Cabo Verde, local de um alento espiritual e calmia contagiantes. Estabelecida a rota seguimos ao favor do vento, directos ao Sal. Ponto turístico, vive-se para e dos turistas. Não se apreende facilmente os viveres daquela gente simpática. Existe quem nunca saia das “margens” dos resorts, existe quem nunca visite as aldeias, vilas… Será por ser uma realidade difícil de aceitar? A pobreza instalada com fracos recursos, amenizada pela alegria do viver, dia após dia, do povo Morabeza? – Talvez. Eu fui confraternizar com eles… Aceitar a sua realidade diferente da minha…
No reconhecimento de algumas partes da ilha do Sal, quando identificados como turistas, lá vinham os constantes apelos aos “souvenirs” da terra, feitos pelos locais… Lá se ia fazendo algumas caras felizes… Outras nem tanto…
Vagueando à solta, passávamos quase incólumes aos olhares de quem vivia o dia-a-dia, organizando os seus afazeres diários, a gestão de uma sociedade menos consumista do que aquela à qual pertenço, uma forma de estar bem mais descontraída… “Sem stress” – Como eles repetiam constantemente. E Era mesmo sem stress… Para que o desgaste…
As paisagens amorfas, convidando à meditação ao olhar tranquilo, de quem reflecte em paz a vida… O castanho da terra, quase não modificado pelo homem, uma serenidade envolta em emoções que crescem a cada minuto… Uma solidão muito conciliadora.
O contraste entre o interior da ilha e as zonas costeiras, o areal branco, com as águas cristalinas das praias tranquilas, onde assistimos a um diálogo interessante entre o vento e as ondas do mar. O interior para quem procura aventura, as paisagens desertas de terra castanha, algumas delas quase a roçar o inóspito…
Todas elas segredando uma vivência difícil mas que merece o nosso respeito, e uma visita…
Acolhi com emoção o respeito que os Cabo Verdeanos têm por Portugal…
Também eu tenho respeito por eles…
Ficará para a próxima a visita a outras ilhas… Tentando aí perceber a sua musicalidade perante a vida…
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