Quando era miúda e me diziam que não podia querer “salvar o mundo” lembro-me que ficava furiosa, não percebia porque é que os adultos pensavam sempre de um modo tão pequenino, tão incapaz de fazer mais que o mais simples das suas vidinhas pequenas de olhar pelo dia-a-dia... pois bem, agora já lá vai a adolescência, já lá vai a força pura de acreditar mas...
Não acredito que estejamos vivos só para viver um dia e a seguir outro, uma vida e depois dar lugar a outra. Não acredito nisso. Os poetas dizem “há que fazer mais, há que fazer melhor...” pois não duvido. Há que fazer mais. Fazer melhor! O Walt Whitman também dizia qualquer coisa parecida, ou o Ben Harper, e eram/são eles os poetas. A verdade é essa. É só essa. Os poetas se calhar, dizem destas coisas sem um alvo preciso mas, também, quem é que precisa de saber qual é o alvo preciso dos poetas se o que interessa é alcançar o que eles dizem mesmo quando (ou especialmente quando) eles próprios não sabem a que ou quem se dirigem?!
Definitivamente, há que fazer mais. E fazer melhor é cada vez mais urgente!Apontar um objectivo maior, fundamental!
Caramba, salvar o mundo...
Era para isso que eu queria conduzir a minha vida quando era miúda. E tinha a certeza que o faria... mas depois, o tempo passa, as certezas vão-se, fica-se com a impressão de que tudo à nossa volta nos está, de algum modo a trair, a virar as costas e... quando menos damos por ela, pumba! A realidade adulta cai-nos em cima e reparamos, às vezes tarde demais, que estamos a perder-nos nos dias que correm e nos fintam as voltas e nos deixam a pensar que não temos tempo para tanta coisa que pensamos essencial que
o essencial começa a escorregar-nos para longe sem sabermos como voltar a encontrá-lo...
Uf!!! É preciso parar e pensar de novo.
Acreditar de novo!
Publicado por Maria Ferro (Editora de Quem.Escreve.Escreve-se) no dia 19 de Agosto de 2005.
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