terça-feira, agosto 19, 2008

PS em 2009


Recentemente fizémos referência a um working paper do Pedro Magalhães e do Luís Aguiar-Conraria que, desafiados pelo Paulo Grojão, se pruposeram prever o resultado das legislativas de 2009. A versão do IPRIS-VERBIS pode ser vista aqui, o working paper completo aqui.
O excelente trabablho prevê que o PS ganhe sem maioria absoluta, e que o PSD ficará num distante segundo (e era necessário produzir um paper académico para aferir isso? brinco, claro que é um interessantíssimo exercicio académico).

Reproduzimos as conclusões (os negritos são da nossa autoria):


«Previsões
As previsões que se possam fazer estarão sempre sujeitas a erros. (...)
À data em que escrevemos este artigo − finais de Julho de 2008 − a previsão divulgada mais recentemente para o crescimento do PIB real em 2009, a do Fundo Monetário Internacional, aponta para um valor de 1%, pelo que não julgamos sobreestimar o desempenho da economia no período relevante. Pressupomos também que, tal como tem sucedido até ao momento, o PR não vai entrar em conflito aberto com o PM. O partido incumbente é o PS e pressupomos que José Sócrates liderará o PS nessas eleições. Com base nestes pressupostos, o nosso modelo prevê que o PS venha a obter 38,35% dos votos nas próximas eleições legislativas. Este resultado indica-nos que o PS deverá ter uma votação significativa e ─ se tivermos em conta que o erro padrão da previsão é de 3,3 ─ podemos concluir que é altamente improvável que o PS obtenha maioria absoluta.
Para sabermos as possibilidades de o PS perder as eleições, recorremos aos resultados da Tabela 2. De acordo com o cenário já referido, estima-se que o partido de governo obtenha uma vantagem de 11,34 pontos percentuais em relação ao segundo partido mais votado. O erro padrão da previsão é de 4,9. Se admitirmos que os resíduos da estimação seguem uma lei normal, então conclui-se que o PS será o partido mais votado (margem de vitória superior a zero) com uma probabilidade de 99%.
Algumas dificuldades e limitações do nosso trabalho são óbvias, devendo as suas conclusões ser interpretadas com uma boa dose de cepticismo. Em primeiro lugar, a juventude da nossa democracia não nos permite ter mais do que 11 eleições legislativas para analisar. Em segundo lugar, dado o facto do executivo não ter um mandato fixo, as datas das eleições legislativas não são exógenas. Em terceiro, os valores de algumas das variáveis independentes “políticas” resultam de decisões qualitativas potencialmente questionáveis. E, da mesma forma, a variável que mede os conflitos entre o Presidente e o governo é porventura insuficientemente fina, não captando diferentes graus de intensidade e de natureza desses conflitos ou do intervencionismo presidencial na vida política. Contudo, ressalvando todos estes problemas, e admitindo que o cenário de partida é realista, os nossos resultados levam-nos a concluir por uma elevada probabilidade de que o PS ganhe as próximas eleições, sendo no entanto muito improvável que as venha a ganhar com maioria absoluta.»

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