quarta-feira, agosto 27, 2008

Hillary 2012


I am honored to be here tonight. A proud mother. A proud Democrat. A proud American. And a proud supporter of Barack Obama.
My friends, it is time to take back the country we love.

Foram estas as primeiras palavras da senadora nova-iorquina num discurso partido em três partes e meia. Palavras de união, de lealdade partidária e de convicção democrática numa excelente intervenção a provar que a a ex-primeira-dama está em boa forma e veio para ficar. Mesmo.
A primeira parte da intervenção foi dedicada a... Hillary Clinton, que revisitou a sua campanha e os seus principais temas (Healthcare e Womens Rights) com destreza e impunidade. Entendo que alguns tenham tido dificuldade em entender esta secção na Convenção de consagração de Barack Omaba. Regressaremos ao tema.
A segunda secção foi de apoio a Obama, e aí Hillary não poupou palavras nos elogios ao senador do Illinois, muitas vezes utilizando o estilo emotivo e exemplificativo tão característico do candidato democrático. Foi, devo dizer, um apoio sentido e bem explícito, que deveria ter terminado com a desconfiança de alguns em relação às intenções de Hillary (destaco, nesta parte, os elogios a Michelle Obama, muito felicitada pela intervenção de ontem à noite).
A terceira parte, como lhe era exigido, foi de ataque a John McCain. Aí, numa linguagem forte e directa, colou o candidato republicano a George W. Bush como lapa à pedra (sobressaindo a frase «four more years of the last eight years...NO». Não tenho assistido a todas as intervenções, mas foram 5 minutos de bruta pancadaria com o campo do adversário de elevada qualidade, demonstrando que a senadora do Estado de Nova Iorque também sabe jogar para a equipa.
Controversa pode ser a forma como Hillary terminou a sua intervenção (a tal meia parte), pois a última secção do seu discurso, curta, voltou a ser acerca de ... Hilary Clinton. Aqui, numa sucessão de ideias ritmadas com boa cadência, voltou a referir os pontos acerca do healthcare e dos direitos das mulheres, acabando a sua quase meia hora e deixar uma genuina interrogação se não deveria ser ela a discursar na quinta-feira. Certo é que terá ganho muito espaço para 2012, caso Novembro corra mal à familia Obama.
Foi um excelente discurso, com diferentes reacções (quer de apoio quer de critica) com passagens brilhantes a recordar que Hillary apanhou a sua forma tarde demais na campanha eleitoral. Hoje está preparada. Claro que poderia ter apoiado mais Obama; claro que poderia ter baixado a nota do auto-elogio; mas fazê-lo seria não ser Hillary, nem manter bem acesa a tocha de 2012. Hillary Clinton é, hoje, das mais sólidas figuras do Partido Democrata, totalmente liberta do seu marido, e o discurso de ontem provou isso mesmo (transcrição aqui. vejam ainda os outros discursos).
Hoje fala o marido.

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