Tenho-me abstido de escrever sobre as próximas eleições presidenciais. Tenho-o feito por, sinceramente, andar a dedicar o meu tempo a outros projectos. Por outro lado, e também com honestidade, tenho-me cansado de todas os apartes, análises ou previsões que tem marcado estes últimos tempos políticos. Já são demasiados clichés, demasiadas opiniões de quiosque.
«Cavaco ganhará na 1ª volta, porque é, sem dúvida, o candidato mais bem preparado», «Alegre é uma novidade na vida política nacional», «Soares desperdiçou o capital acumulado durante 20 anos de construção democrática», «Jerónimo e Louçã são candidaturas tribunícias».
É impressionante a fragilidade destes argumentos. A iniquidade reflexiva que cobre a maioria dos nossos comentaristas. Sinceramente, criámos uma elite opinativa, convidada rotativamente para ocupar os diversos espaços de opinião, que se alimenta dos canapés presenteados nos espaços vip, não vê os jogos, e debita, sobre o discurso político real, postas compradas sem factura nem declaração.
Este «tipo», já assinara antes por uma das equipes, não perde oportunidade de se promover ou de promover «o próximo sabão com cheiro especial», e é sempre imparcial, especialista, técnico, professor, doutor, muito experiente, sempre sem partido, muito distante e nunca manipulador. Nunca assume nada. Nunca se compromete. E, de preferência, nunca afirma nada que não possa desconfirmar ou desmentir num futuro próximo.
Não. Não contem comigo para engrossar essa nata.
Eu tenho um candidato. Já o defendi. É Mário Soares. E consigo criticá-lo. Consigo apontar-lhe defeitos e erros de campanha. Consigo ser suficientemente distante para me isolar da minha condição de apoiante. Não é essa condição fundamental para podermos comentar?
«Cavaco ganhará na 1ª volta, porque é, sem dúvida, o candidato mais bem preparado», «Alegre é uma novidade na vida política nacional», «Soares desperdiçou o capital acumulado durante 20 anos de construção democrática», «Jerónimo e Louçã são candidaturas tribunícias».
É impressionante a fragilidade destes argumentos. A iniquidade reflexiva que cobre a maioria dos nossos comentaristas. Sinceramente, criámos uma elite opinativa, convidada rotativamente para ocupar os diversos espaços de opinião, que se alimenta dos canapés presenteados nos espaços vip, não vê os jogos, e debita, sobre o discurso político real, postas compradas sem factura nem declaração.
Este «tipo», já assinara antes por uma das equipes, não perde oportunidade de se promover ou de promover «o próximo sabão com cheiro especial», e é sempre imparcial, especialista, técnico, professor, doutor, muito experiente, sempre sem partido, muito distante e nunca manipulador. Nunca assume nada. Nunca se compromete. E, de preferência, nunca afirma nada que não possa desconfirmar ou desmentir num futuro próximo.
Não. Não contem comigo para engrossar essa nata.
Eu tenho um candidato. Já o defendi. É Mário Soares. E consigo criticá-lo. Consigo apontar-lhe defeitos e erros de campanha. Consigo ser suficientemente distante para me isolar da minha condição de apoiante. Não é essa condição fundamental para podermos comentar?
1 comentário:
deixa lá! eu ainda estou à espera de ver o Escavaco de vestido preto na noite das eleições (só para não se comprometer)
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