Em primeiro lugar, o nacionalismo crê e faz crêr no carácter único das suas características. Uma nação acredita na originalidade e na unidade dos seus traços constituintes - sociais, culturais, e até biológicos.
Em segundo lugar, a nação promove o isolacionismo, levado até ao ponto da autosuficiência nos mais diversos domínios. Tal isolacionismo é também transferido para o passado, fazendo crêr na sua antiguidade histórica como legitimação da construção nacional.
Em terceiro lugar, a nação promove o geocentrismo, fazendo uma comunidade crêr que se encontra no centro do cosmos, e que o resto do mundo gira na sua periferia.
Em quarto lugar, a nação é concebida em termos de sociabilidade horizontal, onde a hierarquia de poder e de prestígio são supostos não existir - sendo substituída por uma profunda camaradagem capaz de gerar e albergar sentimentos e emoções de grupo muito significativos.
Em quinto lugar, os sinais de nação manifestam-se a grupos específicos intra-nacionais como réplicas deles próprios. Os diversos grupos intranacionais são capazes de reconhecer a sua própria identidade através de muitos dos traços constituintes da materialização do nacionalismo.
Em sexto lugar, o nacionalismo afirma a bondade e generosidade do povo, até mesmo a sua ingenuidade. São pronunciados juízos de valor auto-referenciais, sempre positivos, e moralmente estruturantes.
Finalmente, em sétimo lugar, o nacionalismo promove o anonimato e recusa o individualismo em prol do mito do esforço e da criação colectivos. O exemplo mais evidente são os túmulos dos soldados desconhecidos, um dos emblemas mais poderosos dos nacionalismos.
João Soeiro de Carvalho
1 comentário:
não resisti e também pus isso integralmente no meus Blog...dando-te crédito...um abraço...
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