Os Estados têm necessidade de legislar repressivamente em condições onde não confiam totalmente nos seus governados. Têm medo, receio, que deixados em liberdade, os cidadãos cometam «devaneios morais ou cívicos» de difícil compreensão. Era neste colete-de-forças que vivia a mulher portuguesa, neste verdadeiro Estado pré-moderno, a que alguns intitularam de medieval. Não lhe era dada a oportunidade de decidir, em sua consciência, sobre a sua própria vida. Não lhes era dada a oportunidade de, uma vez tomada a difícil decisão de abortar, ter acesso ao melhor acompanhamento médico. Era-lhes negado todo o acesso ao SNS. Era, então, empurrada para o aborto clandestino. Não acreditavam nela, nem lhe era depositada nenhuma confiança.
Domingo descobrimos que o nosso pais mudara. Descobrimos que confiamos que estas mulheres não são leviana, que os nossos políticos não são irresponsáveis, que os nossos jovens são politizados e participam quando chamados à decisão.
Descobrimos que a sociedade civil existe, organiza-se e consegue passar mensagem.
Descobrimos que estar no governo não impede de querer prosseguir a mudança social e cultural que Portugal precisa e merece.
Votámos na mudança. Não só na mudança de uma lei sem sentido, mas na mudança de um estado de espírito. Era importante ganhar, para não perder a oportunidade de continuar a mudar. Hoje apenas começámos.
Hoje realmente acordei num pais diferente.
Hoje acordei num pais mais tolerante
And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário