com capangas abafando muidos encapoçados proclamando faixas de protesto só relambra os célebres episódios de verdadeiras «cavacadas», como os secos/molhados, o buzinão da ponte e outros exemplos de tolerancia e de aceitação da liberdade de expressão]
quarta-feira, janeiro 18, 2006
E se?
E se Alegre não ficar em segundo? E se Soares passar a uma segunda volta?
Estará a «culpa» nas sondagens? Em quem as faz? Ou em quem as lê e nelas sonha com urnas abertas?
Bem sei que as sondagens, em política, são importantes; mas não deviam de ser tão importantes de modo a marcar o discurso, a actuação. Mais, penso estarem as sondagens a atravessar um momento de descrédito forte, vide os recentes casos autárquicos, e julgo mesmo que, se Cavaco não for eleito e Soares passar à segunda volta, ter-se-á de repensar em todos os processos de recolher opiniões políticas de forma válida e pertinente. E teremos quatro anos para essa reflexão.
A verdade é que, mesmo perante estes indícios, quer Cavaco quer Alegre quase exclusivamente discursaram ao sabor do vento desses números. Cavaco gerindo a vantagem, calando-se o mais possível e permitindo que dele se façam as mais alargadas leituras (ganhando assim simpatias em várias frentes); e Alegre procurando uma bipolarização fictícia entre ele e Cavaco, assumindo-se, erradamente a meu ver, como a alternativa.
Ambos juram não ligar a sondagens, ambos asseguram não lhes ligar. Ambos só discursam para os números, ambos só apresentam estatísticas em prol de ideias.
Não é um presidente destes que quero.
Será?
sobre presidenciais
«Cavaco ganhará na 1ª volta, porque é, sem dúvida, o candidato mais bem preparado», «Alegre é uma novidade na vida política nacional», «Soares desperdiçou o capital acumulado durante 20 anos de construção democrática», «Jerónimo e Louçã são candidaturas tribunícias».
É impressionante a fragilidade destes argumentos. A iniquidade reflexiva que cobre a maioria dos nossos comentaristas. Sinceramente, criámos uma elite opinativa, convidada rotativamente para ocupar os diversos espaços de opinião, que se alimenta dos canapés presenteados nos espaços vip, não vê os jogos, e debita, sobre o discurso político real, postas compradas sem factura nem declaração.
Este «tipo», já assinara antes por uma das equipes, não perde oportunidade de se promover ou de promover «o próximo sabão com cheiro especial», e é sempre imparcial, especialista, técnico, professor, doutor, muito experiente, sempre sem partido, muito distante e nunca manipulador. Nunca assume nada. Nunca se compromete. E, de preferência, nunca afirma nada que não possa desconfirmar ou desmentir num futuro próximo.
Não. Não contem comigo para engrossar essa nata.
Eu tenho um candidato. Já o defendi. É Mário Soares. E consigo criticá-lo. Consigo apontar-lhe defeitos e erros de campanha. Consigo ser suficientemente distante para me isolar da minha condição de apoiante. Não é essa condição fundamental para podermos comentar?
Recomendado
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Procura-se...
Procurador
20?
É real? ou realidade ficcionada? para lhe dar legitimidade de polarizar o discurso («Hoje é o início da 2ª volta...»; «isto agora é entre Cavaco Silva e eu...»).
Eu, pessoalmente, não acredito que Alegre passe à segunda volta.
Eu não acredito que Alegre fique à frente de Soares.
domingo, janeiro 15, 2006
Também vou divulgar...
Bom começo
Bom começo porque o seu artigo foca um ponto bastante interessante sobre a nossa integração europeia: o reforço dos poderes governamentais fruto de um melhor e mais facilitado acesso a informação e poder de decisão nas altas instancias europeias (em detrimento do progressivo afastamento quer do Presidente da República quer das oposições).
Bom artigo, a auspiciar bons momentos de imprensa futura.
sábado, janeiro 14, 2006
Já???
Então não é que o Margem de Erro, do Pedro Magalhães, já comemora um ano de existência?
Parabéns pelo bom trabalho, pelo rigor posto em tão delicado tema (as sempre polémicas sondagens) e por partilhar connosco algumas das suas ideias e conclusões.
A blogosfera, sem dúvida, enriqueceu em muito com a sua presença.
Obrigado, Pedro.
Interactividade
É a interactividade aliada a novas formas de participção política.
Boa iniciativa.
sexta-feira, janeiro 13, 2006
resposta rápida a «A Cabral»
Meu caro A. Cabral,
Estas eleições não são umas eleições de futuro. Nenhum candidato me pode apontar uma qualquer linha estratégica, fora das generalidades demagógicas, que me coloque na posição de um eleitor emotivo, apaixonado por uma Ideia, um Ideal, um Futuro.
Soares já o fez, duas vezes. Em 1975 e 1985. Em nenhuma delas eu estive lá (se bem que guardo lembranças do MASP 1, onde o apoiava).
Alegre é vazio, não tem conteúdo ou pensamento. Declama soundbites com uma velocidade calculada. Nem sabia o que fazer se chegasse a Belém.
Cavaco, com um passado já estragado, apresenta-se tão treinado, tão amestrado, que quase que vejo os fios do Fernando Lima cada vez que intervêm. É bem capaz de ganhar, mas será o sabão mais bem vendido da história do país. Quem o comprar não sabe nem o cheiro, o tamanho, ou a composição. Mais, uns irão comprá-lo a julgar que se come, outros que se cheira e ainda outros que julgam que o melhor é nem tocar. O pior é que o próprio Cavaco já nem deve saber ou se lembrar do que pensa sobre alguma coisa.
Jerónimo e Louçã, por coloridos que sejam, e são, preenchem o totobola. O Garcia nem isso, escapou, sem saber, à descida de divisão por incumprimento (como outros). Não contam. Não existem.
Perante tal cenário, sem que me seja apresentado futuro, eu julgo que o melhor que há a fazer neste momento é saber terminar este ciclo, estes primeiros 30 anos de democracia. Se o sistema estivesse vivo e dinâmico teríamos Guterres, Vitorino, Santana ou Durão em campanha agora. Desses poder-se-ia esperar futuros. Destes, dos que se agora apresentam, não.
Resta, então, saber terminar o presente. E aí, meu caro A. Cabral, a opção é incondicional: Mário Soares. Pelo que é, já foi e sabe ser.
Dia
Não sei se conhecem, se já lá foram ou se já ouviram falar, mas depois do sexto mês, consecutivo, tudo se torna estranhamente familiar e mesmo acolhedor (não sei se é do ambiente climatizado ou da dona Céu, mas que há ali alguma coisa, há...). Mesmo essa figura, AOS para nós, António Oliveira de Salazar para as pessoas normais, se torna muito próxima. Mesmo demasiado.
Sabem o que é olhar para os papéis pessoais dele? Para as contas dos seus fatos? das suas casas? Ou mergulhar no seu quotidiano, através dos seus diários?... (esses já estão digitalizados e disponíveis aqui). Ver, de perto, o que é uma ditadura a funcionar? Os seus meandros, as suas manhas, o inner circle, os jantares mensais, os conselheiros especializados, as mulheres da sua vida... É estranho.
É estranho entrar assim, sem convite, na vida de uma pessoa, já morta, e assaltá-lo quando está o mais desarmado. Mas fascinante folhear estas páginas de memória, ver quando o papel muda, quando troca de caneta, ou quando adoece e se afasta da sua rotina.
É tranquilo ver o país a mudar, seguir a evolução nas regulares viagens de AOS a Santa Comba, nas passagens pelo Caramulo, ou nas diárias na sua adorada Coimbra. Tem graça ver o desenvolvimento cultural, artístico e intelectual, seguido nas exposições visitadas, nos prémios do SPN atribuídos e nas estreias consagradas.
E, claro, é aterrador sentir a proximidade de um regime castrante, autoritário e fascizante, com uma visão totalitária da política e do bem comum, com um legado ainda durável e sentido. É sufocante e doloroso sentirmos as garras do passado cravar-nos quando já estamos tão perto e tão dentro deste Estado, que se quis e se fez Novo.
Conheço-os melhor que nos conheço a nós. (Talvez não tanto, mas para lá caminho).
E este diálogo diário com a morte, com a vida, com a História, com o Futuro é simultaneamente tão enriquecedor e perturbante que baralha. É uma permanente descoberta, que nos espera a cada dia. hoje, entre outras, soube que o Salazar não votou nas primeiras eleições legislativas, em Dezembro de 1934, porque estava acamado, em casa. Apontou: «Hoje não fui à missa, nem à eleição».
Amanhã vou descobrir outra coisa.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Roubo...
Uma vez mais, obrigado Gorjão.
Não só tem interesse, como é bem pertinente.
quarta-feira, janeiro 11, 2006
oposição
terça-feira, janeiro 10, 2006
Dúvidas
Escritos de fim-de-semana
Comprei. Não sei bem porquê mas comprei.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Bichos
A Joana. O Medeiros Ferreira. E o Escondido. Este, muito bom.
Bons apontamentos, parciais, sem dúvida, mas bons pontos.
imparcialidades
O programa revelou-se de muito interesse, o Severiano Teixeira subiu uns bons pontos na minha consideração: isto de ser convidado para um programa onde quer a apresentadora quer o outro convidado são «do outro» não é fácil nem é para todos. Mais ainda quando a distribuição de tempo e a traquilidade para se expor um qualquer argumento é claramente desigual.
De facto, JPP falava à larga, uns bons 5 minutos da cada vez. O pobre Nuno, além de ter de pedir ao ilustre JPP licença para poder articular alguma coisa, lá tinha a boa da Maria Joao a lembra-lo «2 minutos, 2 minutos, só lhe posso dar 2 minutos…». Tarefa hercúlea, bem superada pelo mandatário de Mário Soares.
De resto, um bom programa, de elevado nível, com uma rara gaffe de JPP (Cavaco vai ser um bom primeiro-ministro), que se outro a fizesse o próprio não perdoaria. Severiano Teixeira, com bom humor e decoro, apenas sorriu. Desnecessária era a atitude altiva, sobranceira e arrogante de Maria João Avilez.
E ainda dizem que a imprensa tem sido imparcial nesta campanha…
Comentário
O que comentei apeteceu-me também partilhar convosco:
Quando lemos a "Alegoria da Caverna"...lembramo-nos do medo de sermos nós....de nos conforntar-mos com o nosso "eu" real...e apenas nos iluminar-mos com a "luz que brilha na obscuridade mais profunda"...pensamos que o caminho se faz caminhando...mas no fundo temos medo da Luz pois esta confronta-nos com o nosso outro "eu"...esse "eu" pode ser um "eu" querido e eceite ou não...o que Platão define como sombras são os nossos fantasmas que nos impedem de subirmos a escada e encarar-mos a nossa verdadeira realidade...mas há pessoas que sobem a escada desacompanhadas...e o medo revela-se aí e a personalidade que a Luz revela é dolorosa...ou então o mundo sob a Luz é cruel e injusto...e recusam o mundo ou recusam a sua personalidade e voltam para a caverna...ou para a sua entrada...e as sombras acompanham-nas...por isso é que existem "Fraternidades Iniciáticas"...as mesmas...ajudam a compreender porque nos libertamos das grilhetas da vida...porque enfrentamos as sombras e porque é que as sombras não são mais do que nós proprios...ensinam-nos a subir a escada...e por fim a encarar a Luz...ensinam-nos também a andarmos sobre a Luz...e a enfrentar o mundo e a nossa personalidade...sem nos queimar-mos...pois temos milhares de "Irmãos" que com as suas experiências nos acompanham...mas também nos ensinam a sermos humildes...e a nunca nos esquecermos disso...e o mais importante...a aprender-mos sempre...porque nós só sabemos que nada sabemos...a via que escolhemos...essa somos só nós que a trilhamos e os caminhos são os que optar-mos...mas no fundo...se a trilhar-mos em conjunto sabemos que só o amor...a fraternidade...a liberdade e a igualdade é que primeiramente nos libertam e depois é que nos devem conduzir...um beijo...
sexta-feira, janeiro 06, 2006
They're Here
White on white translucent black capes
Back on the rack
Bela Lugosi's dead
The bats have left the bell tower
The victims have been bled
Red velvet lines the black box
Bela Lugosi's dead
Undead undead undead
The virginal brides file past his tomb
Strewn with time's dead flowers
Bereft in deathly bloom
Alone in a darkened room
The count
Bela Lugosi's dead
Undead undead undead
Something that comes from above
When all that remains falls below
Even angels lose their wings, eventually...
www.fields-of-the-nephilim.com
BREVEMENTE
AQUI
Estado das coisas
Não há-de andar muito longe disto:
(aproveitamos e sempre vamos divulgando...)
«Call for Papers»
«A reforma do sistema eleitoral português
(para a Assembleia da República)»
O Clube «Loja de Ideias» convida os interessados a submeterem propostas de comunicação sobre a «reforma do sistema eleitoral português (para a Assembleia da República)»; encorajando para o efeito novos investigadores, mestrandos, doutorandos e todos aqueles que, julgando ser possível melhorar o actual sistema, visualizem as suas soluções em forma de proposta concreta.
As propostas seleccionadas serão apresentadas publicamente,
na Biblioteca-Museu República e Resistência, em Lisboa,
nos dias 1 e 2 de Junho 2006.
Comissão Científica
André Freire (ISCTE)
Andrès Malamud (CIES-ISCTE)
Carlos Jalali (U Aveiro)
Jorge Migueis (STAPE)
Jorge Miranda (FDL-UL)
Manuel Meirinho Martins (ISCSP)
Marina Costa Lobo (ICS)
Pedro Magalhães (ICS)
Pedro Tavares de Almeida (FCSH-UNL)
Comissão Organizadora
Clube «Loja de Ideias»:
Diogo Moreira
José Reis Santos
Data limite de entrega de propostas: 7 de Abril de 2006.
As propostas:
# Não devem ultrapassar os 30000 caracteres,
em letra corpo 12, com espaçamento duplo.
# Devem-se fazer acompanhar por um sumário de 2 páginas.
# Incluir CV resumido + contactos: telefone e e-mail.
Envio de propostas:
Clube «Loja de Ideias» – lojadeideias@yahoo.com.br
Apresentação de resultados:
19 de Maio de 2006.
Júri avaliador:
Comissão Científica e Comissão Organizadora.
Informações:
Diogo Moreira – 96 2548876 / José Reis Santos – 91 6665260
O Clube «Loja de Ideias» apresenta-se como uma iniciativa não partidária e não ideológica e tem como objectivos contribuir para a construção de novos espaços de debate e intervenção política, fora dos círculos institucionais, visando uma melhor articulação entre a sociedade civil e a sociedade política e partidária. Em suma, ambiciona acrescentar planos interpretativos que possam contribuir para melhorar a definição de espaços públicos, partindo do estudo das relações de quem neles intervêm e procurando aperfeiçoar a relação entre o cidadão e a Cidade.
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Será?
BREVE RESUMO DA ÚLTIMA VERGONHA NACIONAL
Reflexão originalmente publicada neste Blog pela Sandra Feliciano
1 – Várias Juntas de Freguesia recusam e/ou atrasam a emissão/envio das certidões de eleitor necessárias à validação das listas de proponentes dos candidatos LUIS FILIPE GUERRA, MANUELA MAGNO E LUIS BOTELHO RIBEIRO, impedindo assim a sua entrega conjunta ao Tribunal Constitucional com as respectivas listas dentro dos prazos previstos na lei (salientam-se situações documentadas de certidões emitidas a 12 de Dezembro e só colocadas nos correios a 22 de Dezembro, véspera do último dia para entrega das mesmas);
2 – Um dos candidatos (LUIS FILIPE GUERRA) faz inclusivamente um esforço sobre-humano para ultrapassar o obstáculo constituído pelo incumprimento por parte das juntas de freguesia, tendo o cuidado de juntar em tempo útil, documentos alternativos comprovativos da situação de eleitor dos proponentes, através de download e impressão do website do STAPE - Secretariado Técnico para os Assuntos do Processo Eleitoral.
3 – O Tribunal Constitucional não aceita os documentos alternativos e informa os mandatários dos candidatos das irregularidades das suas candidaturas, via fax, cerca das 21:30 do dia 26 de Dezembro e do prazo previsto na lei para suprimirem essas irregularidades;
4 – Após mais um esforço sobre-humano de "colheita" das certidões atrasadas nas juntas de freguesia, dois dos candidatos – MANUELA MAGNO E LUIS FILIPE GUERRA – suprimem ambos as irregularidades apontadas às suas candidaturas, conforme descrito nos pontos seguintes;
5 – A candidata MANUELA MAGNO entrega pessoalmente a 28 de Dezembro, último dia previsto na lei para o fazer, as certidões em falta no Tribunal Constitucional, mas como estas se encontram fisicamente separadas das listas de declarações dos eleitores proponentes da candidatura, previamente entregues, o Tribunal Constitucional recusa-se a recebe-las sem que se proceda primeiro à união de cada certidão com a respectiva declaração do eleitor proponente, para o que cede uma sala para que a candidata, acompanhada de três apoiantes, o faça. Às 16:30 do dia 28 de Dezembro, o Tribunal Constitucional recolhe as certidões entretanto já unidas às respectivas declarações dos eleitores proponentes, ordena a MANUELA MAGNO que pare o processo de união dos documentos e recusa receber as restantes certidões ainda não anexadas às respectivas declarações, com base no argumento de fecho dos serviços de secretaria do Tribunal;
6 – O candidato LUIS FILIPE GUERRA opta pela compilação das certidões na sede da sua candidatura e, seguindo o exemplo prático já dado pelo Tribunal Constitucional aquando da notificação das irregularidades no seu processo, procede ao envio das certidões em falta via fax no dia 28;
7 – LUIS FILIPE GUERRA faz chegar ao Tribunal Constitucional, no dia 29 de Dezembro, os originais das certidões enviadas na véspera por fax;
8 – O Tribunal Constitucional recusa as certidões enviadas no dia 28 via fax e no dia 29 por mão própria pelo candidato LUIS FILIPE GUERRA, com base nos argumentos de que 1) as certidões enviadas via fax dentro do prazo legal não são documentos originais, mas telecópias; 2) não estavam anexadas às respectivas (e previamente entregues) listas dos eleitores a que diziam respeito; e 3) os originais só chegaram a dia 29 e portanto fora de prazo;
9 – Os três candidatos – LUIS FILIPE GUERRA, MANUELA MAGNO e LUIS BOTELHO RIBEIRO – apresentam todos a 30 de Dezembro, recurso da decisão de exclusão das suas candidaturas, os dois primeiros via fax às 15:54 e 15:56 respectivamente, e o terceiro por mão própria às 16:10;10 – O Tribunal Constitucional, de acordo com o previsto na lei, notifica todos os candidatos à presidência da república, através dos seus mandatários, dos recursos entregues por estes candidatos e dos prazos para se pronunciarem sobre os mesmos;
11 – LUIS BOTELHO RIBEIRO, MANUELA MAGNO E LUIS FILIPE GUERRA fazem chegar ao Tribunal Constitucional os seus pareceres de concordância e apoio solidário aos recursos dos outros candidatos;
12 – Dos restantes candidatos à presidência da república, apenas GARCIA PEREIRA tem a dignidade de fazer chegar ao Tribunal Constitucional o seu parecer, também de concordância e apoio solidário aos recursos interpostos pelos candidatos, tendo todos os outros optado por ignorar a situação, não se pronunciando nem contra nem a favor dos recursos apresentados (o que é, no mínimo, revelador da sua (falta de) cidadania e confesso que, pelo menos de um ou dois deles, não esperava de todo uma atitude destas!);
13 – O Tribunal Constitucional, após aceitar a entrega e analisar o conteúdo do recurso interposto pelo candidato LUIS BOTELHO RIBEIRO, recusa oficialmente o mesmo, com base no argumento de que este foi entregue 10 minutos após a hora de fecho da secretaria (sim, sim, a mesmíssima secretaria que cinco horas e meia depois de fechada, tem legitimidade para enviar notificações por fax aos candidatos - ver ponto 3);
14 – O Tribunal Constitucional aceita o recurso enviado por fax pela candidata MANUELA MAGNO (apesar de se tratar de uma telecópia e não de um documento original!) mas mantém a sua decisão de exclusão da candidata do processo eleitoral com base no argumento de que esta não reuniu proponentes em número suficiente – 7500 conforme previsto na lei. (Na realidade e contas feitas, da lista de 7750 proponentes inicialmente entregue pela candidata, caso o TC não tivesse recusado receber as certidões por anexar, MANUELA MAGNO tinha conseguido 7551 proponentes com certidão emitida e entregue, ficando os restantes 199 anulados por falta de certidão em virtude de estas não terem sido emitidas/enviadas pelas respectivas juntas de freguesia em tempo útil, mas que seria, ainda assim, número suficiente para legitimar a sua candidatura);
15 – O Tribunal Constitucional aceita também o recurso enviado por fax pelo candidato LUIS FILIPE GUERRA (apesar de também se tratar de uma telecópia e não de um documento original!) mas mantém também a sua decisão de exclusão deste candidato do processo eleitoral, com base no argumento de que este não reuniu proponentes em número suficiente, uma vez que as certidões em falta enviadas dentro do prazo não eram válidas por serem telecopias em vez de documentos originais e não estarem anexadas às listas de proponentes previamente entregues e os respectivos originais só terem chegado ao tribunal no dia seguinte e portanto fora do prazo legal.
Depois do atrás exposto, compete a cada um reflectir, tirar as suas próprias conclusões e decidir como agir no dia 22 de Janeiro. Mas vale sempre a pena divulgar, até porque que neste tipo de assunto, os media raramente tocam, pelo que se não formos nós, membros da sociedade civil a substituí-los nessa responsabilidade, a esmagadora maioria da população nem sequer chega a ter consciência destes "incidentes".
Sandra Feliciano
Nota: Este texto reflecte a minha análise pessoal efectuada com base na confrontação de informação recolhida dos websites abaixo indicados, nos quais podem obter informações mais detalhadas sobre todo este processo.
Website da candidatura de LUIS FILIPE GUERRA (com o documento de recurso para download): http://www.movimentohumanista.com/luisfilipe/
Blog da MANUELA MAGNO (com o documento de recurso para download e descrições pormenorizadas e permanentemente actualizadas sobre o desenrolar e estado desta situação): http://manuelamagno.blogspot.com/
Website da candidatura de MANUELA MAGNO: http://www.manuelamagno.com.pt/
Website da candidatura de LUIS BOTELHO RIBEIRO: http://www.botelhoribeiro.org/
Website do Tribunal Constitucional (link para o acórdão final contendo os textos totais ou parciais dos recursos interpostos, textos dos pareceres recebidos e fundamentação (?) da exclusão dos candidatos): http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20060001.html