A revista Pública deste domingo relatava um fenómeno que se tem desenvolvido no Japão e que tem causado consternação, em grande parte pelo desconhecimento da sua origem e do alcance do fenómeno. Dá pelo nome de Hikikomori, e infelizmente não é um nome que nos cause tantos sorrisos como quando ouvimos falar pela primeira vez em Tamagochi´s, Pikachu´s e Mangas que ingenuamente assumimos na nossa presunçosa inteligência ocidental ser apenas um fruto de paragens exóticas.
Este fenómeno deixa marcas pelos números, havendo quem afirme que já atingiu cerca de um milhão de japoneses. Grosso modo, consiste num estado de espírito absolutamente desolador, de profunda depressão introspectiva e absoluta reclusão não apenas ao mundo, mas a próprios familiares e amigos, que muitas vezes nem existem.
Os afectados são na sua maioria jovens do sexo masculino, que por razões diversas não conseguiram integrar o mercado de trabalho (em alguns casos relatados os visados nem ponderavam tal hipótese por se considerarem uns fracassados, chegando em casos extremos a sentir ódio por si mesmos e a não quererem obrigar outros a ter de os ver). Apesar dos avanços realizados nesse sentido, sabe-se da pressão que ainda existe na cultura oriental sobre os homens e a sua importância para assegurarem os rendimentos necessários para sustentarem a família.
A recessão que assola o Japão há mais de uma década, após épocas de crescimento económico fulgurantes, pode ter ajudado a criar o fenómeno. O que antes era garantido para todos, hoje está ao alcance de menos. As exigências são agora superiores e o falhanço paga-se mais caro, levando a situações limite, o suicídio torna-se banal.
Em Portugal, não se podendo falar em comparações por diversas razões (dizer que o Japão é o 2º país mais rico do mundo a seguir aos E.U.A. é suficiente), questões sociológicas têm tendência a repercutir-se com verosimilhança em vários pontos do mundo. Por vezes as diferenças entre seres humanos não são assim tão evidentes. A avaliar pela estrutura económica do nosso País, com o sector terciário a ganhar largo avanço sobre os restantes, com particular destaque para franchisings com poucas características diferenciadoras, o part-time espalhou o seu raio de acção, a exigência de habilitações literárias nunca chegou a ser fulcral, a avaliar pelas estatísticas do desemprego.
É bom termos atenção a estes avisos que nos chegam de paragens longinquas para evitar que nos venham bater à porta daqui por uns tempos. Gostamos de fado, mas vamos limitar-nos a ouvi-lo nos nossos sistemas de sons.
Este fenómeno deixa marcas pelos números, havendo quem afirme que já atingiu cerca de um milhão de japoneses. Grosso modo, consiste num estado de espírito absolutamente desolador, de profunda depressão introspectiva e absoluta reclusão não apenas ao mundo, mas a próprios familiares e amigos, que muitas vezes nem existem.
Os afectados são na sua maioria jovens do sexo masculino, que por razões diversas não conseguiram integrar o mercado de trabalho (em alguns casos relatados os visados nem ponderavam tal hipótese por se considerarem uns fracassados, chegando em casos extremos a sentir ódio por si mesmos e a não quererem obrigar outros a ter de os ver). Apesar dos avanços realizados nesse sentido, sabe-se da pressão que ainda existe na cultura oriental sobre os homens e a sua importância para assegurarem os rendimentos necessários para sustentarem a família.
A recessão que assola o Japão há mais de uma década, após épocas de crescimento económico fulgurantes, pode ter ajudado a criar o fenómeno. O que antes era garantido para todos, hoje está ao alcance de menos. As exigências são agora superiores e o falhanço paga-se mais caro, levando a situações limite, o suicídio torna-se banal.
Em Portugal, não se podendo falar em comparações por diversas razões (dizer que o Japão é o 2º país mais rico do mundo a seguir aos E.U.A. é suficiente), questões sociológicas têm tendência a repercutir-se com verosimilhança em vários pontos do mundo. Por vezes as diferenças entre seres humanos não são assim tão evidentes. A avaliar pela estrutura económica do nosso País, com o sector terciário a ganhar largo avanço sobre os restantes, com particular destaque para franchisings com poucas características diferenciadoras, o part-time espalhou o seu raio de acção, a exigência de habilitações literárias nunca chegou a ser fulcral, a avaliar pelas estatísticas do desemprego.
É bom termos atenção a estes avisos que nos chegam de paragens longinquas para evitar que nos venham bater à porta daqui por uns tempos. Gostamos de fado, mas vamos limitar-nos a ouvi-lo nos nossos sistemas de sons.
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