terça-feira, agosto 19, 2008

2009

A se confirmarem estas previsões, nada fora do perceptível, Portugal pode muito bem voltar a entrar num período de pequenos ciclos políticos acelerando os ritmos da política para níveis pouco condizentes com as necessidades do país (que precisa de estabilidade política e de políticas para se poder consolidar).

Na base deste raciocínio está a interrogação acerca do comportamento do PS sem maioria absoluta (conseguirá governar em minoria? como e com quem?), e da oposição parlamentar num cenário de minoria (quanto tempo até uma moção de censura? como votariam o OE?).

Estas previsões abririam, imediatamente, crises nas lideranças dos partidos maioritários, com Sócrates a ser atacado por não ter conseguido renovar a maioria e Manuela Ferreira Leite a ser humilhada pelo vexame eleitoral (prevêem-se 10 pontos de diferença, pelo que o PSD não atingiria os 30%); enquanto os partidos à esquerda do PS (presume-se) cimentariam os seus ganhos políticos recentes (como reagiria o BE perante a possibilidade de poder ser parceiro governamental?). Resta saber qual o papel do CDS (se regressa ao táxi ou mantêm o minibus).

Em todo o caso, são previsões interessantes para quem se entusiasma pela política (que permitem um entretenimento fácil para os muitos comentadores especialistas em comentar cenários) mas de consequências gravíssimas para o país, que não pode suportar um regresso a um governo PSD (e muito menos de matriz pós-cavaquista) nem ficar dependente de acordos incertos do PS com a sua esquerda (que seriam inéditos). Resta a hipótese bloco central ou uma coligação com o CDS (relembro que foi essa a constituição do primeiro governo constitucional português) ou a existência de uma legislatura de 2 anos.
Claro que se o PS alcançar a maioria absoluta...

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