Quando um mau artigo é escrito, ainda que seja um artigo de opinião, o mais provável não é que os leitores tenham mau gosto, é que o artigo seja estúpido.
João Miguel Tavares vem no seu artigo de hoje no DN surzir contra os radares de Lisboa. Como? Será que é porque eles estão mal calibrados? Ou porque o clarão pode encadear o automobilista? Ou outra razão menos óbvia, mas que o jornalista tenha descoberto e já antes alertado para ela? Não! A razão de tal artigo é muito mais simples que isso. João Miguel Tavares ataca os radares porque estes fazem cumprir a lei. Os radares estão colocados em artérias da cidade que obedeciam a um critério: o perigo dessa artéria, resultado do acumular de acidentes rodoviários. Ao colocar os radares (calibrados para os limites previstos na lei, o Estado tentou com isso baixar o número dessas estatísticas mas na realidade o que isso interessa? Segundo a opinião do jornalista: Nada! Aliás, o grande problema é que a lei, ao obrigar-nos "a cumprir aquelas velocidades é pura e simplesmente um atentado às nossas liberdades e uma atitude discricionária vigiada pela polícia. É ladroagem inventada pela câmara e patrocinada pelo Estado, que nos obriga a travar só porque o nosso pé direito é banana e quer evitar chatices."
Pois! Eu também acho que pagar impostos é um atentado à minha liberdade! Assim como não poder dar um tiro em alguém.
Desculpem a violência e o exagero da comparação, mas só se combate a estupidez com estupidez! E mesmo assim arrisco-me a perder por inexperiência!
[Adenda]
P.S. - Reparei agora na mensagem do dia ali na coluna do lado: "I wish people who have trouble communicating would just shut up. - Tom Lehrer". Pareceu-me que se adequa e por isso destaquei-a aqui!
2 comentários:
Se o pé dele é banana, ele que não guie.
Se ele dissesse que existem sitios onde o limite de velocidade devia ser maior do que é, até compreendia... agora... a lei existe para ser cumprida e se não somos civilizados o suficiente para a cumprir sem vigia... toma lá radares!
A verdade é que reclamam mas anda tudo a acalmar o pé direito "banana", que é o que se pretende!
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