sexta-feira, setembro 16, 2005

Bela

Não reparei onde entraste.
Só reparei quando te sentaste. Ali, à minha frente.
Tive dificuldade em continuar a ler. As letras perderam o interesse.
A tua simplicidade cativou-me. Essa simplicidade com a qual deves perder algum tempo.
Como esses óculos que te dão um ar mais intelectual. A seriedade num rosto cansado, provocado pelo andar constante com o peso da educação no teu colo.
Estavas à minha frente!
Vinhas a falar com a tua mãe.
Não ouvi, nem quis ouvir o quê. Só sabia que vinhas à minha frente.
Bela!
Simples!
Serena!
Quis te falar.
Para te dizer!
Para te dizer que te achava bela!...
Mas não é o meu estilo. Não tenho a coragem para estes momentos...
Sabes, até o podia ter dito...
Noutro dia...
Noutro lugar...
Noutra ocasião...
Não to disse à momentos atrás, naquele comboio para Cascais.
Digo-te agora, se me estiveres a ler.
Ou se alguém te disser que o escrevi.
Ou somente na minha imaginação!

És bela!

1 comentário:

Ricardo Revez disse...

Se soubesses a quantidade de vezes que isso já me aconteceu...

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