Recentemente os ditadores, ou como designaram outros mais oficialmente, os Chefes de Estado, de Madrid e Províncias Castelhanas (Espanha é o nome oficial da versão expansionista do território Castelhano) visitaram a Região Autónoma dos Açores (gosto particularmente da designação), a propósito dessa visita gostaria de falar acerca do sistema monárquico de governo.
A monarquia é exercida por ditadores, ou seja, por seres que sem mérito e apenas por nascimento, ocupam ditatorialmente e até á sua morte, um cargo de chefe de estado num determinado país ou território, e mesmo que simpatize com “fulano” ou “citrano” que exerce ditatorialmente o seu poder, o facto de este assumir a ditadura e a exercer faz-me olhar para este com o desprezo com que encaro um Kim Il Sung ou um Fidel Castro.
Quando falamos de monarquia, podemos fazer a distinção clássica do significado largamente implantado por cientistas políticos (estes não são seres perfeitos e de vez em quando inventam estas barbaridades) de que existem as monarquias ditas “constitucionais” e as absolutas, actualmente temos uma grande maioria das monarquias na chamada área “constitucional” e uma minoria na área absoluta.
Qual a diferença?
Bem uns dirão que na “constitucional” o ditador (homem ou mulher) tem um órgão parlamentar que o controla e o pode destituir (isto é teoricamente verdadeiro na Europa, na totalidade das monarquias não europeias isso é impossível de acontecer), e que estes ditadores não passam de fantoches que tem apenas poderes de representação e de equilíbrio entre poderes democraticamente eleitos, é no mínimo interessante alguém que assume e mantêm ditatorialmente o poder, possa desempenhar semelhantes tarefas. Nas ditas “absolutas” os ditadores são mais genuínos e assumem o que efectivamente são, ou seja a totalidade do poder, não obstante o facto de serem menos aceites, pois hoje em dia, em termos de Comunidade Internacional, mais vale uma Democracia aparente do que a inexistência desta.
A ditadura seja esta qual for é má, isto aplica-se á ditadura do proletariado, de um partido de um homem ou de uma mulher, vejo que os monárquicos entram numa contradição extrema quando são contra os regimes ditos comunistas, pois acham e bem que estes são totalitários, quando os mesmos defendem a implantação, mascarada ou não de “constitucional”, de uma ditadura.
Numa monarquia há súbditos, numa democracia cidadãos, a distinção é clara os súbditos de Sua Majestade Inglesa ou Castelhana são meros seres que tem que se resignar a viver sob o jugo desses ditadores, os cidadãos das democracias, seres livres que são chamados frequentemente a se pronunciarem quem querem como seu Chefe de Estado.
No continente Europeu, berço da Democracia, temos actualmente seis Monarquias e dois Principados, isto em cerca de quarenta e cinco países podemos dizer que um quinto dos países da actual Europa ainda vive sobre o jugo da ditadura e que bastantes cidadãos na União Europeia, e não súbditos, ainda vivem sob o jugo de uma ditadura mascarada e aceite por alguns destes, mas felizmente não por todos.
Estes factos são interessantes se notarmos que a crer nas sondagens, a maioria dos cidadãos europeus da União tem sérias duvidas ou são contra á entrada da Turquia na União Europeia, ou seja para a maioria dos Franceses (esses que são governados através dos Parisienses que guilhotinaram a cabeça dos ditadores nem há três séculos) a ditadura Belga ou Holandesa é normal, e uma Democracia como a Turca (embora com muitos problemas, mas qual é a democracia que não os tem) será uma perigosa ameaça.
Isto talvez explique porque é que muitos cidadãos Holandeses e Franceses tenham votado contra o Tratado Constitucional Europeu, pois quem está habituado a ser tratado com o paternalismo de uma ditadura ou a defenda (tal como a direita soberanista, fascista e racista francesa ou a sua esquerda trotskista e comunista), não pode compreender o alcance de um salto democrático tão grande, ressalvo o interessante facto de que no Principado do Luxemburgo o “SIM” tenha ganho, talvez mais por causa da chantagem que Jean-Claude Juncker fez de que abandonaria o cargo que desempenha á bastante tempo, como Primeiro Ministro, se o “NÃO” ganhasse, do que com a crença de que os valores democráticos sejam algo que deve ser assumido plenamente e na sua totalidade.
Quando houver a implosão das ditaduras exercidas pela versão expansionista de Madrid e das províncias Castelhanas ou do que resta do império Inglês nas Ilhas Britânicas, teremos uma Europa não com Cidadãos e Súbditos, sendo estes últimos apenas verdadeiros cidadãos na União Europeia, mas com verdadeiros Cidadãos na plena acessão da palavra.
P.S. – Reflexão também publicada no Geosapiens.
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