Sempre que vejo as imagens dos aviões a irem contra as duas torres gémeas do complexo do World Trade Center, não consigo deixar de me emocionar e de no mínimo, sentir um nó na garganta e pensar nas centenas de pessoas que morreram com os dois impactos iniciais dos aviões, depois fico mais angustiado quando me relembro das imagens seguintes, de pessoas a saltarem para o vazio em desespero e do colapso das mesmas com a consequente perca de milhares de vidas, de cidadãos que morreram como resultado desse colapso, sendo centenas destes bombeiros, socorristas e membros das forças de segurança, que, sabendo do risco que corriam e de forma temerária se aventuraram na ajuda ao próximo, nos dois edifícios gémeos mais altos do mundo e que por esse motivo pereceram.
Já passaram quatro anos e desde então deveria ter mudado muita coisa, dos escombros das duas torres gémeas deveria ter nascido um repudio e uma condenação tão forte dos que perpetuaram o ataque e uma solidariedade que o choque de civilizações, tão propalado por Huntington (já agora, alguém já leu o livro, é que este é de uma mediocridade histórica e analítica extrema) deveria ser uma miragem, a Guerra no Afeganistão deveria ter sido o primeiro passo (não sou dos que era contra esta Guerra, nem que seja pela opressão das mulheres eu era pela intervenção internacional naquele território), mas revelou-se uma “Vitória de Pirro”.
Em vez disso um Presidente, com tiques de Imperador Puritano e tão extremista como aqueles que condena, e governante do país afectado pelos atentados do 11 de Setembro, deitou tudo a perder atacando um estado, para que as companhias que financiaram a sua campanha eleitoral e garantir o apoio destas para a campanha seguinte, tivessem negócio, enganando no processo aliados de boa fé, acabando desse modo, com a possibilidade de se constituir uma frente mínima para lutar nessa guerra que envolvesse, pelo menos, os povos dos territórios ditos “Ocidentais”.
Entretanto os atentados sucederam-se na Ásia, Médio Oriente, Oceânia e Europa (África já tinha sido devastado por estes), originando em cada um dos continentes pelo menos um atentado terrorista atribuído aos extremistas islâmicos e fazendo com que as esperanças de se alcançar a paz através do diálogo e várias intervenções armadas cirúrgicas se esboroassem.
Enquanto isso, o Planeta, esta nave em que viajamos todos, continuou a rodar e a cirandar no espaço fazendo mais ou menos quatro voltas elípticas à estrela mais próxima de nós, durante essas voltas a potência Imperial enfrenta problemas que só deveria haver no terceiro mundo, o preço do petróleo (esse que desbaratou as costas da minha amada Galiza) subiu 200% sem ter sido preciso haver atentados e o mundo tornou-se num lugar mais fechado e ao mesmo tempo mais aberto.
A contradição nesta ultima afirmação deve-se ao facto de que por motivos de segurança e de contenção dos fluxos migratórios a Europa e as duas Federações Norte Americanas bem como a Austrália levantaram barreiras á circulação de pessoas doutras partes do mundo que queiram emigrar para estes territórios, mas ouve uma maior abertura pelo conhecimento que as pessoas tem sobre esta Nave planetária e os povos e culturas que a frequentam, houve intercâmbios de ideias e conhecimentos e, mesmo havendo muitos info-excluidos, decuplicou o número de pessoas com acesso á Internet e a outro meio de informação.
Das zonas, dos Desertos, vêm noticias timidamente positivas, veremos se em vez do ódio nascem flores no deserto...
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